quarta-feira, 27 de abril de 2022

Forma e apresentação dos Espíritos na Umbanda ( Parte 2º de 2 Partes)

 Forma e apresentação dos Espíritos na Umbanda
( Parte 2º de 2 Partes)


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( Parte 2º de 2 Partes)

1.º Linha ou Vibração de ORIXALÁ:

Essas Entidades usam a roupagem de Caboclos, são as mais perfeitas nas manifestações, não fumam, mesmo no grau de Protetores, e não gostam de ser solicitadas sem um motivo imperioso além das 21 horas, suas vibrações fluídicas começam fixando-se pela cabeça, por cima, na altura da glândula pineal e vai até aos ombros com uma sensação de friagem pelo rosto, tórax e certo nervosismo que se comunica de leve ao plexo solar, a respiração faz-se quase somente pela narina direita, entrecortada de suspiros longos.

O movimento que indica o controle na matéria vem com um sacolejo quase que geral no corpo, falam calmo, compassado e se expressam sempre com elevação, conservando a cabeça do aparelho, ora baixa ora semi-levantada, seus pontos cantados são verdadeiras invocações de grande misticismo, dificilmente escutados hoje em dia, pois é raro assumirem uma Chefia de Cabeça e quase nunca uma função auxiliar efetiva, um dos Orixás-Chefes, se não o mais antigo, é o Caboclo Urubatão; o autor, em seu eterno Peregrinar, em incontáveis terreiros, teve momentos de verdadeira agonia mental quando era obrigado a cumprimentar Aparelhos com Encosto de Exu, dizendo-se, por vaidade ou puro animismo, ser aquela Entidade, essa agonia era por ver as tremendas falhas da Representação, vistas e sentidas por seus próprios companheiros, que olhavam a cena divertidos e irônicos, baixam raras vezes e só o fazem amiúde, quando encontram a mediunidade de um ou outro em excelente estado moral e mental.

Seus sinais riscados são quase sempre curvos e formam desenhos de grande beleza: dão a Flecha, a Chave e a Raiz.

As Entidades apresentam-se invariavelmente calmas, quase não falam, consultam pouco e não assumem Chefia de Cabeça, porém são sempre auxiliares.

2.º Linha ou Vibração de YEMANJÁ:

Fazem sentir seus fluidos de ligação pela cabeça, braços, joelhos, balançam o corpo do aparelho suavemente, levantando os braços em sentido horizontal, flexionando e tremulando as mãos, arfando um pouco o tórax, pela elevação respiratória e, balançando a cabeça, tomam o controle do médium, não dão gemidos lancinantes nem fazem corrupios com um copo de água seguro pelas mãos no alto da cabeça como se estivessem em exibição circense, gostam, isso sim, de trabalhar com água salgada ou de mar, fixando vibrações, porém serenos, sem encenações, suas preces cantadas ou pontos têm ritmo triste, falam sempre no mar e em Orixás da dita Linha.

Seus pontos riscados são de contornos longos e dão a Flecha, a Chave e a Raiz...

3.º- Linha ou Vibração de YORI:
Essas Entidades, altamente evoluídas, externam pela máquina física, maneiras e vozes infantis, mas de modo sereno, às vezes apenas um pouco vivas, nunca essas ridicularias, onde certos cavalos usando e abusando do chamado dom consciente, expelem seus subconscientes atulhados de superstições e vícios de origem, com gritos e representações fúteis, a tiram seus fluidos sacudindo ligeiramente os braços e as pernas e tomam rapidamente o aparelho pelo mental, gostam, quando no plano de Protetores, de sentar no chão e comer coisas doces, mas sem desmandos.

Dão consultas profundas e são os únicos que adiantam algumas das provações que ainda temos de passar, se insistirmos nisso. Tornamos a lembrar: isso, apenas se estiverem em aparelhos de excelentes mediúnicos.

Suas preces cantadas falam muito em papai e mamãe do céu e em mantos sagrados, são melodias alegres, umas vezes, tristes outras, e não esses ritmos estilizados que é comum ouvirmos.

Seus pontos riscados são curtos e bastante cruzados pela Flecha, Chave e Raiz...

4.º- Linha ou Vibração de Xangô:
Essas Entidades usam a forma de Caboclos, e se entrosam no corpo astral de maneira semibrusca, refletindo-se em arrancos no físico; suas vibrações atingem logo o consciente do aparelho, forçando-o do tórax à cabeça, em movimentos de meia rotação e pela insuflação das veias do pescoço, com aceleração pronunciada do ritmo cardíaco na respiração ofegante até normalizarem seu domínio no físico.

Emitem não um urro histérico alucinado que traduzem como ka-ô, acentuando as sílabas, e sim, uma espécie de som silvado, da garganta para os lábios, que parece externar o ruído de uma cachoeira ou um surdo trovejar.

Não gostam de falar muito, seus pontos cantados são sérias invocações de imagens fortes e podem ser cantados em vozes baixas.

Seus pontos de pemba ou sinais riscados fixam o mistério da Flecha, da Chave e da Raiz.

5.º- Linha ou Vibração de OGUM:
Têm a forma de Caboclos, essas Entidades vibram também com força sobre o corpo astral fixando seus fluidos pelas costas e cabeças, precipitam a respiração e tomam o controle do físico, quando o alteram para um porte desempenado, geralmente dão uma espécie de Brado que, num bom aparelho, se entendem bem as duas sílabas da palavra Og-um, como invocação à Vibração que o ordena, jamais esses brados podem ser confundidos com certos Uivos e Latidos que se escutam em alguns lugares, em pessoas que se dizem mediunizadas com esgares e olhos injetados de vermelho, que indicam bebida alcoólica ou auto-sugestão.

Esses Espíritos gostam de andar de um lado para outro e falam de maneira forte, vibrante e em todas as suas atitudes demonstram vivacidade, suas preces cantadas ou pontos traduzem invocações para a luta da fé, demandas, etc.

Seus pontos riscados são semicurvos e revelam a força da Lei de Pemba pela Flecha, Chave e Raiz.

6.º- Linha ou Vibração de OXOSSI:
Têm a forma de Caboclos, os Orixás, Guias e Protetores são suaves em suas apresentações ou incorporações, jogam seus fluidos pelas pernas, com tremores e ligeiras flexões das mesmas, nessa altura, daremos um alerta aos irmãos de todos os graus que forem aparelhos em função de chefia: é em proporção assustadora que se observa na maioria dos aparelhos que dizem incorporar Caboclos, principalmente de Oxossi, um vício ou uma propensão oriunda do subconsciente fortemente influenciado por conhecimentos externos, em simularem um aleijão da perna, geralmente a esquerda, como se todos os espíritos na forma de Caboclos fossem ou tivessem sido defeituosos da dita perna.

Um Orixá de Luz, um Guia evoluído, não conserva em sua forma astral essa mazela, que deixou através do resgate purificador dos erros que geraram aquela encarnação, que ficou apenas como experiência de uma fase escura em seu passado, talvez que, um ou outro, no grau de Protetor, por necessidade de seu próprio carma, conserve essa consequência, mas daí a generalizar o hábito, não passa de infantilidade ou, então, acham que devem conservar uma perna flexionada, conforme a tem a imagem de S. Sebastião, supondo que todos os Caboclos são seus enviados e obrigados a manter a mesma postura.

Assim, como vínhamos dizendo, essas Entidades fluem suavemente pela cabeça até a posse total ou parcial, falam de maneira serena e seus passes são calmos, assim como seus conselhos e trabalhos.

Suas preces cantadas traduzem beleza nas imagens e na música: são invocações, geralmente tristes, às forças da Espiritualidade e da Natureza

Os pontos riscados são de sinais elegantes, pela Flecha, Chave e Raiz.

7.º- Linha ou Vibração de Yorimá:
Essas Entidades são verdadeiros magos, senhores da experiência e do conhecimento em toda espécie de magia, são os Orixás-Velhos da Lei de Umbanda, são donos do mistério da Pemba nos sinais riscados, da natureza e da alma humana.

Têm a forma de Pretos-Velhos e se apresentam humildemente, falando um pouco embrulhado, mas, sendo necessário, usam a linguagem correta do aparelho ou do consulente.

Geralmente gostam de trabalhar e consultar sentados, fumando cachimbo, sempre numa ação de fixação e eliminação, através de sua fumaça.

Falam compassado e pensando bem no que dizem, rarissimamente assumem chefia de cabeça, mas invariavelmente são os auxiliares dos outros Guias, o seu braço-direito.

Seus fluidos são fortes, porque fazem questão de pegar bem o aparelho, começam suas vibrações fluídicas de chegada, sacudindo com certa violência a cabeça e o ombro esquerdo, em paralelo com o arcar do tórax e das pernas.

Cansam muito o corpo físico, pela parte dos rins e membros inferiores, com a posse do aparelho, conservando-o sempre curvado, seus fluidos de presença vêm como uma espécie de choque nervoso sobre a matéria e emitem um resmungado da garganta aos lábios, quando se consideram firmes na incorporação.

Os pontos cantados são os mais tristonhos entre todos e revelam um ritmo compassado, dolente, melancólico; traduzem verdadeiras preces de humildade, os pontos riscados obedecem a uma série de sinais entrelaçados, às vezes retos, outros em ângulo.

Temos encontrado neles, semelhantes a certas letras dos alfabetos primitivos ou Templários e dão logo os três sinais riscados expressivos da Flecha, Chave e Raiz.

Outrossim: nas formas de Pretos e Pretas-velhas, existem os que se apresentam por afinidade, como um Angola, um Congo, um Cambinda, etc., e costumam até conservar em sua Forma Astral certa reprodução de características que identificavam chefia, função, etc., entre os povos da raça negra muito comum entre os que são qualificados de Protetores.

Essas afinidades também são semelhantes nos espíritos que têm a forma de Caboclos, comum aos que possuem ainda o evolutivo de Protetores.

Quanto à Forma ser nova ou velha, não altera a essência da coisa, pois no fundo é o mesmo.

Essas são em síntese o mistério das Três Formas em suas apresentações na Umbanda, somente os Sete Orixás principais de cada Linha são não incorporantes, porém, já o dissemos algumas vezes, excepcionalmente, conferem suas vibrações diretas sobre um ou no máximo sete aparelhos, quando, dos espaços siderais, eles observam a Lei sendo chafurdada e confundida na idolatria, como o está sendo nos tempos presentes.

Certa maioria continua Reverenciando estátuas a granel, de bruxos e bruxas e de supostas representações de Exu com serpentes, ferrão, cornos, capas pretas ou vermelhas do suposto Diabo da Mitologia, tudo isso, vem crescendo de forma assustadora e deprimente, pois que, já são existentes em dezenas e dezenas de Terreiros, sendo cultuados com Comes e Bebes.

E é então que essas vibrações diretas se fazem ouvir através das vozes dos pequeninos que se tornam grandes, quando se trata de recompor as Verdades Perdidas que refletem a própria Lei do Verbo.