OS ORIXÁS E OS DESEQUILÍBRIOS NA SAÚDE (Parte 6)
OS ORIXÁS E OS DESEQUILÍBRIOS NA SAÚDE (Parte 6)
Nanã BuruquêCorresponde à lentidão nas reações motoras e mentais. Retenção de líquidos. Orixá da calma e da misericórdia. Relembra nossa ancestralidade mítica, o momento em fomos criados em espírito.
Nanã foi o Orixá que entregou o barro a Oxalá para que o ser humano fosse moldado em corpo físico. Ligada ao primeiro chakra (Básico) e também ao sétimo chakra (Coronário) pela sua energia sutil, Nanã é a Grande Mãe, a que conduz os espíritos desencarnados ao mundo espiritual, aconchegando-os e em seus braços. Sem pressa para a realização, o tempo não a aflige, por isso Nanã nos ensina que a evolução não dá saltos. Benevolência e gentileza são seus atributos.
Nanã é o Orixá da experiência de vida; seu ponto de força está fixado na nascente das águas profundas que nascem no interior da terra; e na lama - água com terra -, assim podemos dizer que neste ponto se une ao Orixá Omulú, que é o "Senhor da Terra", para que o indivíduo possa fazer a transformação interior; voltar-se para o lar interno, o espaço sagrado do ser que necessita ser constantemente limpo das energias absorvidas da vida cotidiana; da mania de se vitimizar, dizendo que tudo é por causa só dos outros, do externo.
Sempre que a porta é aberta, as energias entram, portanto, é de bom termo ouvir mais a si mesmo e preocupar-se menos com a opinião de terceiros. Isto é praticar o autoamor, que é cuidar de si, percebendo-se em sua totalidade como ser divino criado por Deus.
Observar onde estão os bloqueios que impedem uma vida mais serena e feliz - os apegos, os ressentimentos, a solidão, a rigidez, os arrependimentos, os medos e as culpas, a rejeição e as discórdias.
As carências afetivas e a sensação de abandono são energias representadas de forma simbólica na lama em putrefação, que tem cheiro ruim. Mas é na lama que cresce a flor de lótus, com suas pétalas belíssimas e seu perfume inconfundível.
Nem toda lama cheira mal, pois existem as medicinais - compostas de argila, que possui estes dois componentes: terra e lama. O conhecido "banho de lama" para tratar as doenças de pele e articulações; remover a febre; extrair as impurezas do organismo, purificando-o.
Precisamos compreender que é impossível passar pela vida sem ter experiências e sem superar dificuldades, dores e perdas. O oposto do sofrimento é a felicidade. Eles andam juntos, um faz parte do outro, visto que em nosso planeta tudo é dual: o dia e a noite, o sol e a chuva, o doce e o amargo, o sim e o não etc.
Nas palavras do chefe Seattle, da nação Sioux, "tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra".
A lama é necessária para que,a flor de lótus possa desabrochar; assim a obteve com todos, precisando ir fundo na lama interior, observar, refletir, deixar ir o que não serve mais e acolher a mudança. De que forma? Admitindo que esteja acolhendo dores e sofrimentos que ainda não foram trabalhados e compreendidos por falta de maturidade emocional.
O processo de cura inicia-se quando se resolve deixar que corpo e mente andem juntos. O corpo também fala conosco, mas permanecemos surdos aos seus apelos.
Por isso, o sofrimento torna-se o professor, aquele que muitas vezes faz o corpo parar para que possa cessar a tagarelice mental e finalmente se resolva ouvir e perceber. É nesse momento que, ao voltar-se para dentro, para acolher o ser de forma integral, ou seja, o espírito milenar ue habita por ora este corpo físico, compreende-se que a flor tem seu ciclo, que ela precisa murchar e voltar a ser adubo, transforma-se ao acolher a a morosidade, o perdão por si mesmo e pelo outro, dando espaço ao novo, à mudança para que, neste renascimento, o amor por si mesmo brote em uma nova flor de lótus perfumada! Este é o caminho da evolução pelo autoconhecimento e pelo desapego. É necessário compreender que "a felicidade não é uma posse concreta, é um estado de espírito" (Daphne Du Maurier).
Continuação no próximo post.
O Magnetismo na Casa Umbandista -Norberto Peixoto.
