REGIÕES ABISMAIS
André Luiz confessa que seria difícil acreditar que esses antros de sofrimentos pudessem existir.
REGIÕES ABISMAIS
André Luiz confessa que seria difícil acreditar que esses antros de sofrimentos pudessem existir. Somente presenciando essas cavernas lodosas e nauseantes e ouvindo a gritaria ensurdecedora daqueles que ali se acham enclausurados, pois não conseguem se libertar das mesmas, é que se pode avaliar a angústia e o desespero em que sé encontram. Nesse ambiente de denso nevoeiro que mal se distinguem os detalhes e dimensões dessas zonas
abismais, é que podemos avaliar a magnitude desses locais de purgação. Diz-se abismal, em vista do despenhadeiro em que fica essa coletividade de sofredores. Tais abismos assemelham-se a imensas crateras de vulcões vivos, onde a gritaria ensurdecedora e ininterrupta é de enlouquecer qualquer um, mesmo os mais fortes e equilibradas.
Segundo nos afirmam os autores mencionados, as zonas subcrostais, como o próprio nome indica, localizam-se nas entranhas da Terra, no subsolo. Isto seria inacreditável, se tais revelações não fossem psicografadas por médiuns de inteira confiança, como F.C. Xavier, Divaldo P. Franco e Yvonne A. Pereira.
Essas aglomerações de seres humanos vivendo no subsolo, deixam de ser absurdas, se nos lembrarmos de que para os Espíritos a matéria grosseira, que é a terra, não oferece nenhum obstáculo para a sua travessia, pois conforme nos ensina a Doutrina Espírita, para os corpos fluídicos, a nossa matéria não opõe nenhuma resistência. É uma questão de consistência.
Muitos ovóides acompanham os seus inimigos em suas purgações nas cavernas abismais, assim como também sozinhos, durante centenas e até milhares de anos.
São Espíritos que degeneram o corpo perispiritual, pelo ódio superlativo. A destruição do corpo perispirítico é uma verdade insofismável devido aos testemunhos de Espíritos de comprovada idoneidade.
Manoel P. Miranda, relatando uma missão socorrista a uma zona abismal, localizada no subsolo de uma grande cidade brasileira, narra que ela fica sob a área de uma penitenciária e da faixa do lenocínio mais hediondo dessa cidade. Ao se aproximar da mesma, descreve que ela desaparecia, coberta por poderosa sobreposição de faixas vibratórias, em que estas anulavam as físicas.
Antes, porém, de atingir o abismo, percorrera longo caminho, onde de quando em quando surgiam sombras humanas que se asfixiavam no tremedal, levantando-se, a gritar, para logo desaparecer no lamaçal pútrido.
Ao atingir o abismo idimensional, onde não havia luz de qualquer espécie, e onde a esperança parecia não existir, os missionários dessa missão, lançaram as redes luminosas para que os que desejassem deixar aquele atoleiro imundo, agarrassem as mesmas, mas apenas os de boas intenções conseguiam segurá-las, enquanto que os de condições psíquicas negativas esforçavam-se em vão para agarrá-las, porque as redes diluiam-se ao contato de suas mãos.
CIDADE SOMBRIA
"Mutilados às centenas, aleijados de to-
dos os matizes, entidades visceralmente
desequilibradas, ofereciam-nos paisagens
de arrepiar."
André Luiz - Libertação, pàg. 57.
No livro "Libertação" (cap. lV), André Luiz nos fala de uma cidade dos planos inferiores, onde o panorama é um dos mais desagradáveis, seja pelo local e a população, seja pela fauna e a flora. São descrições que nos causam medo e tristeza, tal é a situação dessa coletividade de sofredores.
A cidade está envolta em denso nevoeiro, em terreno acidentado e casario paupérrimo, decadente e sórdido, com exceção do templo e dos palácios do pessoal administrativo, que ficam num pequeno planalto, onde há ruas e praças bem cuidadas, cheias de povo e carros puxados por escravos e animais.
Tanto os seres humanos e sub-humanos, como a flora e a fauna causam comiseração, tal é a degeneração em que se encontram. No ar, aquele ambiente de insegurança, ao presenciar-se aquelas fisionomias patibulares. Pigmeus aos magotes parambulam pelas ruelas, como que lmpulsionados por uma força estranha, que os move de um local para outro, sem destino.
A ociosidade é a nota dominante.
Multidões de seres sub-humanos são utilizadas para os serviços mais rudimentares, como trabalhadores de poucas possibilidades, em regime de escravidão. Para completar esse quadro entristecedor, essa população se traja de roupas Imundas e fétidas. Entre os dirigentes predomina a roupa de cor escarlate, simbolizando bem o estado de agressividade que lhes é peculiar.
Tudo é de causar pena, inclusive a flora, porque até as plantas são desagradáveis ao olhar; mas o que mais amedronta é a grande quantidade de animais monstruosos, que se movimentam a esmo, como duendes.
Nessa cidade purgatorial, 95% da população se dedicam ao mal e à desarmonia, não existindo crianças, como se Deus quisesse poupá-las de lugar tão desolador e inseguro. Os restantes 5% são constituídos de missionários do bem, em abnegado serviço de auxiliar aqueles que demonstrem arrependimento e propensão para a reforma íntima. Trabalham anonimamente, para não despertar revolta por parte dos Senhores da Colônia.
Essa população de estropiados e malfeitores, escravos e carrascos, vive sob severa vigilância de um policiamento de pessoas de semblante feroz, mais parecendo felinos à procura de uma presa. Todos, entretanto, não passam de instrumentos da Justiça Divina, que utiliza o homem para corrigir o homem.
A alimentação se dá através da vampirização dos fluidos dos encarnados que se afinem com as paixões rasteiras, sugando-lhes as energias, como se fossem lampréias insaciáveis. Essa cidade fica nas proximidades da crosta terrestre.
O plano espiritual é um mundo de infinitas situações, de conformidade com as condições morais e intelectuais de sua população, que se agrupa por afinidade; mas, como aqui, lá também existem os que governam e os que são
governados, segundo a condição intelectual que alcançaram.
O importante dessa lição é que ela nos adverte para o perigo do envolvimento dessa coletividade de vampiros, que está bem próxima de nós, à procura daqueles que se afinem com as sensações inferiores, para se imantarem aos mesmos.
Como dizem os benfeitores espirituais, cada pessoa tem a companhia que deseja, segundo as suas Inclinações. E diante dessa advertência, não podemos alegar ignorância, se formos conduzidos a cidades dos planos inferiores, ao desencarnar. Vigiemos, portanto, as nossas tendências, para que não desembarquemos nessas regiões de atrozes sofrimentos.
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