sábado, 27 de maio de 2023

Maria Padilha dos 7 Cabarés

 Maria Padilha dos 7 Cabarés


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Filha única foi criada em Portugal por seus pais. Era uma família humilde. Sua mãe era uma famosa feiticeira, dona de incríveis poderes e artes, cobrava caro por suas magias, e não lhe faltava clientes. Os Pais de Padilha não eram um exemplo de casal, discutiam muito, pois sua mãe não contentava com aquela vida humilde, sonhava em posses, ouro e vaidade.
Em uma dessas brigas sua mãe jurou o marido de morte. Dias depois ele morre, vitima de um forte feitiço lançado por sua própria mulher. Maria sentiu se sozinha desde então, pois tinha um bom relacionamento com seu pai, era seu único companheiro e amigo. Por isso passou a nutrir grande ódio da mãe. Então decida aos 13 anos ela sai de casa, na tentativa de se livrar de sua mãe e suas pragas e feitiçarias. Antes de parte escuta a ultima palavra de sua mãe:
-Vá sua ingrata! Mas retornaras pedindo minha ajuda! Vai implorar por meus feitiços!
Fora de casa, sua única chance de sobreviver era como prostituta. Padilha então, no meu primeiro Cabaré fica conhecida como a “Virgem”. Tornou se a mulher mais cobiçada e desejada pelos homens. Logo a noticia chegou aos ouvidos do Rei de Portugal que um jovem de 15 anos era uma prostituta virgem.
O rei então decide comprar sua virgindade por um valor incalculável, porém muito alto para aquela época.
O Rei então encantou se com Padilha. Mesmo casado e comprometido com políticas, ele faz dela sua amante. Fez um trato com ela, daria a ela um cabaré para ela liderar, e em troca ela jamais se deitaria com outro! Esperta e ambiciosa Padilha aceita, o que facilita seus encontros às escondidas.
Muitos anos se passaram e Padilha tinha o rei na palma de suas mãos, mesmo não o amando arrancava deles todos seus caprichos e vontades. Ela então pediu a ele mais seis cabarés. Queria ficar famosa, era Rainha, mas não ao lado do rei.
Certa noite de lua cheia, um lindo homem, muito conhecido na cidade apareceu em um de seus cabarés. Era o medico da cidade. Bastante famoso e rico, pois lucrava com abortos de suas amantes e curava algumas pessoas de doenças e pestes. Ao mesmo tempo em que curava, fazia o mal arrancando vidas dos ventres das mulheres infiéis.
Bonito, inteligente, jovem e encantador, ao ver Padilha desperta nela algo que ela nunca tinha sentido antes. Sentia segurança, fica gelada, tremula ao velo. Mas não sabia ao certo se era amor.
Como o rei viajava muito, então eles mantinham um caso as escondidas. Era um romance ardente, forte e enlouquecedor.
Um dia, com muito movimento em um de seus Cabarés, ela resolve subir para seu quarto para repousar. Segundos depois entra o rei com seus soldados segurando o medico pelo braço.
-Este é o homem quem se faz presente em sua cama quando aqui não estou?
Ela então disse não estar muito bem de saúde. E o medico vinha todas as noites para medica la. Sofria de fortes dores de cabeças, por isso solicitava os cuidados dele. Não lhe disse antes para não preocupa lo.
O rei não acreditou, sentia que ela estava mentindo. Então disse será que você o ama mesmo?
E começou a esfaquear o medico diante de Padilha.
Seu coração doía, mas sua face não mudava, não podia derramar uma gota de lagrima se quer. Tinha que sofrer calada e sorrindo.
O ódio corria por suas veias, mas não podia demonstrar.

E tinha plena convicção que se vingaria.
Ela sabia que o amava, pois foi o único homem que a tratou como mulher, lhe deu carinho e amor. Não era como o rei que a tratava como um objeto de sexo.
Contente por ter eliminado suas suspeitas, então ela a toma e festeja sobre a cama. Vindo a dormir de tão bêbado. Sua face era a mesma, Padilha não demonstrou em nenhum momento a fúria que estava dentro de si.
Dois dias se passaram, e só havia uma forma de acabar com a vida do rei, feitiço! Assim ninguém poderia acusa la. Relutou, mas só havia uma pessoa capaz de fazer isto por ela. Sua mãe.
Seu ódio era tanto que engoliu o orgulho e foi ate ela. Ao chegar uma gargalhada se ouve. Sua mãe já lhe aguardava.
-Eu sei de tudo que lhe aconteceu, e vou te ajudar...
-E quanto quer por isso? Perguntou Padilha.
-Nada, o preço já foi pago! Você será Rainha, mas nunca terás um rei. Serás conhecida aqui e no inferno, e terás muito poder.
Padilha, ansiosa pergunta:
-Então vai ou não me ajudar?
Outra gargalhada se ouve de sua mãe, que já começa a fazer o ritual. Padilha fechava os olhos para se concentrar... Sua raiva era imensa, não queria saber nas consequências. Deseja vingança.
Cinco dias depois estava o rei de cama. Doente. Tinha tanta saúde, e nenhum medico descobriu o que atacou o Rei do dia para noite.
Padilha a cada vez que recebia a noticia de piora do rei, não continha suas gargalhadas.
O rei então morre, depois de sete dias de agonia. Mas tudo ficou muito obvio para o vilarejo. Não era novidade para ninguém que ela era um caso do rei e que sua mãe era bruxa. Logo depois então começou a sofrer perseguições por causa disto.
Em uma determinada tarde. Corria a noticia de que uma bruxa seria queimada na praça. A única bruxa da cidade era sua mãe. Correu para a praça, que estava lotada de gente aguardando a morte da feiticeira. Todos a olhavam com ar de desconfiança, mas a temiam por ser filha de bruxa e ter um pouco de autoridade que o Rei lhe dera.
Pela primeira vez seus olhos escorrem água. A cena era triste e de arrasar o coração. Ver sua própria mãe sendo queimada, com tudo era a única pessoa que ainda lhe restava. Antes de falecer sua mãe ainda lhe chamou de rainha.
Antes de este horror terminar, Maria correu ate a antiga casa de sua mãe e lá trancou se. Estava determinada a aprender magia, só sairia de la quando tivesse aprendido todos os feitiços, rituais e pragas.
Ao voltar, suas meninas estavam loucas e temerosas. As ultimas noticias diziam que a Rainha de Portugal fecharia todos os cabarés. Os boatos eram verdadeiros. Mandou fechar todos os cabarés da cidade. Muitas meninas fugiram, outras foram mortas. O ultimo cabaré era de Padilha, que decidiu morrer lutando.
Juntas mataram muitos guardas, mas muitas foram mortas.
Morreu sorrindo, pois sabia que outro reinado lhe aguardava. E por isso ficou conhecida como uma das Rainhas do Inferno e dos sete cabarés.

Ponto Riscado:

O ponto riscado é a assinatura do Guia, seja ele exu, pomba gira, preto velho e etc. Cada um tem sua própria identidade. Ele se identifica através do desenho. Cada traço tem, seu poder, seu significado e seu fundamento. Usamos para fazer nossas oferendas para aquele determinado guia em cima do ponto riscado dele.

Pontos Cantados
Abre essa tumba quero ver tremer,
Abre esse tumba quero ver balançar,
(bis)
Maria Padilha das Almas,
O cemitério é o seu lugar.
É na Calunga que a Maria Padilha mora
É no barranco que a Maria Padilha vai girar.
(bis)
Maria Padilha das Almas
O cemitério é o seu lugar.

Quem não me respeitar
Oh! Logo se afunda
Eu sou Maria Padilha
Dos 7 cruzeiros da Kalunga

Moço, você conhece aquela moça
Que trabalha no escuro
Olhando osso,
Osso por osso,
Dente por dente,
Dia trás dia,
Hora trás hora
Ela é Maria Padilha
Ela é Maria Mulher,
Ela trabalha na Figueira,
Por ordem de Lúcifer.

Caminhou por toda a Terra
Na kalunga ela ficou
Lá na Encruza ou lá na rua
Ela é …
Camarada sua,
Maria, Maria Padilha Ela é.
Grupo amores de sangue e as moças