Os sete Orixás Linhas e Vibrações
(2º parte de 4 partes)
Da pureza original dos cultos africanos, ou seja, da primitiva religião da raça negra, pouco ou quase nada resta
(2º parte de 4 partes)
Da pureza original dos cultos africanos, ou seja, da primitiva religião da raça negra, pouco ou quase nada resta, não estamos nos referindo às interpretações mitológicas que seus sacerdotes e iniciados espalhavam na concepção do povo, adequadas às suas tendências fetichistas, mas que, mesmo assim, conservavam um sentido mais real daqueles mesmos Princípios herdados da Religião Original, que lhes veio do povo de raça vermelha, isto é, da civilização Lemuriana ou da Atlantiana.
E o estudioso que busca princípios, não deve apenas louvar-se em subsequências deturpadas, e mormente quando já vêm mescladas às práticas religiosas de outros povos, que é o caso das expressões religiosas que os africanos trouxeram para o Brasil e que, conforme dissemos em nossa apresentação, generalizaram como candomblés, isto é, criou-se um termo que enfeixa vários cultos africanos.
Estes cultos ofereceram e oferecem distinções entre si aos que, paciente e criteriosamente, fizeram tudo para estudá-los e analisá-los.
Por outro lado, foi política dos governadores e do clero, para impedir uma revolta geral da mão-de-obra servil, para destruir a solidariedade de todos os homens de cor, quer nas festas profanas, quer por meio de confrarias religiosas, manter unidas as Nações separadas e hostis.
Desse duplo movimento, resultou de um lado, o sincretismo religioso entre os cultos Yorubá e Dahomeano; a assimilação dos bantos à mitologia Nagôgêge, e de outro lado, o fato de o candomblé atual continuar a ser, em grande parte, um candomblé étnico.
Sem dúvida, à primeira vista, nada se parece mais a um culto fetichista, do que o culto de um outro terreiro, mas, quando se começa a penetrar melhor na intimidade dessas místicas, as distinções aparecem.
Se essa hipótese fosse fundamentada, o lugar em questão
seria a última testemunha de uma cultura que quase desapareceu ou antes, que só subsiste através de seus elementos que foram integrados ao sincretismo Gêge-Nagô,
Não são apenas os dos Bantos que se distinguem dos Gêge-Nagô por serem mais espetaculares, ter música mais alegre, ao mesmo tempo mais leve e mais entusiasta, enquanto os terreiros dos Guineanos são mais tradicionais, mais fiéis à sua cultura nativa, mais nostalgicamente voltadas para a África; é verdade que sua música é menos festiva, mas ela, por sua vez, tem qualquer coisa de pesado, de arrastado e, às vezes mesmo, de surdo, ela é infinitamente mais religiosa, a diferença das nações se manifesta também pela maneira com que se toca o atabaque, às vezes Ijesha, tamborilando com as mãos, às vezes Gêge, com uma pequena vara afilada.
Ao lado de um estoque comum de ritmos e cânticos, cada qual tem suas danças, seus cânticos e seus segredos próprios!! mas estes Princípios e segredos próprios ressaltam logo em nossa mente intuitiva, quando vemos o Olorum que significa Mestre do Céu ou Senhor do Céu, considerado a Entidade Suprema nas Religiões Africanas, não ser adorado em ídolos e fetiches de espécie alguma, isto é, não ser representado por nenhuma forma material, demonstrando com isto, que um ensinamento básico persiste em suas concepções quanto à noção de um Deus único em Espírito e Verdade.
O vocábulo Olorum, que é a junção de duas palavras, Olor e Um, é uma correspondência da fonética primordial de Aôr e Ôm, que, por sua vez, é o mesmo Ruah e Aum.
De onde vêm e que significado têm estas palavras?
Pode-se verificar que a palavra Aor, que é a mesma Ruah invertida, tem um significado fundamental na própria Gênese de Moisés, vamos lembrar que Moisés foi iniciado nos mistérios por Jetro, sacerdote de Midiam, de pura raça negra, depositário da tradição esotérica, quando no terceiro versículo, se lê: Haja Luz, e houve luz, que está de acordo com o texto hebreu wa, iaômer Eloim jêhi, aôr, wa iêhi aôr, cuja tradução literal, segundo Fabre d Olivet, é: E ele diz, ele, o Ser dos Seres: será feita a luz; e foi feito.
A palavra Aôr significa luz, em sentido de astralidade e vemo-Ia no segundo versículo como, Ruah, que significa o Sopro Divino que, voltando-se sobre si mesmo, criou a Luz Inteligível.
Vemos, então, que a palavra Aôr se duplica em sentido; ora é a luz, como astralidade, ora é o Sopro Divino que gerou essa mesma luz.
Quanto à palavra Aum, Ôm ou Um, já demos os significados que o dito Moisés traduziu nesta mesma Gênese, no início do capítulo e todos os estudiosos sabem que esta palavra, na iniciação bramânica, quer dizer: O Deus-Supremo, o Deus Espírito.
É simples compreendermos, que os vocábulos Aôr ou Ruah tinham em sua pureza original uma sonância Una, isto é, ligada, pois que traduzia a Magia do Verbo Criador, constatando-se então que significam Luz Inteligível, Sopro Divino, Espírito de Deus, é fácil também constatar que a raiz de O Mestre do Céu ou Senhor do Céu, o Olorum dos africanos, é a Mesma.