Oxalufan, Oxalufã ou Oxalufon
Orixá africano cultuado em todo o Brasil por todas as religiões afro-brasileiras, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ofun ou êjiokô e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba oxalufan.
Oxalufan, Oxalufã ou Oxalufon
Orixá africano cultuado em todo o Brasil por todas as religiões afro-brasileiras, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ofun ou êjiokô e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba oxalufan.
Considerado um Oxalá muito velho, curvado pelos anos, que anda com dificuldade e hesitação, como se estivesse atacado pelo reumatismo. Ele apoia seus passos cambaleantes sobre um paxorô (ou opaxorô, ou ainda em Yorubá, Opá Oşòró), grande bastão de metal branco, encimado pela imagem de um pássaro e ornado por discos de metal e pequenos sinos. Considerado como o Orixá da Paz, da paciência, tudo que se refere à Oxalá é ligado a calma e a tranquilidade. Sua cor é o branco e seus filhos não podem usar roupa preta, vermelha e tons escuros, e por respeito ao pai mais velho, todo povo-de-santo usa branco nesse dia. Sua dança é lenta como o passo do Igbin.
Denominado o Orixá Babá, divindade da fertilidade, o pai criador do homem, protetor por excelência. 0 o filho de Olorum, significando "Olo" - longe e "Orum" quer dizer Sol.
Oxalufã é o Rei do pano branco, sua ação se manifesta através da luz, da fé, da paz e da razão. Possui um caráter obstinado, altivo e feito pelo criador antes de todos os outros.
Oxalá Oxalufã velho e sábio, cujo templo é Ifón pouco distante de Oxogbô, a cerimônia de saudações é de dezesseis em dezesseis dias. Orixá muito velho, de idade avançada, aleijado, lento, movendo-se com muita dificuldade.
Dança apoiado no opaxoró. Treme de frio e velhice. Detesta a violência, disputas e brigas.
Não come sal e nem dendê, odeia cores fortes, principalmente o vermelho. A ele pertencem os metais e substâncias brancas, não suporta cavalos.
Para Oxalá Oxalufã, a ideia e o verbo são sempre mais importantes que a ação, não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a comunicação e expressão seja o ponto fundamental.
Oxalá Oxalufã, é a primeira forma de orixá que foi criada por Olorun, no início dos tempos, sendo associado ao ar, que existia antes da criação da Terra, e também à água do início da existência.
Oxalufã está ligado à cor branca, ou incolor, sendo o primeiro na hierarquia dos fun-fun, os que vestem branco.
Detém o axé da criação de todos os seres da Terra, representando a fertilidade masculina.
Mitologia
Na mitologia africana, é considerado o pai de todos os orixás e de todos os seres vivos, sendo, por esse motivo, constantemente reverenciado em festas públicas e diversos rituais. Está sempre presente nas antigas lendas, representando a figura veneranda de um pai. Sua posição é muito destacada, tendo o respeito de todos os orixás, que se curvam à sua presença.
Oxalufã, com seu opaxoro, separou a Terra e o céu, que, no início dos tempos, estavam no mesmo nível de existência.
Os três pratos, que fazem parte do cajado, simbolizam a sua supremacia sobre os mundos dos seres humanos, dos Eguns e dos Orixás. O pássaro, que está pousado na ponta do opaxoro, é um mensageiro que faz a ligação entre esses mundos. Com esses pratos, Oxalá Oxalufã carrega e distribui o alimento sagrado para todos os seres humanos e encantados.
Os pingentes, que estão presos a eles, simbolizam os presentes que lhe eram ofertados nos diferentes lugares por onde passou em suas caminhadas pelo mundo.
Esse orixá, assim como Nanã, é bem-vindo em todos os reinos.
O raciocínio é a grande contribuição desse orixá para os seres humanos, diferenciando-o, assim, dos animais. Todos os orixás que vestem branco, ou fun-funs (mesmo Ogun ou Oyá), herdaram esse dom de Oxalá de uma forma mais intensa, e o transferiram para seus filhos na Terra, que, por esse motivo, possuirão um pensamento engendrado e a constante reflexão sobre todos os aspectos da sua existência.
O alá é um outro símbolo de Oxalufã, que consiste num pano branco usado para protegê-lo do calor, bem como abrigar, sob sua proteção, todos os seres criados.
Serve também para representar a separação entre a Terra e o céu.
Muitas vezes, esse orixá é apresentado como um velho, todo curvado e retorcido precisando ser amparado por ekédes e ogans, por não poder andar.
O fato de Oxalufã ser o orixá mais antigo não justifica essa postura, mas a idade cronológica.
Se consultarmos a mitologia africana, veremos que Oxalá empreendeu grandes caminhadas pelo mundo e, como soberano que era, não se curvava a ninguém.
As pessoas que nascem com defeitos físicos e mentais, ou os adquirem antes dos nove anos, serão protegidos por Oxalá Oxalufã, pois houve algum erro na formação desses seres.
Podemos pedir a misericórdia desse orixá nos casos acima e para salvar pessoas com doenças graves e casos terminais.
A teimosia e obstinação são a marca de Oxalufã, o que lhe traz a possibilidade de grandes feitos ou muitos dissabores.
Os Orixás Funfum eram em número de 154, muitos deles sobrevivem como formas de Oxalá.
Oxalufã é o velho e fraco, que se apoia num cajado de pastor, o mais profundo conhecedor da sabedoria.
Oxalá ocupa entre nós o mais alto nível de grandeza. Isso aparece na própria lenda da criação e na guerra entre ele e Oduduá que é considerada a metade feminina da criação, a metade inferior da cabaça-mundo, o igbá-odù. Após ter perdido o direito de criar o mundo, pois foi Olofim-Oduduá quem o fez, Oxalá desceu à Terra e convocou todos os Imalés para lembrá-los de que ele é que era um Deus, um imortal, o segundo na Trindade. Afirmando que Oduduá nada mais era que um simples mortal.
Diante das afirmações, alguns Imalés o apoiaram e outros não.
Dessa divisão de opiniões surgiu uma guerra na qual os dois lutaram obstinadamente pela supremacia total.
Seu Templo é em Ifóm e ainda perpetua-se seu culto fielmente como era no princípio, muito querido e respeitado pela sua bondade, sabedoria, retidão e humildade. Seu conceito é tão grande, que as pessoas vestem-se de branco nos rituais e principalmente às sextas-feiras.No Xirê é ele quem encerra as festividades, é quando se cantam seus louvores e todos entram na roda para reverenciar e glorificAr o Deus da pureza.
ARQUÉTIPOS
Seus filhos são observadores, vigilantes e compreensivos, não sabem disfarçar suas emoções. Sua tranquilidade, dignidade e forte moralidade o impedirão de recorrer a meios desonestos para atingir seus objetivos. Dotados de incrível paciência e detestam discussões, mas também são teimosos.
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Nascem para a liderança, por isso espera ser respeitado e ouvido quando se manifestam.
A imaginação deles é viva, gosta de meditar em lugares tranquilos, onde sonha romanticamente e tem ideias originais.
No amor são ciumentos e muito zelosos, sua cólera é evidente, com manifestações ruidosas, mas não guardam rancores, quando violentos pode ser bastante desagradáveis.
Como amigos, são fiéis, protetores, generosos e sérios, ajudando sem limites.
O tipo físico de Oxalufã é frágil, delicado, friorento, sujeito a resfriados.
Compensa sua debilidade física com grande força moral, e seu alvo à realizar a condição humana no que tem de mais nobre. É fiel no amor e na amizade.
Oxalufã é o poente.
curiosidades
Animal: Pombo branco. Frango branco.
Comida: Arroz branco,mel.
Cor: Branco.
Dia da semana: Sexta-feira.
Domínio: Poder procriador masculino, criação, vida e morte.
Elementos: Atmosfera e céu .
Folhas: Malva cheirosa ,saião, algodão,manjericão , língua-de-vaca, folha-da-costa.
Kizila: Azeite de dendê, sangue, sal.
Metal: Prata, ouro branco, chumbo e níquel.
Número: 16 e 8.
Odu regente: Ofun, Alafia Onan.
Pedras: Cristal, diamante.
Quarto pé: Caracol, igbin.
Saudação: Epa, Babá! Exeuê, Babá.
Simbolo: Opaxorô .
Caramujo - O Igbin, que é chamado o boi de Oxalá, é sua oferenda favorita juntamente com o Ebô. E Igbin também é o nome do toque dedicado à Oxalá.
E as Águas de Oxalá é a sua principal festa realizada sempre no mês de janeiro nas principais casas tradicionais da Bahia, é uma festa anual em homenagem a Oxalá, no Ilê Opó Afonjá.
É como descrevo seu detalhe: Na quinta-feira à noite, antes de se iniciarem os preceitos desta cerimônia, das 7 horas da noite até à meia noite, todos os filhos da casa devem fazer um Bori.
Em muitas casas essa obrigação tem sido substituída por um obi, para poderem carregar as águas. Depois desse Bori ou obi, os filhos da casa recolhem-se, até que são acordados, antes do nascer do sol pela Yalorixá ou pelo Babalorixá para iniciarem o preceito das águas.
Os filhos do Axé, trajados de branco, saem em silêncio do terreiro, em procissão, carregando potes e moringas, tendo à frente a Iyalorixá tocando o seu ajá. dirigissem para um Riacho. Hoje, essa obrigação é feita dentro do próprio terreiro. Trata-se de um ato de respeito, um pedido de perdão pelas injustiças ocorridas com Oxalá em sua visita ao Reino de seu filho Xangô (Ver a lenda da viagem de Oxalá ao reino de Xangô, em Ayrà).
Na parte externa, é feita uma caminhada pelas ruas de Salvador até Igreja do Senhor do Bonfim.
Esta grande homenagem é iniciada através de vários rituais iniciados no ano anterior e concretizados no mês de janeiro através da lavagem das escadas da igreja, em homenagem ao Pai Oxalá, chamada de Lavagem do Bonfim.
Não se pode esquecer que a lavagem das escadarias é um ritual criado pelo sincretismo religioso, forçosamente adotado pelos escravos para ocultar seus orixás dos senhores e que Oxalá nada tem a ver com Jesus Cristo, sendo então duas divindades de religiões distintas.
África
Orìşà Olúfón (Senhor da cidade de Ifón) segundo relato de Pierre Verger, na África é velho e sábio, cujo templo é em Ifon, pouco distante de Oxogbô. Seu culto permanece ainda relativamente bem preservado nessa cidade tranquila, que se caracteriza pela presença de numerosos templos, igrejas católicas e protestantes e mesquitas que atraem, todas elas, aos domingos e sextas-feiras, grande número de fiéis de múltiplas formas de monoteísmos importados de outros países. Em contraste com essa afluência, o dia da semana yorubá consagrado a Orìşànlá só interessa atualmente a pouca gente. Exatamente um pequeno núcleo de seis sacerdotes, os Ìwèfà méfà (Aájè, Aáwa, Olpuwin, Gbògbò, Aláta e Ajíbódù) ligados ao culto de Orìşà Olúfón.
A cerimônia de saudações ao Oba (rei) de dezesseis em dezesseis dias pelos Ìwèfà e pelos Olóyè chama a atenção pela calma, simplicidade e dignidade. O Oba Olúfón (também chamado por Obalufon) espera sentado à porta do palácio reservada só para ele e que dá para o pátio. Ele está vestido com um pano e gorro brancos. Os Olóyè avançam, vestidos de tecido branco amarrado no ombro esquerdo, e seguram um grande cajado. Aproximam-se do rei, param diante dele, colocam o cajado no chão, tiram o gorro, ficam descalços, desatam o tecido amarram-no à cintura. Com o torso nu em sinal de respeito, ajoelham-se e prostram-se várias vezes, ritmando, com uma voz respeitosa, um pouco grave e abafada, uma série de votos de longa vida, de calma, felicidade, fecundidade para suas mulheres, de prosperidade e proteção contra os elementos adversos e contra as pessoas ruins. Tudo isso é expresso em uma linguagem enfeitada de provérbios e de fórmulas tradicionais. Em seguida os Olóyè e os Ìwèfà vão sentar-se de cada lado do rei, trocando saudações, cumprimentos e comentários sobre acontecimentos recentes que interessam à comunidade. A seguir, o rei manda servir-lhes alimentos, dos quais uma parte foi colocada diante do altar de Òsàlúfón, para uma refeição comunitária com o orixá.
Arquétipo[editar
Seus filhos parecem ter mais idade que possuem, pela entidade ser mais velha. São doces, calmos, andam e falam devagar, parecendo idosos. São boas pessoas e sabem que alimentar ressentimentos só faz mal. Com seu jeito calmo, tentam e às vezes conquistam romances.