Tarô Técnica com 9 cartas: "oitavas superiores"
Por Stephan Milanez |
Em momentos difíceis da vida, quando não encontro respostas para assuntos de grande importância, eu recorro ao tarô, uma ferramenta muito especial e muito importante que utilizo como um meio definitivo para as questões da vida. Uma forma de auxiliar a encontrar soluções, pois o tarô não é uma ferramenta que define uma sentença e sim mostra uma abertura para caminhos que nossos olhos não estão enxergando e o nosso coração não está sentindo. Quando criança eu adquiri de um primo um velho jogo de cartas, num tamanho reduzido de aproximadamente 4 cm por 2,5 cm, mas que para uma criança de oito anos foi algo fascinante. Eram cartas de baralho de um jogo de tarô Waite. Foi aí que me despertou para esta fascinante arte. Com o passar dos anos e alguns estudos autodidatas, passei a ler o tarô de forma profissional, mesmo muito jovem. Hoje não coloco mais as cartas profissionalmente, isso já há muitos anos. O Tarô é uma ferramenta que estimula e muito a intuição, e dou graças a isso, porque a intuição já me tirou de grandes situações. Através deste processo em anos eu desenvolvi uma técnica própria de leitura, simples, direta e muito eficaz, porém nunca compartilhei com ninguém. Hoje percebi que esta técnica não teria a menor importância se não compartilhada, pois algo que não é compartilhado se perde no tempo e cai no esquecimento e sendo assim, ela se torna inútil. |
Esclarecimento |
Gostaria de dar um breve esclarecimento que acredito ser importante: para aplicar esta técnica não há necessidade de nenhuma mudança nos métodos que cada um utiliza. As cartas devem ser sorteadas da forma costumeira, ou seja, aleatória ou em seqüência, considerando ou não as cartas invertidas. Isso não mudará o resultado da leitura. Mas os arcanos maiores e menores devem ser embaralhados juntos. Costumo utilizar o tarô de Waite, que é o que mais me adaptei. Também utilizo o egípcio de Kier e o Mitológico, aqui vou exemplificar com o Tarô de Waite. Não costumo executar nenhum ritual antes, porém me fixo bastante na questão da leitura e igualmente na estrutura do jogo, pois cada carta retirada ocupara um local de grande importância na leitura. Este método é simples, mas bem eficaz, o que o torna muito dinâmico. Utiliza uma abordagem definida e o mais importante é que coloca os meios que atuam entre as situações, o complemento, que auxilia, que explica ou corrobora com as circunstancias do consulente. A tiragem é semelhante a muitas outras, mas tem um diferencial que a torna particularmente dinâmica. Vamos ao método. |
O método direto das "oitavas superiores" |
Após definir a pergunta deve-se retirar as cartas, uma a uma ou as cinco primeiras que formarão uma linha horizontal: |
Cada carta tem um significado pré-estabelecido: 1 – a pessoa ou consulente: como ela se encontra no momento presente, emocional, psicológica, física e espiritualmente. 2 – o momento, a situação presente. 3 – o que atrapalha, as interferências presente. 4 – o que auxilia, a ajuda imediata. 5 – A definição, o que acontecerá ou o conselho final. Esta 1ª tiragem será interpretada de forma bastante precisa. Somente após a leitura destas cinco primeiras cartas, será sorteada uma segunda parte. Serão retiradas mais quatro cartas, uma a uma ou todas de uma vez. Estas devem ficar sempre entre duas cartas obtidas na primeira tiragem. Assim, a primeira carta retirada na segunda seqüência deve ficar entre a 1ª e a 2ª carta retiradas na primeira seqüência. As cartas desta segunda seqüência definirão os conselhos, as atitudes e as razões do que a pessoa está passando neste momento. É esse o diferencial que eu havia comentado antes: esta leitura define as razões do que está se passando atualmente, de forma conselheira e direta. |
As quatro últimas cartas são um complemento da 5ª, elas darão esclarecimento sobre a definição: 6 – A raiz, o que levou o consulente a situação, ao momento presente. 7 – A ligação entre o momento ao que atrapalha. 8 – A quem recorrer ou ao que recorrer, mostra a ligação entre as interferências e o auxílio, ou seja, o que está entre as duas situações, aquele que pode ajudar ou atrapalhar, esta carta é mais uma questão relacionada a um conselho do que propriamente dito um objeto, pode indicar a quem recorrer ou afastar, para que a situação da 4ª carta seja realizada. 9 – liga o auxílio a definição; mostra os caminhos, onde devemos mudar, expressa de forma clara as esperanças e os temores. Eu diria mais, esta carta não terá conotação negativa ou positiva, porque ela é um caminho e o caminho sim, pode ser negativo ou positivo e como ela representa a ligação para a definição o contexto “conselho” novamente aparece, indicando o caminho que devemos ou não tomar, para que a definição seja alcançada. Vamos imaginar que a 5ª carta não seja uma definição boa para a situação, a pessoa deve escolher o seu próprio destino, por isso a 9ª carta mostra os caminhos, indicando claramente qual deve ou não seguir, para que a definição seja alcançada ou afastada. |
Um exemplo prático |
Vou dar um simples exemplo de consulta, sem detalhar a fundo as interpretações. Certa vez uma pessoa me procurou e solicitou uma leitura. Eu relutei até ela me convencer que era um fato importante, pois como já mencionei não faço mais leituras profissionais. Ela me explicou que seu casamento estava passando por uma crise, foi quando chegou a um momento de pressão, onde o casal estava quase se separando. Eles resolveram mudar e dar mais “estimulo” ao casamento e ela estava feliz, mas com medo de que fosse somente o momento. Como não conseguia enxergar o seu futuro, no sentido literal, não como vidência, estava preocupada e não conseguia respostas. Foi por isso me procurou. As cartas saíram da seguinte forma: |
1ª – a pessoa: 10 de Copas. Ficou clara a felicidade que ela descreveu pelo seu marido e ela terem decidido recomeçar |
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