A Umbanda
(Parte 11º de 13 partes)
Quarto Fundamento
Pluralidade das Entidades Espirituais
(Parte 11º de 13 partes)
Quarto Fundamento
Pluralidade das Entidades Espirituais
É conceito firmado em quase todas as Religiões, a existência de Entidades Espirituais, umas acima e outras abaixo, da escala evolutiva do Homem. Há nessa cadeia, Entidades Sublimes, pelas suas perfeições, que formam uma verdadeira Hierarquia Espiritual, que cuidam e guiam a evolução de “Entes” em estágios inferiores aos seus.
Para nosso estudo, entende-se como ‘Entidades Espiritual”, todo o “Ente”que não mais possua seu Corpo Físico, ou que nunca o teve.
Classifica-las, ordena-las, é tarefa muito difícil por sua complexidade, porém, como cunho didático, salvo melhor, é satisfatória a que segue:
Entidades Espirituais com Ego -"Egum":
Neste grupo se situam as formas Espirituais que tiveram Corpo Físico como nosso, e que são atidas por sua essência – O Espírito.
Na Umbanda tomam o nome genérico de “Egum”-Espírito de Morto. Tome-se o termo “morto” como desencarnado.
Entidade Humana sem Ego:
São resíduos dos corpos do homem, que militam em plano inferior, comumente no Astral, enquanto que o Êgo, o Espírito, com os demais corpos superiores, encontram-se em plano mais elevado. Para melhor entendimento, poderemos agrupa-los em:
A) Sombras:
Compreenda-se por “sombras”, as entidades espirituais, não mais animadas pelo Êgo Superior, mas, que por falta de libertação, o seu Êgo inferior não foi absorvido totalmente, ficando, pois, este “Ente Hiper-Físico” vitalizado, apenas, por seu reflexo. Estes Entes Espirituais não tem consciência de si mesmo como “Personalidade”, pois, na sua inteligência limitada, “supõem-se ser o indivíduo de que fez parte, transitoriamente, como um de seus corpos”.
A duração de uma “Sombra”, como entidade independente, vária com a intensidade do Espírito Inferior do indivíduo que o animava, mas vai diminuindo, lentamente, em sua atividade inteligente até reduzir-se a atos instintivos. Prestam-se, estas “Sombras”, para as mistificações freqüentes em reuniões Espíritas, bem como, por suas tendências más já que lhes restam só o Corpo Emocional, por serem Entidades do Astral, para operações de “Magia Negras”.
B) Invólucros Cascão:
O invólucro é um cadáver do plano que pertence. É o que resta, no plano, daquilo que foi veículo do Espírito, em sua fase última de desintegração, ou melhor, quando os estão abandonando as últimas partículas do plano imediatamente superior e, quase sempre, “é o que resta do que foi uma “Sombra”. Mas, o Cascão, ao contrário da Sombra, não tem consciência e inteligência de qualquer espécie, vagueiam, por assim dizer, em correntes no plano que pertencem . Acontece, porém, que quando entram no campo de atração de um “médium”, reproduzem as expressões e até mesmo a letra daquele que serviu como um dos seus corpos. Mas, são atos automáticos, que devido a qualquer excitação, tendem a repetir, mecanicamente, os movimentos habituais. Às vezes, achamos inteligência nos “Cascões”, que de fato a tem, mas, não sí próprio, como poderia parecer à primeira vista e, sim, provenientes do “médium” que o aciona ou das Entidades com Êgo Superior, que lhes emprestam a inteligência, por momentos. Os invólucros podem ser vitalizados, quer por pensamentos humanos, quer por Entidades Espirituais. Em geral, esta vitalização visa o mal, pois são de fácil manejo e servem como ação na Magia do Vood e do Obeah . No entanto, sua vitalização pode ser para o bem, quando utilizada como roupagem de Entidades Espirituais Superiores.
A sua conservação, principalmente, no plano Astral, feita artificialmente, é Lícita, quando para fins benéficos, mas, requer conhecimentos de “Umbanda Esotérica”.
C) Corpo Etéreo ou Vital:
Como o “Cascão”, também é um cadáver, porém, pertencente a parte Etérea do plano Físico. Difere do “invólucro”, por não vaguear daqui para ali, e sim, por manter-se a pouca distância do Corpo Físico em decomposição – É o fantasma dos cemitérios.
Está categoria, também, é desprovida, completamente, de inteligência e de consciência. A sua utilização é uma das formas mais “Horríveis na Magia Negra”.
D) Essência Elemental:
É massa que permanece nos planos evolutivos e que pertencente a nossa evolução, reage aos pensamentos humanos. Existe uma outra espécie de “Essência Elemental”, em Umbanda, se faz através de cerimonial mágico, por “Entidade Espiritual” evocada para tal, ou pelo “Mago”.
E) Espirito Grupo:
Os minerais, as plantas e os animais não tem espíritos individualizados e, sim, coletivos cuja sede é o plano “Mental”. Estes Entes, pouco a pouco ganham a sua individualidade. Basta observar o grau de evolução que separa um animal selvagem de um doméstico.
F) Espirito da Natureza- Elementares:
São Entidades Espirituais que muito diferem das demais, pois nunca foram, nem são, nem hão de ser membros de uma humanidade como a nossa, por terem evolução completamente diversa . Somos apenas companheiros evolutivos no mesmo planeta Terra . Estas Entidades são mais evolutivas que a “Essência Elemental”, mas guardam entre si, a sua classificação primária, que é septenária, como tudo no Cosmos.
Classificam-se em “Sete Classes” que ocupam os mesmos “Sete Estados” coesivos da “Matéria”, e que são: Os Espíritos da Terra; Os Espíritos d’Água; Os Espíritos do Ar; Os Espíritos do Fogo; Os Espíritos dos três Estados Etéreos .
São Entidades Astrais e algumas Etéreas, com inteligência, que habitam e funcionam em cada um desses meios . O Umbandista pode e sabe utilizar os seus “Serviços”, mas com parcimônia e muito conhecimento de causa.
Nota: Como aviso de prudência, não se deve evocar tais Entidades, através de promessas, em troca de algo material, ou, ainda, o que é pior, utilizando influência que lhes obriguem “Obediência”. Muita “Calma e Conhecimento” no trato com “Elementares”.
G) Orixa ( Òrìsà):
É o “Deva” do Hindu, o Anjo Ocidental. É a classe de Entidades Espirituais de Maior Evolução que tem contato com a Terra . Apesar de sua relação conosco, não estão confinados nos seus limites, porque o conjunto dos Sete Universos que constituem a nossa cadeia planetária, é o campo evolutivo daqueles de maior elevação.
Nunca encarnaram como nós, e o processo evolutivo é bem diverso do nosso . Foram uma grande hierarquia espiritual, desde os que militam no plano físico ( etéreo), astral e mental do nosso planeta, até os grandes Orixás Cósmicos, regentes de Universo . E, então, estaremos na presença do “Único Orixá – Olorun”.
Entretanto, embora pertençam a uma cadeia evolutiva mais elevada que a da Humanidade, não quer dizer que não haja Orixás menos evoluídos que certos Entes Humanos .
H) Entidades Espirituais Artificiais:
Consideram-se como Entidades Espirituais Artificiais, aquelas produzidas pelos pensamentos humanos. A mais levada ação de pensar, faz com que a Essência Elemental se agite . No entanto, se o pensamento é mais intenso a Essência Elemental ganha forma que dependerá do tipo de pensamento emitido, e a sua duração, da intensidade do pensamento .
Claro está que o pensamento inconsciente, aquele sem rumo certo, já produz pequenas vagas e minúsculas formas, naturalmente no plano que afine. Entretanto, quando o pensamento é dirigido, repetido muitas vezes, estas formas corpo, podendo ser alimentadas pelo seu “Criador”, e mesmo aumentadas, já que são produtos de pensamentos conscientes .
As vezes, formam verdadeiras correntes nos planos onde foram criadas e denominam-se “Noures” ( termo de Ubaldi).
Ao conjunto de pensamentos de um recinto, é o que se denomina Egrégora.
Por vezes, um espírito de natureza, um elementar, os anima agindo como um Ente Inteligente. As ondas de pensamentos, a forma pensamento ou forma vitalizada por elementar e a Egrégora, são utilizadas na Umbanda seguidamente.
É de bom alvitre, para com os Espíritos da Natureza, o “Profundo Conhecimento de Parte do Umbandista”, no seu manejo, para evitar males muito comuns provocados por neófitos e imitadores de rituais.
Assim, a Umbanda, esotéricamente, é a Egrégora do Planeta. É, pois, “O Conjunto dos pensamentos emitidos pela Humanidade através do tempo”.
Quinto Fundamento
As Linhas de Umbanda
O estudo das Linhas de Umbanda,é deveras complexo e extremamente importante para a “Consolidação da Umbanda”, e não dogmatização, pois a Umbanda não tem “Dogmas”e sim “Fundamentos Evolutivos”.
Alguém já disse : “A Umbanda Muito se dá ou tudo se lhe tira”.
Eis, pois, a primeira dificuldade que parte de sua origem universal ou brasileira.
A segunda, prende-se ao seu trino aspecto de filosofia, ciência e religião e a concordância destes aspectos na unidade de Linhas.
Desde logo, devemos preterir aqueles que formulam arranjos hipotéticos fora da razão, da lógica e do conhecimento. Destas premissas, brota a compreensão que haverá muitas “Linhas” que vão depender de seu apoio conceitual, tomados em conjunto ou separadamente.
Desta forma, nascem as chamadas “Linhas práticas Devocionais, de Cabloco, Africanas. de Santo Católico, de Orixá, mitológicas ou Histórico- Mitológicos, Esotéricas Orientais ou Ocidentais, de "Quibanda", etc...
Linhas Práticas ou Devocionais:
Quando se situa a Umbanda como, religião independente de suas origens, ressalta ao observador, seu sincretismo e suas fazes ecléticas. Assim, a Umbanda seria formada por fragmentos de cultos religiosos, onde, aqui e ali há a predominância deste ou aquele, por formação ou escolha eclética.
Estas “Linhas”são constituídas, por agrupamentos de regras ditadas por “Chefe de Cultos” ou por “Entidades Espirituais” responsáveis por eles. Daí, haver tantas “Linhas” quantas forem as idealizações ou necessidades, ambientais das reuniões.
As “Linhas Práticas Devocionais” são livres. Cada Chefe, possivelmente cria a sua “Linha”. Nelas podem ser enquadradas as de “Caboclos”, as de “Africanismo” ou de “Pretos Velhos”, as de “Santos Católicos”, as de “Orixás”e, assim, nada mais são do que “Sistemas de Trabalhos”.
Sobre estas modalidades de reuniões, nada há a criticar. Somente, somos de parecer que não constituem “Linhas de Umbanda”. São “Sistemas de trabalho”. Cada um realiza dentro seu “Ritimo”, de, “Processo Espiritual”, ou na dependência da “Coletividade” que comanda ou pertence, sua maneira de trabalho.
Linhas Histórico-Mitológicas::
A filosofia da história, a história, a “Cosmogonia”e a comparação dos “Mitos dos Povos”, trazem novas concepção de agregamento que vão constituir as “Linhas de Umbanda Histórico-mitológicas”.
Enquanto que as “Linhas Praticas” ou “Devocionais” são formuladas sem regras fixas e variáveis no tempo, as “Linhas Histórico-Mitológicas” tem método distinto, pois seguem a conjuntos de conjuntos de conceitos universais em comparação lógica. Estas, naturalmente entram em choque com as primeiras, pois e de probabilidade mínima coincidirem: “vontade de acertar com cronologia histórica e crônica mitológica”.
Linhas de Quimbanda:
Sobre esta, “lembramos” que são sete as cabeças da besta do apocalipse . Tais cabeças representam os sete instintos baixos do Homem, os sete vícios capitais da Igreja Católica :
Soberba;
Avareza;
Luxúria;
Ira;
Gula;
Inveja;
Preguiça.
Logo, alguém que tenha juízo e queira fazer um quadro esquemático com as “sete linhas de quimbanda”, é melhor que aproveite os nomes acima e dêem aos seus respectivas Entidades da Quimbanda. As sete “Linhas da Quimbanda”, se existem, estão dentro dos vícios de cada Homem . É, lamentável, pela incapacidade de muitos “Chefes de Terreira”, hoje, substituindo certos fundamentos da Quimbanda, em troca por “Giras de Kiumbas”, onde possibilita a infiltração dos vícios como: Cachaça, cigarros, charutos, maconha, e outras. Saiba mais profundamente sobre A Kimbanda.
Com a finalidade de conquistar novos adeptos e, fazer exploração através destes vícios, um meio lucrativo. Não desejando generalizar, ou seja, nem todas as Terreiras de Umbanda se utilizam deste expediente. Que, em, futuro próximo, a tendência é prejudicar aquém realmente não se utiliza destes rituais, que na verdade é um passo para “Magia Negra”.
Linhas esotéricas:
As Linhas Esotéricas, ou mais precisamente, Linhas Esotérica Oriental, têm por base a constituição planetária: Sol, Mercúrio. Vênus, Júpiter, Marte, Saturno e Lua, onde estes planetas não são “Santos”, “Entidades” ou “Orixás”, ou não foram classificados como tais. Senão vejamos:
a) Não há matéria sem Espírito que a anime;
b) A Filosofia Oriental afirma a existência de “Raios”de personalidades encarnantes, os “Temperamentos”;
c) A Cabala dos Hebreus nos ensina que os planetas representam as forças físicas de seus “Anjos”, e que os “Sete Planetas”são símbolos hieroglíficos de nossas afeições.
Portanto, se pode estabelecer uma correspondência “Básica entre Orixá, Planeta e Raios”- Temperamentos.
O Búzio dá o Orixá.
A Astrologia dá o Ascendente.
O Esoterismo Oriental dá o Raio.
Será uma mesma coisa? - Quem sabe o “Prisma” é o mesmo e vamos cores diversas da mesma “Luz Branca”.
Linha Mágica:
A Umbanda também é magia, por isso, melhor seria dizer “Linha Mágica de Umbanda”, linhas traçadas pelo raciocínio, através do Saber que é a “Magia da Ciência”, com os recursos da “Metafísica”, da “Tradição”, da “História”, das “Mitologias dos Povos” e das “Cosmogonias Religiosas”, e que se originam do “Uno”, “Olorun”, na sua restrição astrológica.
Como Hermes : “Assim como é em cima é em baixo”. Como Olorun é Uno, Trino e Septenário, assim, também, o nosso Universo, o Sistema Solar é Uno, Trino e Septenário.
Obatalá, o Orixá-Deus, é o Uno do nosso Sistema, cujo domínio é de todos os planos com permanência no primeiro, o “Ádico”o “Plano Divino”, e constitui-se nos aspectos: Oxalá – Xangô – Oxu, que por desdobramento, chegam até nós, por formação no Septenário constituindo os “Sete Orixás Criadores”, pertencentes aos Planos Nirvánico e Búdico, e que são, “As Sete Linhas Mágicas da Umbanda”:
Oxalá – Xangô – Yemonjá – Ibaije – Ogum– Okê – Oxum, que formam no “Plano Mental Superior”, o “Casual”, as “Doze Hierarquias Criadoras”, até chegarem aos “Planos Astral e Físico- Etéreo”, onde se passam os fatos comuns da Umbanda.