Os Falangeiros de Iemanjá
Novamente vamos falar de Falangeiros, sendo que dessa vez será a sobre os Falangeiros da Orixá Iemanjá, a nossa amada rainha do mar, a senhora dos peixes, a deusa das águas salgadas, mãe ou madrinha de todas as coroas.
Os Falangeiros de Iemanjá
Novamente vamos falar de Falangeiros, sendo que dessa vez será a sobre os Falangeiros da Orixá Iemanjá, a nossa amada rainha do mar, a senhora dos peixes, a deusa das águas salgadas, mãe ou madrinha de todas as coroas.
E não podemos esquecer que os Falangeiros são Entidades que estão somente abaixo do Orixá. Eles comandam as legiões de Entidades e Espíritos que se afinizam na vibração do Orixá que os governa.
Nessa falange, na Umbanda, trabalham todas as Iabás (Senhoras dos Rios), agrupadas com os nomes de janaínas, caboclas ou sereias. Sua missão é trabalhar diretamente com a força emotiva por meio dos sentimentos de maternidade, misericórdia e amor.
1. Falange da Sereia do Mar Entidades que assumem formas encantadas, residindo em todo o elemento água. Possuem total domínio sobre as energias desse meio. Aceitam as tradicionais oferendas a Iemanjá, entregues para serem levadas ao fundo dos mares, lagos ou rios.
2. Falange da Cabocla Iara Dominam a força nascida do encontro das águas doces e salgadas, muito ligadas ao Orixá Ogum. É também o nome das entidades chefes da falange conhecidas como Caboclas do Rio. São alegres e juvenis. Sua vela será azul clara e uma verde, vermelha e branca, para Ogum.
3. Falange da Cabocla Nana A Cabocla Nana Burucum é chefe da falange das Ondinas. Suas entidades trabalham na beira das fontes e trazem uma vibração capaz de proporcionar paz e compreensão nos lares. Protegem as actividades ligadas ao ensino, como o magistério. Sua vela será clara e lilás, ao Orixá Nana.
4. Falange da Cabocla Iansã A Cabocla Iansã representa o Orixá com o mesmo nome, junto à Iemanjá. Trabalha sob os fortes temporais e chuvas, forças essas capazes de proporcionar grande resistência nas dificuldades da vida. Aceitam velas azuis-claras e vermelha e branca ao Orixá Iansã. Podendo ser entregues junto às oferendas de Xangô nos bambuzais ou na beira de cachoeiras, longe da queda d’água.
5. Falange da Cabocla Oxum As energias do amor puro e da luz que irradia sobre as cachoeiras são a matéria-prima para suas atividades, ligadas à Iemanjá. Através de sua falange, os fluidos benfeitores são trazidos através das “águas espirituais”, ou seja, o prana ou fluido cósmico universal. Sua vela será azul-clara e amarela, dedicada ao Orixá Oxum.
6. Falange da Cabocla Indaiá Sua falange é das Caboclas do Mar, ligadas a Yori, ou seja, a Falange de Cosme e Damião. Absorvem energias de vários elementos e transmutam na energia alegre e vibrante das crianças. Suas velas serão azuis-claras e rosas.
7. Falange da Cabocla ou Sereia Janaína Estão sob sua guarda a força do amor conjugal e da procriação. Ligam-se muito ao Orixá Oxalá. Suas velas serão azuis claras e brancas.
Os Falangeiros dessa Orixá linda, nossa mãe Iemanjá, vem relacionados da seguinte maneira: Acurá, Assessu, Ataramogba, Awoió, Aynu, Conlá, Iamassê, Iemowo, Iewa, Inaiê, Iyaku, Kayala, Maialeuó, Marabô, Masemale, Ogunté assabá, Olossa, Sobá, Susure, Tuman.
Esses Falangeiros vêm em irradiação com Iemanjá, e vibração e fundamento com os seguintes Orixás:
Iyá Acurá:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento da Orixá Nanã Buruquê.
Iyá Assessu:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Ogum, Oxum e Iansã.
Iyá Ataramogba:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Omulú, Oxumaré e a linha dos Exús.
Iyá Awoió:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Oxalá, Oxumaré e Xangô.
Iyá Aynu:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Omulú e Nanã Buruquê.
Iyá Conlá:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Iansã, Xangô e Oxalá.
Iyá Iamassê:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento do Orixá Xangô.
Iyá Iemowo:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento do Orixá Oxalá na forma idosa (Oxalufã).
Iyá Iewa:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Oxum, Iansã ee Ewa.
Iyá Inaiê:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Ibeiji, Ossãe e Oxalá na forma jovem (Oxaguiã).
Iyá Iyaku:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento da Orixá Nanã Buruquê.
Iyá Kayala:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento da Orixá Iansã (Oiá).
Iyá Maialeuó:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Oxossi (Odé) e Oxalá.
Iyá Marabô:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento com toda linha de Exú.
Iyá Masemale:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Xangô e Iansã (Oiá).
Iyá Ogunté assabá:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Ogum e Oxalá na forma jovem (Oxaguiã).
Iyá Olossa:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Oxum e Nanã Buruquê.
Iyá Sobá: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Xangô (Airá), Obaluaiê e Oxalá.
Iyá Susure: Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Obaluaiê e Ogum.
Iyá Tuman:
Vem na irradiação de Iemanjá com ligação e fundamento dos Orixás Logum Edé, Oxumaré, Obá e Irôko.
Falaremos resumidamente sobre as características e formas de cada um desses Falangeiros de Iemanjá, para entendermos como se apresentam no trabalho em prol da caridade em terreiros e roças.
Mas antes de falarmos dos Falangeiros de Iemanjá, frisarei alguns apetrechos que alguns desses Falangeiros usam para facilitar o entendimento na leitura.
Abebé:
Leque metálico circular, que contém guizos, que é utilizado tanto por Iemanjá quanto por Oxum como instrumento musical e ao mesmo tempo como insígnia. alfanje: sabre curvo, um tanto curto e de lâmina larga.
Iyá Acurá:
Também chamada de Iyá Akura. Falangeira de forma e característica idosa. Deusa das espumas do mar que são feitas com o bater das ondas. Dizem que ela aparece coberta de lodo e de algas marinhas, que cobrem todo seu corpo.
Tem como finalidade levar ensinamentos aos filhos rebeldes. Tem em cada gesto e palavra a colocação de uma protetora, mas radical demonstrando que não gosta de ser contrariada, uma verdadeira avó orientando seus netos.
Sem vaidade aparente, ela vem com uma roupagem na cor branco aperolado com detalhes em lilás. Traz nas mãos o Abebé, na qual faz questão de demonstrar em sua dança pesada, lenta, mas encantadora.
Quem desejar fazer seus pedidos de proteção a Iyá Akurá, pode ser feito a beira mar, pois as respostas serão dadas a cada onda que vem de uma forma branda revelando sua espuma. Portanto se caso desejar ter essa proteção, e não tem em um terreiro ou roça a vibração dessa Falangeira, o mar será seu encontro com ela.
Iyá Assessu:
De característica e forma jovial e guerreira, essa Falangeira tem uma expressão de grande seriedade, pouco sorriso e demonstração de que está sempre preparada para vencer uma mazela.
Sua dança vem composta de passos rápidos, fortes como de um guerreiro em batalha. Traz nas mãos uma espada longa em algumas vezes, e em outras traz um alfanje, que usa como se atacasse os espíritos do mal, defendendo seus filhos e protegidos.
Como uma Falangeira soberana, tem um modo de atendimento diferenciado, seu olhar profundo e fixo, muitas vezes dando a sensação de que está olhando diretamente dentro de nossa Alma.
Sua roupagem vem nas cores branco, vermelho, amarelo muitas vezes raiados de azul anil.
Iyá Ataramogba:
Falangeira de característica e forma idosa, tem uma grande ligação com a linha da esquerda de cada um de nós. Tem como fundamento principal a proteção de seus filhos e consulentes nos caminhos tortuosos da vida.
Sua chegada a terreiros e roças vem de uma forma muito lenta, pesada, praticamente curvada de fronte ao chão. Normalmente chega de olhos fechados, e a lenda diz que seria assim pois Iyá Ataramogba não deseja fixar seu olhar na falsidade e hipocrisia humana.
Sua roupagem vem na cor preto, podendo ter faixas ou babados em verde e amarelo, e em algumas vezes vermelho. Traz nas mãos dois alfanjes, e com eles faz a limpeza de seu caminho.
Iyá Awoió:
Dizem que é a mais velha Falangeira de Iemanjá. Suas características e formas muito idosa já demonstram isso. Seu olhar fadigado, corpo curvado, passos lentos, fala pesada logo demonstram que essa Falangeira tem muita experiência no que se diz tempo.
É chamada de deusa das marés, e é ela que controla essa parte do oceano. Ela que determina a subida e a descida das marés.
Também pode ser conhecida como Iyemoyo, Yá Ori, Iemowo ou Yemuo, mas independente da nomenclatura é a mesma Falangeira.
Dizem que seu maior trabalho de caridade é curar problemas de cabeça. Quando o filho assume esse problema, essa Falangeira o cura como se nunca estivesse esse Ori tomado por males.
Sua roupagem vem nas cores branco e cristal, em muitos casos vem raiados de marrom, verde e amarelo. Traz sempre nas mãos o abebé, no qual dança lindamente.
Iyá Aynu:
Falangeira de característica idosa, muito severa e radical. Tem como determinação de trabalho afastar os espíritos sem luz dos terreiros e roças.
Seu lema é o trabalho ético, portanto nunca deverá ser comentado intenções de prejudicar um semelhante com essa Falangeira, pois trazendo nessa descrição um jargão antigo para demonstrar a importância do que foi dito acima, poderá assim "o feitiço virar contra o feiticeiro". Portanto não se deve arriscar uma má intenção.
Suas forças vêm da junção da Calunga Grande (mar) com a Calunga Pequena (cemitério), sendo assim, essa Falangeira tem um poder extraordinário.
Sua chegada em terreiros e roças se dá em uma dança lenta, serena, na qual por muitas vezes abre os braços balançando o seu abebé, que traz na mão, para afugentar os maus espíritos.
Sua roupagem vem nas cores branco e preto, tendo em alguns detalhes o lilás e o azul claro.
Iyá Conlá:
Essa Falangeira tem características de jovem a adulta, tem a forças do céu, dos ventos, das pedreiras e do mar. Com essa junção é uma das mais fortes e poderosas Falangeiras que lutam pelos trabalhos de caridade em terreiros e roças.
Seus consulentes e filhos são analisados minuciosamente, a cada palavra e gesto durante uma consulta e verificado por essa Falangeira. Isso para não deixar escapar nenhuma intenção escondida.
O buscar do raciocino e da inteligência também é muito cobrado por essa Falangeira a seus filhos, não admitindo que esses filhos sigam fora de uma reta imaginária traçada pela força maior, ou seja, a Orixá Iemanjá traça um caminho a seu filho, e a Falangeira Iyá Conlá faz com que esse filho ande nesse caminho.
Sua chegada em terreiros e roças é muito chamativa, sua dança deslumbrante, seus gestos e passos leves, parecendo andar sobre o ar, sua força no rodopiar, como os fortes ventos, fazem dessa Falangeira uma das grandes sensações em começos e findar de Giras.
Sua roupagem vem nas cores branco e azul marinho, traz nas mãos um abebé, que sempre o agita em suas danças de chegada, e um alfanje, que demonstra estar sempre pronta para as batalhas.
Muitas lendas dizem que é essa Falangeira a moradora dos mais profundos mares, e é ela que reina, domina e ordena todos os acontecimentos das profundezas.
Iyá Iamassê:
De formas e características adulta. Tem o dom da inteligência e da justiça. Nunca julga um fato se não tiver toda a certeza do universo.
Sua chegada em terreiros e roças vem de uma forma serena, séria e observadora, fazendo assim com que seus consulentes busquem o refletir antes da consulta.
Conhecida também com os nomes Yá Loxá ou Iyá Masemale, essa Falangeira tem seu domínio nas águas do mar que se quebram nas pedras. Dizem que a cada quebrada do mar nas pedras é um espírito sem luz que é afastado dos filhos dessa Falangeira.
Sua roupagem vem nas cores branco aperolado e marrom. Traz nas mãos o alfanje e o abebé. Em alguns casos já foi relatado que essa Falangeira chegou no terreiro com um machado e um chocalho de Xangô nas mãos, contudo é determinado que esse tipo de comportamento vem de médiuns não preparados, e devida a essa colocação isso é apenas mistificação, pois essa Falangeira vem apenas com o alfanje e o abebé.
Iyá Iemowo:
Também conhecida como Iyemoy, é uma Falangeira de característica e forma idosa, tem como finalidade trazer e manter a paz entre as pessoas e a casa de trabalho.
Tem uma ligação extrema com Oxalufã, que é Oxalá na forma idosa, e dizem que Iyá Iemowo segue sempre os passos desse Orixá, a cada pegada deixada por Oxalufã, ali estaria também uma pegada dessa Falangeira.
Sua roupagem vem nas cores branco e rosa, com alguns possíveis bordados em azul. Traz nas mãos o abebé, e com ele faz sua dança na chegada a terreiros e roças. Sendo uma dança lenta ao extremo, demonstrando a sua condição idosa.
A lenda diz que essa Falangeira mora nas profundezas do mar, não aprecia a luz, suportando somente a luz de velas. Portanto, normalmente quando chega a uma casa, são apagadas todas as luzes, ficando apenas as luzes das chamas das velas.
Iyá Iewa:
Falangeira de característica jovial, lutadora, guerreira. Tem o dom da sedução, do encantamento, e que usa esses dons para trazer para a luz espíritos perdidos na escuridão.
Essa Falangeira não admite que um filho, principalmente as filhas, sofram por qualquer motivo.
Seus trabalhos em terreiros e roças tem como finalidade levar a vitória a todos que a procuram em busca de ajuda.
Gosta de saber que seus consulentes tem laços familiares fortes, e dentre essas famílias não deverá ter mazelas de espécie alguma.
Ao chegar em terreiros e roças, vem com passos leves como o vento, num bailar como o da cachoeira que joga suas águas nos rios, mostrando toda a sua sedução.
Protetora das virgens, mas por outro lado e a deusa da fecundidade. Muitas vezes é reverenciada como a rainha dos horizontes ou a senhora de tudo que não foi explorado.
Sua roupagem vem do vermelho vivo com algumas bordas em azul anil, raiados de amarelo ouro. Traz nas mãos o abebé e o alfanje, e em alguns casos raros pode trazer também um arpão.
Iyá Inaiê:
Essa Falangeira é considerada a mais jovens de todas, suas formas e características são infantilizadas para jovial, fazendo assim que seja vista, ou muitas vezes apenas como uma criança, em outras vezes uma pequena jovem.
Protetora da infância, senhora das águas rasas, dona das estrelas do mar, conchas e cavalos marinhos. Essa Falangeira vem sempre com seu ar infantil trazendo paz e felicidade a todos seus consulentes.
Seu trabalho consiste na proteção das crianças e jovens, atuando na área da saúde de cada um desses pequenos.
Sua chegada em terreiros e roças é sempre muito divertido, sua dança descompassada, giros, pulos, sorrisos fazem muito bem ao espírito de seus consulentes. Traz no olhar a esperança de dias melhores, espalhando a alegria em torno de todos.
Sua roupagem vem nas cores branco, azul, rosa e verde bem clarinho, pode ter alguns detalhes de prateado nas bordas. Traz nas mãos o abebé, mas diferente dos outros Falangeiros, brinca mais com o artefato que o usa como apetrecho.
Iyá Iyaku:
Mesma descrição de Iyá Acurá, sendo tão idênticas que por muitas vezes são confundidas entre si. Tanto suas formas e características, sua forma de trabalho, suas roupagens, enfim, praticamente a mesma colocação, podendo ser apenas diferenciadas por um ou outro passo na dança de chegada em terreiros e roças.
Iyá Kayala:
Também chamado de Iyá Mikaiá ou Kaiá, é uma Falangeira de característica e formas jovem e guerreira. Sua presença se faz muito mais constante nos ritos de Angola, fazendo assim que raramente se apresente em outros tipos de dogmas.
Dentro dos ritos de Angola, tem como finalidade a proteção acima de tudo a seus filhos. Sua luta é constante contra os espíritos sem luz, e seus aconselhamentos se fazem jus a guerreira que é.
Dizem que sua dança é forte e rápida, seus ataques ao invisível
Sua roupagem vem nas cores branco aperolado e amarelo ouro. Traz nas mãos ou uma espada ou um alfanje, no que usa para atacar e proteger seus consulentes dos espíritos desgarrados e sem entendimento do bem e caridade.
Iyá Maialeuó:
Conhecida também como Iyá Maléléo ou Maylewo,, é uma Falangeira de característica e forma jovem/adulta, tem um modo extremamente tímido, demonstrando isso nas chegadas em terreiros ou roças, que ao se apresentar está de cabeça baixa, não fixando o olhar nos olhos de seus consulentes. Sua dança também é tímida, se apresenta como se chegasse apenas andando, em passos curtos, sem muitas demonstrações para não chamar atenção.
Dizem que jamais poderá ser tocado o rosto do médium que se encontra incorporado com a Falangeira Maialeuó, talvez pelo excesso de timidez.
É a deusa dos grandes lagos, e lá faz sua morada. Domina tudo que nele existe.
Sua roupagem vem nas cores verde claro e branco prateado, traz nas mãos o abebé.
Iyá Marabô:
Conhecido também como Malelewo é uma Falangeira de forma e característica jovem e astuta. Dizem que é muito sagaz e que nunca e de forma nenhuma essa Falangeira se esquiva de uma boa quizila.
A lenda diz que seria a voz dos grandes mares que atraem os pescadores, e está ligada as grandes correntezas marítimas.
Seu trabalho consiste em quebrar magias negras, retirar obsessores de todos os tipos, abrir caminhos derrubando obstáculos.
Sua dança em chegada em terreiros e roças é extremamente chamativa, dizem que não há uma só pessoa que não fique atraído e com vontade de dançar junto com Iyá Marabô em sua apresentação.
Seus passos deslumbrantes, seu girar nas pontas dos pés, sua posição de ataque e de defesa, encantam a tudo e a todos.
Sua roupagem vem nas cores preto e vermelho, trazendo em algumas partes raiados na cor branco, fazendo assim que ao refletir da lua esses raios parecem sair de suas vestes indo de encontro aos consulentes como se fosse uma limpeza de aura. Traz nas mãos dois alfanjes, nos quais passam sobre seus protegidos para retiradas de obsessores.
Iyá Masemale:
De característica e forma iguais a da Falangeira Iyá Iamassê, podem ser até consideradas a mesma Falangeira. Os pequenos detalhes que as diferenciam é um ou outro passo nas danças de chegada em terreiros e roças.
Iyá Ogunté assabá: De característica e forma jovem/adulta, essa Falangeira é determinada, forte e guerreira.
Deusa e mãe do rio Ógun, e senhora dos encontros rio e mar, essa Falangeira tem como finalidade de trabalho fazer os grandes encontros de paz. Em consultas em terreiros e roças, dá prioridade sempre ao que se refere a paz, mesmo que para isso tenha que usar a força da guerra.
Sua chegada em terreiros e roças se faz acontecer através de uma dança ritmada, de passos acertados, como se estivesse em um confronto militar.
Sua roupagem vem nas cores azul claro e branco aperolado, podendo ter bordas em vermelho claro. Traz em uma das mãos uma espada, e na outra o abebé.
Iyá Olossa:
Conhecida também pelo nome de Iyá Olossá ou Iyá Oloxá, tem como característica a forma bem idosa. Dizem que é a Falangeira mais velha das terras de Egbado, e também dizem que não há médiuns que incorporem essa Falangeira no Brasil.
Como não há médiuns que a incorporem em nosso país, só vamos relatar o que foi colocado nas incorporações em médiuns de algumas regiões da África
Não temos relatos sobre seus tipos de consultas ou proteções. Dizem que em sua dança ela vem com passos curtos e lentos, sempre com o tronco curvado, pelo peso das cargas de seus filhos e de sua idade avançada.
Sua roupagem vem nas cores verde claro, raiadas em roxo e azul, trazendo presos as vestes algumas contas brancas em cristal.
Dizem que nunca deixa seu abebé, e mesmo fora das danças tem ele nas mãos.
Iyá Sobá:
Também conhecida como Iyá Asagba ou Sabá, é uma Falangeira de forma e característica adulta.
Deusa das espumas brancas dos mares e rios, de onde capta suas energias, senhora das fiadeiras de algodão, tarefa que tem orgulho em fazer.
Em sua chegada aos terreiros e roças, vem de uma forma calma, senhora dançante, sorridente e de passos controlados como um maestro regendo sua orquestra.
Seus trabalhos de caridade vêm nos aconselhamentos, no entender de cada passo, tempo e coisa da vida, nas soluções de problemas que podemos achar que são insolúveis. Ela com sua maturidade, com seu poder de reflexão, com seu senso de justiça e paz nos mostra que tudo na vida pode ter uma solução, e essa solução só vai depender da quantidade de fé que estamos dispostos a entregar ao Pai Maior.
Sua roupagem vem nas cores branco, azul claro e prata, traz nas mãos o abebé, e tem um detalhe que chama atenção, ela gosta de utilizar uma corrente de prata no tornozelo.
Iyá Susure:
Também conhecida como Iyá Sessu, ou Iyá Sesu, ou Iyá Yasessu, tem característica e forma adulta, é ligada a gestação, a tratamento de mazelas no corpo físico e curas do espírito.
Dizem que também é muito guerreira, e que está sempre pronta para vencer batalhas contra os espíritos sem luz. Muito respeitada por todas as outras Falangeiras, pois ela é a única mensageira do rei do mar.
Ela vive nas águas sujas do oceano, e por isso a obscuridade dessas águas a fazem ser muito esquecida, e quem a auxilia nesse contraste e Oxum Apará, que sempre a acompanha para estar relembrando os afazeres.
Sua dança de chegada em terreiros e roças vem de uma forma bem normal, um tanto lenta em comparação com as outras Falangeiras, mas não tão lenta quanto a das mais velhas.
Sua roupagem vem nas cores branco e verde água, tem contas espalhadas na cor branco cristal por entre os babados de suas vestes. Traz nas mãos uma espada ou um alfanje, juntamente com o abebé.
Iyá Tuman:
De forma e característica adulta, essa Falangeira é a senhora do tempo em que as águas do mar demoram para chegar a seu destino.
Tem como finalidade de trabalho a demonstração do tempo a seus consulentes e filhos, para que a ansiedade não tome conta de suas almas, e assim não deixar que errem por não refletir sobre qualquer assunto ou fato.
Sua chegada em terreiros e roças se faz em algumas vezes rápida como o vento e em outras lentas como o mudar de imagem de uma montanha, isso sempre voltada a demonstração do tempo.
Assim como demonstração excessiva de tempo, Iyá Tuman, pelo contrário também se demonstra não se importar com o gênero, pois em alguns dias pode vir como representação feminina e em outras masculina,
É conhecida como a senhora da paciência e da calma, e assim tenta fazer seus filhos entenderem a importância do tempo.
Sua roupagem vem nas cores azul celeste, amarelo e branco aperolado. Traz nas mãos o abebé e em algumas vezes o alfanje, que apenas é usado como apetrecho de dança, nunca como uma arma, pois a sua maior arma é a paciência e a tranquilidade, a mesma que passa a seus consulentes nos trabalhos de caridade.
Os Caboclos dessa falange são também conhecidos como “Calungas do Mar” pois vibram muito próximos a Exús e Pombagiras de Iemanjá, na frequência das águas da “Rainha do Mar”.
Nomes de Caboclos da Falange de Iemanjá
1. Caboclas da Falange de Iemanjá
• Cabocla Janaína
• Cabocla Janaína da Jangada
• Cabocla Janaína Mercadora
• Cabocla dos Mares
• Cabocla do Cais
• Cabocla das Praias
• Cabocla Yara
• Cabocla Luzia dos 7 Mares
• Cabocla Luzia do Cais
• Cabocla Maria do Farol
• Cabocla Luíza do Cais
• Cabocla Marina Pescadora
• Cabocla Maria das 7 Ondas
• Cabocla Tina do Cais
• Cabocla Tina do Porto
• Cabocla da Praia
• Cabocla da Areia
2. Caboclos da Falange de Iemanjá
• Caboclo Martin Pescador
• Caboclo Caboclo Beira-Mar
• Caboclo Marinheiro
• Caboclo Martin Negreiro
• Caboclo Marinheiro das Sete Praias
• Caboclo Marinheiro Mercador
• Caboclo Manoel Marujo
• Caboclo Manoel da Praia
• Caboclo João da Praia
• Caboclo João do Farol
• Caboclo João Marujo
• Caboclo Zé do Mar
• Caboclo Zé da Jangada
• Caboclo Zé do Bote
• Caboclo Zé do Cais
• Caboclo Zé Pescador
• Caboclo Zé da Proa
• Caboclo 7 Ondas
Esses são os Falangeiros da rainha do mar, a nossa mãe Iemanjá, que nesse texto resumido descrevemos apenas o mais objetivo, pois a grandeza desses Falangeiros não seria possível podermos expressar todos os detalhes de forma concreta pelo pouco espaço e tempo que dispomos, e se fôssemos detalhar tantas e tantas grandezas, na certa teríamos que dispor de dezenas de páginas desse humilde estudo para descrevermos o tanto de força tem esses trabalhadores da caridade.
Saravá a falange e Falangeiros de Mãe Iemanjá.
Odoiá minha rainha!