segunda-feira, 4 de abril de 2022

ASSENTAMENTO VIBRATÓRIO DOS ORIXÁS (Parte 5)

 ASSENTAMENTO VIBRATÓRIO DOS ORIXÁS (Parte 5)


Nenhuma descrição de foto disponível.Nos assentamentos vibratórios dos Orixás se fazem as oferendas, não necessariamente oferendas de agrado, o que não é comum na Umbanda. Em verdade, não se precisa de um local específico para se oferenda a um Orixá, como no caso de um agradecimento por graça recebida, o que pode ser feito em qualquer local junto à natureza com uma prece sincera e com sentimento elevado.
Ocorre que tem todo sentido, sendo o assentamento vibratório do Orixá um ponto de ligação e potencialização com essas irradiaçoes divinas, fazer preceitos de reforço ao Ori - cabeça - dos médiuns junto a esses locais consagrados no terreiro. Assim, em determinadas situações, o dirigente prescreve os elementos e elabora o singelo rito para fortalecimento anímico-mediúnico do trabalhador, que poderá ficar deitado por algum tempo com a cabeça virada para o assentamento.
Deve-se explicar adequadamente esta questão dos preceitos. Um preceito é um fundamento que é passado ao médium, que deve cumpri-lo rigorosamente como preceituado, para que o mesmo tenha seus efeitos energéticos, magísticos e mediúnicos como se espera. Trata-se de um processo mais profundo de transmissão e reposição de axé - fluido vital ou prana - em correspondências afins às vibrações dos Orixás que precisam ser aclamadas (esfriadas) ou excitadas (esquentadas) no psiquismo do médium, em seu Ori.
Assim, ao se executar o preceito num assentamento vibratório, faz-se uma ligação com o duplo etéreo dos elementos utilizados, que, por sua vez, são "explodidos" com a utilização de alguns cânticos e palavras de encantamento, facilitando o manejo dos indicadores astrais, os guias do terreiro em parceria com os guias individuais do médium, os verdadeiros operadores dos preceitos.

Logo, um assentamento vibratório de Orixá é uma ferramenta que agiliza, direciona e potencializa determinados fluídos, fazendo-os se dinamizarem, tornarem-se mais etéreos, a partir daí propiciando aos espíritos que trabalham enfeixados nas irradiaçoes dos Orixás procederem a certas operações na delicada com textura do Corpo Astral, duplo etéreo, chakras, nadis (formação de energia na forma de estreitos canais na qual o prana flui e pode se conectar aos chakras e demais pontos vitais do corpo fluídico) do médium.
Um assentamento vibratório é feito de elementos materiais semelhantes em vibração à vibração original do Orixá. A finalidade da composição deste "ponto de força", de extrema importância magística dentro do ritual e Lei de Pemba na Umbanda, é estabelecer uma relação que o elemento tem, "traduzindo" a manifestação vibracional ou irradiação magnética do Orixá.
Conhecer essas relações e suas associações corretas umas com as outras é um aprendizado longo, prático e que exige verdadeira cobertura mediúnica dos Guias astralizados. O principal elemento utilizado é a pedra ou cristal do Orixá, pois é o catalisador genuíno, formado pela natureza, que tem longevidade de imantação e existência perene na sua constante irradiação magnética, forças genuínas contidas no otá - pedra - que são "explodidas", expandidas e espargidas no ambiente etéreo-astral, durante os cânticos, invocações, evocações e imprecações mágicas que acontecem nas reuniões rito-litúrgicas que estruturam o mediunismo de terreiro.
Há de se comentar que cada preceito individualizado feito junto a um assentamento vibratório de Orixá, ou em mais de um, dependendo do caso, exige profundo conhecimento do Ori do médium, da sua coroa mediúnica. Um preceito estabelece uma ligação única entre o indivíduo e as vibrações dos Orixás que compõem o seu Eledá ou coroa mediúnica, notadamente no tocante ao Orixá de frente e adjunto.
O processo de individualização que é conduzido pelo chefe de terreiro foi previamente definido na arte divinatória de Ifá ou merindilogum (jogo de búzios), nos terreiros que adotam a divinação oracular, ou pela orientação segura de um guia astral de fato incorporado. A partir disso se elaborará o enredo de uma ritualística individualizada, composta também de libertadores vibracionais ou catalisadores energéticos, certos elementos materiais, como folhas, sementes, grãos, líquidos etc.., específicos à carência ou excesso energético do médium, tendo sido, ele próprio, preparado antes de reencarnar para ser um receptáculo vivo dessas vibrações dos Orixás - e dos falangeiros -, um templo divino único e incomparável, que constitui o caminho metafísico de ligação entre o seu psiquismo interno e o mundo espiritual.
Assim, é de suma importância o manejo adequado dos elementos, em conformidade com as energias e vibrações que precisam ser acalmadas ou excitadas, esfriadas ou esquentadas no Ori - cabeça - do sensitivo trabalhador, fortalecendo adequadamente seu tônus anímico mediúnico, ampliando seu discernimento mental, propiciando maior clareza de raciocínio para que possa entender melhor os passos que tem que dar nos caminhos que se apresentam em conformidade com seu destino - plano de vida.
Preferencialmente, na maioria dos terreiros de Umbanda, os assentamentos vibratórios dos são coletivos. Todos os médiuns são livres para a qualquer momento se desligarem do terreiro, não havendo necessidade de preocupação com posse de assentamentos individuais, fato mais comum em nossas religiões irmãs da matriz afro-brasileira.

Axé 🙏🏼🍃

📃Encantos de Umbanda - Norberto Peixoto.