A Mediunidade na Lei de Umbanda
( Parte 2º de 3 partes)
Prosseguindo.
( Parte 2º de 3 partes)
Prosseguindo.
Entra em concordância conosco, mais uma vez revelando um conhecimento que é lei, na Umbanda, ao afirmar: E, como é natural, os próprios protetores individuais desses médiuns possuem qualidades correspondentes, estão mais ou menos em igualdade de condições, muito embora no desempenho de tarefas úteis e na posse, como é lógico, de um certo adiantamento e superioridade espiritual sobre aqueles que os auxiliam.
Como cooperadores de entidades mais elevadas, que dirigem agrupamentos e serviços mais amplos e importantes, cumprem eles, assim, também seu dever e obtêm, por esse modo, oportunidade de, a seu turno, melhorarem e evoluírem.
Queremos salientar, que a base moral é imprescindível a qualquer dos três Estados descritos e não a citamos em cada um, por desnecessário, pois sabemos, e o leitor também, que sem ela a mediunidade passa a ser apenas um Distúrbio ou uma Doença, cujos efeitos podem ser vistos e sentidos por quem se dispuser ao estudo e à pesquisa neste setor.
Porém, como dissemos, esses planos ou graus, estão dentro de uma Lei que tem por escopo, atender às necessidades-evolutivas dos aflitos e retardados de todos os planos e subplanos, nem poderia deixar de sê-lo, pois, segundo Jesus, Nenhuma Ovelha do Rebanho do Pai se Perderá.
Devemos agora esclarecer o Porquê da mediunidade cujo dom é inato à grande Lei de Umbanda.
Todo observador que fizer uma pesquisa nos diferentes setores onde existem as manifestações dos Espíritos, dessa ou daquela forma, verificará que por lá se fazem muitas coisas, porém, limitadas de acordo com a resistência mediúnica e psíquica dos seus médiuns.
Vamos tentar melhor explicação, tomando como exemplo com a devida permissão e conhecimento de 40 anos de vivencia também nos estudos Espirita, o conhecido setor kardecista onde a mediunidade ativa se externa através de várias faculdades dos médiuns, já bem conhecidas.
Devemos notar que os espíritos atuantes neste setor, considerados luminares, não revestem suas próprias formas astrais com outras identificáveis como militantes de uma determinada ordem ou coletividade, fatos estes que na Umbanda constituem-se em imperativo.
Além disso, suas possibilidades ou conhecimentos, são restritos à doutrina, passos, correntes psíquicas, águas fluídicas, operações orgânicas, etc.
O fator principal, porém, não está unicamente nesta restrição, que é imperativo de seus próprios Karmas, eles estão ainda muito arraigados aos caracteres psíquicos de sua última personalidade, não obstante dentro dessas características externarem grandes conhecimentos e evolução, porém limitada pela resistência psíquica e mediúnica, todavia, essa dita personalidade é bem marcante nos Protetores e Guias que aferem nos 3.º e 2.º Planos do mediunismo inerente à Lei de Umbanda, apenas não sofrem restrições devido às suas somas de experiências kármicas e consequentes conhecimentos os capacitarem a maior campo de ação ou atividades.
Quanto aos orixás-intermediários, Primeiro Plano, sendo altamente evoluídos, tendo pela dita soma de renascimentos e consequentes experiências, adquirido o equilíbrio em suas ações, não estão mais sujeitos a estas consequências, isto é, há muito que deixaram de usar a Forma Humana, para veículo de suas ascensões evolutivas; não põem mais em relevo os caracteres psíquicos de sua última personalidade, não queremos dizer com isso, que a percam, seria absurdo, de sua própria alma; se elevam à Alma Universal, ou seja, aos princípios morais que formam sua plenitude, a unidade de ideias, de bondade, de justiça, de amor, etc.; em síntese, eles se exteriorizam de maneira impessoal.
Como falamos de Resistência Mediúnica e Psíquica, vamos esclarecer também o por que assim a consideramos, todos sabem, e é muito fácil verificar, que nos setores onde existem as comunicações de Espíritos, eles as fazem obedientes a certas finalidades, invariavelmente através dos chamados médiuns.
Suas finalidades ou objetivos estão circunscritos à resistência Psíquica ou Mental, em íntima conexão com a capacidade fluídica do corpo astral do médium ou aparelho.
Assim, continuo a comparação com os ditos médiuns do plano kardecista, por serem, como já dissemos atrás, bastante conhecidos.
Os espíritos neste plano, adiantados ou não, por afinidade e obedientes às diretrizes da Grande Lei de Umbanda, foram e continuam sendo encaminhados ou coordenados para Este Campo de Ação a fim de adquirirem maiores conhecimentos ou qualidades que os possam capacitar, quando chamados a militar na Umbanda, eles formam uma espécie de Reserva do 3.º e 2.º Planos desta Lei.
Neste setor, os espíritos agem da maneira já citada e isso porque não estão ordenados a mais e mesmo pelo fato de os aparelhos não estarem capacitados, pelo Psiquismo e Mediunismo que lhes são próprios, a suportar o entrechoque das mazelas, agonias, aflições de toda espécie, casos pessoais, demandas oriundas dos interesses contrariados que levam os consulentes à baixa magia, e, em consequência, à luta imediata com os chamados Elementais e Elementares, com seu cortejo de Larvas e, logicamente, os Exus, por trás de tudo isso.
É caso perfeitamente comprovado, na prática, que as influências ou vibrações originárias dessas citadas mazelas, atuam diretamente na aura e no mental, pelo corpo astral do aparelho receptor e transmissor, é comum as multidões procurarem lenitivo para a maioria de suas Aflições, guiadas por uma intuição inata que lhes diz serem somente os Espíritos militantes nas Tendas e Cabanas da Lei de Umbanda, os indicados para seus casos, e o fazem com a fé e a convicção que possivelmente em outros setores não externam e nem conservam, porque estão guardando apenas as Aparências Sociais.
Ora, afirmamos, portanto, que para entrar em choque com todos estes negativos, faz-se mister que o veículo mediúnico seja forte, quer no Psiquismo, quer pela qualidade desse Dom, alimentado pela vitalidade fluídica de um corpo astral sadio que o classifica dentro de uma Lei, para mediador dos Orixás, Guias e Protetores que, por meio deles, lidam diariamente, com as variações da magia, positivas ou negativas, sempre para o Bem daqueles que os procuram com várias finalidades, inclusive com a terapêutica astral, na cura de moléstias consideradas insanáveis, pela medicina comum.
Devemos deixar patente que as Entidades da Umbanda, além do todo exposto, dão, como Pão de Cada Dia, a mesma doutrina, os mesmos princípios morais que norteiam os Evangelhos do Cristo, bebidos nas primitivas fontes onde foram os primeiros a dessedentarem-se.
Passemos agora a expor considerações sobre a modalidade desse Dom, posta mais em prática na Umbanda da atualidade, não obstante todas as demais serem conhecidas.
O umbandista, ou melhor, todo aquele cujo evolutivo é tendente à Lei de Umbanda, é um experimentado, ou seja um Espírito Velho, com incontáveis encarnações, que por experiência natural, vivente em seu próprio Ego, desconfia ou mostra reserva, nas comunicações espíritas dependentes do critério de subconscientes, estejam seus donos sentados, de colarinho duro e gravata, ou deambulando, de pés descalços.
Assim é que preferem sempre os aparelhos que incorporam, porque fazem uma aferição In Loco quanto ao Ser ou Não Ser do caboclo ou preto-velho.
É essa a modalidade de comunicação dos espíritos que se firma com mais intensidade na Umbanda, pela confiança que impõe e que qualificamos de Mecânica de Incorporação.
Esta mecânica entrosa duas fases:
1ª - Fase Inconsciente : Em que o corpo astral do médium cede Totalmente a direção da máquina física a uma Entidade afim; façamos, então, uma imagem comparativa: esta fase é representada pelo chofer que cede seu lugar a outro, confiando-lhe a direção do carro e em absoluto seu subconsciente interfere na ação deste, desde o início até o fim na mediunidade, Manifestação e Transmissão, em atitude estritamente passiva e de confiança integral no chofer, ficando completamente Dirigido.
2ª - Fase Semi-Inconsciente: Em que o corpo astral do médium cede parcialmente a direção de sua máquina física a uma Entidade afim; na mesma imagem comparativa, é a situação em que o chofer cede seu lugar, mas, como que Receoso, conserva a mão esquerda na direção, como que para impedir, em tempo útil, qualquer falha, mas obedecendo aos movimentos que o outro executa no volante, fica Semidirigido, apenas o subconsciente sabe, mais ou menos, o que se passa, mas não tem força direta para interferir na transmissão da Entidade, e em geral, depois do transe, ou conserva uma lembrança confusa do ocorrido ou nem ao menos isso.