SANTERIAS
Conhecida como o “caminho dos Santos”, a santeria é uma religião trazida à Cuba pelos escravos da África Ocidental que foram raptados para trabalhar nas plantações de açúcar, durante o século XVII. Como a prática era considerada proibida na época, os seguidores desta religião tiveram que se adaptar adotando preceitos cristãos.
Ao esconderem seus segredos religiosos dentro de representações católicas, os escravos conseguiram manter viva suas tradições que têm raízes na tribo Yorubá, localizada onde hoje é a Nigéria e o Benin. Aliás, o candomblé brasileiro também possui influências da mesma tribo Yorubá.
Como em todas as religiões africanas, a santeria sobreviveu através de gerações graças à sua tradição oral passada de pai para filho. Ou seja, não há livros sagrados que contam a história do surgimento da religião e ditam suas regras. Foi preciso muita devoção à ancestralidade africana para que que os seguidores da santeria continuassem praticando a religião.
Ainda que a tradição Yorubá possua livros sobre a sua medicina, é importante destacar que eles foram compostos à mão a partir de ensinamentos passados pelos mais velho. A maioria dos seguidores aprendem por meio da observação de cerimônias e rituais religiosos.
Além disso, os adeptos da santeria costumam fazer parte da mesma comunidade. Isso significa que eles são introduzidos na religião desde cedo, normalmente, aos 4 ou 5 anos de idade.
O mesmo acontece com as religiões afro-brasileiras Umbanda e Candomblé, nas quais, os ensinamentos são transmitidos por meio da oralidade e os seguidores fazem parte de uma “família” religiosa.
Santeria cubana fora do esconderijo
Por muito tempo a santeria foi alvo de preconceito por parte de pessoas desinformadas e, por isso, a religião e suas tradições espirituais eram exercidas em esconderijos cubanos. Infelizmente, seus rituais místicos fugiam da lógica cristã e provocavam desentendimentos e reações negativas.
Porém, após a Revolução Cubana em 1959, a santeria foi reconhecida como uma religião local e seus praticantes puderam praticar sua fé livremente. Mesmo assim, a tradição afro-cubana sofreu discriminações por ser associada à feitiçaria, de maneira equivocada.
No entanto, o interesse pela santeria ressurgiu na década de 1980 com as consequências de um período difícil no país com o embargo econômico.
Hoje, a santeria cubana não precisa mais se esconder e ainda há quem afirme que existem mais seguidores dela do que do catolicismo. Embora não haja nenhum estudo oficial sobre o número de adeptos à santeria, dizem que 80% da população cubana segue a tradição religiosa africana, atualmente.
Os seguidos da santeria cubana acreditam que há um Deus criador do Universo e que a Terra é atendida por divindades que possuem um grau menor de sacralidade. Esses seres de luz são chamados de orishas e cada um possui uma representação distinta. Aliás, você constará que há uma grande semelhança entre eles e os orixás da Umbanda e do Candomblé.
Abaixo, você confere os principais orishas da santeria cubana e seus poderes e significados.
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Obbatalá
Deus da sabedoria, da paz, da verdade e da pureza, Obbatalá é considerado o orisha mais importante da santeria, pois ele é responsável pela criação do planeta e de todos os seres humanos. Por isso, ele ocupa sempre o lugar mais respeitado na crença. Além disso, ele é o orisha da justiça, da saúde e da paz.
Yemayá
Assim como nas religiões afro-brasileiras, Yemayá é a rainha do mar. Também chamada de mão de todos os orishas, ela é a protetora das crianças e gestantes. Além do mais, Yemayá é a orisha da inteligência, da razão e da bruxaria.
Mãe de todos os Orixás e rainha dos mares .
Shangó
Conhecido pela sua alegria de viver, Shangó é o orisha da guerra, do fogo, do trono e da música. Um guerreiro muito popular na santeria, ele também possui o poder da vidência e da cura.
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Aggayu
Pai de Shangó, o orisha Aggayu é uma divindade forte, violenta e muito poderosa na santeria cubana. Com uma personalidade masculina intensa, esse orisha é conhecido pela sua grande força física e por não se deixar dominar por nenhuma outra entidade.
Oggún
Outro guerreiro da santeria cubana, Oggún é o orisha do trabalho e da força. Sem falar que ele é o deus das armas, por isso, ele participa vitorioso de todas as batalhas. Oggún também é conhecido pelo seu temperamento travesso, divertido e impulsivo.
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Elegguá
Esse sim é o guerreiro mais importante na santeria cubana. Isso porque Elegguá é considerado o orisha mais temível por ser dono do destino, ou seja, ele tem o poder de trazer o bem e o mal, dependendo das suas intenções. Além disso, é Elegguá quem abre os caminhos das pessoas e deixa a felicidade (ou a tristeza) entrar.
Oyá – Yansa
Deusa do ar que respiramos e dos ventos que sopram, Oyá ou Yansa é uma orisha tranquila como uma brisa. Porém, quando provocada, pode virar uma violenta tempestade. Também considerada uma grande guerreira na santeria, ela não aprecia a estabilidade e o cotidiano monótono.
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Oshún
A bela deusa do amor, da espiritualidade e da fertilidade, Oshún é a orisha que personifica os sentimentos humanos com toda a sua intensidade. Além disso, ela possui a delicadeza e a sensualidade feminina que a faz dela uma das divindades mais apreciadas da santeria.
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Orula – Orunmila
Orula ou Orunmila é o orisha encarregado pela sabedoria, astúcia e inteligência necessárias para vencer o mal. Por isso, ele é considerado como um conselheiro da humanidade que utiliza o seu poder de adivinhação para guiar os caminhos.
Babalú Ayé
O milagroso Babalú Ayé é uma das entidades da santeria cubana mais conhecidas e respeitadas. Um dos motivos principais é o fato de ser considerado o deus da cura e protetor dos enfermos.
Ochosi
Ochosi é o deus guerreiro e o melhor caçador da santeria cubana. Além disso, ele é o orisha da justiça e, por isso, ele está sempre alerta e pronto para perseguir aqueles que não seguem o caminho do bem.
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Percebeu as semelhanças entre os orishas da santeria com os orixás do Candomblé e da Umbanda? É muito interessante como os escravos africanos, que chegaram tanto em Cuba como no Brasil, conseguiram manter suas tradições ancestrais através da oralidade.
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