sexta-feira, 29 de abril de 2022

BARÁ É o Orixá que recebe suas oferendas em primeiro lugar. Nada se faz sem antes agradar a Bará, pois ele é o intermediário entre os homens e os Orixás, é o dono das chaves que abrem ou fecham os caminhos.

 BARÁ
É o Orixá que recebe suas oferendas em primeiro lugar. Nada se faz sem antes agradar a Bará, pois ele é o intermediário entre os homens e os Orixás, é o dono das chaves que abrem ou fecham os caminhos.


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É o Orixá que recebe suas oferendas em primeiro lugar. Nada se faz sem antes agradar a Bará, pois ele é o intermediário entre os homens e os Orixás, é o dono das chaves que abrem ou fecham os caminhos. Problemas que exigem solução rápida e imediata serão tratados por Bará.Mensageiro divino, guardião dos templos, casas e cidades. É o dono de todas as portas, de todas as chaves e de todos os caminhos. É reverenciado em primeiro lugar em todos os terreiros de nação africana. Recebe suas oferendas nas encruzilhadas.

Se estiver atrapalhado, sem emprego, sem rumo, ou deseja realizar qualquer tipo de negócio se apegue com este Orixá, o Bará pode te dar a solução.

Não existe nenhum terreiro de tradição africana que não tenha o assentamento do Bará. Ele é o princípio e o fim de tudo, até após a morte de um iniciado na religião, o primeiro a receber ritual é o Bará.

Bará em Yorubá quer dizer força; se for bem tratado reage favoravelmente em prol de quem lhe oferendou. Olorum concedeu ao Bará o privilégio de receber as oferendas em primeiro lugar. Sem ele nossas orações não seriam ouvidas por nenhum outro Orixá, nem mesmo no orum.

Seus símbolos são a chave, a corrente de aço ou ferro, moedas.
Sua cor é o vermelho.
Sua oferenda consiste de milho torrado, batata assada, pipoca, azeite de dendê.
O dia da semana é Segunda-Feira.
Seu número é o 7.
Sua Saudação: "alupo" ou "lalupo".

Adjuntós - Elegba com Oiá Timboá, Lodê com Iansã ou com Obá, Lanã com Obá ou com Oiá, Adague com Oiá ou com Obá, Agelú com Oxum Pandá e as vezes com Oiá

Ferramentas - corrente, chave, foice, moeda, búzios e garfo.
Ave - galo vermelho
Quatro pé - cabrito branco, marrom, vermelho ou de cor escura, preto e branco.

Sincretismo Religioso:

Bará Lodê - São Pedro.
Bará Lanã - Santo Antônio do Pão dos Pobres
Bará Adague - Santo Antônio
Bará Agelú - Menino no colo do Santo Antônio

Os Arquétipos (filhos):

Os filhos de Bará possuem um caráter ambivalente, ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros, ora são bravas, intrigantes e ficam muito contrariadas. As pessoas de Bará não têm paradeiro, gostam de viagens, de andar na rua, de passear, de jogos e bebidas. Os filhos de Bara Lodê quase sempre estão envolvidas em intrigas e confusões. Guardam rancor com facilidade e não aceitam ser vencidos. Por isso para conviver com filho de Bará é preciso muito jeito e compreensão ao tratar-se com ele.

Lenda:

Conta a lenda que houve uma demanda entre Bará e Oxalá para que pudesse saber quem era o mais forte e respeitado, e foi aí que Oxalá provou a sua superioridade pois, durante o combate, Oxalá apoderou-se da cabaça de Bará a qual continha o seu poder mágico transformando-o assim em seu servo. Oxalá então permitiria que Bará a partir de então recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar. A importância de Bará é fundamental, uma vez que ele possui o privilégio de receber todas as oferendas e obrigações em primeiro lugar, nenhuma obrigação deve ser feita sem primeiro saudar a Bará. É o dono de todas as encruzilhadas e caminhos, é o homem da rua, quem guarda a porta e o portão de nossas casas, quem tranca, destranca e movimenta os mercados, os negócios, etc. Bará também nos confirma tudo no jogo de IFÁ (Búzios).

Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos estavam secos e a chuva não caia. As rãs choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores. Nenhum Orixá invocado escutou suas queixas e gemidos. Aluman decidiu, então, oferecer a Bará grandes pedaços de carne de bode. Bará comeu com apetite desta excelente oferenda. Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado. Bará teve sede. Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha, e que tinham, em suas casas e dos vizinhos, não foram suficientes para matar sua sede. Bará foi á torneira da chuva e abriu-a sem pena. A chuva caiu. Ela caiu de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia depois, sem parar. Os campos de Aluman tornaram-se verdes. Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória:

• Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes;
• Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas!
• Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca!

E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar!

Aluman, reconhecido, ofereceu a Bará carne de bode com o tempero no ponto certo da pimenta. Havia chovido bastante.