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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A HISTORIA DO BAIANO ZÉ DO COCO

A HISTORIA DO BAIANO ZÉ DO COCO


domingo, 27 de outubro de 2019

A HISTORIA DA BAIANA ROSALINDA

A HISTORIA DA BAIANA ROSALINDA


sexta-feira, 25 de outubro de 2019

A HISTORIA DO BAIANO TOMAZ

A HISTORIA DO BAIANO TOMAZ


quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Baiana do Balaio


Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista, com sotaque característico. Gostam de conversar e contar causos, mas também dão broncas.
São “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversam bastante, falam baixo e manso, são carinhosos e passam segurança ao consulente.

Entre os nomes mais populares de baianos estão:

 
Severino da Bahia, Zé do Coco, Zé da Lua, Simão do Bonfim, João do Coqueiro, Maria das Graças, Maria das Candeias, Sete Ponteiros, Mané Baiano, Zé do Berimbau, Maria do Alto Do Morro, Zé do Trilho Verde, Maria do Balaio, Maria Baiana, Maria dos Remédios e Zé do Prado.
Alguns dos baianos supostamente foram cangaceiros do bando de Lampião, associados no imaginário popular à luta contra as injustiças sociais. Incluem, além do próprio Lampião, Corisco, Maria Bonita, Jacinto, Raimundo, Cabeleira, Zé do Sertão, Sinhô Pereira, Chumbinho e Sabino.
Têm sido associados aos baianos também os “malandros”, inspirados no tipo tradicional do malandro carioca, possivelmente as entidades mais ambivalentes da Umbanda, visto aparecerem também como exus. O mais conhecido é Zé Pelintra, ao qual se associam Zé Navalha, Sete-Facadas, Zé-da-Madrugada, Sete-Navalhadas, Zé da Lapa e Nego da Lapa, entre outros.

Baianos

Saudação:  É da Bahia, meu Pai!
O Baiano representa a força do fragilizado, o que sofreu e aprendeu na “escola da vida” e, portanto, pode ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do nordestino migrante,  parece ser  responsável  pelo fato de   os baianos terem se tornado uma entidade de grande freqüência e importância nas giras de todo o país, nos últimos anos.

Os baianos da Umbanda são pouco presentes na literatura umbandista. Povo de fácil relacionamento, comumente aparece em giras de Caboclos e pretos velhos, sua fala é mais fácil de se entender que a fala dos caboclos. Conhecem de tudo um pouco, inclusive a Quimbanda, por isso podem trabalhar tanto na direita desfazendo feitiços, quanto na esquerda.


Quando se referem aos Exús usam o termo “Meu Cumpadre”, com quem tem grande afinidade e proximidade, costumam trazer recados do povo da rua, alguns costumam adentrar na Tronqueira para algum “trabalho”.
Enfrentam os invasores (kiumbas, obsessores) de frente, chamando para si toda a carga com falas do gênero “venha me enfrentar, vamos vê se tu pode comigo”.
Buscam sempre o encaminhamento e doutrina, mas quando o zombeteiro não aceita e insiste em perturbar algum médium ou consulente, então o Baiano se encarrega de “amarrá-lo” para que não mais perturbe ou até o dia que tenha se redimido e queira realmente ser ajudado.
Costumam dizer que se estão ali “trabalhando” é porque não foram santos em seu tempo na terra, e também estão ali para passarem um pouco do que sabem e principalmente aprenderem com o povo da terra. São amigos e gostam de conversar e contar causos, mas também sabem dar broncas quando vêem alguma coisa errada.
Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé.
Os Baianos na Umbanda são “doutrinados”, se assim podemos dizer, apresentando um comportamento comedido, não xingam, nem provocam ninguém. Os trabalhos com a corrente dos Baianos, trazem muita paz, passando perseverança, para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena.
A Entidade pode vir na linha de Baianos e não ser necessariamente da Bahia, da mesma forma que na linha das crianças nem todas as entidades são realmente crianças.
Os Baianos são das mais humanas entidades dentro do terreiro, por falar e sentir a maioria dos sentimentos dos seus consulentes. Talvez por sua forma fervorosa de se apresentar em seus trabalhados no terreiro, aparentem ser uma das entidades, mais fortes ou dotadas de grande energia (e na verdade são), mas na umbanda não existe o mais forte ou fraco são todos iguais, só a forma do trabalho é que muda. Adoram trabalhar com outras entidades como Erês, Caboclos, Marinheiros, Exús, etc.
São grande admiradores da disciplina e organização dos trabalhos. São consoladores por natureza e adoram dar a disciplina de forma brusca e direta diferente de qualquer entidade.

Características dos Baianos

Comidas:  Coco, cocada, farofa com carne seca.
Bebem:  Água de coco, cachaça, batida de coco.
Fumam:  Cigarro de palha.
Trabalham:  Desmanchando trabalhos de magia negra, dando passes, etc,. São portadores de fortes orações e rezas.
Alguns trabalham benzendo com água e dendê.
Cor: laranja ou qual for definida pela entidade
Apresentação: Usam chapéu de palha ou de couro e falam com sotaque característico nordestino. geralmente usam roupas de couro.
Nomes de Alguns Baianos: Severino, Zé do Coco, Sete Ponteiros, Mané Baiano, Zé do Berimbau, Maria do Alto do Morro, Zé do Trilho Verde, Maria Bonita, Gentilero, Maria do Balaio, Maria Baiana, Maria dos Remédios, Zé do Prado, Chiquinho Cangaceiro, Zé Pelintra (que trabalham também na linha de Malandros).
Na linha dos baianos usam sempre muita mandinga para ajudar os zeladores da casa e os médiuns que respeitem o seu terreiro fazem e não são espalhafatosos, é aí, que aqueles médiuns que se acham os donos da verdade e acham que o terreiro foi feito pra eles, se dão mal.
Me admiro muito das pessoas que dizem que tem tanto tempo no santo e pouco conhecem essa linha que trabalham com muitas ligações com os “compadres”, é como eles chamam os “ Exús”.
Os que pensam que são muitos espertos saem do terreiro sem entender nada e nem reparam que os baianos os afastam sem maior problemas e ainda fazem que eles levem os seus piores pensamentos e seus orgulhos.
Salve! o povo baiano, salve! Zé do Coco.
Linha dos Baianos
A Linha dos Baianos é formada por Espíritos alegres, brincalhões e descontraídos. Gostam muito de desmanchar demandas. São conselheiros e orientadores e gostam muito dos rituais em que trabalham, girando e dançando com passos próprios.
Agradecem às festas que lhe são oferecidas; bebem batida de coco e comem comidas típicas da cozinha baiana.
O Povo Baiano vem ao Terreiro para trazer seu Axé, sua Energia Positiva. A gira é sempre muito animada. São Entidades que tem muito a nos ensinar, sempre com uma resposta certeira e rápida para nossas questões.
Com seus cocos  azeite de dendê, comidas e cantigas típicas da região, realizam trabalhos em prol da evolução espiritual de todos. Por terem vivido em épocas mais recentes, são Espíritos mais próximos de nós.

Baiana Sete Saias


A Baiana Sete Saias nasceu no norte da Bahia num vilarejo chamado Pilão Furado. Era de uma família muito pobre, até que um dia sua mãe, Baiana Dolores, vendeu sua filha para uma dona de cabaré, Dona Carlita, por alguns fardos de arroz, feijão, camarão seco e banha de porco, para alimentar seus outros filhos, Maria Baiana Sete Saias, Maria Saias, Zé Sete Facão, Baiana Sete Coco. 
Sua mãe chorava muito, pois Sete Saias era a mais velha dos filhos a quem ajudava muito nos trabalhos do lar e na pesca de camarão. Ela se despediu da família e foi morar com a dona do cabaré Carlita. 
Sete Saias conta que não era mulher de cabaré, mas sim ajudava a dona Carlita na cozinha, e com os fregueses. Fazia muitas comidas como bobó, acarajé, vatapá, e outras iguarias, até que certo dia um rapaz moreno claro, olhos castanhos, cabelos cacheados e muito belo , começou a frequentar o cabaré. 
Quando Baiana Sete Saias avistou ele, foi paixão na certa, ela nunca tinha namorado. A dona do cabaré tinha muito ciúmes dela com os clientes, por ela ser muito bonita, morena com cabelos até as costas, olhos castanhos claros, sábia, educada, recatada e não aceitava nem um namoro da baiana, mas eles foram se vendo cada vês mais. Ele muito apaixonado pediu sua mão em namoro para dona Carlita. Ela disse não “nem pensar tu tá doido cabra da peste” e proibiu Baiana Sete Saias, de servir o belo rapaz apaixonado. 
Eles não se aguentavam mais de saudades quando marcaram um encontro através de sua amiga Baiana Flor. Ela escreveu um bilhete para Baiana Sete Saias e entregou ao rapaz ela disse “meu amor não consigo ficar sem você quero fugir, vamos?” Então ele respondeu “vamos amorzinho hoje de madrugada”. Naquela noite ela se deitou para dormir, mas não dormiu então quando todos foram dormir sua amiga disse: “vamos, seu amor te espera”, Baiana Sete Saias saiu rapidamente. Lá fora com um burro na carroça esperava seu amor João do Cangaço, eles saíram em disparada com o burro, mas depois de mais ou menos 30 quilômetros, dona Carlita veio atrás de cavalo correndo em disparada chamando Baiana Sete Saias aos gritos. Ela olhava para trás e dizia “vamos ela esta perto de nós vamos, vamos!” 
Em desespero eles não viram um brejo muito fundo e caíram lá. Num piscar de olhos suas vidas se foram por amor, sua dona Carlita chegou até o brejo e não avistou nada. Gritava, chorava e dizia “agora eu te dou sua liberdade”. 
Baiana Sete Saias morreu com 27 anos, virgem. 
Hoje, na Umbanda em evolução fazer a caridade entre o bem e o mal. 
Seus filhos geralmente tem medo de acidente na estrada sem saber o porquê deste medo. 
 
Ponto de Baiana Sete Saias
 
Maria baiana tem sete saias,
Para trabalhar na Umbanda.
No meio das sete saias,
Tem uma que tem mironga.
Baiana faz e não manda,
Não tem medo de demanda,
Baiana feiticeira,
Filha de Nagô,
Trabalha com pó de pemba,
Pra ajudar Babalaô.
Baiana sim,
Baiana vem,
Quebra a mandinga com dendê.

domingo, 12 de maio de 2019

PONTOS P/ BAIANOS


SALVE O POVO BAIANO
Baiano bom
Baiano bom
Baiano bom é o que sabe trabalhar
Baiano bom
Baiano bom
Baiano bom é o que sabe trabalhar
Baiano bom
É o que sobe no coqueiro
Tira o côco, bebe a água
E deixa o côco no lugar
Baiano bom
É o que sobe no coqueiro
Tira o côco, bebe a água
E deixa o côco no lugar
Oh meu Senhor do Bonfim
Valei-me São Salvador
Vamos saldar nossa gente
Que o Povo da Bahia chegou
Na Bahia sim
Diz que tem o obi
Diz que tem orobô
O que tem lá na costa
É macumba iô, Iô
Bahia
Ô África
Venha nos ajudar
Bahia
Ô África
Venha nos ajudar
Povo baiano, povo africano
Povo baiano vem cá vem cá
Quem tem baiano
Agora que eu quero ver
Firma seu ponto
Com azeite de dendê
Eu quero ver a baianada de Aruanda
Trabalhando na Umbanda
Pra quimbanda não vencer
Eu quero ver a baianada de Aruanda
Trabalhando na Umbanda
Pra quimbanda não vencer
Oi na Bahia
Ninguém pode com baiano
Quebra coco
Arrebenta sapucaia
Vamos todos sarava
Na Bahia tem
Já mandei buscar
Lampião de vidro
Oi Sá Dona
Para trabalhar... ôooo
Baiano é um povo bom e trabalhador
Baiano é um povo bom e trabalhador
Quem mexe com baiano
Mexe com Nosso Senhor
Quem mexe com baiano
Mexe com Nosso Senhor

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Zé do Cocô

Baiano Zé do Côco.

Ponto de baiano.
Baiano é um povo bom
Povo trabalhador
Baiano é um povo bom
Povo trabalhador
Quem mexe com baiano
Mexe com Nosso Senhor
Quem mexe com baiano
Mexe com Nosso Senhor    

Durante muitos anos a linha dos baianos foi renegada e os trabalhos feitos com ela eram vistos com restrições. Dizia-se que por não ser uma linha diretamente ligada às principais, era inexistente, formada por espíritos zombeteiros e mistificadores. Aos poucos eles foram chegando e tomando conta do espaço que lhes foi dado pelo astral e que souberam aproveitar de forma exemplar. Hoje se tornaram trabalhadores incansáveis e respeitados, tanto que é cada vez maior o número de baianos que está assumindo coroas em várias casas. A alegria que essa gira nos traz é contagiante. Os conselhos dados aos consulentes e médiuns demonstram uma firmeza de caráter e uma força digna de quem soube aproveitar as lições recebidas. Atualmente já temos o conhecimento de que fazem parte de uma sublinha e nessa designação podem vir utilizando qualquer faixa de trabalho energético, ou seja, podem receber vibrações de qualquer das sete principais. Têm ainda um trânsito muito bom pelos caminhos de exu, podendo trabalhar na esquerda a qualquer momento em que se torne necessário. Cientes dessa valiosa capacidade, nós dirigentes, sempre contamos com eles para um desmanche de demanda ou mesmo sérios trabalhos em que a magia negra esteja envolvida. Com eles conseguimos resultados surpreendentes. Os que não admitem essa linha como vertente umbandista defendem sua posição criticando o nome que esses espiritos escolheram para seu trabalho. Já ouvi coisas do tipo “Daqui a pouco teremos linhas de cariocas, sergipanos, etc.” Esquecem eles que a Bahia foi escolhida por ser o celeiro dos orixás. Quando se fala nesse estado, nossos pensamentos são imediatamente remetidos para uma terra de espiritualidade e magia. O povo baiano é sincrético e ecumênico ao extremo, nada mais natural que sejam escolhidos para essa homenagem de lei que é como se deve ver a questão. Vale ainda lembrar que nem todos os baianos que vêm à terra realmente o foram em suas vidas passadas, esses espiritos agruparam-se por afinidades fluídicas e dentre eles há múltiplas naturalidades. É evidente que no inicio a Umbanda era formada por legiões de caboclos, preto-velhos e crianças, mas a evolução natural acontecida nestes anos todos fez com que novas formas de trabalho e apresentação fossem criadas. Se a terra passa por constantes mutações porque esperar que o astral seja imutável? O que menos interessa em nosso momento religioso são essas picuinhas criadas por quem na verdade, não defende a Umbanda, quer apenas criar pontos polêmicos desmerecendo aqueles que praticam a religião como se deve, dentro dos terreiros, onde abraçamos a todos os amigos espirituais da forma como se apresentam.
Luiz Carlos Pereira

CARNE SECA COM INHAME PARA BAIANOS

Esta é uma oferenda que agrada bem aos baianos que trabalham com a linha de Ogum.
Você vai precisar de:
  • 3 inhames
  • 1/2 kg de carne seca
  • 1 cebola grande
  • 7 pimentas dedo de moça
  • Azeite de dendê
  • 1 alguidar de barro
Preparo:
Dessalgue a carne seca com antecedência deixando de molho em água por um dia, trocando a água de vez em quando.
Cozinhe a carne seca separadamente até que fique bem macia, depois desfie.
Cozinhe o inhame até que fique bem macio também, retire a casca, amasse bem até conseguir uma massa uniforme.
Com bastante dendê refogue a cebola (picada), a pimenta (cortada em rodelas) e a carne já desfiada, depois vá acrescentando o inhame sempre misturando bem (com colher de pau).  Você pode escolher entre as 7 pimentas, quantas usar no refogado e quantas deixar para enfeitar.
Esta oferenda vai em alguidar.

segunda-feira, 26 de março de 2018

Rosalinda: a Flor do Sertão!

Uma baiana que não era baiana.

Povo Baiano agrupa os trabalhadores espirituais que viveram no Nordeste Brasileiro, pois os estados nordestinos pertenciam à Bahia no começo da Colonização do Brasil. Por isso, a baiana Rosalinda não nasceu na Bahia. Ela nasceu no sertão nordestino, no estado de Sergipe, numa Vila entre o estado da Bahia e de Alagoas. Essa região hoje se chama: Canindé de São Francisco. Desde que nasceu, com as bochechas bem rosadas, sua mãe lhe chamou de Rosa e seu pai de Linda, por isso recebeu o nome de Rosalinda. Mas, todos costumavam chamá-la de Rosinha. Ela nasceu no ano de 1889, um pouco antes da Proclamação da República e quando Sergipe, enfim, tornou-se um estado brasileiro. Seu pai era um mameluco que trabalhava como vaqueiro nas margens do Rio São Francisco e sua mãe era uma filha de escravos que trabalhava como bordadeira. Viviam da pesca, do gado, do artesanato e se alimentavam de plantas nativas da caatinga.
Rosalinda foi uma moça esperta e alegre que sempre auxiliou sua mãe nos trabalhos domésticos. Também gostava de ajudar seu pai na lida com o gado. Amava a vida que levava: tranquila, a beira do Rio São Francisco e cheia de riquezas naturais. Um dia, alguns cangaceiros cruzaram suas terras e se encantaram com a beleza da moça. Um dos rapazes a convidou para seguir com ele no bando, mas ela recusou. Rosinha não queria se apartar de seus pais e não queria deixar a vida que levava. O Chefe do bando não mexia com moças virgens, respeitava, pois tinha uma filha da mesma idade. Mas, o rapaz, não suportou ser rejeitado e começou a ameaçar a moça. Vendo que seus familiares corriam perigo, pediu aos pais para seguir com o bando, alegando estar apaixonada pelo moço. O pai de Rosalinda, no começo recusou e falou que isso não era vida para uma moça. A mãe chorava muito... Por fim, aceitaram, desde que ela nunca saísse do acampamento dos cangaceiros e que não se juntasse a eles nas contendas. Rosinha concordou, despediu-se dos pais e seguiu com o bando. Seguia cheia de tristeza em seu coração. Sonhava se casar por amor. Jamais pensou em ser forçada a se casar, pois seus pais eram muito bons para ela. Ela correu com o bando por várias localidades e sempre se manteve no acampamento. O rapaz fazia de tudo para agradá-la, porém ela não esquecia a família. Após de um ano viajando Rosalinda estava prestes a dar a luz. Na beira de uma estrada nasceu um menino e ela não resistiu ao parto. Morreu de dor, de tristeza e de hemorragia. O menino cresceu com o pai e se tornou um dos cangaceiros mais respeitados da região, lutando pela justiça dos menos favorecidos. Depois dele vieram outros, como Lampião, que se tornou o Cangaceiro mais famoso da história do Brasil.
Por algum tempo o espírito de Rosalinda vagou, ligado ao menino que nasceu e buscando a família... Mas, depois foi recolhido ao Reino de Aruanda. Ela se tornou mais uma trabalhadora na Falange das Baianas. Trabalha na Linha das Águas, distribuindo amor e alegria a todos a quem atende.
No seguinte endereço:http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/06061959/060659_2.htm é possível ler a história completa e verdadeira de "Lampião e Maria Bonita".

Baiano Tomás

Um Baiano que veio de Moçambique, mas era Português...

Kimojo-Ntoto nasceu na Ilha de Moçambique, no ano de 1583. Ele foi trazido ao Brasil ainda moleque, com 7 anos de idade. Os portugueses colonizaram Moçambique, assim como colonizaram o Brasil e Kimojo falava perfeitamente o português e seu idioma suaili. Quando os portugueses desembarcavam em Moçambique para fazer a coleta de mercadorias e o recolhimento do ouro, Ntoto os auxiliou no carregamento dos produtos.
Um dos portugueses gostou do menino e passou a chamá-lo de Tomás, em homenagem ao santo de sua devoção. Esse português, Dom Ignácio Boaventura, convidou o menino para acompanhá-lo em suas viagens marítimas. Conversou com a mãe do menino e conseguiu sua autorização. Assim, começou a história de Tomás, cheia de diferentes acontecimentos e aventuras!
Embarcaram em Moçambique com destino à Índia. Foram atacados por piratas próximo ao Porto da Somália, onde tiveram que permanecer alguns dias até se restabelecer. Na Índia, andaram por vários lugares em busca de iguarias. E depois foram ao Brasil, onde desembarcaram na Bahia de todos os Santos. Tomás estava encantado com tudo o que via e admirava-se cada vez mais com a vastidão do mundo. Ele e Ignácio ficaram muito apegados e trocavam conhecimentos de suas tradições. Ambos passaram a viver como pai e filho.
Tomás viajou para muitos lugares com Dom Ignácio. Conheceu Portugal e toda a Europa e tornou-se uma pessoa culta. Quando estava com 15 anos, Tomás retornou a Moçambique e convidou sua mãe para viajar com ele, mas ele tinha irmãos e a mãe não queria deixá-los. Ele também não queria ficar em Moçambique. Foi a última vez que viu sua mãe. Depois disso estabeleceu-se no Brasil e se tornou o braço direito de Ignácio na adminstração do comércio de ouro, pau-brasil e outros produtos.
Aos 22 anos Tomás conheceu Sueria, que era uma escrava de origem banto e tinha 18 anos. Pediu a Ignácio que a comprasse e a alforiasse para que eles pudessem se casar. Tomás e Sueria viveram bem até 1625, quando Ignácio veio falecer e eles foram "confiscados" pelo Governo de Portugal como parte das posses dos herdeiros. Tornaram-se escravos da coroa, juntamente com seu 3 filhos. Foram separados e vendidos. Tomás tentou fugir diversas vezes, mas foi morto no tronco, no local onde hoje fica o Pelourinho. Sueria morreu 2 anos depois de tristeza. Os filhos de Tomás e Sueria foram vendidos para fazendas diferentes no estado das Minas Gerais.
Esse baiano de fala mansa, tranquilo e jeito filosófico, gosta de dar conselhos e ensinar. Possui o dom de penetrar a aura das pessoas e de entender seus sentimentos. Sempre aconselha o crescimento espiritual, o estudo e a compreensão. Tomás é um trabalhador amoroso da Umbanda Sagrada!

Baiano Zé do Cacau

Um pioneiro da Capoeira.

José Carlos nasceu no Maranhão, numa das fazendas de cacau da região, no ano de 1830. Sua mãe foi traficada junto com outros negros de Papua, Nova Guiné. Durante a viagem, ela se relacionou com um nativo de uma tribo vizinha e engravidou. Ao chegar ao Brasil eles foram vendidos separadamente e nunca mais se viram. Quando José Carlos nasceu, o Maranhão passava por uma crise econômica e muitas fazendas estavam modificando sua estrutura. Alguns fazendeiros estavam investindo em seringais na Amazônia e enviando seus escravos para trabalhar na colheita da borracha. A mãe de José Carlos foi enviada a um desses seringais e José Carlos foi separado dela, sendo vendido para um coronel do cacau, no sul da Bahia.
José Carlos tinha doze anos na época em que foi separado de sua mãe e isso abriu uma ferida grande em seu peito. Ele já tinha entendido o que era a escravidão e o que significava ser negro no Brasil. O coronel que o comprou era reformista e adepto das leis que regiam a libertação dos escravos. Reuniu todos os escravos e falou que lhes daria a carta de alforria, mas que em troca precisava que eles continuassem trabalhando em suas terras e que lhes daria alimentação, moradia e uma moeda pelo trabalho realizado. José Carlos gostou dessa proposta e permaneceu nessa fazenda por quase toda a sua vida. O Coronel chamava-se Juvenal Teixeira e era respeitado pelos negros da região por ser um simpatizante da Lei Áurea.
José Carlos adaptou-se rapidamente a sua nova vida, mas sentia falta de sua mãe. Com 20 anos era um negro forte e grande, que jogava capoeira e trabalhava muito bem. Ele era um dos melhores coletores de cacau da região e assim o apelidaram de Zé do Cacau. Ele guardava todo o seu rendimento e quando juntou uma boa quantia pediu ao coronel se poderia comprar sua mãe e alforriá-la, trazendo-a para viver junto dele. O coronel aceitou a oferta de Zé do Cacau, pois gostava do trabalho dele e tinha apreço por ele. Viajou até o Maranhão e falou com o antigo dono de José Carlos e de sua mãe, fazendo a proposta de comprar a negra. Mas, quando voltou a sua fazenda, chegou só e foi com muita tristeza que José Carlos soube que sua mãe morreu por causa da malária.
A vida prosseguia e ele precisava viver. Juntou-se com uma negra da fazenda de nome Nhá Bela. Tiveram 4 filhos, todos alforriados. Com o tempo, Zé do Cacau comprou um pedacinho de terra e começou a plantar seu próprio cacau. Ele plantava outras frutas também e assim conseguia viver bem com sua família. Quando assinaram a Lei Áurea, Zé do Cacau deu abrigo a muitos negros que ficaram sem ter onde viver. Construiu um galpão onde abrigou muitas famílias e ensinou-os a trabalhar e a sobreviver. Ele tornou-se um Mestre da Capoeira e passou a cultura de sua terra e tudo o que aprendeu com sua mãe aos demais negros. O Coronel Juvenal já havia desencarnado e sua fazenda foi dividida entre os filhos. Os demais coronéis da região ainda queriam manter os escravos trabalhando em condições desumanas, mesmo após a assinatura da Lei Áurea. Mas, com a ajuda de Zé do Cacau, muitos negros se refizeram. Isso fez com que ele adquirisse muitos inimigos entre os poderosos da região. Um dia, os jagunços se reuniram e fizeram uma emboscada, matando Zé do Cacau. Os coronéis imaginavam enfraquecer o movimento dos negros com a morte de Zé do Cacau. Mas, isso fortaleceu ainda mais os negros, que se reuniaram e começaram a aprender capoeira para se defender, criando grupos e escolas. Eles também deram continuidade a luta de Zé do Cacau e suas terras continuaram a ser cultivadas.
Os negros eram boicotados no comércio de seus produtos, mesmo assim conseguiam sobreviver do que colhiam da terra. Nhá Bela e seus filhos temiam novas represálias, então, mudaram-se para o Rio de Janeiro, deixando as terras da Bahia para os negros da região. Foram morar no morro começando, assim, um movimento que dura até hoje... Surgiram, então, as favelas, com muitos negros se agrupando para sobreviver e para se fortalecer. Nhá Bela casou-se novamente e teve mais dois filhos. As ideias de Zé do Cacau permaneceram com seus amigos e filhos e eles levaram a força da capoeira aonde foram, recebendo apoio de alguns jovens da elite social e enfraquecendo o coronelismo. O Brasil começava a mudar e Zé do Cacau contribuiu nessa mudança.

sexta-feira, 23 de março de 2018

Baiana Nhá Ana

A mucama mais jeitosa!

Ana Cecília era uma mucama que trabalhava na casa de uma família importante do Recôncavo Baiano. A família possuía propriedades na cidade de Cachoeira e São Félix, mas a casa principal ficava em Salvador. Eles eram uma família de portugueses, que se mudaram para o Brasil no final do século XIX. Ana começou a trabalhar com eles ainda criança, quando a mãe era a babá dos sinhozinhos. Ela auxiliava a cozinheira e a arrumadeira da casa. Como Ana era calada e jeitosa com as coisas se tornou a mucama das senhoras da casa.
Em Salvador, Ana gostava de participar das festividades de Nosso Senhor do Bonfim e sempre pedia permissão aos patrões para ir à Igreja. Sua vida era assim: simples e tranquila. Até o dia em que defendeu suas senhoras de um grupo de ladrões... Elas estavam saindo da Igreja e desciam tranquilamente a rua calçada em direção a casa. Os assaltantes pediram os pertences das senhoras e apontaram as pexeiras. Ana assustou-se e atirou-se a frente das madames. Ela foi apunhalada pelos agressores, que fugiram em seguida. Como Ana gostava muito da família com quem trabalhava, não queria que nenhum mal lhes acontecesse.
As mulheres se desesperaram, pediram ajuda e Ana foi socorrida, mas não resistiu. Ela morreu ao chegar ao Hospital da Capital. Assim, a Baiana Ana findou uma etapa de uma uma vida simples, mas honrada. Quando acordou em Aruanda, estava feliz, pois cumpriu sua missão de vida. Ela foi convidada a atuar na Umbanda como uma baiana que trabalha na Linha de Nosso Senhor de Bonfim.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Linha dos Baianos




A Linha dos Baianos da Umbanda engloba espíritos de antigos Sacerdotes da Bahia e de outras regiões, tendo a Regência direta do Orixá Yansã. Também tem uma ligação com os Orixás Oxalá e Oyá-Tempo, já que seu Arquétipo (Sacerdotes) diz respeito a questões da Fé e da Religiosidade.
  
Esta Linha foi criada justamente para homenagear os antigos Pais e Mães no Santo da Bahia, que foram os primeiros a trabalhar, e muito, para a preservação e a divulgação do culto aos Orixás em nosso país e enfrentando, à época, toda sorte de dificuldades e preconceitos.
  
A Linha engloba espíritos voltados para a missão sacerdotal ligados não são à Bahia, mas a todo o Nordeste do nosso país. Muitos viveram ou passaram parte de sua vida em Estados dessa região, em contato com os Mestres do Catimbó e da Pajelança.
  
Manifestam-se de forma alegre e movimentada e gostam de uma boa conversa. São firmes, parecem “feitos de fé”. E não se cansam de louvar “o Senhor do Bonfim”...
  
O Povo Baiano vem ao Terreiro para nos trazer seu axé, sua energia positiva, e têm muito a nos ensinar, sempre com uma resposta certeira e rápida para as nossas dúvidas e questionamentos.
  
Na sua forma de trabalhar, trazem muito das Qualidades de Mãe Yansã: são bastante ativos, movimentadores, irrequietos, despachados e descontraídos. Sua dança tem movimentos característicos, com gingados, “pisadas” e giros que dissolvem as energias densas acumuladas no ambiente e nas pessoas.
  
Também são bons orientadores e doutrinadores, porque a missão sacerdotal do seu Arquétipo tem ligação com Pai Oxalá e Mãe Oyá-Tempo (Fé e Religiosidade). Sabem ouvir, dar bons conselhos e levantar o ânimo dos entristecidos. Neste caso, conversam bastante, falando baixo e mansamente, transmitindo conforto e segurança ao consulente. São consoladores por natureza.
  
Os Baianos nos contagiam com suas energias de alegria e de firmeza e nos ensinam a perseverar diante dos obstáculos, através da sua magia peculiar e das suas brincadeiras sadias. Médiuns introspectivos, quando incorporados de seu Baiano (ou Baiana) acabam se libertando e demonstrando alegria e descontração.
  
E todos nós podemos aprender com os Baianos. Seu magnetismo é forte. São “decididos” ao ponto de nos fazer sentir mais leves e animados. O que nos leva a tomar um novo rumo na vida e a obter conquistas espirituais e materiais.
  
Os Baianos nos ensinam muitas coisas. Seu magnetismo, entre outras coisas, estimula cada pessoa a não estagnar diante dos problemas, a não lastimar, mas agradecer pela vida e ir em frente; a confiar em si e na Providência Divina e montar um plano de ação para começar a resolver pendências; a cuidar bem de si mesmo, manter bons sentimentos e pensamentos firmes, através de orações, banhos, rezas etc. (reza de Baiano é infalível!...); não olhar só “pro umbigo”, ou seja, fazer alguma coisa em benefício dos mais necessitados, e lembrando que a maior ajuda é saber ouvir com respeito, dar uma boa palavra, fazer uma oração na intenção do necessitado; etc.
  
Por outro lado, os Baianos admiram a disciplina e a organização dos trabalhos. Sabem “dar disciplina” de forma direta, quando preciso, até porque a Linha tem a Regência de Mãe Yansã. São poderosos aliados da Umbanda e nos ajudarão em tudo o que for permitido pela Lei Divina. Mas desde que a pessoa não tenha má índole. Porque Baiano “não tem osso na língua” e diz o que tem a dizer, quer a gente goste ou não. Seu objetivo é nos ajudar a manter uma conduta reta na vida, para que a Lei e a Justiça Divinas nos amparem. Baiano é alegre, Baiano brinca. Mas também sabe falar sério, e nessas horas não corta caminho, vai direto ao ponto...
  
Bons conhecedores da Magia, eles atuam fortemente na quebra de magias negativas, na desobsessão e na limpeza energética.
  
Suas oferendas podem ser feitas ao pé de um coqueiro ou palmeira, ou então no ponto de força do Orixá que os rege mais especificamente.
  
Preferem os colares feitos de pedaços de coco seco e/ou de coquinhos e/ou de sementes (olho de boi, olho de cabra). Alguns intercalam búzios, pedras e mesmo contas de porcelana ou de cristal.

Origens da Linha dos Baianos 


No Astral se organizaram, pouco a pouco, as Linhas de Trabalho Espiritual da Umbanda, a partir dos arquétipos do povo brasileiro. A de Caboclo homenageava o guerreiro nativo e forte, conhecedor da Natureza, corajoso; a de Preto Velho destacava a sabedoria, paciência, bondade e humildade dos anciãos que vieram da Mãe África; a das Crianças nos remetia à pureza infantil e à necessidade de despertá-la em nosso íntimo, bem como à valorização da infância e dos seus cuidados.  

Novas Linhas foram se apresentando gradualmente, inclusive respondendo às mais novas e crescentes necessidades do nosso meio, já que toda essa estrutura de Trabalho Espiritual da Umbanda está voltada para a evolução da nossa humanidade e dos seres afins com a nossa realidade. Os Regentes Planetários fizeram por acompanhar as mudanças do nosso meio social e atender às necessidades humanas e, principalmente, humanitárias que delas emergiam. E não poderia ser de outra forma, pois a Umbanda é uma religião BRASILEIRA e reflete os valores culturais e religiosos do nosso povo. 

Assim, a cada Gira de Umbanda manifestam-se as diferentes qualidades, habilidades e saberes ancestrais desse nosso povo multicultural.  

A Linha dos Baianos, também chamada “Povo da Bahia”, traz uma referência ao início da descoberta do país, à colonização e às origens de um povo que é “a cara do Brasil”. A Bahia e seu povo sintetizam o grande “caldeirão” de diversidades que é o Brasil, seja quanto às origens dos povos que aqui vivem e convivem pacificamente, seja quanto aos seus valores culturais e religiosos etc. Com efeito, o povo baiano é fraterno, universalista, devoto, fervoroso, persistente, alegre, festeiro, cheio de ginga, de ritmo e magia. E a Linha reflete tudo isso. 

De maneira organizada, como uma Linha de Trabalho efetiva, os Baianos surgem a partir da década de 50, com a industrialização dos grandes centros, e especialmente em São Paulo. Isto se intensifica na década de 60, com a maior onda de migrações provenientes da grande seca que acometeu o Nordeste brasileiro.  

Nas décadas de 50 e 60, ao mesmo tempo em que a Umbanda se firmava em São Paulo, crescia o fluxo migratório do Nordeste, que acabou por transformar a cidade numa das maiores metrópoles do mundo. Nesse grande fluxo destacaram-se os Nordestinos que vieram para trabalhar na construção civil e na indústria automobilística, então em franca expansão. 

Popularmente, na cidade de São Paulo o Nordestino sempre foi associado ao trabalho duro, à pobreza e ao analfabetismo, restando-lhe os bairros mais periféricos e as regiões mais precárias para morar. Com todos os problemas decorrentes do exagerado crescimento populacional, sempre se buscou um “culpado”; e todos se voltaram contra o “intruso”, o “ignorante” Nordestino. Todo Nordestino passou a ser chamado de “baiano”, mas com um caráter discriminatório terrível, pejorativo e negativo. 

No entanto, nos Terreiros de Umbanda paulistas a Linha dos Baianos conseguiu alcançar grande popularidade. A Umbanda sempre se caracterizou por abrigar espíritos de diversas correntes, de modo que essas Entidades “Nordestinas” foram sempre muito bem acolhidas. O caráter de luta e irreverência do Nordestino migrante parece ter sido o fator mais importante para sua aceitação dentro dos Terreiros. 

Sob esse aspecto social, a Linha dos Baianos reflete também o arquétipo do rural migrado e já adaptado à zona urbana; e vai servir de ponte para os migrantes, através de sua semelhante identidade. Num primeiro momento talvez, os consulentes de origem Nordestina foram os que mais se identificaram com o jeito despojado e alegre desses Espíritos “conterrâneos”. Pouco a pouco, pessoas de todas as origens se deixaram envolver pelo carisma e o magnetismo dessas Entidades.  

A Linha dos Baianos se manifesta desta forma justamente para ter um canal de aproximação, uma ponte de contato conosco, remetendo nosso pensamento a um arquétipo: o de um povo cujas lutas, sofrimentos e superações nós bem conhecemos e admiramos.  

Desta forma os Baianos nos conquistam, desarmam nossas defesas emocionais e mentais, sintonizam fraternamente conosco e então conseguem auxiliar a nossa evolução espiritual e material, empregando seu cabedal de conhecimentos e elevação.  

Durante muitos anos a Linha dos Baianos foi meio que renegada, seus trabalhos eram vistos com restrições. Dizia-se que era “inexistente”, não estava ligada às Linhas principais (Caboclo, Preto-Velho, Criança) e que só espíritos zombeteiros e mistificadores estariam ali. 

Aos poucos, porém, os Baianos foram chegando e tomando conta do espaço que o Astral lhes concedeu, e que souberam aproveitar de forma exemplar. Hoje, são trabalhadores incansáveis e respeitados.  

É cada vez maior o número de Baianos que se manifestam nos Terreiros de Umbanda, onde atuam sob o amparo das Sete Irradiações Divinas, para movimentar, direcionar e reordenar os campos da Fé, do Amor, do Conhecimento, da Justiça, da Lei, da Evolução e da Geração. Por isso encontramos Baianos (e Baianas) de todos os Orixás. Têm, ainda, um trânsito muito bom pelos caminhos de Exu, podendo trabalhar na Esquerda no momento em que isto se torne necessário.  

Vale lembrar que nem todos os Baianos que se manifestam na Umbanda realmente o foram em encarnações passadas. Como ocorre em todas as Linhas de Trabalho da Umbanda, esses espíritos agruparam-se por afinidades energéticas e especialidades de atuação, mas dentre eles há múltiplas origens. 

Há, no entanto, os que ainda não aceitam a Linha dos Baianos como vertente Umbandista; esquecendo-se, talvez, de que a Bahia foi “o celeiro dos Orixás”, uma terra de espiritualidade e magia. O povo baiano é sincrético e ecumênico por excelência.  

No Nordeste, e especialmente na Bahia, prevaleceu a influência dos povos Nagôs, de língua Iorubá, sobre todos os outros grupos de Povos Africanos que para cá vieram, ao tempo da escravidão. E justamente os Nagôs cultuavam Orixás, ali nos deixando esta herança. Com o tempo, e por força da convivência das várias Nações Africanas, nasce o Candomblé, uma religião afro-brasileira. A Bahia cultua os Orixás, mas também reverencia o Senhor do Bonfim e os Santos católicos, pois no coração desse povo há mansidão, devoção e abertura para a Espiritualidade. E a Umbanda, que nasceu depois e já como religião brasileira, bebeu dessa fonte, além de receber influências indígenas, européias, do Catolicismo e do Espiritismo. 

Mas é na Bahia ―e só na Bahia, onde mais?― que todo ano se faz um cortejo de baianas e de devotos do Candomblé e da Umbanda, lado a lado com fiéis católicos e de outras crenças e religiões, para lavar com água de cheiro a escadaria da Igreja do Senhor do Bonfim, de forma delicada e amorosa, degrau por degrau. Todos se unem para pedir bênçãos e agradecer. Quem já viu, sabe que não há palavras que traduzam isto...    Nada mais natural que a Bahia, seus valorosos Pais e Mães no Santo e seu povo tenham sido escolhidos para essa homenagem!...  

Não podemos nos esquecer do caráter Universalista da Umbanda, que em suas fileiras recebe e abraça a todos os espíritos que desejam praticar o Bem, independente das suas “origens” e da forma como se apresentam.  

As palavras do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas, ao fundar a religião no plano Terra, foram justamente no sentido de que na Umbanda os espíritos mais sábios nos ensinariam; os menos esclarecidos seriam orientados; e a ninguém seria negada uma oportunidade de manifestação, de trabalho, ou de aprendizado.  

Quando um Baiano (ou Baiana) incorpora num médium e ouve, aconselha e direciona o consulente em sofrimento, ele está fazendo mais do que isto. Está mostrando que cada Povo tem seu valor, sua bagagem moral e cultural, seus valores religiosos e a “sua” maneira de fazer o Bem e que todos podem contribuir para o progresso comum. Acima de tudo, mostram que somos diferentes, mas isso não é ruim, pois o que de fato importa são os valores que carregamos no íntimo. E assim quebram-se preconceitos... E sem alarde e sem armas de guerra...  

Isto se chama Fraternidade. Em silêncio e de forma simples, os Guias da Umbanda nos ensinam e auxiliam muito mais do que podemos imaginar, porque nos revelam que somos parte de uma única “raça”: a Raça Universal dos Filhos de Deus... 

Salve os Baianos! Salve a Bahia de Todos os Santos!

Nomes simbólicos:  

Alguns Baianos: Simão do Bonfim, Januário, Zé do Ouro, Juvêncio, Juvenal, Mané Baiano, Zé Baiano, Zé da Estrada, Zé da Estrada e dos Trilhos, Zé Tenório, Zé do Côco, Zé Pereira, Zeca do Côco, Zé Pretinho, Zézinho Baiano, Baiano dos Sete Cocos, Chico Baiano, Serafim, João Baiano, Severino da Bahia, Joaquim Baiano, Zé da Lua, João do Coqueiro, Zé do Berimbau, Zé do Prado. 

Dentro desta Linha, em algumas Casas  também se manifesta a Entidade Zé Pelintra (que em outros Terreiros vem na Linha de Malandros, ou mesmo na Linha de Esquerda, pois é um Espírito que tem peculiaridades e acesso a vários graus vibratórios). 

Alguns nomes simbólicos de Baianas: Maria do Balaio, Rosa Baiana, Baiana da Estrada, Maria Fulô, Januária, Maria (ou Baiana) do Rosário, Quitéria, Raimunda, Jacinta, Juvência, Baiana da Palmeira, Maria Baiana, Baiana da Praia, Maria da Cruz, Baiana Rosalva, Maria dos Anjos, Baiana dos Sete Nós, Baiana dos Cocos, Maria Mulata, Chica Baiana, Maria das Candeias, Maria dos Remédios.     

Dia da semanaA terça-feira, que é regida por Marte, planeta associado ao Orixá Yansã. 

Linha de trabalho (campo de atuação): Movimentar, direcionar, reordenar; despertar a alegria de viver; limpeza e reequilíbrio energético; corte de magias negativas. 

Ponto de ForçaAo pé de coqueiros e nas pedreiras 

Cores preferenciais: Amarelo, branco e vermelho. 

Elementos de trabalho: Fitas, linhas, pembas, búzios, sementes, ervas, pimentas e pedras. 
  

Ervas- ADRIANO CAMARGO indica especialmente as ervas dos Orixás Yansã, Oxalá e Oyá-Tempo, relacionando estas: 

1- De Mãe Yansã: a) Quentes ou agressivas: Buchinha do norte, cânfora, espada de Santa Bárbara, quebra demanda, mamona, picão preto, folhas de bambu, folhas de fumo (tabaco), pára-raios, tiririca, vence demanda, pinhão roxo; b) Mornas ou equilibradoras: Folhas de pitanga, peregum rajado, alfavaca, calêndula, camomila, cana do brejo, capuchinha, cidreira, cavalinha, chapéu de couro, cipó cravo, cipó São João, erva de Santa Luzia, semente de girassol, imburana, jurubeba, laranjeira, losna, sabugueiro, folha do fogo, pinhão branco. 

2- De Pai Oxalá: a) Quentes: Açoita cavalo, erva de bicho, mamona, orégano, alho, fumo (tabaco), comigo ninguém pode; b) Equilibradoras: Alcachofra, alcaçuz, alecrim, alfazema, aquiléia (mil folhas), bardana, boldos (todos), girassol, hortelã, incenso, levante, manjericão, manjerona, rosa branca, salvai, tomilho, folha da costa (saião); c) Frias ou específicas: Algodoeiro, angélica, anis estrelado, artemísia, cravo da índia, ipê roxo, jasmim, laranjeira, louro, noz-de-cola (obi), pichuri, saco-saco, sândalo, verbena. [Observação: O comigo ninguém é uma erva tóxica que causa irritações na pele e NÃO é indicada para banhos. Usamos da erva fresca para bate-folhas e para as manipulações e firmezas das Entidades. Quando seca, ela serve para defumação.] 

3- De Mãe Oyá-Tempo: a) Quentes: Cânfora, cipó suma, eucalipto, orégano, folhas de bambu, pinhão branco, tiririca, chorão (salgueiro); b) Equilibradoras: Benjoim, chapéu de couro, hortelã (os vários tipos de mentas), noz de cola (obi), sabugueiro, rosa amarela, girassol, peregum rajado (dracena), folhas de incenso (planta também chamada de iboza), folhas de limão, cipó prata, erva de Santa Luzia, imburana semente, losna, pichuri, verbena, capuchinha, mil folhas, sensitiva.  
  
Sementes: Olho de boi, olho de cabra e coquinho. 

Fumo/defumação: Incenso de pitanga, de canela, de cravo ou de anis estrelado; cigarros de palha. 

Alimentos:  Coco; cocada; farofa com carne seca; melado; rapadura; grãos.  

Incenso: Pitanga.  

Colares: Feitos de coquinhos, ou então de contas de porcelana ou de cristal (geralmente nas cores amarela, branca e preta), podendo conter sementes (olho de boi e de cabra) e/ou búzios.  

Líquidos que costumam manipular nos trabalhos: Água de coco, água de chuva, suco de graviola. 

Frutas: Variadas, tais como: abacaxi, coco verde, coco seco, caju, manga, laranja, pitanga, uva, graviola, morango, goiaba vermelha, melancia, melão amarelo, mamão, pêssego, banana. Em especial as frutas mais ácidas e as de casca amarela ou vermelha. 

Bebidas: Água de coco; suco de graviola; batida de coco; aguardente; vinho tinto seco; água de coco misturada com um pouquinho de pinga, mel e canela; vinho rosê; suco de casca de abacaxi adoçado com melado de cana ou de rapadura, ou então com açúcar mascavo (lavar muito bem as cascas e ferver em água mineral).  

Flores: Girassol; cravo; palmas e rosas amarelas e vermelhas; açucena; primavera; gérberas amarelas e vermelhas; flores do campo e flores amarelas e vermelhas em geral. 

Pedras: Quartzo branco leitoso; Cristal; Jaspe Vermelho; Granada; Citrino; Pirita; Topázio Imperial. Para a Linha dos Baianos usamos, no geral, as pedras brancas, vermelhas, vermelhas e amarelas- embora eles possam manipular muitas pedras diferentes, de acordo com a necessidade do trabalho. (Fonte: Angélica Lisanty, “Os cristais e os Orixás”, Editora Madras.) 
  


OFERENDA RITUAL

Modelo 1- 
• Toalha ou pano branco ou amarelo; • Velas brancas e amarelas; • Fitas brancas e amarelas; • Linhas brancas e amarelas; • Pembas branca e amarela; • Frutas: coco, caqui, abacaxi, uva, pera, laranja, manga, mamão; • Bebidas: batida de coco, de amendoim, pinga misturada com água de coco; • Flores: flor do campo, cravo, palmas; • Comidas: acarajé, bolo de milho, farofa, carne seca cozida e com cebola fatiada, quindim. (Fonte: “Rituais Umbandistas - Oferendas, Firmezas e Assentamentos” de Rubens Saraceni - Editora Madras.) 
  
Modelo 2- 
●Frutas: abacaxi, carambola, caju, manga, maracujá, coco, frutas cítricas; ●Flores: palmas vermelhas e amarelas, girassol, rosas, cravos e gérberas; ●Sementes: olho de boi, coquinho, olho de cabra, cravo e anis estrelado; ● Velas: amarelo, azul escuro, vermelho e marrom; ●Bebidas: batida de coco, água de coco, pinga, suco de frutas cítricas, cerveja branca; ●Comidas: farofa com carne seca (com farinha de mandioca ou de milho), acarajé, caruru, vatapá, feijão fradinho, moqueca de peixe, cocada e pimentas diversas. (Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada, artigo de Mãe Mônica Berezutchi.) 
  
Saudação: ―“Salve os Baianos!”; Resposta: ―“É da Bahia, meu Pai!” (ou: “Salve a Bahia!”). 
  
COZINHA RITUALÍSTICA 

1- Vatapá- Oito pães sem casca picados e colocados de molho por 30 minutos em 3 xícaras de leite de coco bem grosso (bater a polpa e a água do coco no liquidificador e espremer num pano). Passar por uma peneira. Reservar. 
Refogado: 500g camarão fresco e 500g de peixe em postas, tudo temperado com sal, pimenta e limão, e depois refogado por 15 minutos em 2 colheres de sopa de azeite de oliva, 1 cebola ralada e 4 tomates previamente batidos no liquidificador e peneirados. 
Retirar da panela as postas de peixe. Deixar apenas o camarão refogado. 
Juntar ao camarão da panela os seguintes ingredientes: 250g de camarão seco (dessalgado, moído e sem casca), 1 xícara de amendoim torrado e moído, 1 xícara de castanha de caju torrada e moída , a massa dos pãezinhos, gengibre ralado e noz moscada ralada. Aos poucos, juntar 2 colheres de sopa de dendê e levar ao fogo, mexendo até obter um creme grosso. 
Adicionar parte do peixe e mexer, no fogo, por mais 3 a 4 minutos. Tirar e servir, colocando o creme sobre o peixe restante. 
Acompanhamento: arroz branco 

2-Bobó de camarão- Um quilo de camarão fresco, temperado com sal, pimenta, o suco de 2 limões, cheiro verde, 1 folha de louro picada e 2 cebolas raladas.  Deixar em repouso por uns 30 minutos. Depois, refogar em 3 colheres (sopa) de azeite de oliva ou de óleo. Acrescentar 2 pimentões e 8 tomates (picados, sem pele e sem sementes). Tampar e deixar apurar em fogo baixo por uns 15 minutos. Em separado, cozinhar cerca de meio quilo de mandioca. Noutra panela, cozinhar meio quilo de mandioquinha. Depois, bater tudo no liquidificador, com uns 2 copos de leite de coco. Juntar esse creme ao refogado de camarão e apurar mais um pouco. Acrescentar 3 colheres (sopa) de dendê e um pouco de molho de pimenta vermelha, a gosto. Deixar apurar por uns 5 minutos. Servir quente, com arroz branco ou com acaçá. 

3- Doce de abóbora feito com pedacinhos de gengibre e enfeitado com lascas de rapadura. 

4- Cocada mole; doce de coco; doce de abóbora com coco. 

5- Abacaxi em calda. 

6- Laranja ácida em calda. 
  
A LINHA DOS BAIANOS 
Fonte: “Arquétipos da Umbanda”, Rubens Sacarceni, Madras Editora, 2007, páginas 103/105. 

Nos Cultos de Nação ou Candomblé existe um culto fechado denominado culto a Egungun, que tem poucos adeptos e seu interior não é revelado, pois tudo é secreto e as proibições, se quebradas, acarretam “quizilas” terríveis aos seus inconfidentes. [Inconfidentes= os que não são fiéis.] 
No Brasil, o culto a Egungun é restrito a algumas sociedades antigas e que preservaram o que foi possível do culto que existia na África. 
Egun é uma palavra da língua Yorubá que significa espírito. 
Egungun é o conjunto dos ancestrais. E o culto a Egungun é o culto aos espíritos. [V. “As Religiões do Rio”, páginas 68/75.] 
O culto a Egungun é um ritual mais elaborado do tradicional culto aos ancestrais, praticado por todos os povos em todos os tempos.
A Bíblia judaico-cristã fala do culto aos ancestrais e das pessoas dotadas de dons mediúnicos (os “profetas”); na Roma antiga os “deuses lares” eram os protetores das famílias, que cultuavam seus antepassados e buscavam nos seus membros de maior destaque, já falecidos, a inspiração para as mais variadas dificuldades; os orientais (chineses, japoneses, etc.) cultuam seus ancestrais e têm ritos específicos para agradá-los, atraí-los e deles receberem amparo espiritual.
O espiritismo kardecista está fundamentado no culto aos mortos, pois Jesus Cristo foi um homem que viveu na Terra há dois mil anos; e os espíritos que se comunicam também já viveram na terra.
O próprio Cristianismo é um culto aos mortos, pois seu fundador, Jesus Cristo, é um espírito; e o culto aos santos confirma nossas afirmações.
A Umbanda não foge à regra: cultua Deus e venera seus antepassados ilustres, devotando-lhes respeito e uma reverência religiosa, pois sem a existência do antepassado nós não existiríamos.
O culto aos antepassados é tão forte e tão poderoso que a presença deles na forma de heróis nacionais exalta o patriotismo que sustenta os brios de uma Nação.
Zumbi dos Palmares lutou contra a escravidão e a supremacia dos europeus, atraindo o apôio dos nativos brasileiros em sua luta por liberdade.
Tiradentes nos remete ao exercício do livre arbítrio, ao direito de nos guiarmos.
Dom Pedro I nos trouxe a tão almejada independência.
A Princesa Isabel sacramentou o anseio de milhões de brasileiros de verem livres da escravidão os africanos e seus descendentes.
O Marechal Hermes da Fonseca sacramentou a República e concedeu a todos o direito de se
apresentarem como pretendentes a cargos de direção ou políticos, quebrando a        espinha
dorsal do regime imperial.
Lampião lutou contra o coronelismo nordestino.
Zé Pelintra foi um grande mestre de Catimbó, juremeiro e rezador dos bons!
Enfim, os antepassados são importantes e são nossa memória!
Eis aí o que justifica e fundamenta o arquétipo adotado para a linha dos Baianos da Umbanda: o culto aos antepassados ou a Egungun.
Só que, na Umbanda, os “eguns” [=espíritos dos antepassados] se mostram como lhes foi determinado. Uns são espíritos de índios. Outros são espíritos de velhos benzedores negros que misturavam rezas a Jesus Cristo e aos santos com o culto às divindades africanas.
Quanto aos Baianos da Umbanda, o arquétipo é o do tradicional “pai e mãe de santo da Bahia”, mas não só de lá, e sim, de todos os recantos do país.
Afinal, assim como o Espiritismo, o Candomblé e todas as outras religiões cultuam seus ancestrais ilustres em todos os campos das atividades humanas, qual é o problema em se cultuar na Umbanda a figura alegre, curiosa, intrometida e extrovertida dos sacerdotes dos Orixás na Bahia de todos os Santos?
O arquétipo dos Baianos da Umbanda foi criado justamente em cima daqueles que melhor sustentaram e popularizaram o culto aos Orixás no Brasil.
Esses espíritos já tinham a “intimidade” com os Orixás, suas magias, suas rezas, suas quizilas, seus feitiços etc., e foram homenageados com uma Linha de Trabalho só para eles, por meio da qual podem auxiliar os encarnados, dando continuidade aos que já faziam quando viveram na Terra. 
A Umbanda é, tal como o Espiritismo, um culto fundamentado no culto aos antepassados e é um culto a Egungun mais elaborado e totalmente aberto.
O que é oculto são os nomes dos espíritos que incorporam: Zé do Coco, Maria Bonita, Lampião, Zé Pelintra, Corisco, Zé da Bahia, etc.
São nomes que, na Umbanda, englobam várias correntes espirituais formadas por sacerdotes, mestres e rezadores nordestinos.
Quinhentos anos [da história do Brasil] é muito tempo e no astral cristalizou-se toda uma plêiade de espíritos fortes, aguerridos e capazes de proezas dignas dos grandes heróis nacionais.
Só que, nas Linhas de Umbanda, se manifestam os heróis desconhecidos, englobados em arquétipos fortes porque são espíritos que, quando na Terra e encarnados, dedicaram suas vidas no anônimo trabalho de consolar e amparar os aflitos e os desesperançados.
A Linha dos Baianos é essa Linha: a dos heróis anônimos que sustentaram o culto aos Orixás e o semearam primeiro em solo baiano e, posteriormente, no resto do Brasil e, com a Umbanda organizada, o levarão ao mundo.