terça-feira, 5 de abril de 2022

"Oyá não podia ter filhos e foi consultar um babalawo. Este lhe disse então, que, se fizesse sacrifícios, ela os teria. Um dos motivos de não os ter ainda era porque ela não respeitava o seu tabu alimentar (eewó) que proibia comer carne de carneiro

 "Oyá não podia ter filhos e foi consultar um babalawo. Este lhe disse então, que, se fizesse sacrifícios, ela os teria. Um dos motivos de não os ter ainda era porque ela não respeitava o seu tabu alimentar (eewó) que proibia comer carne de carneiro


Nenhuma descrição de foto disponível.***Oyá, Egun e os Mitos***

"Oyá não podia ter filhos e foi consultar um babalawo. Este lhe disse então, que, se fizesse sacrifícios, ela os teria. Um dos motivos de não os ter ainda era porque ela não respeitava o seu tabu alimentar (eewó) que proibia comer carne de carneiro

O sacrificio seria de 18.000 búzios ( pagamento), muitos panos coloridos e carne de carneiro. Com a carne ele preparou um remédio para que ela o comesse; e nunca mais ela deveria comer dessa carne. Quanto aos panos, deveriam ser entregues como oferenda".

Ela assim fez e, tempos depois, deu à luz a nove filhos (número mítico de Oyá). Daí em diante ela passou a ser conhecida pelo nome de "lyá omo mésan", que quer dizer "mãe de nove filhos" e que aglutina Yansán.

Filhos de Oyá:Imalegă; lorugā; Akugā; Urugā; Omorugā; Demo; Reigá; Heiga; Egun Egun.
Cada um tem sua caracteristica e seu fundamento próprio, são representados no ojubó de Oyá Igbalé.
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Há outra lenda para explicar o mito de lyansã: "Em certa época, as mulheres eram relegadas a um segundo plano em suas relações com os homens. Então elas resolveram punir seus maridos, mas sem nenhum critério ou limite, abusando desta decisão, humilhando-os em demasia".

Oyá era a líder das mulheres, e elas se reuniam na floresta.
Oyá havia domado e treinado um macaco marrom chamado ljímeré (na Nigéria). Utilizara para isso um galho de atori (ixan) e o vestia com uma roupa feita com várias tiras de pano coloridas, de modo que ninguém via o macaco
sob os panos.
Seguindo o ritual, conforme Oyá brandia o ixan no solo o macaco pulava de uma árvore e aparecia de forma lucinante, movimentando-se como fora ensinado a fazer. Desse modo, durante a noite, quando os homens por lá passavam, as mulheres (que estavam escondidas) faziam o macaco aparecer e eles fugiam totalmente apavorados.
Cansados de tanta humilhação, os homens foram ver um babalawo para tentar descobrir o que estava acontecendo.
Através do jogo de Ifá, e para punir as mulheres o babalawo lhes conta a verdade. Ele os ensina como vencer as mulheres através de sacrifícios e astúcia. Ogun foi encarregado da missão. Ele chegou a local das aparições antes das mulheres, vestiu-se com vários panos, ficando totalmente encoberto e se escondeu.
Quando as mulheres chegaram, ele se apresentou subitamente, correndo, berrando e brandindo sua espada pelos ares.
Todas fugiram apavoradas, inclusive Oyá.
Desde então os homens dominaram as mulheres e as expulsaram para sempre do culto a Egún.
Hoje eles são os únicos a invocá-lo e cultuá-lo. Mas, mesmo assim, eles redem homenagen a Oyá Igbalé, tida até hoje como criadora do culto a Egungun e sendo idolatrada como mãe e rainha dos Eguns.

E, como explica a lenda, Oyá, a floresta e o macaco estão intimamente ligados ao culto, inclusive com relação a voz do macaco como é o modo de Egun falar.
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Pesquisa: revista Candomblé Mitos & Lendas. Texto de Aulo Barretti Filho, 0 Culto dos Eguns
no Candomblé.