A Umbanda
(Parte 2º de 13 partes)
Sobre a Natureza e incorporação de Exus encontramos aqueles que creem que os Exus são entidades (espíritos) que só fazem o bem, e outros que creem que os Exus podem também ser neutros ou maus.
(Parte 2º de 13 partes)
Sobre a Natureza e incorporação de Exus encontramos aqueles que creem que os Exus são entidades (espíritos) que só fazem o bem, e outros que creem que os Exus podem também ser neutros ou maus. Observe-se que, muitas vezes, os médiuns dos terreiros de Umbanda e mesmo de Candomblé e dos centros Kardecistas não têm uma ideia muito clara da natureza da(s) entidade(s), quase sempre, por falta de estudo da religião.
Existe grande confusão em torno de Exu, principalmente quanto a sua errônea concepção com o demônio dos católicos. Num estudo profundo sobre a mitologia africana, principalmente a Iorubana, poderemos constatar que Exu não é diabo, mas, sim, um Deus, responsável pelas mensagens dos Orixás. Na verdade, Exu serve de intermediário entre os Orixás e os adeptos do Candomblé. Cada Orixá possui seu Exu, assim também como cada pessoa. O trabalho de Exu é, principalmente, o da comunicação, por este motivo ele é o senhor das vias de acesso, como estradas, atalhos, caminhos e encruzilhadas.
Exu possui grande importância dentro dos cultos afro-brasileiros, visto que, sem seu apoio, as mensagens e os pedidos não chegarão aos Orixás.
Em relação Despachos ou Os Trabalhos Malignos ( os tão famosos popularmente chamados de "pactos com o diabo", “Despachos”, "Coisa feita", "Trabalho do Mal", "ebó", "Macumba", "Mironga", "Muamba" ), como matar por exemplo, Não são acordos feitos com os Exus, mas, com os Kiumbas, entidades que agem na surdina, fazendo-se passar pelos Exus, atuando em terreiros que não praticam os fundamentos básicos da Umbanda que são:
Crença na existência de um Deus único;
Crença de entidades espirituais em evolução;
Crença em orixás e santos chefiando falanges que formam a hierarquia espiritual;
Crença em guias mensageiros;
Crença na existência da alma;
Crença na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento espiritual do médium;
Crença no uso de ervas e frutos: - Jamais sangue;
Caridade acima de tudo.
Videntes os veem nestes lugares e erroneamente dizem que eles são de lá. Devido a esta característica, os Exus, são confundidos com os Kiumbas, que são espíritos trevosos ou obsessores, são espíritos que se encontram desajustados perante à Lei. Provocando os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que se comprazem na pratica do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças, calcadas no ódio doentio. Aguardando, enfim, que a Lei os "recupere" da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente).
Kiumbas vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são densas. Este baixo astral é uma enorme "egrégora" formada pelos maus pensamentos e atitudes dos espíritos encarnados ou desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores, raivas, vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam esta faixa vibracional e os kiumbas se comprazem nisso, já que sentem-se mais fortalecidos.
O Uso de bebidas alcoólicas: Também encontramos terreiros dos seguintes tipos:
Os em que as entidades incorporadas não usam bebidas.
Os em que elas bebem durante os trabalhos.
Os que usam bebida em situações mais veladas.
Não há necessidade de ingestão de bebidas, mas seu uso externo se faz porque o álcool volatiza-se rapidamente, servindo como condensador energético para desintegrar miasmas pesados que ficam impregnados nas auras dos consulentes além de agir como elemento volátil de assepsia do ambiente.
As Vestimentas e o Trabalho: Na umbanda usa-se como roupagem para os médiuns apenas roupa branca e descalço, representando a simplicidade e humildade.
Na Umbanda, a assistência pode consultar as entidades diretamente, sem precisar do jogo de Búzios, uma vez que as entidades podem utilizar o corpo do médium para se comunicar. Essa consulta só pode acontecer nos dias de gira de trabalhos, essa gira é especialmente para isso. Existem outras giras, como por exemplo a Gira de Desenvolvimento, onde os médiuns novatos praticam e se aperfeiçoam na comunicação com o orixá e entidades.
Há ainda para se dizer que na Umbanda os orixás maiores ou santos (Iemanjá, Oxóssi, Xangô, Ogum, Oxum, Iansã, etc) não falam, quando eles "baixam" no terreiro, só sua presença já é uma benção, os santos não tem a falange (linguajar) para que as pessoas possam entender, eles já transcenderam da Terra há muitos anos e adquiriram muita luz, portanto, aqui na Terra, o máximo que fazem são emitir sons (ou mantras) como por exemplo o canto de Iemanjá, que para uns pode ser um canto e para outros um choro.
As consultas ficam por conta das entidades de cada linha como por exemplo: os baianos, preto-velhos, boiadeiros, marinheiros, crianças, etc, que por estarem mais próximos de nossa realidade (pois desencarnaram a apenas algumas décadas - como no caso dos pretos-velhos), podem nos ajudar por conhecerem bem mais de perto os problemas terrenos.
Outra característica marcante é o congar de um terreiro de Umbanda que tem, lado a lado, imagens de santos católicos (estes representando os orixás) e imagens das entidades (marinheiros, caboclos ameríndios, pretos-velhos, crianças, etc) e também podem ter outras imagens como de Santa Luzia, Santo Agostinho, Santo Expedito, etc. Em terreiros de candomblé cada orixá tem seu lugar, como por exemplo um quartinho, onde ficam os objetos do orixá.
Os médiuns também não precisam ficar o dia inteiro no terreiro e nem dedicar todo o seu dia a ele, basta apenas ter a responsabilidade de estar nos dias de gira e cumprir sua missão com amor e caridade no coração.
Os médiuns não incorporam cada um orixá, os médiuns seguem a linha que os tabaqueiros e o Ogan (sabendo-se que ele só irá puxar um ponto quando o Pai ou Mãe de Santo autorizar) puxam, por exemplo, se estiverem cantando um ponto sobre Oxóssi, os médiuns e a assistência já sabem que quem vem para trabalhar são os caboclos.
Outra diferença básica é como os médiuns se preparam para incorporar, ao contrário do Candomblé que dançam num círculo em movimento, rodopiando seus corpos ao som dos atabaques e outros instrumentos, na Umbanda o médium fica parado, acompanhando por palmas os pontos cantados e esperando o momento exato para a incorporação dos orixás ou das entidades.
As roupas são brancas em geral e o uso das cores fica reservado para os Pais e Mães de Santo e em dias de festa e homenagem no terreiro.
As roupas pretas e vermelhas são usadas em dia de Gira de Exu, e também reservado apenas ao direito do médium de incorporação e Pais e Mães de Santo, os outros médiuns (novatos, ogans, cambones, etc) devem usar roupas brancas somente ou com uma fita vermelha presa a sua cintura.
Cada orixá vibra em uma cor, por exemplo, Oxóssi vibra na cor verde assim como Iansã na cor amarela, mas indiscutivelmente o branco (Oxalá) é aceito por qualquer linha.
Linhas e Falanges: No candomblé os orixás formam um sistema, estando ligados por laços de casamento e descendência; por exemplo: Nanã é a ancestral feminina, a avó, enquanto Ogum é filho de Oxalá com Iemanjá e assim por diante. Assim no candomblé cada orixá tem sua história, suas paixões, lutas e apresentam preferências alimentares de cada um, cores, roupas, adereços, etc.
Os espíritos dos antepassados bantos e as entidades ameríndias - os caboclos - não apresentam esse tipo de organização: estão distribuídos em aldeias, reinos, tribos e, em vez de formarem um sistema, justapõem-se entre si. Com a influência do kardecismo, a Umbanda usa para sua organização o que chamamos de Linhas e Fslsnges - princípios de organizações e classificação dos espíritos.
Linhas e Falanges constituem divisões que agrupam as entidades de acordo com as afinidades intelectuais e morais, origem étnica e, principalmente, segundo o estágio de evolução espiritual em que se encontram, no astral.
De acordo com os mais variados critérios e sem limite de número, o que na prática se traduz em uma multiplicidade de esquemas, a partir das sete linhas tradicionais da Umbanda, por sua vez subdivididas em sete falanges ou legiões.
Linha de Oxalá
Linha de Iemanjá ou Linha das Águas
Linha de Oxóssi
Linha de Xangô
Linha do Oriente / Linha de Cosme e Damião*
Linha Africana ou das Almas
Linha de Ogum.
Cada terreiro tem a sua forma de interpretar a Umbanda, os ritos também diferem de casa para casa. A maioria utiliza atabaques e outros instrumentos musicais para acompanhar os seus pontos cantados, mas alguns só cantam seus mantras. Toda gira de umbanda tem como base o processo de defumação - elemento característico das giras - que consiste na queima de ervas essenciais, com o fundamento de limpeza do campo áurico energético das pessoas e do ambiente para que a faixa vibracional seja ajustada para o recebimento das entidades que ali trabalharão.
A Umbanda é genuinamente brasileira. A Prática da Umbanda nada tem a ver com o Candomblé ou com a Kimbanda. Trata-se de uma religião que trabalha diretamente com entidades do Plano Astral, espiritos desencarnados ou seres da natureza (os elementais), e utiliza a mecânica da incorporação para trabalhar as necessidades emergenciais do homem, trazendo a força e sabedoria dos mestres da Aruanda e age através da cura e energização do campo astral
A Umbanda é genuinamente brasileira. A Prática da Umbanda nada tem a ver com o Candomblé ou com a Kimbanda. Trata-se de uma religião que trabalha diretamente com entidades do Plano Astral, espiritos desencarnados ou seres da natureza (os elementais), e utiliza a mecânica da incorporação para trabalhar as necessidades emergenciais do homem, trazendo a força e sabedoria dos mestres da Aruanda e age através da cura e energização do campo astral
Atua nos centros de força dos corpos e campos magnéticos das pessoas que "...vêm em busca de socorro, alivio e cura para suas dores morais e físicas." E também traz muito ensinamento das verdades da espiritualidade maior Um Deus único e superior Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus – os Orixás são cultuados como divindades de um plano astral superior, que na Terra representam às forças da natureza (muitas vezes confunde-se a força da natureza com o próprio Orixá):
• Oxum: As águas doces;
• Iemanjá: As águas salgadas;
• Iansã: Os ventos, chuvas fortes, os relâmpagos;
• Xangô: A força das pedreiras;
• Oxóssi: A energia das matas;
• Ogum: Dos metais...
São 7 os Orixás ou Linhas na Umbanda, em ordem:
• Oxalá: Representado por Jesus.
• Oxossi: Representado pelos caboclos ou índios brasileiros ou não.
• Ogum: Os chamados guerreiros.
• Ibeji Bejada: A linha das crianças.
• Oxum: Representada pela força da água doce, rios e cachoeiras.
• Xangô: Representa a justiça e a força das pedreiras.
• Yemanjá: Representa a água salgada, o mar.
A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento diante do mundo e com seus filhos, os quais são seus protegidos e uma parte das emanações do Orixá presentes no Orí ou Camatuê (Camatua) desses filhos.
Existe a compreensão do trabalho dos Orixás na Umbanda em 7 Linhas. Rubens Saraceni as divide da seguinte forma:
Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução, Geração.
Ainda, segundo Saraceni, os 14 Orixás de Umbanda colocados pela ordem das linhas que trabalham:
• Fé: Oxalá e Oya.
• Amor: Oxum e Oxumaré.
• Conhecimento: Oxóssi e Obá.
• Justiça: Xangô e Eugunitá.
• Lei: Ogum e Iansã.
• Evolução: Obaluayê e Nanã Buroquê.
• Geração: Yemanjá e Omulu.
Os templos onde os "comandantes" são Pretos-Velhos seguem a corrente africana e os que têm os Caboclos como "comandantes" seguem a linha indígena. Mas, isso não é regra e pode variar de templo para templo
As pessoas que recebem, incorporam entidades dentro dos terreiros, são ditos médiuns, cavalos ou "burros". Pessoas que têm o Dom de incorporar os Orixás e Guias.
"As entidades" que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre:
• Falangeiros de Orixás: Xangô, Ogum, Oxum, Nanã, Iemanjá, Iansã, Obaluayê, Oxumaré, entre outros.
• Guias: Pretos- velhos, Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Exus, Marinheiros e Orientais.
• Kiumbas, espíritos sem luz: esses, normalmente, são incorporados quando se está fazendo algum descarrego ou quando existe algum obsediado no local.