quarta-feira, 31 de maio de 2023

NA NOSSA FAZENDA O TERROR CHEGA COM A NOITE!

 NA NOSSA FAZENDA O TERROR CHEGA COM A NOITE!


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NA NOSSA FAZENDA O TERROR CHEGA COM A NOITE!
Francisco Coelho
(Enigmas e Contos/YouTube)

Em 1990 os meus pais compraram uma fazenda lá no interior do Nordeste.
Dois anos depois eu nasci e desde que eu comecei a entender as coisas a nossa fazenda sempre foi assim, tão logo o sol entrava todas as janelas e portas eram fechadas e trancadas.
Ninguém, por nenhuma razão era permitido sair, até os cachorros eram mantidos no interior da casa.
Uma ou duas vezes por semana quando tudo escurecia o tormento começava, um grito aterrorizante de mulher bem distante.
A mamãe corria para o quarto pegava três velas, e depois de colocá-las num prato e acender cada uma delas ajoelhava e começava a rezar bem baixinho.
O papai pegava a espingarda pendurada na parede da sala, apagava a lamparina que ficava sobre a mesa, puxava uma cadeira para perto da porta principal, e ali ficava esperando em silêncio com o dedo no gatilho.
Eu ficava sempre ao lado da mamãe ajoelhado olhando para as velas repetindo um “Pai Nosso” e morrendo de medo.
Poucos minutos depois a mulher gritava pela segunda vez mais próximo do terreiro.
Os dois cachorros da casa colocavam os rabos entre as pernas e corriam grunhindo pra debaixo da mesa da cozinha, aquele era o sinal que a mulher tava chegando.
Outros minutos passavam e a mulher gritava outra vez mais forte e mais apavorante, agora dentro do terreiro da casa, o medo e o pavor que sentíamos era algo indescritível.
Enquanto a mamãe rezava com mais fervor eu tremia de tal maneira que não conseguia mais rezar, só dizia “Pai Nosso, Pai Nosso”.
Depois daquele grito nós já sabíamos o que vinha em seguida, os passos, as passadas mais horríveis que já ouvi na minha vida.
Um arrastão bem lento seguido de uma pisada bem firme, cada vez mais próximas da porta.
Depois de umas quatro ou cinco passadas a mulher chegava, batia bem suave na porta e ali ficava chorando e pedindo que a deixasse entrar.
Ninguém respondia, ninguém dizia nada.
Depois de um longo tempo batendo, chorando e implorando no pé da porta a mulher saia, e quando já parecia sair do terreiro ela começava gritar os últimos e mais assustadores gritos da noite.
Poucos minutos depois o silêncio voltava, as velas eram apagadas, a cadeira de volta ao seu lugar, e sem dizer uma palavra a gente deitava tentando dormir.
Assim eram as noites de terror.
Lembro que várias vezes perguntei ao papai se alguma vez havia aberto a porta
pra ver quem era aquela mulher, a resposta era sempre a mesma
“um hum, não cometa a mesma burrice filho”
A mamãe respondia apenas com a mesma frase,
“sei nada não, pergunta pro teu pai”
E o tempo passou, os anos passaram, a mulher já não aparecia com a mesma frequência, no entanto quando aparecia o terror era ainda maior.
Meus pais tentaram de tudo, convidaram Padres, Pastores, curandeiros e nenhum deles resolveu nada, no dia seguinte deixavam a fazenda aterrorizados.
E o tempo foi passando.
Eu cresci, fui enviado pra estudar na cidade e depois de alguns anos resolvi largar tudo e voltar pra fazenda pra perto dos meus velhos.
A mulher continuava aparecendo de vez em quando.
Em 2021 recebemos a visita de um amigo meu da cidade que dizia estudado em “casos paranormais”, e interessado em investigar a situação da “mulher”.
Dias passaram e numa certa noite a mulher apareceu, mesmos gritos, passos, choros e terror de sempre.
O meu amigo passou a noite sentado no canto da sala impressionado, abismado e aterrorizado com tudo que ouvia e via em seus aparelhos.
No dia seguinte ele teve a ideia mais absurda de todas, esperar do lado de fora da casa, não exatamente na porta, mas escondido no mato para descobrir quem era aquela mulher.
Apesar dos meus pais acharem a ideia simplesmente louca, eu e meu amigo colocamos câmeras frente a casa, na entrada do terreiro e no mato de donde a mulher parecia chegar.
E por volta das cinco da tarde saímos e escondemos atrás de umas moitas um pouco distante da casa.
A primeira noite chegou e nada, a segunda e terceira igual.
Na quarta noite enquanto o meu amigo olhava através de sua câmera noturna ouvimos o primeiro grito, meu coração começou a palpitar como nunca.
“veja isso” murmurou o meu amigo apontando para uma pequena bola de nuvem ou fumaça branca na tela da câmera.
“o que é isso” perguntou o meu amigo.
Como eu ia saber se ele, o entendido no assunto não sabia.
E pouco a pouco a bola branca começou a mover em nossa direção, eu tive vontade de desistir daquela investigação e correr pra minha casa, mas infelizmente não podia deixar o meu amigo que continuava espantado e admirando a bola que aproximava cada vez mais.
De repente a bola branca parou, meu amigo quase não podia conter a emoção. Poucos segundos depois ouvimos o grito mais horripilante, mais diabólico e bizarro que podíamos imaginar.
O meu amigo arregalou os olhos, deixou a câmera cair e saiu disparado para o meio do mato gritando por Deus e por mamãe.
Eu, felizmente não lembro de nada depois da corrida do meu amigo, só sei que acordei quando o dia clareava todo molhado, sujo e fedendo.
Depois de um bom banho sai à procura do meu amigo que encontrei escondido atrás de uma moita quase um quilômetro do local do grito.
Sua câmera que havia deixado para trás foi encontrada toda espatifado e nada foi gravado pelas outras.
Naquela mesma manhã o meu amigo pegou suas coisas e saiu.
Depois daquele dia e até hoje uma vez por outra ela aparece, grita, chora, aterroriza e vai embora.
Te cuida e muito obrigado!