domingo, 17 de abril de 2022

Conhecemos seis irmãs que moravam juntas e que, durante muitos anos, todas as manhãs encontravam suas roupas espalhadas, rasgadas e cortadas em pedaços, por mais que tomassem a precaução de guardá-las à chave.

 Conhecemos seis irmãs que moravam juntas e que, durante muitos anos, todas as manhãs encontravam suas roupas espalhadas, rasgadas e cortadas em pedaços, por mais que tomassem a precaução de guardá-las à chave.

Nenhuma descrição de foto disponível.ATÉ O QUE OS ESPÍRITOS SÃO CAPAZES DE FAZER...

Conhecemos seis irmãs que moravam juntas e que, durante muitos anos, todas as manhãs encontravam suas roupas espalhadas, rasgadas e cortadas em pedaços, por mais que tomassem a precaução de guardá-las à chave. A muitas pessoas tem acontecido que, estando deitadas, mas completamente acordadas, lhes sacudam os cortinados da cama, tirem com violência as cobertas, levantem os travesseiros e mesmo as joguem fora do leito. Fatos destes são muito mais freqüentes do que se pensa; porém, as mais das vezes, os que deles são vítimas nada ousam dizer, de medo do ridículo. Somos sabedores de que, por causa desses fatos, se tem pretendido curar, como atacados de alucinações, alguns indivíduos, submetendo-as ao tratamento a que se sujeitam os alienados, o que os torna realmente loucos.

A Medicina não pode compreender estas coisas, por não admitir, entre as causas que as determinam, senão o elemento material; donde, erros freqüentemente funestos. A história descreverá um dia certos tratamentos em uso no século dezenove, como se narram hoje certos processos de cura da Idade Média.

Perguntado aos Espíritos o motivo que acontecia isso. Eles responderam: "A Língua". Essas Irmãs costumavam falar muito mal das outras pessoas, fazendo "Fofocas" de mau gosto...

Admitimos perfeitamente que alguns casos são obra da malícia ou da malvadez. Porém, se tudo bem averiguado, provado ficar que não resultam da ação do homem, dever-se-á convir em que são obra, ou do diabo, como dirão uns, ou dos Espíritos, como dizemos nós. Mas de que Espíritos?

São provocados os fenômenos de que acabamos de falar.

Sucede, porém, às vezes, produzirem-se espontaneamente, sem intervenção da vontade, até mesmo contra a vontade, pois que frequentemente se tornam muito importunos. Além disso, para excluir a suposição de que possam ser efeito de imaginação sobre-excitada pelas ideias Espíritas, há a circunstância de que se produzem entre pessoas que nunca ouviram falar disso e exatamente quando menos por semelhante coisa esperavam.

Tais fenômenos, a que se poderia dar o nome de Espiritismo prático natural, são muito importantes, por não permitirem a suspeita de conivência.

Por isso mesmo, recomendamos às pessoas que se ocupam com os fatos Espíritas que registrem todos os desse gênero, que lhes cheguem ao conhecimento, mas, sobretudo, que lhes verifiquem cuidadosamente a realidade, mediante pormenorizado estudo das circunstâncias, a fim de adquirirem a certeza de que não são joguetes de uma ilusão ou de uma mistificação.

De todas as manifestações espíritas, as mais simples e mais frequentes são os ruídos e as pancadas. Neste caso, principalmente, é que se deve temer a ilusão, porquanto uma infinidade de causas naturais pode produzi-los: o vento que sibila ou que agita um objeto, um corpo que se move por si mesmo sem que ninguém perceba, um efeito acústico, um animal escondido, um inseto etc., até mesmo a malícia dos brincalhões de
mau gosto.

Aliás, os ruídos espíritas apresentam um caráter especial, revelando intensidade e timbre muito variados, que os tornam facilmente reconhecíveis e não permitem sejam confundidos com os estalidos da madeira, com as crepitações do fogo ou com o tique-taque monótono do relógio.

São pancadas secas, ora surdas, fracas e leves, ora claras, distintas, às vezes retumbantes, que mudam de lugar e se repetem sem nenhuma regularidade mecânica.

De todos os meios de verificação, o mais eficaz, o que não pode deixar dúvida quanto à origem do fenômeno é a obediência deste à vontade de quem o observa. Se as pancadas se fizerem ouvir num lugar determinado, se responderem, pelo seu número, ou pela sua intensidade, ao pensamento, não se lhes pode deixar de reconhecer uma causa inteligente.

Todavia, a falta de obediência nem sempre constitui prova em contrário.

Admitamos agora que, por uma comprovação minuciosa, se adquira a certeza de que os ruídos, ou outros efeitos quaisquer, são manifestações reais: será racional que se lhes tenha medo? Não, decerto; porquanto, em caso algum, nenhum perigo haverá nelas. Só os que se persuadem de que é o diabo que as produz podem ser por elas abalados de modo deplorável, como o são as crianças a quem se mete medo com o lobisomem ou o
papão.

Essas manifestações tomam, às vezes, forçoso é convir, proporções e persistências desagradáveis, causando aos que as experimentam o desejo muito natural de se verem livres delas. A este propósito, uma explicação se faz necessária.

Dissemos atrás que as manifestações físicas têm por fim chamar-nos a atenção para alguma coisa e convencer-nos da presença de uma força superior ao homem. Também dissemos que os Espíritos elevados não se ocupam com esta ordem de manifestações; que se servem dos Espíritos inferiores para produzi-las, como nos utilizamos dos nossos serviçais para os trabalhos pesados, e isso com o fim que vamos indicar.

Alcançado esse fim, cessa a manifestação material, por desnecessária.

Um ou dois exemplos farão melhor compreender a coisa.

89. Tais fatos assumem, não raro, o caráter de verdadeiras perseguições. O Livro dos Médiuns » Segunda parte - Das manifestações espíritas » Capítulo V - Das manifestações físicas espontâneas » Ruídos, barulhos e perturbações »
Antonio Carlos Piesigilli