quinta-feira, 28 de abril de 2022

Sacramentos A Umbanda é uma religião e por sê-la possui sacramentos, substantivo que tem origem no latim sacramentum e que significa um juramento.

 Sacramentos
A Umbanda é uma religião e por sê-la possui sacramentos, substantivo que tem origem no latim sacramentum e que significa um juramento.


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A Umbanda é uma religião e por sê-la possui sacramentos, substantivo que tem origem no latim sacramentum e que significa um juramento.

A Umbanda tradicionalmente trabalha com alguns sacramentos - rituais de consagração - semelhantes em sua doutrina, aos da Igreja Católica; são eles:

Batismo

O Batismo é realizado sempre pelo Guia chefe do Terreiro ou o Sacerdote responsável e pode ser para crianças ou adultos, não se restringindo apenas aos médiuns da casa, mas a todo aquele que simpatiza com o Ritual da Umbanda e deseja se consagrar ritualisticamente.

O propósito principal do batizado é fazer com que aquele adepto seja um filho de fé da Umbanda, que cultue sua fé de maneira progressiva e indagada.

Seguir costumes umbandistas, tradições, doutrinas e até mesmo o desenvolvimento mediúnico, claro, desde que tenha a certeza do que ele quer realmente para sua vida espiritual. “Cuidar e um dia ser cuidado”.

São usados com fundamentos da natureza de preferência na natureza, para purificação de sua alma e dali em diante ser e cultuar a umbanda de maneira efetiva em sua vida espiritual.

Digamos que seria realmente o grande início.

Casamento

O Casamento é realizado pelo Guia chefe da casa ou pelo Sacerdote responsável pelo Centro e não pertence só aos médiuns da casa; qualquer um que deseje casar-se na Umbanda pode pedir este sacramento.

Funeral

O Ritual de Encomenda de Almas também é encontrado desde épocas pregressas, da pré-história humana.

Assim que o ser humano começou a compreender o mundo ao seu redor como manifestações fenomênicas, atrelou isso aos Deuses.

Esses Deuses seriam os regentes da vida e da morte e estariam em condições de decidir o caminho do “desencarnado” posteriormente ao desligamento do corpo material. Encontramos, inclusive, o começo de uma cultura religiosa a partir do momento em que honramos nossos mortos.

Isso foi visto tanto na cultura pré-histórica entre os Homo Sapiens, quanto com os Homo Neanderthalensis, os Neandertais.

O Funeral é realizado pelo Sacerdote do Terreiro e sofre alterações de acordo com a condição do morto, se é Iniciado na Umbanda ou não.

Seguimos muito o que nos é passado pelos nossos guias.

O que nos ensinaram é que para encomendar a alma o local deve ser defumado, o Pai ou Mãe Espiritual que estará conduzindo deverá falar algumas palavras sobre o falecido, rezará preces aos Orixás e as entidades para pedir o encaminhamento na vida espiritual do mesmo.

O falecido deve ser enterrado de branco como todas suas guias, se o familiar permitir deve ser lavado o corpo antes com banho de Obaluaê.

Na hora da sepultura canta-se o Hino da Umbanda e uma prece final.

Mas entendo que este Sacramento posa mudar de acordo com cada casa.

Os demais sacramentos da Umbanda são referentes aos graus de Iniciação dos médiuns da casa e são os seguintes:

Amaci

A palavra Amacir vem de ‘amaciar’, ‘tornar receptivo’, é um ritual, uma espécie de iniciação que todos os médiuns umbandistas, iniciantes ou não, devem pelo menos uma vez ao ano, passar. Embora em algumas casas a doutrina seja apenas uma vez. Como uma espécie de batismo.

Ritual de lavagem de cabeça do médium com ervas e outros elementos rituais, que consiste na preparação da vibração deste médium para incorporar os seus guias protetores de Umbanda, que se manifestará no ritual e dirá qual o trabalho que aquele médium irá desenvolver na umbanda.

Nesse contexto, o Amaci ‘desperta’ as faculdades nobres do médium que ainda estão adormecidas, descarrega e apazigua o chacra coronário (centro de recepção espiritual Superior que fica no alto da cabeça no Ori) e ainda liga/religa o médium ao Orixá, fazendo com que ele tenha a Sua vibração e energia interiorizada em seu espírito, mente e coração.

Colha as ervas de todos os Orixás, caso não tenha como colhe-las compre-as em um erveiro de confiança, uma de cada pelo menos, e coloque-as quinadas dentro do preparo que será feito com as quatro águas (mar, cachoeira, chuva e fonte/mineral), com 3 (três) dias de antecedência à Gira do Amaci..

E seguida de rituais para a colheita, respeitando a reza de Ossãe orixá responsável pelas ervas colhidas na matas, porém o filho de santo mais experiente pode fazer o seu banho com 7, 14, 21 ervas conhecidas. ( sempre é claro respeitando os fundamentos do seu terreiro).

Em algumas Casas, tem-se por costume incluir bebidas alcoólicas, porém a maioria usa apenas as quatro águas, e as ervas quinadas.

Receber o Amaci é entrar em contato direto com o Poder do Orixá, é um momento de grande emoção e que deve estar enredado pela reverência, amor, devoção, lealdade e comprometimento para com o Orixá, a Umbanda e o Plano Espiritual.

Para realização deste Importantíssimo ritual, o médium deve fazer alguns preceitos e resguardos durante 7 dias como: não ingerir bebida alcoólica, não se alimentar de qualquer tipo de carne, não ter relações sexuais, manter o equilíbrio espiritual e mental, tomar banhos de ervas durante os 7 dias com as ervas especificas do Orixá de cabeça, toma-se banho de preferência antes do inicio do trabalho e após o trabalho em seu lar, pois sempre estamos andando em encruzilhadas e ruas e lugares como bar, lojas etc. evitar contato físico, se alimentar com refeições mais leves e etc.

Os amaci são usados para tomar banho de corpo inteiro inclusive o ori, pois todos passamos por encruza, ruas, e encontramos com pessoas com pensamentos mal intencionados, por isso é necessário tomar os amacis da cabeça aos pés.

O amaci serve também para limpar os ibás e fundamentos do terreiro, descarregar a casa após a sessão ou quando se sentir o ambiente carregado, basta para isso lavar a casa com o amaci sempre cantando para o orixá chefe do terreiro, ou do filho de santo para limpar a casa.

O seu fundamento consistem em apanhar as ervas necessárias, lavá-las e macerar com a mão sempre com uma vela acessa pedindo para o orixá depositar seu axé, forças espirituais, etc, pois nesse momento sentirá a presença do mesmo para o complemento do seu amaci, sempre respeitando os procedimentos aprendidos, ou seja, pedir sempre auxilio aos orixás e entidades espirituais, para o descarrego, limpeza e força espiritual.

Pode-se usar para banho, limpeza da casa do filho de santo ou terreiro, otás, ibás do orixá.

Após o uso de seu banho sempre descarregar as ervas usadas em plantas e águas correntes limpas, para que leva o carrego, miasmas, ou larvas astral.

É necessário se possível fazer uso da sobra, deixar secar ao sol ou por no forno, para a sua secagem e fazer defumação, pois tudo se aproveita e nada é destruído, mas caso não use o melhor e descarregar em uma planta ou água corrente.

Banhos de cachoeiras, água de chuva, bica e poço natural, geralmente são usados pelo filho do orixá que rege, podendo ser do ori aos pés, ou acrescentar nas ervas.

Coloca-se no amaci, após o preparo, mel e sal para o tempero, no lugar do mel pode se colocar açucar, ou um acaça, pois todos os orixás comem acaça, ou pode acrescentar água de canjica após o cozimento no banho.

Não se enxuga o corpo e vestir-se de roupas claras de preferência, inclusive em casa por 7 dias pelo menos, evitar as roupas escuras e as de cores quentes, vermelhas, laranja, cor de abobora e etc...

Pode-se também observar a fase da lua e tomar o seu banho, não necessariamente se faz uso de um banho somente de um orixá, há muitas ervas conhecidas para banho, que pode ser misturadas e fazer o amaci.

Nunca vai ao fogo esse amaci, é necessário tomar o banho frio.

Outros banhos de ervas podem ser cozidas e somente deverá ser tomado banho do pescoço para baixo, nunca no ori, pois ai existe um fundamento que não se deve colocar nada cozido em seu ori.

Para cada caso existe uma afinidades de banho, banho de descarrego, banho de atração, banho de purificação, banho de defesa, etc, etc.

O melhor amaci e preparado com ervas frescas, somente é acrescentado pemba por ordem espiritual, nunca por si só.

Existem outros tipos de banho, como pipocas, somente por ordem espiritual, ou pelo orixá, nunca fazer por fazer por se tratar da ordem do orixá Obaluaê.

Banho de pinga somente por ordem espiritual do exú, e nunca se usa na coroa(ori) da pessoa.

Esse banho geralmente usa-se para descarrego de demanda ou associado ao bori ou fundamento do terreiro, somente para os que já tem fundamentos dentro do terreiro, nunca por um iniciante, pois há fundamentos ai para ser feitos, não pelo fato de ir na encruza aberta e tomar esse banho.

Quando uma pessoa vai ser batizado na umbanda ou fazer algum bori, nunca se usa bebida de qualquer espécie alccolica no ori da pessoa é um erro isso, somente água e se necessário mengá, mas nunca bebida alcoolica, fato esse que pode levar uma pessoa ao vicio da bebida ou coisas piores, esse é um dos fundamentos de bebidas alcoólicas no ori.

Pois o ori e a sua cabeça, onde o orixá e anjo da guarda se correspondem muita atenção ao seu ori.

Confirmação: ritual para médiuns que completam 21 anos de idade carnal, e já pertencem a umbanda e possuem o amaci, o Ritual de Confirmação é feito com objetivo de confirmar dentro da simplicidade do ritual e no entoar dos cânticos específicos para o mesmo, o guia chefe de coroa chega, incorpora, na humildade sempre, risca seu ponto, diz sua linhagem e descarrega a matéria, respeitando o ponto a que veio.

Geralmente é realizada pela entidade chefe do ritual, geralmente do Babalaô. Muitos Templos utilizam o ritual ou a nomenclatura de Confirmação para o médium que atingiu um bom nível em seu desenvolvimento e já pode assumir maiores responsabilidades para o trabalho mediúnico, seja atendendo ou na função estabelecida pela dirigência.

O objetivo maior é passar segurança a este médium, e orientação aos não confirmados, pelo próprio guia chefe, para confirmar isto é, afirmar que aquela pessoa aceitou a religião e seus dons mediúnicos.

O ritual de confirmação de guias e (ou) entidades é importante sempre haver, pois, hoje temos muitas pessoas com o propósito maldoso, e nossa amada Umbanda não é feita somente de incorporação, mas para que haja entendimento maior, a confirmação tem o objetivo realmente para que o guia ali presente seja e esteja presente 100%, para saber qual é o desfecho, desdobramento dele, quem realmente é aquele Guia, se não é Egun, Zombeteiro, Quiumba.

Temos vários rituais de confirmações que após isso vem a consagração do médium.

Ritual de Reforço de Amací: ritual em que o médium da casa é recolhido com oferendas para o seu orixá para fortalecer a sua mediunidade.

Ritual de Mata

Um bosque de folhas Sagradas para Umbanda e um culto a natureza, onde as entidades estão diretamente associadas aos elementos naturais.

Com base no trabalho analisamos as características do conhecimento religioso associado aos significados das plantas cultuadas, bem como o acesso a esse material e as vibrações energéticas do ambiente.

Também é visto como um lugar para o culto sagrado da umbanda, diante dos problemas contemporâneos como violência e intolerância religiosa.

O processo de urbanização dificultou a relação dos umbandistas com a natureza e o acesso às ervas; daí o anseio da comunidade pela existência de um espaço natural íntegro, sagrado e acolhedor.

Realizamos hoje em sua maioria a preparação do terreiro para estes rituais, ainda que uma natureza “construída” para o culto, pois faze-lo em um ambiente natural hoje tem se tornado algo raro.

Ritual de Praia

Durante as comemorações de fim de ano, levadas a efeito no mês de dezembro, é comum vermos nas diversas praias de nossa orla marítima grande quantidade de terreiros homenageando, com flores e essências, a grande mãe Iemanjá, pedindo a este grande Orixá que, com suas águas, possa lavar e regenerar o coração e o mental daqueles que andam a espalhar a maldade, o desamor e o egocentrismo.

Rogam também forças e resignação para o ano que se apresenta, pedindo paz, fraternidade e honestidade para o mundo.

Com suas águas, Iemanjá purifica e reequilibra os diversos centros de força (chakras) de nosso corpo, reabastecendo nossas baterias para as lutas do futuro.

É maravilhoso ver esta expressão de espiritualidade, de simplicidade e de fé que os verdadeiros umbandistas demonstram por Iemanjá.

Contudo, para que uma sessão na praia seja segura, equilibrada e sem percalços, o ritual necessariamente deve ter um preparo todo especial, tanto em relação aos médiuns quanto ao espaço físico onde se realizará o evento.

O ideal seria que os rituais de fim de ano fossem realizados em praias de difícil acesso à população, pois se constituiriam em lugares onde o campo vibratório estaria mais equilibrado, mais íntegro.

Como do ideal ao real vai uma grande distância, o jeito e fazer a cerimônia em lugares já frequentados.

E é aí que os terreiros devem redobrar os cuidados para com o equilíbrio psico-espiritual.

E por quê ? Porque devido ao "avanço" de certos hábitos da coletividade, o campo vibratório em questão tem sido alvo de contaminações de diversas espécies.

É nas praias que, infelizmente, pessoas fazem suas necessidades fisiológicas, se drogam, fazem sexo, vazam detritos, falam palavras de baixo calão, inundando a areia com vibrações densamente negativas.

À par desta realidade inequívoca, o certo é o que alguns poucos terreiros ainda fazem: delimitam um espaço na areia onde será realizada a gira e, com uma antecedência de 24 horas, começam a limpá-lo e prepará-lo para o dia seguinte.

São feitas defumações e a firmeza do local, que não poderá ser pisado pelos transeuntes.

Outros preceitos poderão ser realizados, mediante ordem do Guia-chefe da agremiação umbandista, para o fiel e correto uso daquela área, que é sagrada.

O que não se pode fazer é andar ao longo da orla marítima e, aleatoriamente e sem nenhuma responsabilidade, indicar um lugar na areia, em meio a biquínis minúsculos e situações sensuais, e simplesmente iniciar uma sessão.

Quem assim age, mostra desconhecimento de ristualística e age com desrespeito em relação à Umbanda.

Muitos devem estar pensando que, devido ao mar e a areia serem campos vibratórios comandados por Iemanjá, este Orixá se encarregaria de sempre deixá-los harmonizados e ajustados, isso é um engano.

O que mais vemos hoje são rios, lagos, cachoeiras e florestas completamente contaminados pela ação do bicho-homem, que criminosamente põe em risco sua própria existência.

E Iemanjá, como os demais Orixás, deixa que o Homem seja vítima de seu próprio comportamento, colhendo aquilo que semeou.

Lembrem-se que os seres humanos é que precisam dos sítios vibracionais, e portanto o sitio natural deve ser preservado tanto energeticamente ou seja: em forma de boas atitudes e bons pensamentos, quanto fisicamente não deixando para trás no termino dos trabalhos lixos tais como garrafas, copos, flores de plástico e etc.

Iemanjá não quer nada disso ela quer que seus filhos ao estar no seu sitio natural (praia) Leve sim amor no coração e respeito e não bugigangas e quinquilharias que irão poluir seu ambiente.

Por fim, devemos lembrar que os rituais praianos à Iemanjá devem ser discretos, organizados, sérios e direcionados ao bem e a caridade. Devem homenagear esta grande genitora (não esquecer que 2/3 do planeta são constituídos de água), que deve ser o único centro das atenções e orações.

Feitura

Ritual de iniciação na umbanda que consiste em vários rituais de limpeza e em um recolhimento, que pode variar de 3 a 7 dias, de acordo com o orixá da pessoa, e saída do orixá principal e do guia protetor do médium.

Coroação

Basicamente é coroar a confirmação.

Pode ocorrer no próprio terreiro ou em trabalhos externos, normalmente nas matas, cachoeiras, pedreiras e é muito importante sempre ao próprio médium.

Pode até passar despercebido pelos demais irmãos.

É feito para médiuns já com feitura e que possuem a missão de se tornarem zeladores de umbanda.

É semelhante a confirmação, este é quando o médium chegou um “nível” importante para um bom trabalho espiritual.

Este acaba tendo dentro do terreiro algumas responsabilidades mais importantes.

Não sou muito a favor também, acredito que todos são importantes dentro do seu trabalho e de sua caminhada espiritual.

E todos médiuns que eu já presenciei serem coroados, subiu pra “cabeça” e passou a serem arrogantes e prepotentes.

Também acredito ser muito particular em cada um, este amor que dedica a Casa que frequenta – pois foi lá que aprendeu muito e teve a oportunidade que necessitava – e à dedicação a missão de Caridade, Fé, Amor e Perdão que a Umbanda ensina.