Os sete Orixás Linhas e Vibrações
(1º parte de 4 partes)
Ao iniciar este estudo, faço uma interrogação: Os Orixás das Linhas da Lei de Umbanda poderão ser, de fato todos identificados com os Santos da Igreja Católica Apostólica Romana?
(1º parte de 4 partes)
Ao iniciar este estudo, faço uma interrogação: Os Orixás das Linhas da Lei de Umbanda poderão ser, de fato todos identificados com os Santos da Igreja Católica Apostólica Romana?
Nós, meus irmãos, respondemos:
Não, Não e Não! Porque, se assim fosse, teríamos que admitir, pelo mais comezinho princípio de lógica, que os Orixás teriam que ser tantos quantos fossem os ditos Santos da Igreja, inclusive os últimos canonizados e a Umbanda seria, apenas, simples apêndice desta Religião.
Antes de penetrarmos na parte principal deste estudo, desejamos que o irmão siga com atenção os esclarecimentos seguintes:
As diferentes nações da raça negra que chegaram ao Brasil pelo tráfico da escravatura, vieram de diferentes partes da África Central, Meridional, Ocidental, etc., desta fusão de nações com línguas parecidas, mas diferentes, adotaram com maior facilidade a Nagô ou Yorubano.
Por sua vez, já estava profundamente influenciada pela dos Haussas que são um povo do Sael africano ocidental que se encontra principalmente no norte da Nigéria e no sudeste do Nígerque, eles eram, em maioria, monoteístas e até combatiam os ditos fetichista, tinham noções da escrita árabe e, notem bem, eram muçulmanos, possuíam e usavam o Alcorão e escreviam mandingas, o que nós chamamos de patuás, assemelhando-se à escrita cúfica caligrafia árabe, uma arte decorativa própria dos povos que utilizam o alfabeto árabe e suas variantes, na escrita, e por extensão, na confecção de livros.
Para termos uma idéia quanto a esta afirmativa é bastante, que nos reportemos à história da conquista da Índia, antigamente Indostão, que era o centro e capital dos negros, quando foi invadida e conquistada pelo grande Rama, fortaleçamos, então, esta disposição, pelos textos de Ed. Schuré, quando diz: ninguém ignora que nos tempos pré-históricos, não havia escrita vulgarizada, o seu uso vulgarizou-se apenas com a escrita fonética, ou arte de figurar, por meio de letras, a próprio som das palavras, a escrita hieroglífica, ou arte de representar as coisas por meio de quaisquer sinais, é, porém, tão velha como a civilização humana, tendo sempre sido, nestes tempos primitivos, privilégios do sacerdócio, considerada coisa sagrada a Arte de Pemba.
Como função religiosa e, primitivamente, como inspiração divina, ora, como afirmamos que a Religião foi revelada ao homem e, com certeza, o foi primeiramente ao da raça vermelha e desta, de alguma forma, chegou à raça negra, continuemos dando a palavra a Ed. Schuré: O continente austral, engolido pelo último grande dilúvio, foi o berço da raça vermelha primitiva de que os índios da América não são senão os restos procedentes de trogloditas, que, ao afundar do seu continente, se refugiaram nos cumes das montanhas.
A África é a mãe da Raça-Negra, denominada etiópica, pelos gregos, a Ásia deu à luz a Raça-Amarela que se mantém com os chineses, a última a aparecer, a Raça-Branca, saiu das florestas da Europa, dentre as tempestades do Atlântico e os sorrisos do Mediterrâneo.
Todas as variedades humanas resultam de misturas, de combinações, de degenerescências ou de seleções destas quatro grandes raças, a vermelha e a Negra reinaram sucessivamente, nos ciclos anteriores, por poderosas civilizações, cujos traços ainda hoje se descobrem em construções ciclópicas como as da arquitetura do México.
Os templos da Índia e do Egito encerravam acerca dessas civilizações desaparecidas cifras e tradições restritas.
No nosso ciclo, é a raça branca que domina e, se se medir a antiguidade provável da India e do Egito, far-se-á remontar a sete ou oito mil anos a sua preponderância.
A raça vermelha, como já dissemos, ocupa o continente austral, hoje submergido, chamado Atlântida, por Platão, segundo as tradições egípcias.
Um grande cataclismo o destruiu em parte, dispersando-lhes os restos, várias raças polinésias, assim como os índios da América do Norte e os Astecas, que Francisco Pizarro encontrou no México, são os sobreviventes da antiga raça vermelha, cuja civilização, para sempre perdida, teve seus dias de glória e esplendor material.
Todos esses pobres retardatários trazem na alma a melancolia incurável das Velhas Raças que se consomem sem esperança, depois da Raça Vermelha, é a Negra que domina o globo, é necessário procurar o seu tipo superior não no Negro Degenerado, mas sim, no Abissínio Núbio, nos quais se conserva o caráter dessa raça chegada ao seu apogeu.
Os negros invadiram o sul da Europa em tempos pré-históricos, tendo sido dali repelidos pelos brancos.
A sua recordação apagou-se completamente das nossas tradições populares, deixando todavia, nela, duas impressões indeléveis; o Horror ao Dragão, que constituiu o Emblema dos Seus Reis, e a ideia de que o Diabo é Negro, os Negros devolveram o insulto à Raça, sua rival, fazendo o seu Diabo Branco.
Nos tempos longínquos da sua soberania, os negros possuíam centros religiosos no Alto Egito e na Índia, as suas povoações ciclópicas ameaçavam as montanhas da África, do Cáucaso e da Ásia Central, a sua organização social consistia numa teocracia absoluta, Sacerdotes Temidos como Deuses; na base, tribos irrequietas, sem família reconhecida, as mulheres escravas, esses sacerdotes possuíam conhecimentos profundos, o princípio da unidade divina do universo e o culto dos astros que, sob o nome de Sabeísmo, se infiltrou nos povos brancos, entre as ciências dos sacerdotes negros e o fetichismo grosseiro dos povos não existia, porém, ponto intermediário, de arte idealista, de Mitologia Sugestiva.
Estudos e pesquisas de outros escritores também abalizados os induziram a semelhantes conclusões sobre o poderio e a civilização da Antiga Raça Negra, quando reconhecem que os seus sacerdotes possuíram uma ciência e conhecimentos profundos, que, dentro da própria Tradição Iniciática da Raça, foram-se apagando, de geração em geração, restando apenas, mesmo entre os remanescentes desse sacerdócio, pálidos reflexos daqueles Princípios que, por certo, ficaram soterrados na poeira dos seus primitivos templos religiosos do Alto Egito e da lendária Índia.
Esta tradição que era transmitida por via oral tinha que sofrer grande transformação ou malversação, por força das circunstâncias, que fez de seus depositários, de senhores de um ciclo, escravos em outro, mas, recorramos ao brilhante estudo de Waldemar Bento, para mostrarmos como esta transmissão era feita: Devido à sua prodigiosa memória, o negro transmite oralmente os mais antigos conhecimentos de sua tribo, proezas de grandes personagens, crenças, tradições e noções de história Africana.
Assim, de geração em geração, a palavra transmite a história dos primórdios da raça, nisto os negros seguem o princípio Iniciático.
A tradição somente pode ser difundida através da palavra, isto é, Dos lábios do Mestre para os ouvidos do Adepto, os personagens que assim agem, verdadeiros Conteurs, tornam-se, pois, necessários para a vida grupal.
Geralmente o Conteur é denominado Ologbô, o Ologbô é, pois, o chefe, isto é, o especializado neste gênero, existem narradores menores que assumem o nome de Arokin, os Arokins são verdadeiros depositários das tradições e possuidores como o são, de uma memória prodigiosa, são tidos como verdadeiras Bibliotecas Cerebrais, existe também o Conteur de histórias, lendas e fatos populares, que possui o nome de Akpalô, o conto ou Alô é rápido e geralmente encerra um sentido moral ou filosófico, é uma espécie de parábola, onde entram como personagens principais, seres místicos e fantásticos, como nas antigas lendas medievais.
O Akpalô, uma espécie de trovador, viaja de região em região, de tribo em tribo, colhendo e contando suas histórias que, cada vez mais, se mesclam com as lendas de outras tribos, os Akpalôs, que vivem deste comércio, armam outra esfera que assume o nome de Akpalô-kipatita, os Conteurs formam uma espécie de casta, e transmitem oralmente, auxiliados pelo prodígio de sua memória, os fatos que mais interessam às massas, as antigas tradições Iniciáticas contam que era esta a forma pela qual eram transmitidas as Noções Esotéricas de casta para casta, esta literatura oral possui suas subdivisões, que passaremos a enumerar:
Adágios ou provérbios: Jisabu
Enigmas e adivinhações: Jinongonongo
Cânticos e narrações históricas: Mabundá
Ditos populares e sátiras: Jiselengenia
Contos populares: Misóro