A Mediunidade na Lei de Umbanda
( Parte 1º de 3 partes)
A Mediunidade na Lei de Umbanda
( Parte 1º de 3 partes)A mediunidade é uma faculdade que, dizem, é comum a todos em maior ou menor intensidade, ou melhor, em estado positivo, ela está em todos nós e em estado ativo em número muito reduzido de pessoas.
Mas, esta assertiva tem sido tão mal interpretada, como também o são estudos que propagaram das conclusões tiradas sobre seus efeitos, ou seja, da exteriorização desta mediunidade através de suas manifestações.
Que estudaram mais a parte Visível e Externa destas manifestações pela maneira como se apresentam nos médiuns, pode ser constatado na farta literatura existente, e estes estudos, que são mais um belo corpo de doutrina, foram transformados em ensinamentos práticos e básicos, faltando, no entretanto, terem posto em relevo, para mais precisa orientação, como esta mediunidade atua e como se precipitam Certas Causas em seu Mecanismo de Fixação e Ligação nas partes Psíquicas, Sensorial e Motora dos aparelhos em qualquer uma de suas modalidades.
Acredito ser inexequível a revelação deste conhecimento, mas, que se fizesse reservas claras e precisas às interpretações diretas e gerais, para que os ditos ensinamentos, que propagaram como básicos, sendo mais das Apresentações Exteriores, não viessem dando margem a que esta mediunidade redentora sirva de cobertura e justificativa para tantas criaturas externarem suas frustrações, estas mesmas que Freud explica tão bem, e ainda para outros porem em evidência uma série de complexos e limitações.
E é vendo este lastimável estado de coisas, que indagamos, contritos e pesarosos:
Mediunidade, Onde Estás?
Lançaram-te no mercado da vida, como lenitivo ou solução para todos os males, e hoje em dia, os famintos de bálsamos miraculosos, buscam em ti a droga salvadora que pensam adquirir graciosamente... e assim, os espertos, aproveitando-se desta situação, transformaram-te na coisinha mais corriqueira nos balcões dos interesses, da ignorância e mais, muito mais, nos da ingenuidade.
Tuas escolas de propaganda foram além do que esperavas, mas somente não especificaram em letras garrafais, que, em Estado Ativo, Atuante, Estás Em Bem Poucos de Nós,
desconfiamos, e quem sabe, podemos até afirmar que Um Movimento, que qualificamos como de Retração, obediente à Lei do Equilíbrio, Tornou esta Coisinha que Fizeram Corriqueira, em uma espécie de Agulha no Palheiro, que se procura, de lanterna acesa, no mostruário, das exibições dos tempos que correm.
Para mostrarmos da vulgaridade com que se pratica a Umbanda, em grande parte do meio, vamos relatar a título de ilustração, o seguinte fato: no ano passado, em determinado setor, onde esta mediunidade é o vértice que impulsiona a razão de ser das multidões que ali acorrem, houve uma festa, isto é, uma tamanha reunião de médiuns, que nesta ocasião pensamos, este Dom deveria ter-se Condensado tanto, através das vibrações e da junção dos veículos, que, por certo, teria que acontecer Algo de Inédito, no entanto, pelos comentários posteriores, de inúmeros aparelhos que por lá trafegaram, a Coisa Esteve Tão Boa que, disseram,
Curimbas ou Sambas Iguais, jamais perderiam!
Nunca se divertiram tanto!
Mas, indagamos, se vocês tiveram manifestações de seus Guias e Protetores, como podem ter-se divertido tanto? Esboçaram um riso irônico, um olhar matreiro, e compreendemos tudo.
E é comum, assim, representarem a Lei de Umbanda, sempre com festanças, batuques e músicas esquisitas, quando não são plagiadas do ritual de outras religiões, como é de observação trivial em muitos Terreiros.
Parem, senhores mentores, com essas deturpações de uma Lei, que fazem ao sabor de suas vaidades e personalidades!
Saibam que se processa um Movimento na direção espiritual desta Umbanda de todos nós, cujos Orixás, Guias e Protetores estão vigiando, com o Index Dirigido aos elementos retrógrados, que continuam emperrando o seu progresso, postergando os ensinamentos destas mesmas Entidades.
Saibam que, realmente, dentro desta mesma Umbanda que não querem levar a sério, os tempos são chegados e, se não creem, como supomos, aguardem, e verão, no rolar das pedreiras, quantas pedras cairão.
Há um princípio que, estou certo, todos os Espíritas admitem, é que os semelhantes atuam com seus semelhantes e como seus semelhantes, ora, quais são os semelhantes dos Espíritos senão os próprios encarnados e desencarnados?
Dentro da mediunidade, existem aparelhos cujo dom é inerente à Lei de Umbanda e que afere em Três Planos de vibrações mentais, formando uma hierarquia de Espírito para Espírito, de evolutivo para evolutivo, obedecendo ao Ternário de todas as coisas e princípios.
Assim é que estes Planos se formam em Sete Graus intermediários por afinidades com os Orixás, Guias e Protetores militantes de uma só Lei.
No Primeiro Plano, faz-se sentir sobre um mental elevado, de ótima inteligência, intelecto desenvolvido por mente espiritual já influenciada por sólidas concepções, estes, são aparelhos de um Karma Missionário, escolhidos pelos Orixás, espíritos que têm função de chefia nas Legiões, Falanges e Subfalanges da Umbanda, altamente evoluídos e que praticamente dirigem os demais expoentes da Lei, para externarem os reais fundamentos que somente eles estão capacitados a tal.
Segundo nossa observação e a opinião de dezenas e dezenas de Entidades, colhidas em meticulosos e pacientes Trabalhos de indagações, quando tínhamos a felicidade de encontrá-los em positivas incorporações, esses aparelhos estão, no momento, em proporção de 5%.
No Segundo Plano, estão os de um Karma Evolutivo, cujo, Dom está em atividade num bom mental, boa inteligência, relativos conhecimentos, com capacidade para conceber certos princípios, por um intelecto já bastante desenvolvido, eles se tornam veículos dos Guias, Espíritos que têm Chefia de Grupamentos, também de grande saber, intermediária entre as Ordens de cima e as execuções de baixo, estes aparelhos, na atualidade, se contam em proporção de 15%.
No Terceiro Plano, estão todos cuja mediunidade é pura ou simplesmente de efeitos karmânicos, isto é, Probatória, por consequências diretas, têm que resgatar por acréscimo, de um dom que lhes foi outorgado para contrabalançar uma série de ações que se chocam em seus evolutivos.
A maioria não leva em conta essa faculdade; seus próprios intelectos se negam a raciocínios e conhecimentos sérios, são apenas Máquinas Transmissoras dessa infinidade de Protetores integrantes de Grupamentos que os escolhem por afinidades e obedientes à Lei coordenadora, no momento, estes aparelhos encontram-se na proporção de 80%.
Enfim, neste plano, podem ser enfeixados no conceito do Sr. Edgard Armond, quando diz: "A mediunidade da maioria, portanto, sendo uma marca de inferioridade, de retardamento, de imperfeição, indica que esses médiuns possuem tonalidade baixa, vibração lenta, luz vaga e imprecisa, sensibilidade grosseira, somente podendo afinar-se com elementos de igual espécie e condições, isto é, com forças e entidades de planos inferiores”.
Continuemos fazendo nossas as palavras deste autor: “É claro que não estamos subestimando ou desmerecendo aos médiuns pessoalmente, mas simplesmente classificando-os segundo seus valores mediúnicos; todos nos merecem respeito e suscitam em nós, pela natureza edificante de suas tarefas, os melhores sentimentos de afeto e solidariedade”.