segunda-feira, 4 de abril de 2022

O AMOR DE UMA PRETA VELHA (Parte 1) Certa vez, um médium foi desdobrado no dia de desenvolvimento mediúnico e levado pelo seu Guia espiritual a um ambiente desconhecido para ele, bom assim ele imaginava.

 O AMOR DE UMA PRETA VELHA (Parte 1)
Certa vez, um médium foi desdobrado no dia de desenvolvimento mediúnico e levado pelo seu Guia espiritual a um ambiente desconhecido para ele, bom assim ele imaginava. 


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Certa vez, um médium foi desdobrado no dia de desenvolvimento mediúnico e levado pelo seu Guia espiritual a um ambiente desconhecido para ele, bom assim ele imaginava. Era um lugar escuro, lamacento, com um forte odor fétido que adentrava suas narinas e lhe causava náuseas.

Aquele ambiente hostil, a primeira vista horripilante, o perturbou muito. Eram tantos choros, gritos, súplicas que ele se encontrou a beira do desespero.

Prevendo a reação de seu pupilo a doce Preta Velha seu Guia espiritual que lhe acompanhava desde sempre, tratou de explicar o que era aquele lugar, e foi logo dizendo:

- Calma fio, calma que a nega e mais um punhado de Guardião tá aqui com suncê, não precisa ter medo. Eu só quero que suncê observe bem e escute tudo que a nega tem pra falar.

Depois do afago carinhoso ele começou a se acalmar e voltar para o lugar o coração que quase lhe escapará pela boca, e voltou sua atenção àquela maravilhosa Entidade que lhe sorria com muita doçura e amor.

Em seguida a Preta Velha por nome de Vovó Catarina d'angola, começou a lhe contar que era de costume suas visitas diárias aquele lugar e em outros tantos parecidos com aquele, e às vezes até piores. Aquele ambiente fazia parte dos arredores de uma cidadela que se situava em uma das zonas do astral inferior, as tão famosas zonas umbralinas dos espíritas.

Ler nos livros sobre esses lugares é uma coisa, agora visitá-los, mesmo que em espírito, é outra totalmente diferente. Aí é onde lhe vinha a mente: mas o que será que essa doce e amável Senhora de aparência tão frágil vêm fazer num lugar como este? Porque era um ambiente desesperador.

Tantos espíritos desencarnados em estado de total lástima, mal trapilhos, machucados, alguns com a aparência totalmente desfigurada, parecendo verdadeiros monstros dos filmes de terror que estamos acostumados a ver na tv, mergulhados naquela lama fétida e alguns se arrastando, perambulando pela escuridão.

Em meio aos choros, gritos, súplicas, xingamentos e muitos espraguejos, sentindo sua cabeça rodar e calafrios percorrerem seu perispírito como se estivesse em seu corpo de carne, ele finalmente tomou coragem e lhe perguntou o que estavam fazendo ali. E Vovó Catarina com toda sua doçura lhe respondeu:

- Fio, hoje a nega te trouxe aqui pra mostrar uma realidade que muitos fios, que ainda se encontram no corpo de carne nem sonham que existe. Olhe bem meu fio ao seu redor e veja quanta dor e sofrimento eles sentem, o quanto estão perturbados e desesperados, cada um no seu inferno particular.

- Sim Vó, eu estou vendo. E confesso que consigo até ter um vislumbre da dor deles. Mas eu não entendi o que a Senhora quis dizer com "inferno particular", o que isso quer dizer minha Vó?

- Quer dizer fio que cada um desses fios que estão aqui estam presos no inferno que eles mesmos criaram para eles, estam presos no inferno de suas consciências, dos seus arrependimentos, dos erros que cometeram enquanto estiveram na carne.

- A nega vai explicar melhor meu fio.
- Quando os fios estão encarnados no plano material revestidos por um envoltório de carne, na maioria das vezes esquecem que existem leis que nos regem o tempo todo, e regem a todos meu fio, tanto encarnado como desencarnado. Então, cada ato que não seja de acordo com as Leis de Deus, de nosso Criador, trará consequências. E a primeira cobrança meu fio é a da nossa consciência, ela é a primeira a dar sinal.

- Sabe por que meu fio? Porque quando os fios perdem o envoltório de carne, ou seja, desencarna, todas as vendas são retiradas. Então, tudo é sentido com muita intensidade. Todas as lembranças vêem a tona, todos os erros cometidos em encarnações anteriores e também todo o planejamento que foi feito antes dos fios reencarnarem recentemente também é lembrado. Aí fio se descobre que os planos traçados não foram cumpridos, os objetivos não foram alcançados, e que ao invés de melhorar, de expurgar se fez foi acumular mais dívida ou karma se assim preferir o fio.

- E assim, o espírito fica tão envergonhado pelo fracasso e desesperado por ter feito tanta coisa errada, tanta maldade que acaba por criar o seu inferno particular.

- Deus não castiga meu fio, quem castiga somos nós mesmos através de nossa consciência.

- E pra piorar ainda mais a situação de meus fios, se já não bastasse todo o sofrimento que vivenciam por si só, eles ainda ganham alguns companheiros que vibram as mesmas malezas espirituais.

- Como assim Vó?

- É simples fio, a nega vai explicar. Certamente o fio já ouviu sobre a lei de afinidade. É aquela que diz: semelhante atrai semelhante; nós atraimos aquilo que vibramos... Agora imagine o fio que, centenas de espíritos sofredores, vibrando na mesma sintonia presos em uma bolha de sofrimento, imaginou fio? São os famosos bolsões de espíritos fio, ensandecidos de tanto sofrimento provocado pelas consequências de suas ações quando estiveram na carne e as vezes até fora dela aqui no plano astral no período de erraticidade.

-Nossa Vó, eu nem consigo imaginar isso, é muito sofrimento.

- É sim meu fio, é sim. E o pior é quando eles são usados por espíritos de baixíssima moral, espíritos voltados a fazer o mal ao seu semelhante, em trabalhos de magia negativa. Aí sim meu fio a coisa se torna mais triste e desesperadora.

- É onde nós trabalhadores da Seara do Deus Pai entramos fio. Trabalhamos incansavelmente junto a esses irmãos que sofrem na suas loucuras tentando convencê-los a abrirem seus corações para o amor, porque só através do amor é que conseguirão se libertar dessa incessante tortura.

🔜Continuação no próximo post.

Por Danúbia Damasceno.