TROCAR DE CASA OU SAIR DA RELIGIÃO PODE CAUSAR ALGUM MAL?
Antes mesmo de tomar o primeiro passe no primeiro terreiro de Umbanda que conheci já ouvi muitas pessoas falarem que da Umbanda não se poderia sair, ao menos não impunemente.
O fato é que ouvimos isso tanto de pessoas que não fazem a menor ideia do que acontece dentro de um terreiro quanto de "renomados" dirigentes. Frases como "tua vida vai andar para trás", "vais ficar louco", "teu guia vai te derrubar", ou ainda, "teu Orixá vai te cobrar esse abandono", são comuns quando o assunto é troca de casa ou saída da religião. Mas será que as coisas acontecem mesmo dessa forma?
Para desmistificar esse tema precisamos observar dois aspectos a fim de compreendermos melhor de onde surgem essas ideias de uma Umbanda punitiva e vingativa. São eles os aspectos prático (material) e o espiritual.
É fácil observar o quanto é difícil manter um terreiro, seja pela estrutura de pessoas que a Umbanda exige (tamboreiro, cambono, médiuns, etc.), seja pela questão financeira - é necessário insumos para a realização dos trabalhos, materiais de limpeza, manutenção e aluguel, além de taxas de luz e regulamentação - . Isso faz com que o terreiro necessite de uma arrecadação em dinheiro mesmo que não possa (JAMAIS) cobrar por por seus atendimentos.
Com isso e muitos outros interesses, dirigentes pouco instruídos, por medo de perderem a estrutura pessoal e financeira, usam de forma baixa e inadequada sua influência de sacerdote para amedrontar seus filhos de corrente sobre os "perigos" que poderão enfrentar ao se afastarem do terreiro.
Por outro lado, não é raro ouvirmos relatos de pessoas que dizem ter tido suas vidas destruídas após o distanciamento de um terreiro. Existem também, aqueles que juram ter "surtado" ou "enlouquecido" por vingança de seus Guias e Orixás abandonados. Acontece que estas pessoas certamente estão sendo obsediadas, mas ao contrário do que pensam ou ouvem dizer, essa obsessão não é originada na Umbanda.
Nunca, em hipótese alguma, podemos esquecer que a Umbanda é PAZ e AMOR (como diz o nosso hino), portanto, não permitirá nenhum tipo de vingança ou desamor.
Sendo assim é fundamental falarmos que essas obsessões se dão porque essas pessoas se deixam levar por maus pensamentos e agem de má fé, criando situações desagradáveis que pesam e baixam sua energia.
Assim, espíritos de energia semelhante ou pior que está se aproximam causando os mais diversos transtornos. Essa energia densa cria uma espécie de muro quase intransponível para os Guias e Protetores. Eles só poderão atravessar esse muro e oferecer auxílio quando a pessoa cuidar melhor de si, de seus pensamentos e atos. Ou seja, espiritualmente, se colhe o que se planta. Se você pensar e fizer o bem ele se aproximará de você.
Na Umbanda somos livres, as portas estão sempre abertas, tanto para entrar quanto para sair. Mas não esqueça de um preceito básico fundamental para com todas as religiões: o respeito. De forma simples, podemos dizer que se foi com respeito e consideração que você decidiu entrar na Umbanda, deve usar os mesmos respeito e consideração para sair.
Reflita sobre a sua saída, esgote as possibilidades. Se essa for sua decisão, converse com seu dirigente de forma franca e gentil. Após sua comunicação, saia cumprindo os fundamentos da casa, com gratidão pelos benefícios que recebeu enquanto estava lá. Isso é exercitar a tolerância, o respeito e o amor ao próximo. Se seu distanciamento ocorrer dessa forma, nenhum mal poderá lhe atingir, porque agiu com amor, vibrou o amor e a Umbanda, meus amigos, ela é paz e amor.
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Autoria: Caroline Garcia
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Autoria: Caroline Garcia