sexta-feira, 1 de abril de 2022

DESVIO DE CONDUTA E MAU CARÁTER. Assédio espiritual ou Livre-Arbítrio?

 

 DESVIO DE CONDUTA E MAU CARÁTER.
Assédio espiritual ou Livre-Arbítrio?


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Assédio espiritual ou Livre-Arbítrio?

Porque pessoas que teriam tudo para serem boas, entretanto são más ou fazem coisas erradas?

As pessoas me perguntam muito , se “pessoas que teriam tudo para serem boas, entretanto são más ou fazem coisas erradas, se são obsediadas ou se isso é uma questão de escolha”.

Vejamos as definições científicas:
Desvio de conduta ou Transtorno de conduta é caracterizado por padrões persistentes de conduta socialmente inadequada, agressiva ou desafiante, com violação de normas sociais ou direitos individuais.
Com cerca de 1 a 10% de prevalência em crianças e adolescentes, é um dos transtornos psiquiátricos mais frequentes em jovens e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psiquiatra infantil.

Mau-caráter: Pessoa sem escrúpulo, que engana as pessoas sem o menor constrangimento; apresentam desvio de caráter (para o mal); aquele que age sem decência, sem pudor, sem sensibilidade humana.

Ao contrário do que se pensa, personalidade e caráter não estão diretamente relacionadas, uma pessoa pode ter uma personalidade forte e ser um mau-caráter, ou ter uma personalidade frágil e não ser um mau-caráter.

Uma criança ou um jovem que tenha apresentado desvio de conduta, não necessariamente irá se transformar num marginal quando adulto.
As causas mais comuns:
O ambiente familiar e social tem papel importante no desenvolvimento e manutenção de transtorno de conduta.
O comportamento de oposição e desobediência está associado a pais e irmãos agressivos e negligentes, divórcio dos pais, grandes famílias, mães jovens, baixa condição socioeconômica, apenas um cuidador…

Os desvios de conduta também podem indicar histórico de abuso sexual e violência, alcoolismo e abuso de drogas na família. Em alguns casos o uso de álcool e drogas pela mãe durante a gestação, e também de alguns medicamentos, foram confirmados.

Alguns itens diagnósticos:

Manifestações excessivas de agressividade e de tirania; crueldade em relação a outras pessoas ou a animais; destruição dos bens alheios; condutas incendiárias; roubos ou furtos; abuso sexual e promiscuidade; uso de armas; mentiras constantes; conduta escolar inadequada; desobediências anormalmente frequentes e graves.
Comportamentos inadequados repetidos durante longo prazo durante a infância e adolescência.

Caso esses comportamentos persistam na idade adulta, normalmente após os 18 anos, poderá ser considerada a hipótese de Transtorno de Personalidade Antissocial (Psicopatia/Sociopatia).
Quando surge na criança antes dos 10 anos de idade, normalmente está associado à histórico de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e pode indicar uma propensão futura a ansiedade, depressão, compulsão, comportamento agressivo, déficit intelectual.

Em caso de uso de drogas na gestação, poderão surgir sérios comprometimentos do sistema nervoso, levando a crises convulsivas. Quando surge no final da adolescência, após os 16 anos, tende a ser mais brando, apenas “rebeldia causal”, sendo superado na fase adulta.

Em alguns casos foram constatadas correlações de crianças e jovens com desvio de conduta, com adolescentes e adultos envolvidos com pornografia infantil e pedofilia homossexual ou heterossexual.

O tratamento terapêutico recomendado é terapia individual acompanhada da terapia familiar.

E na visão Espíritual ?

Seleciono alguns trechos de Joanna de Angelis, em sua obra Triunfo Pessoal, psicografada por Divaldo Franco.

“…os sociopatas ou pessoas com perturbação antissocial da personalidade.

Esses indivíduos, normalmente são portadores de um bom nível de conhecimento, não obstante o temperamento belicoso desde a infância, quando se permitiram atividades sexuais precoces e exaustivas, e cuja conduta escolar foi reprochável, em razão das faltas contínuas às aulas, para se facultarem perturbações infligidas aos outros.

Nesse período, não puderam dissimular a perversidade para com os animais, que lhes sofreram aguerridas perseguições.
Com uma tendência muito grande à promiscuidade, não se vinculam socialmente a nenhum grupo, sendo geralmente solitários, em cujos períodos se permitem elaborar os seus projetos de inquietação e mesmo de crueldade contra as pessoas.

São desprovidos dos sentimentos de amor e de respeito pela sociedade, como também ignoram os deveres de lealdade para com o próximo e em relação a todo aquele que se lhe acerca.
São capazes de cometer deslizes graves e de tomarem atitudes ilegais sem qualquer arrependimento, culpa ou ansiedade, permanecendo frios e insensíveis ao que ocorre à sua volta.

Não demonstram interesse por contribuir de alguma forma com a sociedade, antes fazendo questão de traduzir o seu mau humor, silenciosos e isolados em todo momento que lhes é facultado.
Em razão do distúrbio que os comanda, vivem exclusivamente o presente, isto é, todo o seu empenho centra-se no prazer do momento, sem preocupações significativas em relação ao futuro, mas também com nenhum remorso em relação aos atos praticados, mesmo quando hajam gerado sofrimento e perturbação nos outros.”

“…Constata-se, é certo, que o Self no sociopata, é desintegrado do ego, sofrendo uma fissura que impede o perfeito relacionamento que produziria o seu ajustamento ao grupo social. Isso decorre de heranças morais e espirituais que procedem das experiências infelizes de outras reencarnações, quando o Espírito delinquiu, ocultando a sua culpa e fugindo da convivência humana…”.

“…O sociopata é enfermo da alma, que se pode recuperar mediante esforço conjugado entre o seu médico, o psicoterapeuta, o grupo de ajuda e ele próprio, reconquistando, desse modo, a real alegria de viver na sociedade que se encontra aberta a todos que nela desejem construir felicidade.”

Conclusões:

Se não houvesse experiências anteriores, como explicar a rebeldia, a brutalidade, o mau caráter de um filho que tem toda uma família ancestral constituída de pessoas dignas?

Alguém poderá objetar, dizendo que é herança genética de um parente longínquo.
Mas que culpa têm os pais?

Por que Deus permitiria que esses gens danosos entrassem na formação daquela alma?

O Espiritismo esclarece que ninguém herda inteligência, virtudes ou defeitos morais, por serem atributos do Espírito, que os traz como bagagem própria, intransferível quando reencarna.
Se um casal tem um filho que lhe nega as linhas morais da família, trata-se de um Espírito que foi por eles adotado, em função do desejo de auxiliá-lo, ou o receberam como consequência de um passado comprometido com ele, “porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo”.

Dentro dessa linha de raciocínio, chega-se à conclusão que todos os filhos são adotivos, enquanto Espíritos criados por Deus.
O casal apenas “fornece o invólucro corporal”.

As diferenças individuais, portanto, não decorrem de capricho divino, mas sim do empenho de cada Espírito no sentido de promover o seu próprio progresso.
Nesse caminhar, através das reencarnações, vai recebendo, por justiça, os frutos de todo o bem semeado, e, em função dessa mesma justiça, é compelido a reparar os males praticados, essa é a Lei de Causa e Efeito.

Pode-se admitir, no entanto, a hipótese de provação para as famílias que acolhem esses parentes em seu seio familiar, como também, é admissível que se trate de expiação ou ajustamento de contas do passado.

Mas as influências espirituais podem levar à desvios de conduta e mau caráter?

Geralmente, os transtornos quando se manifestam, é a culpa do que se fez em outra vida, como apontam os estudos espíritas.
Mas, não se trata de um castigo divino.
Faz parte do processo de evolução daquele espírito.

Ouvir vozes que induzem à um comportamento errado ou à um sentimento pernicioso, pode ser sim, indicador de processo obsessivo espiritual.

Mesmo no caso dos esquizofrênicos, isso pode ser levado em conta.
A obsessão é a ação persistente que um espírito mau, exerce sobre um indivíduo.

“Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral sem perceptíveis sinais exteriores até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais”, diz Allan Kardec em seu livro, o Evangelho Segundo o Espiritismo.
Ele diz que a obsessão ocorrerá toda vez que alguém, encarnado ou desencarnado, exercer sobre o outro, constrição mental negativa.

De acordo com Kardec, há vários tipos de obsessão, sendo o mais grave o de subjugação, em que o obsessor interfere e domina o cérebro do encarnado.
A subjugação pode ser psíquica, física ou fisiopsíquica.
Assim, as doenças mentais ou físicas também podem, de acordo com o conhecimento espírita, sofrer influências externas.

Temos em suas obras espíritas, relatos de André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda, descrevendo a ação obsessiva e possessiva de espíritos maus sobre suas vítimas, levando-as ao mal e a sua própria destruição.

Porém, sabemos que toda influência ocorre por "Sintonia", portanto, mesmo que nossos algozes, que foram nossas vítimas do passado, nos assediem para o mal, mesmo ainda, que tenhamos ainda sofrido influências negativas do meio familiar e social, sempre caberá a cada um de nós o direito de escolha para usarmos bem nosso livre-arbítrio e não perdermos nossa encarnação.

Amor

“Amor é a forma mais elevada de energia que preenche a alma humana.
Amor é liberdade.
Amor não discrimina, amor inclui, sempre.
Por isso nunca pode ser egoísta.
O amor possui extraordinário poder curativo, capaz de mudar completamente a vida de muitos.
Amor é o estado verdadeiro e original da alma. A necessidade do momento é relembrar esse estado amoroso de ser”. (Brahma kumaris)

Fontes:

O Evangelho Segundo o Espiritismo — Allan Kardec
O Livro dos Espíritos — Allan Kardec
psicografia : Divaldo Franco