sexta-feira, 29 de abril de 2022

Oduduwá Falar sobre Oduduwa é falar sobre um “tempo onde os deuses e heróis andavam na terra com os homens”.

 Oduduwá
Falar sobre Oduduwa é falar sobre um “tempo onde os deuses e heróis andavam na terra com os homens”.


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Falar sobre Oduduwa é falar sobre um “tempo onde os deuses e heróis andavam na terra com os homens”.
Enquanto os demais orixás são comumente cultuados e entendidos apenas em seu aspecto divino, para entendermos Oduduwa é preciso conhecermos tanto seu aspecto divino como seu aspecto humano pois, ao contrário dos demais orixás, Oduduwa adquiriu um caráter muito mais histórico do que divino.

Oduduá é uma das divindades primordiais iorubas. Ela representa a divinização da terra e é considerada, ao lado de Obatalá (a representação divinizada do céu), como a casal primordial e propulsor da criação. Cada um foi incumbido de determinadas funções no papel da criação do Aiyê, o universo incluindo o mundo em que vivemos. O universo é visto dentro do culto aos orixás como uma grande cabaça e esta cabaça é representada por Oduduá e Obatalá.

O nome Oduduá pode ser traduzido como "a cabaça de onde jorrou a vida". Muitos costumam se enganar e afirmar que Oduduá seria um orixá masculino ao invés de feminino, mas o que ocorre é uma confusão entre a divindade feminina Oduduá com o ancestral iorubano divinizado Oduduá, que, na verdade, é considerado em território africano como sendo uma forma humana da deusa Oduduá, ou seja, o guerreiro legendário e a deusa Oduduá seriam as mesmas pessoas. Esta é uma visão muito ampla no que concerne à essência divina mas isso é algo que vai muito além da capacidade de aceitação de algumas pessoas e sacerdotes.

O surgimento de Oduduá, bem como o de Obatalá, é muito interessante. Diz-se que involuntariamente nos primórdios da criação, quando a única coisa existente nos mundos era o Olorun, a grande energia primordial, Oduduá, a deusa, surgiu do corpo de Olorun, a grande energia primordial, assim como Obatalá e outra tantas divindades.
Oduduwá é a representação dos eguns (mortos) e, portanto também o dono de todos seus segredos.

Oduduwá reina na solidão, sua postura durante a vida lhe deu fama como a primeira a ser o ditador desse planeta.

Conta-se que foi uma jovem e foi abandonado. Olófin a encontrou e a nomeou rei entre os mortos, tem um capataz chamado Órun (Oro), que conhece o acesso a terra deles.

Oduduwá significa: “Senhora Dona do Castelo”. Sua tradução é “Anos cansados”. É a primeira a ser rei da atmosfera e da fortuna. Vive nas escuridões profundas da noite e possuí um só olho que é fosforescente. É uma massa espiritual de enormes poderes que não tem forma nem figura fixa. Vale-se de espíritos vassalos para manifestar-se e foi o primeiro Obá (Rei) sobre à Terra.

A coroa de Oduduwá repousa no templo de Oxalufón e se coroa na casa de Obatalá, e é por isso, que Oduduwá tem o seu segredo no reino de Obatalá. Este vínculo entre ambos os orixás gera uma confusão na identificação entre eles. Oduduwá é Meji (gêmeos). Um é Odun (Olófin) e o outro é Oduwá (Oduduwá). Odun governa o céu e Oduwá a terra. O nascimento de Oduduwá conhece-se no Odú de Ifá Odi ká e se chama Odi ká Orisayé Akuesi, o que significa a “A guabina” (peixe sagrado). Os ritos a Oduduwá são muito frequentes entre os Yorubás.

Oduduwa histórico, Ilê-Ifê a origem do Mundo
Situada na Nigéria, a cidade de Ilê-Ifé é considerada pelos yorubás o lugar de origem de suas primeiras tribos. Na tradição yorubá, Ilê-Ifé é o “Berço da Terra”, é o berço de toda religião tradicional yorubá.
É considerada um lugar sagrado aonde os deuses chegaram, criaram, povoaram o mundo e depois ensinaram aos mortais como os cultuá-los.

Os estudos históricos demonstram que a origem do povo yorubá deu-se a partir de movimentos migratórios para a atual região de Ifé. O maior destes movimentos migratórios é conhecido e denominado pelos estudiosos como a “Migração Oduduwa”. Esta migração foi composta por um povo proveniente das regiões islâmicas, que em virtude de perseguições religiosas procurava um lugar seguro para manifestar-se.

Eram chefiados por Oduduwa, um líder poderoso, dono de uma forte reputação e com uma personalidade que a tudo dominava. Por serem um grupo muito grande, dominaram os primitivos habitantes da região.

Com o passar do tempo as duas culturas absorveram-se mutuamente transformando a região em um centro cultural e artístico de grande expressão, desenvolveram a religião tradicional e Ifé tornou-se uma cidade sagrada sendo gradualmente reconhecida como o centro da criação. Este processo, entretanto, não se deu sem a reação e resistência dos habitantes naturais da região.

Naquela região existia o povo Igbò, que era comandado por Obatalá. Obatalá, que mais tarde foi intitulado Oxalá, era o guardião da moral e preservador da família tradicional. A quebra de alguma norma exigia a confissão diante dele seguida de uma prescrição de penitências e sua palavra era incontestável.

Oduduwa não reconheceu o comando de Oxalá e progressivamente estendeu seu domínio na região. Existem relatos de que nesta época houve a formação de uma sociedade secreta chamada Ogboni, que surgiu como forma de resistência e de proteção das instituições nativas em uma forma de oposição secreta aos invasores. Contudo, Oduduwa conseguiu se impor espalhando o seu poder e fundado diversas cidades, entre elas, Ilé-Ifè. Influenciou os costumes, a linguagem e foi pai de inúmeros reis. Não obstante, houve assimilação mútua entre o elemento novo e o elemento local, com resultado favorável terminado com o rigor entre as partes opostas. Morreu cega, vítima de uma doença nos olhos. Após sua morte, tornou-se objeto de um culto ancestral ocupando um lugar destacado no panteão yorubá. Ao contrário de Oduduwa, Oxalá nunca foi um guerreiro. Ele foi feito para a paz, para a manutenção da ordem e da vida íntegra. Nos momentos em que foi forçado a lutar, o fez por necessidade impelido por seus inimigos. Foram construídos templos para ambos em Ifé e, ainda nos dias atuais, quando ocorre a entronização de um rei o seguinte ritual é obedecido:

Ele é proclamado rei no templo de Oduduwa, mas é coroado no templo de Oxalá.

Oduduwa mitológico – a criação do mundo.
Nos parágrafos acima relatamos os fatos históricos obtidos através dos relatos catalogados por historiadores. Passaremos agora a relatar a origem mitológica do mundo a partir da teologia yorubana. A cultura africana é essencialmente passada através das gerações de forma oral, o que inexoravelmente gera deturpações da forma original através do tempo e desta forma, a sucessão cronológica dos fatos é alterada, os acontecimentos tomam dimensões oníricas onde fatos históricos se misturam ou são adequados ao entendimento e verbalização dos elementos daquela cultura.

Conta o mito da criação que Olorum, o ser supremo dos yorubás que vive num universo paralelo ao nosso conhecido como Orum (céu), resolveu incumbir Orixalá, (o grande orixá), também chamado de Obatalá, de criar e governar o Àiyé (a Terra, o nosso universo conhecido).

Olorum entregou a Obatalá a sacola da existência, a qual continha todas as coisas necessárias para a criação da Terra. Como manda a tradição, antes de iniciar a viagem Obatalá consultou o oráculo, e este lhe orientou a fazer oferendas à divindade Exu, mas por alguma razão Obatalá decidiu não efetuar as oferendas prescritas e partiu para a sua missão, mesmo sabendo de que agindo assim infortúnios poderiam ocorrer.

Durante a viagem Obatalá sentiu muita sede e ao encontrar um dendezeiro, furou o caule com o seu cajado e extraiu o vinho de palma. Bebeu tanto que se embebedou e adormeceu.

Preocupado com a demora de Obatalá, Olorum enviou Oduduwa para verificar o que teria acontecido.

Ao encontrar Obatalá adormecido junto ao dendezeiro, Oduduwa retornou com a sacola da existência para levá-la a Olorum. Este ordenou que Oduduwa completasse a tarefa de criação do mundo. Antes de partir, Oduduwa consultou o oráculo e fez as devidas oferendas. Enquanto Oduduwa criava o mundo, Obatalá despertou e dando pela falta da sacola da existência retornou para contar o ocorrido a Olorum que o repreendeu pela teimosia em não efetuar as oferendas prescritas, proibiu que fizesse uso do vinho de palma e do azeite de dendê e o fez encarregado de modelar o barro para a criação dos seres humanos.

Oduduwa criou tudo o que era necessário e delegou poderes às divindades que o seguiram para governarem a criação. Voltou ao Orum, e só retornaria quando tudo estivesse realmente concluído. Obatalá, que tinha ficado no Orum com seus seguidores, já tinha moldado corpos suficientes para povoar o inicio do mundo e foi para o Àiyé, com seus seguidores, fato que ocorreu antes da volta de Oduduwa para o Àiyé. Quando Oduduwa retornou ao Àiyé, fundou a cidade de Ilê-Ifé, tornou-se rei do povo yorubano e a cidade se tornou a morada dos deuses e dos novos seres.

Oduduwa guerreiro teve muitas esposas e a sua grande descendência deu origem a diversos clãs, que reunidos, formam o povo yorubá. Os filhos, netos ou bisnetos de Oduduwa, os deuses, semideuses e/ou heróis, formaram a base da nação yorubá, é por isto que Oduduwa é aclamado como “O Patriarca dos Yorubás”.
Oduduwa faz parte de um grupo de orixás conhecidos como orixás funfun (orixás do branco, que se vestem de branco, orixás da criação), do qual Oxalá faz parte junto com outros orixás.

Estes orixás são os orixás primordiais, aqueles que participaram da criação do mundo e dos seres humanos. Enquanto Oxalá vibra nos elementos ar e água, Oduduwa tem personalidade mais enérgica e vibra nos elementos terra e fogo. Muito pouco se sabe a respeito dos elementos e procedimentos a serem seguidos para o culto a Oduduwa. É um orixá que raramente responde no jogo de búzios e não se tem relatos de filhos de Oduduwa que entrem em transe.

Os antigos costumes orientam que quando uma pessoa é de Oduduwa, o orixá que é feito é Oxalufan ou Xangô Airá. Oduduwa está presente nos movimentos migratórios dos homens e dos animais, é o orixá que rege a busca incessante do homem pela segurança e pelo bem estar, está presente em toda articulação
política e militar, protetor de todos os que sofrem perseguição religiosa e patrono de todos aqueles que têm como maior arma a inteligência.

É reverenciado na sexta-feira, sua cor é o branco. Suas guias são brancas fechadas com firma branca com pontos pretos. É sincretisado com Nosso Senhor dos Passos, utiliza as ervas de Oxalá,
porém suas ervas principais são o peregum verde e amarelo e a espada de São Jorge; sua oferenda consiste em canjica branca enfeitada com cravos da Índia. Apresenta-se como um guerreiro idoso
que apesar da idade ainda empunha a espada. Sua saudação é Oba Orum Oduduwa!

Foi Oduduá quem criou a terra e todo o universo como o conhecemos e, ao lado de Obatalá, possibilitou o surgimento da vida.

Eu parto pela vertente que considera Oduduá, divindade masculina da criação de toda matéria, origem da vida. Senhor do universo, gerador da terra. Ele é considerada, ao lado de Obatalá como espiritos primordiais e propulsor da criação. Cada um foi incumbido de determinadas funções no papel da criação do Aiê, o universo incluindo o mundo em que vivemos.

Mitologia

África
Oduduwa (do iorubá Odùduà) é mais personagem histórico do que orixá; guerreiro temível, invasor e vencedor dos igbôs, fundador da cidade de Ilê-Ifé e pai de reis das diversas nações iorubás.

Odùduà tornou-se objeto de culto após sua morte, estabelecido no âmbito dos cultos dos ancestrais, mas não como divindade. As pessoas que cultuam Odùduà não entram em transe, característica fundamental no culto dos orixás

Em uma interpretação muito difundida entre estudiosos mas é totalmente sem fundamento, o Padre Baudin feminilizou Odùduà para fazer dele a companheira de Ọbàtálá, ignorando que este papel era desempenhado por Yemowo.

Falamos acima da criação do mundo por Oduduá em Ifé e da rivalidade que o opôs a Obatalá (Orixalá), de quem roubou o saco da criação. Os nomes desses orixás aparecem impressos pela primeira vez, que eu saiba, em 1852, no vocabulário da língua iorubá

O autor indica em rubricas separadas, por um lado, que "Oduá ou Oduduá é uma deusa de Ifê, tida como a suprema deusa do mundo". Por outro lado, indica que "Obatalá (é) a grande deusa iorubá, a artesã do corpo da matriz" Ao mesmo tempo, Orixalá é indicado como sendo "a grande deusa Obatalá" Já falamos da tendência de Crowther a chamar os deuses de deusas, mas é evidente que nos encontramos na presença de duas divindades distintas: Oduduá e Obatalá (Orixalá).

O padre Baudin despoja em seguida Obatalá e Oduduá de seu caráter hermafrodita para separá-los "em duas divindades perfeitamente distintas", que são então representadas separadamente: Obatalá sob a forma de um guerreiro e Oduduá sob a forma de uma mulher amamentando uma criança.

Para melhor completar o sistema dualista do tema da falsa dupla Oduduá-Obatalá e o tornar comparável à do Yang e do Yin chinês, não hesitou em aproximar a "deusa" Oduduá de dudu negro em iorubá, para a opor a funfun "Os Òrìṣà Funfun", a cor branca de Obatalá. Mas não levou em conta as diferenças de tons (de uma importância primordial em iorubá) existentes entre essas duas palavras.
Trata-se de um sistema dualista, mas correspondente, como vimos, ao casal Orixalá-Yemowo, visível sob a forma de estátuas instaladas lado a lado no ilésin, lugar de adoração do templo de Obatalá em Idetá-Ilé, no bairro Itapa em Ifé, "No Templo de Ọbàtálá: Ìdèta-Ilé") muito diferente do casal Orixalá-Oduduá que, unicamente para o padre Baudin e seus discípulos, seria constituído por dois elementos machos. A tradição de Ifé não deixa nenhuma dúvida sobre o caráter agressivo, hostil, antagônico, das relações existentes entre Orixalá e Oduduá, que longe de uni-los num casal geneticamente estéril, os separa e os opõe como se depreende da história antiga do povo Iorubá.

O nome Oduduá tambem pode se referir ao guerreiro viril, vencedor dos Igbo, fundador de Ifé, pai de numerosos reis "As Esposas de Odùduwà" e "Descentes de Odùduwà: filhos e/ou netos") e soberano de diversas regiões iorubás. Nesse caso se refere à uma figura masculina já em tempo posterior.

Brasil
Odudua é a orixá da criação primordial, anterior à Oxalá, tendo criado a terra e os seres vivos. Oxalá criaria posteriormente o ser humano a partir do barro. Também se refere à um orixá em lenda posterior ,Odùduà - Oduduwa - Odùduwà, que foi um rei que teria vindo do leste no momento das correntes migratórias causadas por uma invasão berbere no Egito. Segundo Pierre Verger, esse fato provocou deslocamentos de populações inteiras, expulsando-se progressivamente umas às outras, em direção ao oeste, para terminar em Borgu, também chamada região dos Baribas. O rei Oduduwa ou Oduwa, era o pai de Oranian o fundador de Oyo.

Fechou esse casal Ọbàtálá-Odùduà numa cabaça e construiu, partindo desta afirmação inexata, um sistema dualista, recuperado com proveito por posteriores estruturalistas, onde “Ọbàtálá (macho) é tudo o que está em cima e Odùduà (pseudofêmea), tudo o que está embaixo; Ọbàtálá é o espiritual, e Odùduà a matéria; Ọbàtálá é o firmamento e Odùduà é a terra”.

Cuba
Odudua ou Odua é um orixá e rege os segredos dos Eguns e Iku (a morte). Sua representação material alude à formação do mundo, incluindo os reinos animal, vegetal e mineral. Vive nas trevas profundas da noite e tem um só olho fosforescente. É uma massa espiritual de enorme poder que não tem forma nem figura.

Vale-se dos espíritos para manifestar-se. Seu receptáculo é um cofre de prata, com cadeado, no qual se guarda o segredo que se montou na cerimônia de entrega, envolvido em algodão de sumaúma e colocado bem alto.

Lenda
No princípio de tudo, no começo da existência, quando não havia separação entre Céu e Terra, dois Orixás viviam juntos dentro de uma cabaça, mas só que eles viviam extremamente apertados um contra o outro, Orixá Odudua embaixo e Orixá Obatalá em cima. Os dois tinham 7 anéis que pertenciam aos 2 Orixás. A noite eles pegavam os anéis e colocavam seus anéis. Só que na hora de ver com quem ia ficar a maior parte dos anéis (4 para um e 3 para o outro). Aquele que dormisse por cima Ficaria com quatro anéis e o que ficasse por baixo ficaria com os 3 anéis.
Chegando um belo o Orixá Odudua (Oduduwa), deusa da terra, queria dormir por cima para poder usar os quatro anéis que Obatalá sempre usava. Obatalá muito egoísta, o deus do Céu, não aceitou. Tal foi a luta que começou entre os dois Orixas. A briga foi tamanha lá dentro que a cabaça acabou por ser romper e quebrar a cabaça em duas metades. A parte de baixo da cabaça, com Orixá Odudua (Oduduwa), permaneceu embaixo, enquanto a parte superior, com Obatala ficou em cima, separando-se assim o Céu da Terra.
No começo da existência, bem no começo de tudo, Obatalá, deus do Céu, e Odudua, Deusa da Terra, viviam juntos. O desentendimento e a briga pelos anéis os separou e por isso a distância entre o céu e a terra para que não haja mais briga.

Em outra história se fala do “Reino de Oduduwá”. As palavras ditas por Olóifin:

“Posto que Eu não sou para ser adorado por Yalorixas , Babalorixás e nem Iwóros (adeptos), permito que por mim, na Terra, adorem a Oduduwá que é o Orixá maior para todos os Oloshas (Omo Orixas), como assim é o Igbá Odú (a representação de DEUS) para todos os Babalawós.

Esta divindade por ser uma divindade criadora, é um Orixá que quando fala é determinante, é uma sentença, quer dizer, por exemplo, em um Itá de orixás permite-se corrigir faltas das pessoas, mas no Odú dado por Oduduwá não há essa possibilidade, já que a palavra de Oduduwá é Lei. Isso ocorre porque este Orixá quer evitar que cometamos os mesmos erros que vínhamos cometendo. Quando nos dá um Odú de orientação, nos recomenda a fazer as melhores coisas do signo, pois somos humanos e temos o livre arbítrio, nos permitimos a errar, cometer faltas. No entanto, os Orixás nos perdoam uma e outra vez, enquanto que Oduduwá não nos perdoa, porque senão escolhermos o lado positivo da orientação dada por ele, nós tropeçaremos nos Osogbos (negativos) do Odú marcado, já que somos donos de nosso destino.

Caracteristicas
Oduduá não enxerga pelos olhos, mas por outros sentidos dotada de temperamento terrível, de difícil convivência.

É senhora de grande inteligência, de autoritarismo e poder de dominação pela força, sobre tudo e sobre todos.
Temperamental, lasciva, consciente do imenso poder que tem em suas mãos.

Não suporta a beleza das coisas, da saúde, da prosperidade alheia, que pode provocar a sua ira e uma vingança implacável.

Diz o mito que Oxalá arrancou os seus olhos acometido por um estranho ataque de fúria, em virtude da sua tagarelice de mulher, que tinha voz muito estridente e desagradável.
Ela não parava de falar, queixando-se da vida aos berros.
Oduduá é dotada de temperamento terrível, de difícil convivência.

Nunca se sabe como agradá-la.

Nos primórdios diz a lenda, Olórum concedeu a Oduduá total poder sobre o universo e os demais orixás, entregando-lhe simbolicamente uma cabaça e um pássaro de metal.
Mas Oduduá passou a reinar de forma cruel e por qualquer motivo mandava arrancar os olhos e o coração das criaturas.
Oludamaré, precupado tirou parte do poder de Oduduá e entregou a Oxalá, restabelecendo a justiça e a misericórdia.
Oduduá a senhora do poder feminino assemelha-se em alguns aspectos a Odu-iami oxoróngo, -terrível, fria, e sem coração, guardiã do poder e da vida dos habitantes do aiê, seu habitat, para a infelicidade dos mortais.

Arquetipo
O tipo psicológico do filho de Oduduá, do ponto de vista físico, é semelhante ao tipo Oxalá.

Arquétipos, franzinos, nervosos e secos como a terra. Mas ao contrário do tipo Oxalá, os filhos de Oduduá são violentos e agressivos, fechados, inseguros e angustiados, tornando-se às vezes susceptíveis, impacientes, intolerantes e desconfiados.

Invejosos, vingativos, perseguem aqueles cuja felicidade ou êxito é para eles uma afronta.
Sabem manipular os outros e toda sua força está em uma inteligência curiosa, de senso crítico e de ironia ferina. É dominador, autoritário e no trabalho é exigente, perfeccionista e minucioso.

Seu arquétipo é o de pessoas de vontade de ferro, teimosos em suas apreciações, artistas ou dedicados às letras, de grande capacidade intelectual, reservados, tranquilos, que não se arrependem de suas decisões. Aqueles que o têm assentado não devem discutir nem elevar a voz à sua frente, nem realizar mais de duas coisas ao mesmo tempo.

É saudado com o grito "¡Aremú Oduduwá, Jekuá!"