segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Guia de Frente e guia chefe

Guia de Frente e guia chefe


A mediunidade serve para que possamos crescer e ajudar outros a crescerem também, porque nos permite aliviar, através de nossa intermediação, (comunicações com os espíritos) as dores daqueles que nos procuram nas casas espíritas. A umbanda trabalha para caridade a fim de auxiliar a evolução espiritual própria e de outrem.  A mediunidade  deve se desenvolver adequadamente a fim de que nos tornemos aparelhos mais capazes para que os espíritos, na umbanda denominados de entidades ou guias espirituais, possam praticar os seus trabalhos espirituais.

Há diversas maneiras de se entender o tipo e a condição de trabalho da mediunidade e, conseqüentemente, do médium. Tais maneiras dependem sobremaneira da doutrina aplicada, no entanto, é fato que, por mais capacitado emais estudado, ou até emsmo vaidoso que seja o médium, ele sempre será um intermediário. A essência do trabalho caberá sempre ao espírito, à Entidade, ao Guia.

E uma das perguntas comuns recebidas é COMO SABER MEU GUIA CHEFE?

Cada médium tem sempre um espírito que é líder em seus trabalhos.

Que se apresenta mais e que responde mais vezes quando solicitado pelo médium. Todas as falanges de trabalhadores ligadas àquele médium estão “subordinadas” a ele. Este é o chamado “guia chefe”, “guia de frente” ou  “chefe de cabeça”.

Em geral, é um caboclo ou preto velho, mas pode também pertencer a outras falanges em casos específicos.

O Próprio guia de frente deverá se apresentar. É um erro comum tentar prever isso em algum momento, ou o médium ou zelador tentar “forçar” que seja esta ou aquela entidade, por questões de afinidade.

Percorrendo nossa caminhada espiritual enquanto médiuns iremos nos encontrar com vários espíritos trabalhadores que influenciarão muito em nossas vidas. Todos os guias em que vibramos, incorporamos e/ou conhecemos são com certezas muito importantes pra nós, mas quase todos os médiuns em iniciação ou desenvolvimento, buscam encontrar o que seria o guia chefe ou o mentor, que nos acompanha desde o dia de nosso nascimento e o espírito que nos acolherá em nosso desenlace.Mas o que seria um GUIA CHEFE?Todos nós nascemos completos e viemos a Terra com missão pré-determinada pela espiritualidade superior. Somos escolhidos por nossos ORIXÁS (pai e mãe de cabeça e Orixá ancestral).

       A maioria das doutrinas de Umbanda afirma que Nossos guias chefes são espíritos que já foram seres encarnados, viveram nesse plano de existência, para a partir das experiências obtidas em suas passagens terrenas por evolução espiritual ocupam hoje a posição de mestres ou mentores, e são escolhidos pela espiritualidade para nos guiar e auxiliar outras pessoas.Os  guias chefes podem ser caboclos, pretos e pretas velhas, e em algumas casas, inclusive, as crianças/ ibeijis também podem ser consideradas Guias chefes.

Chico Xavier fala da missão de nossos mentores/guias chefes:“O mentor é um espírito que se comprometeu com o trabalho espiritual do médium, dedicando parte do seu tempo para preparar o médium para sua tarefa, trabalhar ao seu lado e fazer o possível para protegê-lo do contato com as energias degradantes do astral inferior.”

Em algumas casas, os médiuns trabalham somente com os guias chefes. Mas é perfeitamente possível que um médium trabalhe com entidades de todas as falanges.

Existem casos em que mais de um guia mentor esteja ligado ao médium,o que é muito natural na Umbanda. É como se todos fizessem parte da mesma equipe, existe uma hierarquia, onde o chefe é o espírito mais experiente, ou seja, nosso GUIA CHEFE.

Para conhecer o Guia chefe, depende da sua casa de Umbanda. O mentor já interage em nossa vida espiritual como explicado anteriormente, mas é no processo de desenvolvimento mediúnico é que vão surgindo as primeiras manifestações desse guia que por serem ou muito intensas, ou muito brandas destoam totalmente das manifestações dos outros guias. Nessa fase eles se comportam de forma diferenciada, cuidando muito mais de sintonizar a energia do médium, não trazendo nenhum tipo de desconforto, por exemplo. Esse guia chefe geralmente se apresenta como já dito no texto, ou as demais entidades do médium começam a interagir, dando a entender que determinado assunto deve ser questionado a tal entidade

A maioria dos médiuns gosta mais de trabalhar com seu guia chefe, devido a essa afinidade. Isso é muito comum. Errado é impedir que outras entidades trabalhem só porque você gosta mais de uma delas. Quase todo médium tem mais afinidade com alguma falange específica de trabalhadores, ou com um determidado guia espiritual. O que não pode acontecer é deixar a vaidade sobressair as questões da espiritualidade.

Algumas casas adotam o guia chefe da falange de EXU. Isso não costuma ser uma regra.

Entretanto, muitos médiuns dizem que seu guia chefe é o EXU tal ou a pombogira tal, mas as vezes por vaidade, e isso nem costuma ser a regra adotada em sua casa. Existe a cultura popular de que as falanges de exu são mais forte, e que essa falange também é “mais forte” ou causaria medo. Infelizmente isso acontece.

A entidade Guia Chefe de Cabeça é responsável pela nossa evolução espiritual, cuidando de nos ensinar, doutrinar e guiar dentro da espiritualidade, sempre que buscamos tais atributos. Sendo também o ordenador de toda a nossa trama de guias, pois as demais entidades – “de direita e de esquerda” – submetem-se à sua autoridade que é exercida de forma totalmente pacífica e serena, sem conflitos. Cabe esclarecer ainda que podem não ser necessariamente da mesma linhagem desses Orixás, ou seja: um filho de Xangô com Oxum pode ter como guia chefe de cabeça um caboclo de Oxóssi ou um preto-velho de Ogum. Isso não interfere em nada.

O ideal é que o zelador no terreiro, Sempre que uma entidade se apresenta como chefe de cabeça de um filho, peça que ela nos ensine o seu ponto e o ponto riscado, para que através da interpretação desses fundamentos possamos identificar sua linhagem, seus atributos e atribuições, os quais facilitarão o estreitamento do relacionamento do seu médium com ela, estabelecendo um convivência harmoniosa e equilibrada, além de melhor orientar o Pai Espiritual nas fundamentações dos preceitos envolvendo aquele filho.

Importante salientar que cada falange ou linha também tem o seu chefe de linha, e dependendo da necessidade você poderá trabalhar com mais de uma entidade de cada linha. Por exemplo, você pode ter mais de um preto velho, mas um deles será o “chefe de linha”, geralmente é a entidade de linha que mais incorpora.

Algumas casas adotam o “guia de firmeza”, ou seja, o guia que o médium tem mais afinidade e gosta mais de trabalhar. O que pode gerar conflitos e até mesmo animismo, uma vez que essa liberdade é dada ao médium. Aumentando ainda o grau de vaidade. O zelador que adota essa conduta deve estar sempre atento.

Existe também a ligação dos guias chefe com a casa que o médium se desenvolve. Afinal, eles se tornam membros daquela equipe de trabalho. Há casos onde as falanges de trabalho de um médium não se afinam com um a espiritualidade da casa onde ele escolheu trabalhar. Se isso ocorre, ele raramente consegue permanecer nesta casa, pois o trabalho fica comprometido em sua raiz. O médium acaba por fim trocando de casa. O que deve ser visto nesse ponto é importante, pois um médium que pula de casa em casa por vezes pode estar também desestruturado mediunicamente, trazendo malefícios a sua pessoa. E se caso você sair de sua casa, lembre-se que ali seus guias vieram e foram bem recebidos, você teve um zelador, e um guia espiritual na casa, deve respeito ao chão que lhe acolheu.

Sempre converse com seu zelador ou guia espiritual de sua casa. Textos na internet são somente para agregar conhecimento, e toda e quaisquer dúvidas devem ser tiradas na sua casa.

Giseli Lemos
#CasaDeAntonio
#Tucca

Orixás e Falangeiros

Muito se ouve falar sobre Orixás nos terreiros de candomblé e Umbanda. Existindo até uma certa “rixa” entre praticantes desses dois cultos. Alguns Candomblecistas dizem que a Umbanda seria inferior a sua religião de matriz africana, pois os umbandistas não 'recebem’ Orixá. 

E eles estão certos. Ao contrário do que algumas casas de umbanda podem pregar que lá 'recebem' sim Orixá, talvez por desconhecimento, talvez porque assim lhes foi passado. Mas alheia a essa disputa de quem pode mais ou quem é melhor, está a explicação simples e clara. 

Na umbanda trabalhamos com Falangeiros de Orixá. 

           Vou esmiuçar mais o assunto. 

**ORIXÁS - São centelhas da criação divina, são vibrações naturais do universo, que habitam o cosmos, trazendo para nós seus aspectos positivos ou negativos. Orixá é essência. É força.

O uso de uma palavra que significa “dono da cabeça” (Orixá = Ori (cabeça) + xá (dono/força) – Dono da cabeça, Força da cabeça –Luz da cabeça) mostra a relação existente entre o mundo e o indivíduo, entre o ambiente e os seres que nele habitam.

Os orixás são forças da natureza e criados por Olodumare (Deus). Nossos corpos têm, em sua constituição, todos os elementos naturais em diferentes proporções. Além dos espíritos amigos que se empenham em nossa vigilância e auxílio morais, contamos com um espírito da natureza, um Orixá pessoal que cuida do equilíbrio energético, físico e emocional de nossos corpos físicos.

**FALANGEIROS DE ORIXÁ - São espíritos que atingiram um alto grau de evolução. São representantes naturais dos Orixás e trazem consigo a mais pura vibração desses, bem como a sua vibração elementar. Esses falangeiros raramente falam. FALANGEIROS não são Orixás, mas sim a mais pura vibração da energia Orixá. 

**GUIAS ESPIRITUAIS - são espíritos que já tiveram sua encarnação na terra, são incorporantes e trabalham também sobre a vibração dos Orixás. São exemplos: Pretos velhos, caboclos, marinheiros, ibeijada etc

       Em síntese, na Umbanda trabalhamos com os falangeiros, que é a vibração pura de um orixá, mas não com o orixá propriamente dito. Algumas casas de Umbanda inclusive não trabalham com  saudações aos Orixás, pois não trabalham com Falangeiros, mas somente com os guias. 

É possível um filho de umbanda trabalhar com vários falangeiros de vários Orixás. Isso é perfeitamente normal, e depende da energia que ronda aquele médium, desde a sua centelha de criação, à sua vida atual e a seu processo pessoal momentâneo. 

É também possível alguns raros casos, ver mais de um falangeiro de um mesmo Orixá num mesmo médium, mas isso depende da missão pessoal de cada um. 

A linha de trabalho de cada médium de umbanda depende de sua evolução espiritual, de sua missão, e essa missão inclusive pode mudar ao longo da vida. 

            Falangeiros de Orixás ou simplesmente Falangeiros são os representantes diretos de cada Orixá.
Não são espíritos, mas sim a própria vibração do Orixá. Diferem-se dos capangueiros (como são chamados em algumas casas), ou guias/entidades estes sim, espíritos desencarnados, com luz e sabedoria que trabalham para determinado Orixá.

            Diferente do Candomblé, onde um Vodun, ou Inkisse, ou Orixá é Plantado no seu Ori, durante o recolhimento e a feitura de Orixá. A essência Orixá renasce com você durante o tempo do recolhimento, que na maioria das casas é de 21 dias. Lá o Yawô passa por diversos procedimentos e ensinamentos. O Yawô (iniciado) renasce com o Orixá que já veio acompanhando seu Ori. “Ori é Orixá, Orixá é Ori”

Diferente da Umbanda, que NÃO É UMA RELIGIÃO INICIÁTICA, no candomblé o ritual de iniciação, a feitura no santo, representa um renascimento, tudo será novo na vida do yàwó, ele receberá inclusive um nome pelo qual passará a ser chamado dentro da comunidade do Candomblé.

Ainda segundo o Candomblé, é comum ouvir os termos “Bolar", ou "cair no santo", é indício da necessidade da futura iniciação. Geralmente acontece quando a pessoa participa de um "toque" e o orixá a incorpora, ainda no estado que os adeptos denominam de "bruto" (ainda não assentado ou "feito"). Bolar, aparentemente, é como desmaiar. Mas o orixá está ali. Tomou a cabeça de seu filho, mesmo contra a vontade deste, cobrando sua iniciação. A "bolação" geralmente acontece enquanto as pessoas cantam e dançam para os orixás, sendo significativa, para a identificação do orixá ao qual a pessoa pertence, a divindade para a qual se cantava quando a pessoa bolou.

Diferente da Umbanda onde os chamados Pai e Mãe de cabeça são conhecidos com o tempo. Muitas vezes, na umbanda, é comum “não acertar” de início o seu orixá de frente, uma vez que nesta religião, como já expliquei, lidamos com seus falangeiros, e um mesmo médium pode trabalhar com vários falangeiros de irradiações diferentes. 

A UNICA FORMA DE SE DESCOBRIR QUEM É SEU ORIXÁ é no candomblé através do Oráculo de Ifá (jogo de búzios)

E na umbanda é através dos desenvolvimentos e processos na casa de umbanda. 

Algumas entidades costumam até dizer de quem esta ou aquela pessoa é filho, porém, naquele momento a pessoa pode estar vibrando para um determinado Orixá, mas este não ser seu Orixá de frente, então é preciso ter cautela.

Jogos de cartas, signos, data de nascimento, arquétipos nada disso pode determinar quem é seu Orixá de frente. 

Tenham cuidado com estas informações. 

Uma vez que muitos médiuns de umbanda acabam tomados pelo Animismo, Ao “ter certeza” que é filho de certo Orixá, ou possui determinada entidade, que foi lhe falado em algum lugar. 

O fato de você, como médium, TER algum orixá ou entidade, não significa que você vai “virar” ou “receber”. 

Giseli Lemos