MULHERES DE OGUM
MULHERES DE OGUM...
Mulheres do clã de Ogum abrem o caminho.
Carregam espada, facão e foice. Sabem usar as ferramentas que garantem a sua autonomia.
Mulheres de Ogum lideram.
São assertivamente agressivas. Não esperam o tempo certo, pois sabem que o tempo certo não se espera: se cria.
Mulheres de Ogum são aquelas que vão à guerra. Não fogem da batalha. E sabem quais batalhas desejam guerrear.
Mulheres de Ogum são estratégicas.
Olham o todo. Conhecem o inimigo. Cultivam o silêncio tanto quanto sabem o poder do seu grito.
Mulheres de Ogum sabem se defender.
Sabem se guardar. Sabem se resguardar e guardar os seus. Usam corpo-fechado e espiritualidade como escudo.
Nas suas curas têm segredos...
Mulheres mães de Ogum defendem seus filhos com vigor, com amor e bravura.
Preparam sua cria para o mundo. Para desbravar o mundo e saberem retornar parar a terra que os nutrem até então.
Os filhos das mulheres mães de Ogum não são do mundo: pertecem ao universo do seu ventre.
Mulheres de Ogum acreditam na força do amor, do dengo, da família e da comunidade.
Sabem que a família e seus afetos de acolhimento são suas melhores tecnologia.
Mulheres de Ogum não negam seu feminino e sabem da potência do seu masculino para fortalecer o seu ser: mulheres-oborós.
Mulheres de Ogum são àgbára dúdú, poder negro, força negra, trazia do chão, do ventre da Terra, da forja do ferro, da intensa batida do chumbo em pilão.
Salve, salve as mulheres que são Ogum!
O axé das mulheres-Ogum é ameaça firme na ponta de um amolado facão.
Texto: Omoloji Àgbára Dúdú