quinta-feira, 28 de abril de 2022

A Umbanda (Parte 4º de 13 partes) Hierarquia A hierarquia na Umbanda pode variar dependendo da quantidade de membros de modo que pode se dividir em um grupo administrativo e grupo espiritual, além de variar de acordo com o tipo de Umbanda (de nação, Esotérica etc).

 A Umbanda

(Parte 4º de 13 partes)
Hierarquia
A hierarquia na Umbanda pode variar dependendo da quantidade de membros de modo que pode se dividir em um grupo administrativo e grupo espiritual, além de variar de acordo com o tipo de Umbanda (de nação, Esotérica etc).


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A Umbanda
(Parte 4º de 13 partes)

Hierarquia
A hierarquia na Umbanda pode variar dependendo da quantidade de membros de modo que pode se dividir em um grupo administrativo e grupo espiritual, além de variar de acordo com o tipo de Umbanda (de nação, Esotérica etc).

Sacerdote (Pai-de-santo) e Sacerdotisa (mãe-de-santo) : responsáveis por toda a atividade espiritual que ocorre no terreiro, como iniciar, conduzir e encerrar as giras e estabelecer as ordens e doutrinas passadas pelo astral.
Pai Pequeno e mãe pequena: responsáveis na ausência dos pai ou mãe, têm os mesmos ensinamentos e participam de todos os rituais.

Curimbeiro ou atabaqueiro: responsável por tocar e cantar os pontos cantados nas giras além do ensino a novos ogãs.

Ogã ou alabê: responsável pela curimba e instrutor dos toques de atabaques.

Médium iniciante: médiuns que ainda não incorporam, sendo às vezes colocados como cambonos até adquirirem experiência.

Médium em desenvolvimento: médiuns em processo de desenvolvimento.

Médium de trabalho: médiuns que prestam consultas nas giras de atendimento e já passaram por todos os preceitos e obrigações (batismo, amaci e coroação).

Cambono: médium designado a auxiliar a entidade trabalhando como um intérprete entre a entidade e o consulente.

Objetos Ritualísticos
As velas vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo. As velas funcionam como um transmissor rumo aos planos que se desejar atingir. A chama da vela é a conexão direta com o mundo espiritual superior, sendo que a parafina atua como a parte física da vela ou símbolo da vontade, e o pavio a direção.

Nos terreiros, há sempre alguma vela acesa, são ponto de convergência para que o umbandista fixe sua atenção e possa assim fazer sua rogação ou agradecimento ao espírito ou Orixá a quem dedicou.

Ao iluminá-las, homenageia-se, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo ao espírito.

A função da uma vela, que já foi definida como o mais simples dos rituais, e', no seu sentido básico, o de simplesmente repetir uma mensagem, um pedido.

Passo fundamental no ritual de acender velas. O pensamento mal-direcionado, confuso ou disperso pode canalizar coisas não muito positivas ou simplesmente não funcionar. Diz um provérbio chinês: "cuidado com o que pede, pois poderá ser atendido". A pessoa se concentra no que deseja e a função da chama é o de repetir, por reflexo, no astral, a vontade e o pedido do interessado. Existem diversos fatores dentro da magia no tocante ao número de velas a serem acesas e outros detalhes.

O ato de acender uma vela deve ser um ato de fé, de mentalização e concentração para a finalidade que se quer. É o momento em que o médium faz uma "ponte mental", entre o seu consciente e o pedido ou agradecimentos à entidade, Ser ou Orixá, em que estiver afinizando.

Muitos médiuns acendem velas para seus guias, de forma automática e mecânica, sem nenhuma concentração. É preciso que se tenha consciência do que se está fazendo, da grandeza e importância (para o médium e Entidade), pois a energia emitida pela mente do médium, irá englobar a energia ígnea (do fogo) e, juntas viajarão no espaço para atender a razão da queima desta vela.

Imagens:
As imagens são pontos de focalização, baseado no conceito de egrégora, ponto focal seria um concentrador de energia, é uma herança católica, que veio para umbanda no confuso sincretismo. Mas não basta juntar muitas imagens no congar, que podem causar confusão.

Outra característica marcante é o congar de um terreiro de Umbanda que tem, lado a lado, imagens de santos católicos (estes representando os orixás) e imagens das entidades (marinheiros, caboclos ameríndios, pretos-velhos, crianças, etc) e também podem ter outras imagens como de Santa Luzia, Santo Agostinho, Santo Expedito, etc. Em terreiros de candomblé cada orixá tem seu lugar, como por exemplo um quartinho, onde ficam os objetos do orixá.

Porém a propagação de uma imagem errada pode gerar má interpretação como é o caso do Exú que não tem nada a ver com as imagens vendidas nas casas de artigos religiosos, com chifrinhos e rabos... Exu não é o Diabo. Essa é uma das confusões causado por esse casamento da umbanda com o catolicismo (sincretismo).

Charutos e Cachimbos:
A umbanda é muito criticada, por usar o fumo nas sessões.
As folhas da planta chamada " fumo" absorvem e comprimem em grande quantidade o prana vital enquanto estão em crescimento, cujo poder magnético é liberado através das golfadas de fumaça dadas pelo cachimbo ou charutos usados pelas entidades. Essa fumaça libera princípios ativos altamente benfeitores, desagregando as partículas densas do ambiente.

A defumação é usada em várias religiões, justamente por ter a fumaça propriedades de dissipar cargas pesadas no meio ambiente a nível etérico e astral com baixas vibrações. As entidades aconselham os médiuns apenas a baforarem a fumaça em direções determinadas, sem tragar para dentro do pulmão a fumaça, justamente porque a fumaça carrega consigo elementos bloqueadores, e podem deixar sequelas no aparelho mediúnico.

Guias (Colares /Rosário):
As guias ou colares que todos usam a começar da guia de Oxalá tem significado duplo. Primeiro de proteção, que aquele médium carrega consigo elementos que foram e são constantemente carregados pela energia dos Orixás, promovendo uma circulação de energias protetoras e de descarga não permitindo que energias deletérias se fixem no médium; que não haja a influência de espíritos trevosos nos trabalhos. Por essa razão ao entrarmos na Umbanda nos é permitido a utilização da guia de Oxalá e da guia de esquerda. Apenas após o Amaci é que podemos utilizar a guia do nosso Orixá ancestral, nosso Pai de Cabeça. Pois não é um ato mecânico e sem importância a utilização dessas guias. As guias das entidades tem significado semelhante, mas acrescido de uma força mágica para auxiliar na condução, liberação e direcionamento das energias do médium para os trabalhos daquela entidade. Isso significa que apenas aqueles que já foram liberados para o toco (médiuns que podem dar consultas nas giras) poderão usar essas guias de entidades. Lembrado que todas as guias devem ser fechadas pelo Pai de Santo.

As guias brancas induz às coisas puras, além de terem caráter refletor. As vermelhas são úteis para repusar cargas negativas, as amarelas para refutar o mau olhado, as verdes limpam o pensamento atraindo fluídos para a cura, as azuis são calmantes, cor-de-rosa, elevam a mente e as pretas para contactar forças inferiores negativas.

Lembrando que no Candomblé, a cor está associado ao Orixá. Alguns terreiros fazem essa confusão, pois na umbanda as guias tem função ao cromatismo, uma vez que existe para os orixás uma cor energética que variam de um lugar para outro.

Guias Naturais que são guias feitos com elementos naturais, que são elementos da natureza tais como minérios, madeira, sementes, elementos animais como osso, cálcio animal, encontrados nos reinos da natureza tem um valor magnético que constitui um escudo eficaz para os médiuns:

Elementos Minerais:
- Pedras preciosas, semi preciosas, cristais, rochas, etc.

Elementos Vegetais:
Favas, sementes, caules, frutos, etc.

Elementos Animais:
Conchas, búzios, ossos, etc.

Efeitos Talismáticos:
Uma guia precisa ser imantada, senão seu valor protetivo serão nulo, apenas um enfeite. Outro erro é a quantidade de guias no pescoço, quantidade não é qualidade. É costume da entidade proteger o aparelho, não elas próprias.

Atabaques:
Recomenda-se não usar atabaques em todos os trabalhos que envolvam contacto mediúnico. A explicação tem vários angulos: Concentração é um dos pontos e o barulho ensurdecedor neste aspecto, não é condizente, com a calma, a busca de um estado mental e emocional para isso. Podendo causar bloqueios no aparelho. Num segundo momento, o atabaque induz com seu som, ao transe mediúnico, em determinados trabalhos, onde o cérebro trabalho como um captador frequencial, hipnóticas e rítmicas, alegam alguns especialistas que neste caso pode ser animismo do médium, o que causaria uma confusão, já que o imaginário entraria em questão, e condenam o uso de atabaques para um trabalho mais refinado e não primitivo que os sons dos tambores induzem a mente.

Existe um ritual correto no uso de atabaques que é desbloquear áreas do inconsciente, porém é na fase inicial, chamado de Ritual de Transe Anímico, nestes rituais não existe Incorporação de Entidades.

Curimba é o nome que damos para o grupo responsável pelos toques e cantos sagrados dentro de um terreiro de Umbanda. São eles que percutem os atabaques (instrumentos sagrados de percussão), assim como conhecem cantos para as muitas “partes” de todo o ritual umbandista. Esses pontos cantados, junto dos toques de atabaque, são de suma importância no decorrer da gira e por isso devem ser bem fundamentados, esclarecidos e entendidos por todos nós.

Muitas são as funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma função ritualística, onde os pontos “marcam” todas as partes do ritual da casa. Assim temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater cabeça, etc.

Temos também a função de ajudar na concentração dos médiuns. Os toques assim como os cantos envolvem a mente do médium, não a deixando desviar – se do propósito do trabalho espiritual. Além disso, a batida do atabaque induz o cérebro a emitir ondas cerebrais diferentes do padrão comum, facilitando o transe mediúnico. Esse processo também é muito utilizado nas culturas xamânicas do mundo afora.

Entrando na parte espiritual, os cantos, quando vibrados de coração, atuam diretamente nos chacras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e frontal, ativando – os naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim como, os toques dos atabaques atuam nos chacras inferiores, criando condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação.

As ondas energéticas – sonoras emitidas pela curimba, vão tomando todo o centro de Umbanda e vão dissolvendo formas – pensamento negativas, energias pesadas agregadas nas auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas espirituais. A curimba transforma – se em um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás.”

A casa de Exu:
Sempre quando entramos num terreiro, geralmente a primeira coisa que visualizamos, na maior parte dos casos é chamada casinha de Exú, geralmente de portas fechadas, já que as mirongas lá dentro não podem ser vistas. Geralmente lá dentro se encontram aquelas estátuas de mal gostos. Vermelhas, formas assustadoras, que na realidade espiritual nada tem a ver com o Exú.

Na falta de conhecimento dos Babalorixás (donos de terreiros), que insistem em dizer que essas estatuetas são figuras fiéis dessas entidades. Algumas tendas colocam animais mortos dentro dessas casinhas e ainda se dizem casas de umbanda. Isso só atraí Kiumbas, ignorancia e afasta as entidades de boas vibrações. A umbanda não corrobora com isso.

No Brasil, Exu/Legbá (Mavambo, Combojira, Cariapemba nos candomblés congo-angola) é familiarmente chamado de Compadre, o Homem da Rua ou das Encruzilhadas, onde suas oferendas são colocadas. Nos terreiros, o seu lugar consagrado fica ao ar livre ou dentro de uma pequena choupana isolada denominada "a casa de Exu" ou atrás da porta de entrada do barracão. Simbolizado por um tridente de ferro ou por uma estátua de ferro brandindo um tridente, segunda-feira é o dia da semana que lhe é dedicado. Suas contas são pretas e vermelhas." (Museu Afro-Brasileiro).

Exu, o princípio dinâmico que rege a vida, e Ifá, encarregado de transmitir os propósitos dos orixás aos homens, são as duas divindades que aparecem com destaque nos rituais afro-brasileiros. A casa de Exu fica próxima à entrada dos terreiros com o objetivo de proteger o espaço sagrado. Muitas vezes confundido com o conceito cristão de demônio, Exu é, na verdade, uma força que possibilita a ligação entre este mundo físico, Aiyê, e aquele habitado pelas divindades, Orum.

A Pemba:
A pemba é um giz branco usado nos rituais mágicos pelas entidades para traçar sinais cabalisticos que movimentam energias e uma certa classe de espíritos, os elementares.
A Pemba, de origem africana, é um instrumento Ritualístico de alto significado. É normalmente utilizada para riscar pontos pelas Entidades e pelo médium, visando estabelecer Contatos vibratórios com as esferas espirituais.

A Pemba praticamente é usada em quase todos os Rituais de Umbanda.

Por carregar o axé, a Pemba é saudada como um Divino instrumento, dedicando-se até pontos cantados e reverências específicas.

O fundamento místico de sua utilização está Relacionado à pedra. Seu uso estabelece relação entre o universo da Forma e o espiritual ou etérico. A pedra encerra os quatro elementos naturais e suas Manifestações. Assume aspecto neutro e, devido a isso, significa Lei e Justiça.

A Lei da Pemba:
é a grafia dos Orixás, ela é cósmica. Tais sinais identificam as ordens diretas das entidades espirituais bem como a linha em que pertencem. Os sinais se identificam com um som específico no qual pode ser traduzido como um Mantra. O termo Saravá por exemplo que é tão ridicularizado pelos que atacam a Umbanda, é um desses mantras:

SA = Força, Senhor.
RA = Reinar, movimento.
VÀ = Natureza, energia.

Saravá, significa então, força que movimenta a natureza. Esse termo quando pronunciado, movimenta estruturas energéticas que usam o campo cósmico para se expandirem vibracionalmente, movendo em si energias. Aliás, as palavras possuem esse poder. Uma simples palavra é capaz de tirar o humor como provocar um riso de uma pessoa.

A Lei da Pemba é Dividida:

Sistema Minemonico:
Esses sistema consiste em sinais destinados a ativar a memória. Exemplo: Estrela, círculo, nos lembra coisas celestes.

Sistema Idrográfico:
Consiste em sinais que representam uma idéia, como a cruz, que nos leva a caminhos cruzados, céu e terra, sacrifício, Jesus na cruz.

Sistema Mnemônico:
Abrange sinais representativos de determinados sons, inclusive da própria natureza.

A Li da Pemba tem 3 Princípios fundamentais:
Princípio da Flecha.
Princípio da Chave.
Princípio da Raiz.