O QUE É ORIXÁ CÓSMICO E ORIXÁ UNIVERSAL ?
Os Orixás na Umbanda
O QUE É ORIXÁ CÓSMICO E ORIXÁ UNIVERSAL ?
Universal é aquilo que por natureza tem vibração irradiadora, ou seja, é imanente com polaridade positiva, não há esforço (movimento) para que isso ocorra. Apenas flui de forma passiva, independente de comando.
Cósmico é aquilo que por natureza tem vibração concentradora, ou seja, é absorvente com polaridade negativa, há esforço (movimento) para que isso ocorra. Atrai e é atraído por ou para algo externo.
Quando dizemos que um Orixá é Universal, estamos informando que Ele atua de forma passiva na Criação Divina.
Vamos a um exemplo:
Tomemos os dois primeiro Tronos, o da Fé e o do Amor. O Trono da Fé é Regido por Oxalá, Orixá masculino passivo. Sua polaridade é positiva, e porque a Fé irradia-se todo o tempo e o tempo todo, sem que algum dispositivo a acione, Oxalá ,que é em Si mesmo a Fé, é um Orixá Universal.
O Trono do Amor é Regido por Oxum, Orixá feminino passivo. Sua polaridade é positiva, e porque o Amor irradia-se todo o tempo e o tempo todo, sem que algum dispositivo o acione, Oxum, que é em Si mesma o Amor, é uma Orixá Universal.
Agora, evoquemos a imagem de Jesus: O que ocorre? Todo o nosso ser é imediatamente inundado por uma fé (inexplicável) e um imenso amor, sem que haja nada além da simples evocação. Saiba que Jesus é um ser equilibrado nos Sentidos da Fé e do Amor, por isso esses dois Sentidos fluem naturalmente, sem esforço, através Dele.
Mas esses mesmos Tronos, tem cada um, sua outra polaridade, o seu complemento.
Um ser inundado de pura Fé e Amor permaneceria parado se não houvesse por onde, ou como fluir.
Então, na outra polaridade do Trono da Fé está o Trono da Religiosidade e do Trono do Amor está o Trono da Renovação.
O Trono da Religiosidade é Regido por Oyá, Orixá feminino ativo. Sua polaridade é negativa e porque a Religião absorve, atrai somente quando um dispositivo a aciona, Oyá, que é em Si mesma a Religiosidade, é uma Orixá Cósmica.
O Trono da Renovação é Regido por Oxumaré, Orixá masculino ativo. Sua polaridade é negativa e porque a Renovação só ocorre quando um dispositivo a aciona, Oxumaré, que é em Si mesmo a Renovação, é um Orixá Cósmico.
A Fé e o Amor acionam a Religiosidade e a Renovação. E porque assim é, ao evocarmos a imagem de Jesus, somos inundados pela Fé e pelo Amor o que aciona em nosso íntimo o sentimento de religião e renovação, ou seja, renovação religiosa. Ainda que isso ocorra somente no nível mental, há toda uma mudança em nossa disposição e, quanto mais alimentarmos isso, mais forte e transbordante se tornará.
Todo Orixá é em Si mesmo o Trono e o Sentido do qual é Regente. Cada Trono “atua” sobre todos os outros e ao mesmo tempo “recebe atuação” de todos eles, seja Universal ou Cósmico.
Os Sagrados Orixás/ Tronos de Deus, são Poderes Divinos ou qualidades manifestadas de Olorun (Deus), assentados à sua volta no Orun (morada interior de Deus, onde ninguém em evolução penetra). As 7 qualidades de Deus, 7 Sentidos da Vida ou 7 Linhas de Umbanda, são:
1) Fé- Oxalá (Trono Masculino e Universal) e Logunã (Trono Feminino e Cósmico);
2) Amor- Oxumaré (Trono Masculino e Cósmico) e Oxum (Trono Feminino e Universal);
3) Conhecimento- Oxóssi (Trono Masculino e Universal) e Obá (Trono Feminino e Cósmico);
4) Justiça- Xango (Trono Masculino e Universal) e Oro Iná (Trono Feminino e Cósmico);
5) Lei- Ogum (Trono Masculino e Universal) e Iansã (Trono Feminino e Cósmico);
6) Evolução- Obaluayê (Trono Masculino e Universal) e Nanã (Trono Feminino e Cósmico);
7) Geração- Omulu (Trono Masculino e Cósmico) e Yemanjá (Trono Feminino e Universal);
Os 7 Sentidos da Vida – 7 Linhas de Umbanda – 7 Pares de Tronos – 7 Pares de Sagrados Orixás, correspondem, respectivamente, aos seguintes chacras e às seguintes energias/vibrações elementais:
1) Fé – Chacra Coronal/ Vibração Cristalina;
2) Amor – Chacra Cardíaco/ Vibração Mineral;
3) Conhecimento – Chacra Frontal/ Vibração Vegetal*;
4) Justiça – Chacra Umbilical/ Vibração Ígnea (Elemento Fogo);
5) Lei – Chacra Laríngeo/ Vibração Eólica (Elemento Ar);
6) Evolução – Chacra Explênico/ Vibração Telúrica (Elemento Terra)**;
7) Geração e Criatividade – Chacra Básico/ Vibração Aquática (Elemento Água)***;
* O Trono Masculino e Universal do Conhecimento/Sagrado Pai Oxóssi tem como vibração a vegetal, porém, o Trono Feminino e Cósmico do Conhecimento/Sagrada Mãe Obá tem como vibração a telúrica (terra). Trazendo-os para a natureza, no elemento vegetal, ela seria representada pela raiz de uma árvore, por exemplo.
** O Trono Masculino e Universal da Evolução/Sagrado Pai Obaluayê tem como vibração telúrico-aquática (terra-água), enquanto o Trono Feminino e Cósmico da Evolução/Sagrada Mãe Nanã tem como vibração aquático-telúrica (água-terra). Trocando em miúdos, ele é ativo na vibração telúrica e passivo na vibração aquática e ela é ativa na vibração aquática e passiva na vibração telúrica.
*** O Trono Masculino e Cósmico da Geração e Criatividade/Sagrado Pai Omulu tem como vibração a telúrica (terra), enquanto o Trono Feminino e Universal da Geração/Sagrada Mãe Iemanjá tem como vibração a aquática (água). Trazendo-os para a natureza, ela é representada pela água do mar e ele pela areia.
Os Sagrados Orixás Omulu e Obá são telúricos puros (terra pura), enquanto os Sagrados Orixás Obaluayê e Nanã são mistos terra-água e água-terra conforme descrito anteriormente.
Entende-se por Trono/Orixá Universal aquele que é Regente e atua de forma passiva e por Trono/Orixá Cósmico aquele que é Guardião e atua de forma ativa.
Ex: No Divino Trono da Justiça, o Sagrado Pai Xangô é o Trono Masculino e Universal, atua de forma passiva, como a chama abrasadora. A Sagrada Mãe Oro Iná é Cósmica, atua de forma ativa, como o fogo consumidor.
O Senhor Orixá Exu/Trono da Vitalidade e a Senhora Orixá Pombo-Gira/Trono dos Desejos, atuam externamente nos domínios de todos os tronos anteriormente descritos, amparando-os e guardando-os.
CORES DAS VELAS DOS SAGRADOS ORIXÁS:
01) Sagrado Pai Oxalá – Vela Branca
02) Sagrada Mãe Logunan – Vela Azul Petróleo (tom bem escuro de azul)
03) Sagrado Pai Oxumaré – Vela Azul Turquesa (ou azul clara)
04) Sagrada Mãe Oxum – Vela Rosa
05) Sagrado Pai Oxóssi – Vela Verde
06) Sagrada Mãe Obá – Vela Magenta (ou vermelha terrosa)
07) Sagrado Pai Xangô – Vela Marrom (pessoal vermelha)
08) Sagrada Mãe Oro Iná – Vela Laranja
09) Sagrado Pai Ogum – Vela Vermelha (pessoal Azul Indigo)
10) Sagrada Mãe Iansã – Vela Amarela
11) Sagrado Pai Obaluayê – Vela Violeta
12) Sagrada Mãe Nanã – Vela Lilás
13) Sagrado Pai Omulu – Vela Roxa
14) Sagrada Mãe Iemanjá – Vela Azul Clara
15) Sagrado Orixá Exu – Vela Preta
16) Sagrada Orixá Pombo-gira – Vela Vermelha
17) Orixá Exu Mirim e Pomba-Gira Mirim – vela bicolor vermelha e preta.
Sabemos que algumas destas cores contrariam o que vem sendo ritualizado até então na Religião de Umbanda, porém, deixo aqui registrado que elas são baseadas nas cores das ondas vibratórias destas divindades espalhadas por toda a Criação Divina.
O QUE É “ORIXÁ” ? Texto extraído do livro “Os Arquétipos da Umbanda – As hierarquias espirituais dos Orixás” – Pai Rubens Saraceni.
Orixá é um poder divino em si mesmo e realiza-se na vida dos seus cultuadores como uma energia viva e divina capaz de realizar ações abrangentes, modificadoras da vida do ser.
Orixá é o poder de Deus manifestado de forma “personificada”, em que um ente de natureza divina irradia continuamente esse poder que concentra em si e doa graciosamente, a todos que movidos pela fé a ele recorrerem religiosamente por meio de cantos e orações. Já quem recorrer magisticamente a eles, aí é preciso outros procedimentos para ativação do seu poder realizador. Muitos são os poderes de Deus e muitos são os Orixás cultuados na Umbanda.
Diferente do Candomblé Nagô, onde o sobrenome é designador da qualidade do Orixá, na Umbanda cada sobrenome simbólico indica uma entidade em si com sua hierarquia espiritual a manifestá-lo e trabalhar incorporado durante as giras ou sessões de incorporação.
Ogum é o Orixá maior. Já Ogum Megê é o “Ogum dos Cemitérios”. Ogum para todos, Ogum Megê para os trabalhos espirituais no terreiro ou no cemitério.
Para um sacerdote dos Orixás na Nigéria, provavelmente é uma heresia oferendar Ogum em um cemitério. Mas nós só oferendamos Ogum Megê no cemitério, pois, para nós ele é o ordenador ético e moral dos procedimentos nos domínios de Obaluaiê e Omulu, os donos do “Campo Santo”. Logo, se é nesse campo que essa entidade atua, é nele que deve ser firmado, oferendado e invocado magisticamente. Esses procedimentos não fomos nós, os encarnados, que determinamos. Quem os ensinou e ordenou que assim procedêssemos foi a espiritualidade que, aos se manifestar em seus médiuns, indicava como deviam proceder.
Pouco a pouco, todo um novo conhecimento e uma nova forma de cultuar e ativar os poderes dos Orixás nos foram sendo transmitidos até que chegamos a um ponto em que precisamos limitar um pouco as muitas possibilidades colocadas à nossa disposição pelos Guias espirituais.
Isto é Orixá na Umbanda: uma força e um poder colocados à nossa disposição de uma forma diferente da já tradicional na Nigéria.
Como a Umbanda nasceu no Brasil e foi pensada no plano espiritual por mentes evoluidíssimas, um novo modo e uma nova forma foram tomando corpo e resultaram em uma nova religião.
Tal como o Cristianismo fez com o Velho Testamento: reescreveu-o no Novo Testamento e está aí, há dois mil anos acolhendo e sustentando religiosamente os seus seguidores.Orixá é poder divino e pode ser adaptado a vários modos e formas de culto e de magia.
Orixá gera religiões e magias porque é poder fundamentado em Olorum, o nosso Divino Criador. Não tenham dúvidas, se for preciso eles criam novas formas de culto e novos modos de ativá-los religiosa e magisticamente. Quando e onde for necessário, lá surgirão uma forma e um modo específicos onde seus fundamentos divinos, os naturais, os espirituais e os magísticos estarão preservados e intactos porque são divinos, são sagrados e são parte deles. Na verdade, os seus fundamentos são imutáveis porque são suas essências e suas qualidades religiosas e magísticas.
Concluindo, Orixá é poder divino colocado à nossa disposição e alcance para recorrermos quando criam-nos ou criamo-nos dificuldades que paralisam nossa evolução espiritual ou material. Ou ambas!