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segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Como vivem os animais em planos mais evoluídos?

 

Como vivem os animais em planos mais evoluídos?



Conforme nos ensinam os Espíritos, nos planos mais evoluídos a natureza é mais perfeita, assim como os animais, conquanto as plantas sejam sempre plantas e os animais sempre animais.


Quanto mais se verifica superioridade, mais elevação constatar-se-á nas coisas, pois a lei de Deus é a mesma para toda a criação. Em mundos mais adiantados, os animais dispõem de meios mais amplos de comunicação e se encontram submetidos ao homem que lhes é superior.


Comenta Kardec não haver nesta afirmação nada de extraordinário, de modo que se imaginássemos os nossos animais, como o cão ou o elefante, e o dotássemos de uma conformação física apropriada a trabalhos manuais, o que não poderiam realizar sob a orientação do homem? É assim nos mundos mais evoluídos.


Apesar dos mundos superiores possuírem animais com maior evolução, estes continuam não conhecendo a Deus. O Espírito Miramez elucida que estes animais ainda não desenvolveram o dom de perceber a Força Soberana que dirige a todos, razão pela qual têm os homens como seus deuses. A elevação moral e assimilação das leis do Senhor pelos homens os tornam, por assim dizer, representantes de Deus para os animais. Deste modo, ainda que em planos superiores, os animais são sempre inferiores ao homem, até que um dia o princípio inteligente que os habita esteja em condições evolutivas de se transformar em Espírito e adentrar no reino hominal.


Os animais, assim como tudo no Universo, estão sujeitos à lei do progresso. Sendo eles mais adiantados nos mundos superiores, realizam trabalhos mais braçais, grosseiros, como na Terra fariam os homens mais rudes e atrasados. Lá os homens desenvolvem atividades de ordem mental, realizando os animais as tarefas de ordem material, sob a direção de Espíritos que os orientam e guiam. Na Revista Espírita Kardec traz descrições sobre os animais de Júpiter, planeta considerado o mais evoluído do nosso sistema solar, elucidando sobre os trabalhos braçais realizados pelos animais.




Afirma que animais possuem um corpo mais material, ligados ao solo como nós na Terra, com uma inteligência mais desenvolvida que os animais terrenos. A estrutura de seus membros adequa-se a todo tipo de exigência nos trabalhos que realizem, sendo encarregados de obras manuais, agindo como servidores e operários. Já as atividades desenvolvidas pelos homens são essencialmente intelectuais, jamais utilizando seu poder para oprimir os animais.

Tal informação é confirmada por Camille Flammarion, em Urânia, ao asseverar que em Marte, planeta considerado mais evoluído que a Terra, os trabalhos materiais são realizados por máquinas e dirigidos por “algumas raças animais aperfeiçoadas, cuja inteligência é pouco mais ou menos da mesma ordem da dos humanos na Terra.” Miramez, numa comparação entre os animais dos planos superiores e os trabalhadores da Terra, assevera:

"As lavouras, por exemplo, seriam tratadas por eles de forma maravilhosa, e nesse passo da elevação, receberiam dos próprios homens carinho especial e conforto redobrado em se comparando à Terra. Por exemplo, animais equivalentes ao macaco, em mundos superiores, fariam o trabalho que o pedreiro realiza em teu mundo físico, o serviço de abastecimento de águas, de esgotos, limpeza das residências, e até mesmo a condução de veículos. Daí se pode concluir o quanto eles podem cooperar com os homens. Entretanto, eles não foram criados para servir aos homens eternamente; no decorrer do tempo, o próprio progresso põe esses animais nas escalas dos homens, talvez em outros mundos, em que passam a nascer e onde irão colher o que plantaram na retaguarda."


Em Cartas de uma Morta, o Espírito Maria João de Deus traz pequena descrição de animais voadores de Saturno, planeta mais evoluído que a Terra. Diz a autora espiritual, contemplando o espaço, ter visto grandes massas multicores de seres estranhos a evolucionar nos ares, em movimentos graciosos, conquanto lhes parecessem bizarros. Destaca nada terem de comum com os animais conhecidos na Terra, parecendo-lhe muitos feios em sua organização animalesca, “com suas membranas à guisa de asas, tão estranhas para mim, as quais lhe facultavam o poder de volitar à vontade.”


Na Revista Espírita de agosto de 1858, em mensagem proferida pelo Espírito Victorien Sardou, tem alguns detalhamentos interessantes sobre os animais de Júpiter. Informa que a vontade de um Espírito de Júpiter pode atrair para si qualquer animal que lhe tenha partilhado vidas anteriores, desde que tenha dado provas de afeição, de modo que as simpatias formam famílias e, em torno delas, agrupam-se cortejos de animais dedicados. Assim, o carinho e o apego que tivermos por um animal na Terra não se perde, nossos vínculos podem ser mantidos ainda que nossa reencarnação se dê em planos superiores.



Elucida ter sido tudo preparado pela Suprema Inteligência, possuindo os animais um corpo que participa simultaneamente em benefício próprio e dos homens. Diz ser o corpo dos animais levemente peludo, mas aprumado como o nosso, tendo as patas desaparecido em alguns, sendo substituídas por certas pernas um tanto primitivas e dois braços robustos “singularmente implantados e terminados por duas verdadeiras mãos, se considerarmos a oposição dos polegares”. A cabeça, entretanto, não é tão aperfeiçoada quanto o restante do corpo, refletindo, assim, a fisionomia algo de humano, mas nada diferindo o crânio, o maxilar e as orelhas dos animais terrestres.


Vestem-se com blusas e vestes muito similares às nossas, só lhes faltando a fala para parecerem com alguns homens terrenos. Tem plena habilidade para se entenderem, o que é feito por meio de uma linguagem particular, muito distinta da nossa. Não apresentam resistência às intenções dos Espíritos que o dirigem, bastando um olhar ou gesto para assim cumprirem o determinado. Afirma Victorien Sardou: "A certos impulsos magnéticos, cujo segredo já conhecem os nossos domadores de feras, o animal adivinha e obedece sem murmurar e, o que é mais importante, voluntariamente, porque está fascinado. É assim que lhe é imposta toda tarefa pesada e que, com seu auxílio, tudo funciona regularmente, de um a outro extremo da escala social: o Espírito elevado pensa e delibera; o Espírito inferior age por sua própria iniciativa e o animal executa. Assim, a concepção, a execução e o fato se unem numa mesma harmonia e levam todas as coisas à sua conclusão, com mais rapidez e pelos meios mais simples e mais seguros."


Com o tempo os animais irão desabrochar as qualidades necessárias ao crescimento espiritual, podendo inclusive descer a mundos inferiores e lá serem dotados de corpos humanos, após serem transformados em Espíritos e receberem a capacidade de raciocinar, iniciando as lutas em busca da ascensão e do progresso. Portanto, os animais dos mundos superiores tão somente possuem mais inteligência do que os da Terra, mas é uma inteligência restrita ainda às coisas materiais e dentro da sua escala evolutiva.