OXUM E O TRONO DE SANGUE...
OXUM E O TRONO DE SANGUE...
É interessante ver em Oxum que ela quebra o paradigma machista de quê mulher bonita teria que ser "superficial e burra", ela é o total oposto. Das Yabás, rainhas, a mente de Oxum é a mais astuta, a tirando de situações como essa...
Ijexá, reino da GLORIOSA Oxum.
Chega um pombo branco ao palácio dourado da grande senhora avisando que o grande babá chegaria a seu reino para lhe visitar, e todos sabiam o quão grande era a honra de receber Oxalá.
Ela se anima e de pronto já começa a organização de toda a festa de boas vindas.
Para recebê-lo o ouro que cobriam as paredes de seu palácio deveriam estar tão polido que se tornariam prata só em sua homenagem.
A aldeia, casas e ruas limpas e enfeitadas.
Ah, os convidados!
Não poderia esquecer ninguém!
Sua corte, aldeões, demais Orixás, falta alguém? Não!
Mas, faltava.
Oxum muito atarefada convida todos, o que cria um falatório que ultrapassa Ijexá e chega aos ouvidos das Yamis ( espíritos das feiticeiras da floresta), essas que ensinaram à rainha grande parte de seus feitiços.
Mas pera! Não foram convidadas!
Sequer souberam pela boca dela, foram os boatos dos que passavam pelo seu reino amaldiçoado.
"Oxum é ingrata, lhe demos a magia e temos o desprezo. Vamos nos vingar daquela que se cobre de ouro na presença de Oxalá.
Faremos ela chorar lágrimas de sangue!"
E eis o grande dia!
Tambores, palmas e muita festa recebiam o pai do branco.
Sob seu Alá o velho Oxalá carregava seu Opaxorô lentamente, como se tivesse toda a eternidade.
Impressionado pisava nas ruas cobertas de folhas para que não sujasse os pés, ia trilhando o caminho até o templo de Oxum.
Lá, ao lado do trono dourado da rainha um trono branco, forrado com os melhores panos e enfeitado de búzios e pedras preciosas.
Oxalá se senta e a rainha ao seu lado, logo depois desse.
Mas, ele levanta para uma saudação e ela em respeito tenta fazer o mesmo, mas só tenta.
Ela força, se debate discretamente mas não sai do lugar, estava presa.
Oxum é muito fina sim, mas também muito determinada.
Para não desrespeitar Oxalá ela usa toda sua força e se levanta, deixando a pele colocada no trono real e manchando seu vestido, o chão e o convidado com seu sangue vermelho.
E Oxalá que abomina o que não é branco se ofende e se retira.
Triste, vai jogar com o babalaô que a avisa que essa fora obra das feiticeiras que enfeitiçaram-na.
Ela então tem uma ideia e chama Oxalá novamente à sua presença, no mesmo local, lhe contando a verdade sobre o plano sujo contra ela.
O rei se comove e chega perante ela e a poça de sangue que Oxum com um sopro faz se transformar em diversas penas vermelhas que se derrama em cima de Oxalá e seus súditos.
Oxalá reconhece a sabedoria e boa vontade de Oxum e a saúda como a grande rainha de Ijexá.
Ore YêYê!!!
CRÉDITOS E FONTE: LENDAS DOS ORIXÁS / Prandi
Filha dos Rios