Lendas de Naná Buruqué.
Afirma-se que Nanã era a rainha de um povo e que tinha poder sobre os mortos.
Lendas de Naná Buruqué.
Afirma-se que Nanã era a rainha de um povo e que tinha poder sobre os mortos.
Para roubar esse poder, Oxalá desposou-a, mas não ligava para ela. Nanã, então, fez um feitiço para ter um filho. Tudo aconteceu como ela queria mas, por causa do feitiço, o filho, Omolu nasceu todo deformado.
Horrorizada, Nanã jogou-o no mar para que morresse. Como castigo pela crueldade, quando Nanã engravidou de novo, Orumilá disse que o filho seria lindo mas se afastaria dela para correr mundo.
Assim, nasceu Oxumarê, que, durante seis meses do ano, vive no céu como o arco-íris, e nos outros seis é uma cobra que se arrasta no chão.
Em outra lenda, conta-se que, na aldeia chefiada por Nanã, quando alguém cometia um crime, era amarrado a uma árvore. Nanã, então, chamava os Eguns para assustá-lo.
Ambicionando esse poder, Oxalá foi visitar Nanã e deu-lhe uma poção que fez com que ela se apaixonasse por ele. Nanã dividiu o reino com ele, mas proibiu a sua entrada no Jardim dos Eguns. Oxalá então espionou-a e aprendeu o ritual de invocação dos mortos.
Depois, disfarçando-se de mulher com as roupas de Nanã, foi ao jardim e ordenou aos Eguns que obedecessem "ao homem que vivia com ela" (ele mesmo).
Quando Nanã descobriu o golpe, quis reagir mas, como estava apaixonada, acabou aceitando deixar o poder com o marido. Hoje, no Culto aos egunguns, só os homens são iniciados para invocar os Eguns.
Uma terceira lenda refere que, certa vez, os orixás se reuniram e começaram a discutir qual deles seria o mais importante.
A maioria apontava Ogum, considerando que ele é o orixá do ferro, o que deu à humanidade o conhecimento sobre o preparo e uso das armas de guerra, dos instrumentos para agricultura, caça e pesca, e das facas para uso doméstico e ritual.
Somente Nanã discordou e, para provar que Ogum não era tão importante assim, torceu com as próprias mãos o pescoço dos animais destinados ao sacrifício em seu ritual.
É por isso que os sacrifícios para Nanã não podem ser feitos com instrumentos de metal.