quarta-feira, 27 de abril de 2022

Tronos da Umbanda Sagrada Teogonia: conjunto de divindades cujo culto constitui o sistema religioso de um povo; genealogia dos deuses.

 Tronos da Umbanda Sagrada
Teogonia: conjunto de divindades cujo culto constitui o sistema religioso de um povo; genealogia dos deuses.


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Teogonia: conjunto de divindades cujo culto constitui o sistema religioso de um povo; genealogia dos deuses.

A umbanda é uma religião, e como tal tem sua teologia, fundamentada em Deus e Suas divindades, em Olorum e nos Orixás.

Olorum é o Divino Criador de tudo o que existe e está em tudo o que criou, já os Orixás são em si mesmos as qualidades divinas manifestadas por meio de individualizações do Divino Criador.

Assim sendo, fica fácil explicarmos o panteão divino da Umbanda, porque cada Orixá rege um dos aspectos da natureza, da vida dos seres e até das criaturas, uma divindade é em si mesma manifestação de Deus mediante uma de Suas qualidades divinas, logo, se adoramos Ogum, que é em si mesmo a qualidade ordenadora de Olorum, então estamos adorando o Orixá que rege sobre a Ordem e é o aplicador da Lei Maior em todos os aspectos da criação.

Sim, porque a qualidade ordenadora de Olorum está presente em todos os aspectos da Sua criação divina, e tanto a encontramos na Fé quanto no Amor, tanto na Justiça quanto na Geração, portanto, Ogum é a divindade unigênita de Olorum, ao qual incumbido a manifestação de sua qualidade ordenadora.

Ogum em si mesmo a qualidade ordenadora do Divino Criador Olorum e, como divindade regente da Ordem, é o aplicador da Lei Maior em todos os aspectos da criação, um ser manifestador de uma qualidade divina só assume a condição de divindade se for em si mesmo essa qualidade, um músico não é a música em si, mas tão somente uma pessoa que tem o dom ou faculdade de harmonizar os sons e torná-los melódicos e agradáveis aos nossos ouvidos, um juiz não é a justiça em si mesma, mas tão somente uma pessoa que tem o dom ou a faculdade de lidar com as leis e dar-lhes uma interpretação abalizada.

Já o mesmo não acontece com uma divindade, pois ela tanto é uma qualidade divina como é sua manifestadora unigênita, por unigênita entendam que é aquela divindade que está associada a Deus justamente porque é parte dele, e é em si mesma a manifestadora de um de Seus aspectos.

Ogum é a divindade unigênita, ou a única gerada, que é em si mesmo a ordenação divina, logo, Ogum não pode ser dissociado de Deus, pois se clamamos pela Lei Maior, Ogum é quem se manifesta como divindade aplicadora dela em nossa vida, e mesmo que não clamemos pelo seu auxí­lio, ainda assim será ele o seu aplicador, pois é em si mesmo a divindade que a rege e a aplica em todos os aspectos da criação e da vida, já que ele é a Lei Maior em si mesmo.

Deus é o todo em Si mesmo, mas nas partes que formam esse todo divino, nós vemos Suas divindades, que são inseparáveis das Suas qualidades formadoras desse todo, que é Ele em Si Mesmo, se dissociarmos uma divindade de Deus, nós estaremos descaracterizando-a e alterando o seu caráter divino, inseparáveis de uma qualidade Sua?

A Umbanda cultua todo um panteão divino, porque entende que em cada uma das divindades desse seu panteão está Deus, e cada uma delas é em si mesma uma de suas qualidades? o umbandista entende que tanto pode clamar à Lei Maior quanto a Ogum que estará clamando ao mesmo aspecto de Deus, já que o que caracteriza Ogum é esta sua qualidade divina e sua condição de aplicador divino da Lei Maior, sempre associado ao próprio caráter ordenador do Divino Criador.

Então sintetizamos e definimos Ogum desta forma: Ogum é em si mesmo a ordenação divina; é a divindade manifestadora da Lei Maior e seu aplicador, tanto na criação divina quanto na vida dos seres, observem que a Umbanda herdou dos cultos de nação toda uma teogonia, ensinada por meio das lendas e dos mitos africanos, mas as reinterpretou e as adaptou à sua concepção de como devemos entender as divindades de Deus, os nossos amados e adorados Orixás.

Surgiu, então, toda uma nova teogonia, já adaptada à religião de Umbanda que, sem renegar sua origem, no entanto reservou para si o melhor modo de ensinar suas divindades aos fiéis, aos poucos, os Orixás foram manifestando suas qualidades, e quem as transmitiram foram os guias espirituais que se manifestam durante os trabalhos de incorporação, com isso, Ogum foi sendo recomendado como a divindade a ser evocada para quebrar uma demanda, para abrir os caminhos, etc., pois é o aplicador da Lei Maior em todos os aspectos da criação.

É o ordenador divino!

Uma demanda é um choque cármico, logo, Ogum é a Lei ordenadora dos carmas, um caminho é uma senda evolutiva, logo, Ogum é o direcionador da evolução ou do caminho a ser seguido ordenadamente pelos seres, e assim, de recomendação em recomendação dadas pelos guias espirituais, os umbandistas foram dando novas feições aos Orixás, que foram assumindo caráter bem definido dentro da nova religião.

Ogum assumiu sua condição de guardião da Lei na Umbanda e sua natureza reta e justiceira amoldou suas linhas de trabalhos espirituais e o caráter justo e vigoroso dos seus caboclos de Umbanda.

Ou alguém imagina que antes do advento da religião de Umbanda, nos antigos terreiros de Candomblé, baixava Caboclo, Preto-Velho ou Exu para dar consulta, realizar desobsessões, dar passes, etc.?

Isso não acontecia e o que tínhamos era o culto puro aos Orixás.

Já essas coisas, hoje realizadas pelos espíritos-guias de Umbanda, eram realizadas segundo a tradição herdada da África e feitas segundo preceitos e oferendas já há muito estabelecidas como a forma correta de ativar um Orixá e conseguir sua ajuda, mas à maioria passou despercebido que a nova maneira de alcançar os mesmos objetivos estava adaptando-os aos tempos modernos, onde seus fiéis seriam pessoas vivendo em cidades e com difícil acesso à natureza imaculada, que era onde cultuavam-se as divindades.

Toda uma transformação estava acontecendo no modo de cultuar e evocar os Orixás, assim como na forma de oferenda-los, pois as antigas práticas estavam sendo substituídas por novas e muito mais simples.

Mas isso se chocava os tradicionalistas, no entanto atendia a esta vontade, manifestada pelos próprios Orixás, que já viam seus futuros fiéis residindo em gigantescas metrópoles, morando em apartamentos ou casas isoladas da natureza, onde eram oferendados segundo a tradição africana.

Então os Orixás foram assumindo novas características e feições, todas direcionadas com a nova religião, e atendendo do mesmo modo aos clamores de seus fiéis adoradores, ou alguém acredita realmente que só um Pai de Santo Raspado no Candomblé tem acesso a eles?

Se acredita nisso, então está precisando, e rápido, de todo um conhecimento acerca de Deus e de Suas divindades e da forma como atuam na nossa vida, sim, porque uma divindade é anterior aos seus adoradores e superior, em todos os sentidos, aos seus sacerdotes, se bem que é comum ouvimos pessoas dizerem Eu vou ‘mandar’ meu Orixá te ajudar.

Será que alguém manda realmente em uma divindade?

Ou será que estão enganados e o modo correto de se expressar seria este: Eu vou clamar e solicitar o auxílio do Orixá que me rege e pedir-lhe, reverente, que o ajude a superar logo suas dificuldades, meu irmão! Sim, porque as divindades de Deus são o que são: divindades de Deus!

Elas independem de nós para ser o que são e atuar em nossa vida, elas são as divindades de Deus, elas são as partes divinas Dele, enquanto nós, cada um de nós, somos uma de Suas partes humanas, as divindades nos regem, e não o contrário, logo, sem elas para dar-nos sustentação, somos nulos no campo religioso.

Voltando ao nosso comentário inicial, então temos em Deus todas as qualidades e temos nas suas divindades os Seus manifestadores delas, já como mistérios divinos, pois estão em todo o Universo como qualidades do Criador, integradas à Sua criação.

Por isso a religião de Umbanda incorporou um número limitado desses mistérios, porque os identificou como as divindades irradiadoras deles e regentes das sete irradiações divinas que regem a vida dos seres em evolução neste nosso planeta.

Aos poucos, a espiritualidade foi se afixando em tomo de uns poucos nomes de divindades e a partir delas deu início à formação da teogonia de Umbanda Sagrada, adotando um conjunto de Orixás, que forma um sistema religioso coeso e sustentador de todas as manifestações espirituais que acontecem nas tendas de Umbanda.

Com isso em mente, vamos comentar o caráter e a natureza das divindades que formam o universo religioso da Umbanda: Olorum é o Princípio Incriado, que dá origem a tudo, pois tudo é gerado Nele ou por Ele, logo, Ele está na origem de tudo e de todos, Olorum atua na vida de todos e a ninguém desampara em momento algum, pois todos estão Nele, mas Olorum também atua sobre os seres por meio de Suas divindades, que são manifestadoras de Suas qualidades divinas.

As divindades só são manifestadoras das qualidades de Olorum, porque são em si mesmas as individualizações delas, uma qualidade de Olorum é um mistério da criação, logo, é um mistério criador, pois é parte ativa da criação;
Se uma divindade é manifestadora de uma qualidade de Olorum porque é ela em si mesma, então todas as divindades são mistérios da criação e são mistérios criadores, ativos nas partes que formam no todo, que é Olorum em Si.

Olorum manifesta-se a todos o tempo todo e durante todo o tempo, pois Ele é o princípio, o meio e o fim de tudo, e tudo o que acontece, ocorre Nele, logo, a finalidade das divindades é manifestar Olorum através do mistério que elas são em si mesmas, porque são individualizações das Suas qualidades.

Na Umbanda, cada divindade é responsável por um aspecto divino que rege a criação, assim, Ogum cuida da Lei; Xangô da Justiça; Oxóssi do Conhecimento; Oxalá da Fé; etc., logo, a Umbanda não é politeísta, porque entende que cada Orixá é apenas a divindade responsável por uma parte da criação; é a manifestadora de uma qualidade do Criador e é a aplicadora de um dos aspectos divinos na vida dos seres, das criaturas e das espécies.

Os Orixás não são deuses, mas divindades de Deus, e não chamam para si o fim último dos seres, mas tão somente os amparam até que evoluam, desenvolvam seus dons naturais, alcancem seus fins em Deus e tornem-se, também, manifestadores das qualidades divinas Dele, com isso explicado, então temos a base fundamental da religião de Umbanda.

Um Deus Criador na origem de tudo e de todos, inclusive dos Orixás, que são as divindades unigênitas manifestadoras das Suas qualidades, em Deus tudo tem sua origem e nada pode ou deve ser disso­ ciado Dele, porque fora Dele nada existe por si só; logo, todas as divindades estão em Deus, porque, se não estiverem, não só perdem sua condição de divindades como deixam de existir.

Na Umbanda, adoram-se as divindades porque ao adorá-las estamos adorando as próprias qualidades de Deus, esse procedimento tem sido estimulado desde os primórdios da humanidade, foi com esta finalidade que Ele individualizou suas qualidades e as multiplicou em Suas divindades, que passaram a manifesta-lo segundo Sua vontade para com cada uma delas.

Olorum, o Divino Criador, é tão infinito em Si mesmo, que temos a necessidade de recorrer às Suas divindades, pois é por meio delas que conseguimos vislumbrar Sua grandeza, magnitude e infinitude, vemos a grandeza da Lei Divina em Ogum, e porque a divindade Ogum é ordenadora da criação, das criaturas e das espécies, então vemos a sua qualidade ordenadora atuando em toda a criação divina.

Vemos Ogum ordenando o comportamento das pessoas, dos espíritos e das outras divindades, mas o vemos ordenando a gênese de um ser, de um vegetal, de um planeta e mesmo do Universo, pois ele é em si mesmo essa qualidade de Deus, cujo caráter divino é ordenador e tudo o que Deus cria obedece a uma ordem preexistente em Si mesmo, pois Sua condição única de Criador implica estar na raiz de Suas criações, que só assumem essa condição de criação divina se não forem caóticas, e sim ordenadas.

Então o culto e a adoração de Ogum são o culto e a adoração à qualidade ordenadora de Divino Criador Olorum, cujo caráter ordenador dá origem e sustentação à Lei Maior, ordenadora de tudo o que existe, e assim, por intermediário das qualidades de Deus, vão surgindo Suas divindades, que na Umbanda são denominadas de Orixás, os Senhores do Alto ou dos níveis superiores da Criação.

Na Umbanda não existe politeísmo, porque ela herdou dos cultos de nação apenas o caráter divino dos Orixás, aos quais reinterpretou e deu- lhes novas feições e novos atributos divinos, já que uma qualidade divina é infinita em si mesma, justamente por ser o que é: uma qualidade de Deus.

A partir daí surgiram as hierarquias intermediárias, repetidoras e multiplicadoras da qualidade original das divindades de Deus, que são em si a individualização de um de Seus aspectos.

Assim, se Deus dá origem a tudo, e deu origem a Ogum, já como seu aspecto ordenador, então Ogum O repete e se multiplica, dando origem aos Oguns intermediários, que são os aplicadores de sua qualidade ordenadora, mas já nos campos de atuação das outras divindades do Divino Criador.

Então a divindade ou a qualidade divina de Ogum faculta-lhe a capacidade de repetir-se como ordenador, já em níveis intermediários da criação e de multiplicar-se nos campos das outras divindades, que darão suas qualidades individuais à qualidade geral, ordenadora, que Ogum é em SI mesmo.

Daí vermos na Umbanda, Ogum e seus comandados ou seus Orixás oguns intermediários, que também são divindades porque são manifestadores da qualidade ordenadora de Deus, mas aplicadas aos campos das outras divindades, que se não são em si mesmas essa qualidade ordenadora, no entanto são em si as outras qualidades divinas.

Logo, se Oxum é a divindade do Amor ou da Agregação, tudo o que oxum conceber, pois é em si mesma a agregação ou concepção divina, agregará e conceberá ordenadamente, assim, se tudo o que Oxum agrega, agrega de forma ordenada, então Ogum está em Oxum como a qualidade divina que ordenará tudo o que ela agregar.

E se Oxum é a concepção divina em si mesma, então Ogum está nela como a qualidade ordenadora das suas concepções, e se Oxum é em si mesma o Amor Divino, então Ogum está em Oxum como a qualidade ordenadora do seu amor, pois se assim não fosse tanto as agregações quanto as concepções e os amores seriam caóticos, perderiam sua condição de qualidades divinas e não existiriam por si mesmos, pois não preexistiriam em Deus, que tem em Oxum Sua qualidade agregadora, conceptiva e amorosa.

Enfim, a teogonia de Umbanda foge do senso comum e recorre ao senso divino para poder interpretar corretamente as divindades de Deus que formam seu panteão divino, portanto, se as lendas sobre os Orixás os trouxeram para a terra, a teogonia de Umbanda os devolve aos seus devidos lugares e os reassenta à direita ou à esquerda de Deus.

À direita significa que atuam passiva e permanentemente, de forma contínua e estável na vida dos seres.

À esquerda significa que atuam ativa e condicionalmente, de forma alternada e não estável.

Como exemplo do que acabamos de citar, recorremos a Oxalá, o Orixá da Fé, que irradia fé o tempo todo a todos os seres, sua atuação é passiva e não emociona a religiosidade de ninguém, e permanente e contínua, não se toma mais ou menos intensa, porque é estável.

Já Logunã é a divindade de Deus que se mostra na Umbanda como um Orixá do Tempo e só atua sobre os seres sob certas condições, tais como nos casos de fanatismo religioso.

Sua atuação é alternada, e tanto intensifica a fé quando ela se enfraqueceu, quanto a paralisa quando se tomou muito apaixonada ou emocionada; e não é uma atuação estável, pois atua sobre seres religiosamente desequilibrados, fanatizados ou emocionados.

A partir dessa dupla característica, ativa-passiva, as divindades formam a dupla polaridade do Divino Criador e vão assumindo campos de atuação distintos, se manifestam qualidades diferentes, no entanto são com­ plementares, pois Oxalá e Logunã são as duas faces do Mistério da Fé.

Oxalá e Logunã são os dois lados de um mesmo mistério de Deus, mas ocupam polos magnéticos opostos na irradiação divina que, partindo de Deus, está em toda a Sua criação e em tudo o que é animado, mani­festando-se como um sentimento de unidade em torno Dele, o nosso Pai Divino.

A Umbanda não interpreta sua teogonia como sendo formada por divindades dissociadas umas das outras e não as vê como antagônicas, como é o caso da teogonia Lorubá, pois sabe que na criação nada se antagoniza, em verdade, tudo se complementa, dando forma e coesão à criação, às espécies, aos seres e às divindades.

Logunã não faz oposição a Oxalá, mas somente atua em um campo oposto ao dele nos aspectos da fé e no campo da religiosidade, assim, assentando em seu panteão as divindades magneticamente opostas, mas em verdade complementares, a Umbanda nos mostra uma teogonia magnífica.

Em nenhum momento, os aspectos divinos deixam de ser visíveis através do próprio caráter e natureza dos Orixás que a formam, em momento algum as divindades se chocam, pois são em si mesmas os aspectos do Divino Criador que estão sendo mostrados a nós, cada uma atuando em um campo próprio e só seu, ainda que nele todos os aspectos divinos estejam presentes.

Assim como mostramos que Ogum está em Oxum, e vice-versa, também Ogum e Oxum, a ordenação e a agregação, estão em Oxalá e Logunã a fé e a religiosidade, a fé de um ser é permanente, já a sua religiosidade muda com o tempo, e este qualifica Logunã como um Orixá do Tempo, eterno em si mesmo mas sujeito às mudanças que ocorrem com a evolução dos seres no campo da Fé.

Com isso explicado, então o número de divindades cultuadas deixa de ser confuso porque a unidade religiosa da Umbanda não está nos seus Orixás, mas em Olorum, o Deus Criador que deu origem a tudo, inclusive a eles, que são Seus mistérios divinos e manifestadores individuais de Suas qualidades originais, todas aplicadas à vida dos seres e identificados na criação através da natureza das coisas criadas.

Vamos, agora, comentar cada uma das divindades de Deus que denominamos de Orixás ou Senhores das Coroas, e que regem a religião de Umbanda e o ori cabeça dos umbandistas.

Olorum, o Divino Criador, individualiza-Se nas Suas divindades, todas manifestadoras de Suas qualidades;
Na Umbanda, sete irradiações divinas dão origem às suas sete linhas de forças, todas bipolarizadas.

Na Umbanda, sete irradiações divinas dão origem às suas sete linhas de forças, todas bi polarizadas, em cada polo está assentada uma divindade, manifestadora de uma qualidade de Olorum.

O universo religioso da Umbanda, a sua teogonia, é composto por 14 divindades assentadas em seus pontos de forças naturais, de onde regem a natureza planetária, que é multidimensional, esses 14 Orixás dão origem a 14 hierarquias divinas, limitadas às atuações nos níveis vibratórios intermediários, essas hierarquias estão ligadas aos 14 Orixás.

Umas são de natureza passiva, irradiante, contínua e atuam permanentemente na vida dos seres; outras são ativas, absorventes, alternadas e atuam temporariamente.

As sete irradiações divinas são: Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução, Geração, essas sete irradiações são manifestadas para tudo o que existe, porque, em nível de criação divina, elas estão na gênese ou nos processos criativos, mas nós as absorvemos continuamente por meio dos nossos sete sentidos capitais, essas sete irradiações são captadas pelo Trono Planetário, que é em si mesmo a divindade de Deus que dá sustentação ao nosso planeta e a tudo o que aqui existe.

Ele capta as irradiações de Deus, as adapta ao magnetismo e à vibração planetária, depois as irradia, dando origem às sete irradiações gerais, que são captadas por sete Tronos de Deus;

Os sete Tronos de Deus são estes:

- Trono da Fé ou Orixá da Fé
- Trono do Amor ou Orixá do Amor
- Trono do Conhecimento ou Orixá do Conhecimento
- Trono da Justiça ou Orixá da Justiça
- Trono da Lei ou Orixá da Lei
- Trono da Evolução ou Orixá da Evolução
- Trono da Geração ou Orixá da Geração

Nesses sete tronos têm início as sete irradiações divinas que, na Umbanda, são as suas sete linhas de força, as sete linhas de força se polarizam e adquirem bipolaridade, formando 14polos magnéticos planetários e multidimensionais, tendo em cada um uma divindade, que é em si mesma uma qualidade de Deus e um mistério divino em si mesma.

Essas 14 divindades são os Orixás Ancestrais, aos quais todos estamos ligados por meio dos sete sentidos capitais e aos quais estamos sujeitos, pois a atuação deles em nossa vida independe de querermos ou não, eles são mistérios de Deus, e atuam conosco tanto conscientes de sua existência quanto inconscientes; Eles são Tronos de Deus, que na Umbanda assumem a denominação de Orixás.

Mas em outras religiões têm outros nomes, sem perderem suas qualidades divinas e suas atribuições, que é a de regerem sobre tudo o que aqui existe, seja o meio onde vivemos ou tudo o que vive nesse meio, que é o nosso planeta.

Por isso um ser, pertença à religião que for, sempre estará sujei­ to às mesmas coisas, Fé, Amor, etc., pois esses Tronos de Deus estão na origem de tudo o que aqui existe, inclusive das religiões, nas quais eles atuam por meio das divindades intermediárias que as iniciam mediante suas divindades intermediadoras.

A Umbanda nasceu de uma vontade divina manifestada pelo divino Trono Planetário, que se refletiu nos sete Tronos de Deus, que a manifestaram por meio de Suas sete vibrações mentais, que alcançaram os 14 Orixás assentados nos seus polos magnéticos.

Estes, por sua vez, as vibraram e toda uma nova religião nasceu naquele mesmo instante, faltando apenas a sua codificação e imantação divina para tomar-se em si mesma, uma senda religiosa pela qual evoluirão milhões de seres.

Isso foi providenciado no mesmo instante pelas divindades ou Orixás intermediários, que mentalmente ativaram suas hierarquias intermediadoras.

Estas ativaram suas hierarquias elementais, encantadas, naturais e espirituais, que imediatamente deram início à codificação humana da nova religião, nascida de uma vontade manifestada pelo divino Trono Planetário, também denominado de divino Trono das Sete Encruzilhadas, o Logos Planetário.

Com isso explicado, então fica entendido que a Umbanda teve sua origem divina no mesmo trono que tem dado origem a todas as outras religiões.

Apenas que sua teogonia tem uma dinâmica própria que a diferencia de todas as outras religiões, inclusive daquela que serviu como base para o assentamento das divindades que regeriam seus aspectos religiosos: o Candomblé.

A religião que serviu de base para a Umbanda é a africana, com seus cultos de nação.

Em um culto de nação, a mesma divindade se mostra com um nome, mas no de outro povo africano ela se mostra com outro, sem perder sua qualidade de regente da coroa, cabeça, de seus filhos, seus adoradores.

Os nomes das divindades que formam a teogonia de Umbanda são os mesmos que tinham nos cultos de nação, e os que se fixaram com mais facilidade são nomes iorubás, já conhecidos por muitos há vários séculos, mas que, por meio da Umbanda, são conhecidos hoje em nível nacional até pelos adeptos das outras religiões.

Alguns desses nomes são originais, tais como: Ogum, Xangô, Oxum, Yemanjá, Yansã. Já outros são adaptações de nomes iorubás para divindades cultuados por outras nações africanas, tais como Oxumaré, Obaluaiyê, Nanã Buruquê.

Enfim, os 14 tronos planetários assumiram, na Umbanda, sua denominação iorubá, e foi assim que, pouco a pouco, foram se fixando na mente e no coração dos umbandistas, já que ela nasceu dentro dos cultos de nação e foi se destacando e assumindo feições próprias porque incorporou como natural as práticas de incorporação de espíritos de índios, de velhos sacerdotes africanos, de encantados infantis, de Exus e Pombagiras, e de espíritos oriundos de outras partes do mundo, todos congrega dos na nascente religião espiritualista.

Esses 14 tronos planetários pontificam as sete irradiações di­ vinas, já polarizadas em polos ativos e passivos; masculinos e femininos; positivos e negativos; irradiantes e absorventes; universais ou cósmicos.

Esses tronos são divindades de Deus e independem de nós para existir e ser o que são: mistérios manifestadores de qualidade divinas, encontradas Nele.

Sete irradiações divinas; sete Tronos de Deus; sete linhas de forças; 14 Orixás regendo-as.