Mostrando postagens com marcador NANÃ – A GRANDE AVÓ ANCESTRALIDADE. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador NANÃ – A GRANDE AVÓ ANCESTRALIDADE. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

NANÃ – A GRANDE AVÓ ANCESTRALIDADE, SABEDORIA E TRANSFORMAÇÃO.

 

 NANÃ – A GRANDE AVÓ
ANCESTRALIDADE, SABEDORIA E TRANSFORMAÇÃO.


Pode ser uma ilustração de uma ou mais pessoasNanã Buruquê é uma orixá/vodum da sabedoria e dos pântanos. Foi esposa de Oxalá e mãe de Omolu, Iroko, Ossain, Oxumaré e Ewá. É uma orixá muito antiga (esteve presente na criação da humanidade) e, por isso, é respeitada como a mãe de todos os orixás. Nanã é originária da região do antigo Dahomé (atual República do Benin), onde era cultuada com o nome de Anabiko. Seu culto foi levado pelos fons para os estados Níger e Kwara, que ficam ao norte da Nigéria. Essa região era habitada pelos povos Taps e Nupes, que passaram a lhe chamar de Nanã Burúkú (aquela que controla o mal). Seu domínio está relacionado com as águas paradas, com os pântanos, com a terra úmida. Sua relação com o barro (mistura da água com a terra) coloca essa divindade nos domínios entre a vida e a morte (“lembra-te que tu és pó e ao pó retornarás”). Daí entendemos o seu trânsito entre essas duas polaridades e sua responsabilidade pela reencarnação e desencarne. Conta-se que ela era rainha de um povo e que tinha o controle sobre os mortos. Oxalá desposou-a para roubar seu poder e não ligava para ela. Nanã fez um feitiço e teve um filho (Omolu), que nasceu todo deformado. Horrorizada, Nanã jogou-o no mar para que ele morresse. Como castigo, ela ficou grávida de um lindo filho (Oxumaré), que se afastaria dela para correr o mundo (durante seis meses vive no céu, como arco-íris, e seis meses como cobra, rastejando pelo chão). Um outro mito fala que a orixá, ao saber que alguém de sua aldeia havia cometido um crime, amarrava o criminoso em uma árvore e chamava os egúns (espíritos dos mortos) para assustá-lo. Ambicionando esse poder, Oxalá foi visitá-la e deu-lhe uma poção mágica para que ela ficasse apaixonada por ele. Nanã bebeu e acabou dividindo o seu reino com Oxalá, mas ordenou que ele não entrasse no jardim dos egúns. Um dia, quando Nanã tinha saído, ele se vestiu de mulher e entrou no jardim. Ele havia espionado tudo e tinha aprendido o ritual de invocação dos mortos. Ao entrar, ele ordenou aos egúns que obedecessem ao homem que vivia com ela (ele mesmo). Quando Nanã descobriu o golpe, por estar apaixonada, acabou aceitando deixar o poder com o marido. Hoje, no culto aos Egunguns, só os homens podem invocar os egúns (mudança do matriarcado para o patriarcado!). Um terceiro mito fala que uma vez os orixás se reuniram para discutir qual deles era o mais importante. A maioria falava que era Ogum, devido ao seu domínio no preparo de armas, instrumentos e facas. Nanã discordou e acabou torcendo com as próprias mãos o pescoço dos animais destinados ao sacrifício. Por isso, nos sacrifícios para ela, são se usa instrumentos de metal. Em relação à criação, conta-se que Olorum encarregou Oxalá de moldar o homem. Ele usou o vento, a madeira, a pedra, o fogo, o azeite e até o vinho. Nada dava certo. Nenhum material era maleável para que ele conseguisse executar a tarefa. Nanã então retirou uma porção de barro do fundo do lago e deu para que Oxalá tentasse. Finalmente, ele conseguiu dar forma ao homem. Olorum pegou o modelo e soprou-lhe, concedendo força vital. Sendo feito de um elemento pertencente a Nanã, um dia o homem terá que morrer. Afinal de contas, ela cobra de volta aquilo que ofereceu para que um dia o homem pudesse existir.
Nanã na África
Nanã foi a primeira yabá (mãe, senhora, divindade feminina) e a orixá mais vaidosa que passou pela terra. Por conta disso, desprezou seu filho primogênito com Oxalá (Omolu), por ele ter nascido com doença de pele. Acabou abandonando o filho em uma praia onde Iemanjá o achou. Iemanjá cuidou de Omolu como se fosse sua mãe e curou-o. Deu-lhe amor e carinho. Oxalá, sabendo disso, condenou-a a ter mais filhos que nasceriam anormais (Oxumaré, Ewá e Ossain) e expulsou-a do reino, ordenando-lhe a viver em um pântano escuro e sombrio. Ela é a dona do Ibiri (um cajado feito com a nervura do dendezeiro, ornado com búzio, palha da costa, fio de conta e cabaça, utilizado para mandar os eguns de volta para o seu espaço sagrado, eliminando as energias negativas da comunidade e promovendo a longevidade). Nanã mata de repente, ela mata uma cabra sem usar faca. É a orixá mais antiga do mundo. Quando Orunmilá chegou para frutificar a terra, ela já estava aqui. Nanã desconhece o ferro, pois se trata de um orixá da pré-história (anterior à idade do ferro). O termo nanan significa também “raiz”, aquela que se encontra no centro da terra. Nanã é uma orixá muito temida. Em algumas tribos, quando pronunciavam seu nome, todos se jogavam ao chão. Ela é a senhora das doenças cancerígenas, protetora dos idosos, dos desabrigados, dos doentes e dos deficientes visuais. Segundo alguns pesquisadores, ela era um vodum originário de Dassa-Zumé (uma cidade do Benin). Pierre Verger encontrou um templo nesta cidade dedicado a Nanã, com um sacerdote de seu culto. O templo é construído na frente de um enorme Baobá, uma árvore sagrada onde Nanã é cultuada. Entre os fons e os mais, ela é considerada uma divindade hermafrodita, anterior a Mawu e Lissá (Ser Supremo dos povos Eués-fons). Para os eués e minas, às vezes ela é vista como um vodum masculino (Nana Densu), esposo da grande mãe das águas (Mami Uata).
Nanã no Brasil
No Brasil, ela é cultuada como vodum e orixá da chuva, das águas paradas, do mangue, dos pântanos, da terra molhada e da lama. Considerada a mãe de Omolu (Obaluaê), Iroko, Ossain, Oxumaré e Ewá, Nanã é chamada carinhosamente de “Avó”. Ela é cultuada em todo o Brasil, nas religiões afro-brasileiras. Seu símbolo é o Ibiri e está ligada aos espíritos ancestrais. Como a “Mãe-Terra Primordial”, Nanã poderia ser equiparada à Gaia.
Nanã na Umbanda
Na Umbanda, ela representa o arquétipo da avó paciente e sábia. Sua ação é transformadora, decantadora e evoluidora. Ela absorve tudo aquilo que nos impede de evoluir de forma natural, decantando todos os males e tudo aquilo que atrasa a nossa caminhada. Não precisa nem falar que ela pune quem faz uso incorreto dessa qualidade divina. Na reencarnação, ela envolve o espírito em uma irradiação única, diluindo todos os acúmulos energéticos e adormecendo sua memória. É graças a sua ação que ingressamos em uma nova vida, sem lembrarmos das anteriores. Nanã representa também a menopausa, rege a maturidade e atua no racional dos seres.
História de Sant´Ana
Sant´Ana (ou Santa Ana) foi mãe de Maria e avó de Jesus. Sabe-se muito pouco sobre sua história. As referências que temos vêm do Proto-Evangelho de Tiago (um texto que não consta na Bíblia) e de outros livros apócrifos. De acordo com a tradição, Ana era filha de Natã (sacerdote belemita) e Maria. Suas irmãs mais velhas eram Maria de Cleofas (mãe de Salomé) e Sobe (mãe de Isabel, que gerou João Batista). Ana casou-se com Joaquim (avô de Jesus), com quem teve Maria (a mãe de Jesus). Por muito tempo ela se manteve estéril. Acredita-se que ela deu à luz a Maria, por volta do ano 20 a.C. O culto a Sant´Ana se espalhou por todo o oriente e, no século VI, o imperador Justiniano mandou construir um templo em sua homenagem, em Constantinopla. Em 1584, sua festa começou a ser comemorada no dia 26 de julho, através de uma bula do Papa Gregório XIII. Julho começou a ser denominado “o mês de Sant´Ana”. Ela é venerada como a padroeira das mulheres casadas (especialmente as grávidas) e protetora das viúvas, navegantes e marceneiros. Sant´Ana teria falecido pouco depois de apresentar Maria no templo, ou seja, quando a filha tinha apenas três anos de idade.
Arquétipo das Filhas de Nanã
As filhas de Nanã são extremamente calmas, lentas no cumprimento das tarefas, como se tivessem todo o tempo do mundo para executá-las. Sua personalidade é introvertida, com a energia concentrada em seu mundo interno. São bondosas, decididas, sábias, benevolentes, maduras, simpáticas e sempre agem com gentileza, dignidade e respeitabilidade. São também cordiais, emotivas, orientadoras, religiosas, conselheiras e simpáticas. Suas reações não equilibradas, não são muito alegres e possuem grande capacidade de perdoar. Embora sejam sábias e justas, seu temperamento é severo e austero. Seus filhos são fechados, emburrados, calados e parecendo que envelheceram antes do tempo. Personificam uma mulher sem beleza, sem vaidade e sem idade definida. Algumas parecem sem muitos atrativos e desprovidas de sexualidade. Por terem pouca noção sobre o próprio corpo e o corpo do parceiro, podem ter dificuldades no desempenho sexual. Detestam roupas espalhafatosas e exibicionismo. Algumas são gordas e apresentam grande resistência física (apesar da aparência). No dia-a-dia são calmas (sua calma chega a dar nervoso!) e detestam ser cobradas a andarem mais rápido. Às vezes, tornam-se agressivas, guerreiras ou dramáticas. Detestam multidões, festas e reuniões agitadas. Não gostam de crianças levadas e são muito afeiçoadas a elas. Educam as crianças com indulgência (como as avós) e dedicam-se sem reservas aos amigos e parentes, com exclusivismo e possessividade. Por falar em possessividade, não permitem que o parceiro saia só. Quando casada, respeita demais o parceiro e considera o relacionamento como algo eterno. Não perdoam mentira, desonestidade e traições. Gostam de saber de tudo sobre a vida dos que a cercam e são muito trabalhadoras, devotadas, responsáveis e organizadas. Não sabem dizer “não” e se sentem deprimidas quando são criticadas. Como são introspectivas, precisam tomar cuidado para não perderem o contato com o mundo exterior. No negativo, são intratáveis, ríspidas, tagarelas, fuxiqueiras, vingativas, perigosas, amargas e sofridas. São rancorosas, têm dificuldade de perdoar, são rabugentas, resmungonas, ciumentas, possessivas, exigem atenção e respeito, não gostam de brincadeiras e podem ser vingativas. Gostam de viver no passado, podem cercear os amigos e não gostam que seus familiares tomem decisões sozinhos. Acham uma forma com que os outros façam as suas coisas e por isso são consideradas folgadas e espaçosas. Quando tomam uma decisão, dificilmente voltam atrás. Guardam rancor por muito tempo, além de serem conservadoras, avarentas e senis.
Significado do nome: Na=senhora/Nã=sabedoria/experiência. “Senhora da Sabedoria”.
Comemoração: 26 de julho.
Sincretismo: Sant’Ana (mãe de Maria, avó de Jesus).
Saudação: Saluba Nanã! (Salve a senhora da sabedoria, salve a senhora da lama, salve a senhora da morte, nós nos refugiamos em Nanã).
Elementos: água/terra.
Cor: lilás, roxo.
Número: 13.
Chakra: frontal, cervical, esplênico, básico.
Pedra: ametista, rubelita, cacoxenita, tanzanita.
Mineral: ouro branco, prata, latão, níquel, estanho.
Essência: erva cidreira, dália, limão, lírio, narciso, orquídea, guiné, noz moscada, cravo, camomila.
Símbolos: ibiri, chuva.
Dia da semana: segunda-feira, sábado.
Comidas: aberum, feijão preto com purê de batata doce, mugunzá, sarapatel.
Bebidas: champanhe, água de coco.
Flores: violeta roxa e flores roxas.
Ervas: manjericão roxo, ipê roxo, quaresmeira, manacá, colônia, erva-de-passarinho, dama da noite, canela de velho, salsa-da-praia, avenca, cedrinho, cipreste.
Frutas: pipocas, fruta do conde, abacaxi, uvas pretas, coco seco, ameixa escura, amendoim, café, carambola, mandioca, milho verde, lanranja lima (ou serra d´água), figo, melancia, melão, banana da terra, jaca.
Animais: cabra branca, galinha branca, pata branca e rã.
Campo de força: pântanos, lagos, lamaçal, águas profundas, cemitérios.
Função: transformadora, decantadora, evoluidora.
Saúde: dor de cabeça, problemas intestinais, erisipela, artrite, estomatite.
Planeta: Lua, Saturno e Mercúrio.
Signo: capricórnio, aquário, touro.
Divindades com a mesma energia e vibração de Nanã: Perséfone, Maia, Hécate, Shintala, Hell, Cerridwen, Ereshkigal, Befana, Baba Yaga, Medder-akka, Caileach, Nzumbarandá (Angola), Karamoxe (Congo).
Kizilas (elementos incompatíveis): multidões, instrumentos de metal (lâminas).