A História Do Atabaque
A origem do Atabaque
Capítulo 1: Onde há Atabaque?
O
atabaque
é um instrumento musical que chegou ao Brasil através de africanos escravizados. É usado em quase todo ritual afro-brasileiro, típico do Candomblé
Capoeira de Angola
(seção Toques do berimbau)
esquerda para direita: Atabaque; Dois Pandeiros; Berimbau viola; Berimbau normal; Berimbau gunga ou berra-boi; Reco-reco; Agogô. Os toques do berimbau são.
Hierarquia do candomblé
Gan = "senhor". O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje. Títulos Hierárquicos Bantu
maculelê
(categoria Folclore do Brasil)
por três atabaques, um sabre: Rum - Atabaque maior com som grave; Rumpi - Atabaque de tamanho médio com som intermediário.
Ciganos na Umbanda
(secção História)
como uma linha de trabalho própria. Na Umbanda passou a se identificar com os toques dos atabaques, com os pontos cantados em sua homenagem.
tambor
(secção Definição do som)
outros) e constitui a caixa de ressonância — atabaque, bongô; sobre um recipiente fechado (por exemplo, semi-esférico) que constitui uma caixa de ressonância.
candomblé
(secção História)
cores das roupas e das contas, certos objetos, adereços, batidas de atabaque e canções características, bebidas e alimentos, sem falar dos animais sacrificiais.
Semente do Jogo de Angola
Medellín.
A formação de sua bateria é, da esquerda para a direita: Berimbau Gunga. Berimbau Médio. Viola Berimbau. 2 pandeiros. Reco-reco. Agogô. Atabaque.
samba de roda
(redirecionamento de Samba de Roda do Recôncavo Baiano)
afro-brasileiro, que está associado a uma dança, que por sua vez está ligado à capoeira. É tocado por um conjunto de pandeiro, atabaque, berimbau, viola e chocalho
Santo Daime
(secção Assassinato do Cartunista Glauco)
de culto, além de violas, flautas, bongôs e atabaques. Surgiu no estado brasileiro do Acre, no início do século XX, tendo como fundador o lavrador e descendente
Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade
(seção História)
trabalhadoras a partir de pontos cantados, cânticos específicos para cada ocasião, sem uso de instrumentos musicais, tais como atabaques.
Pantico Rocha
(secção História)
grupo de jovens de igreja, onde tocava atabaque. Ao se inscreverem em um festival da canção, Pantico quis introduzir a bateria na música escolhida e ensaiou.
Festa do Bonfim
ao som de palmas, toque de atabaque e cânticos de origem africana. Terminada a parte religiosa, a festa continua no largo do Bonfim, com batucadas, danças.
África Brasil
(secção História)
músicas de matriz africana controladas no Brasil, como o atabaque, instrumento de percussão típico do candomblé. Essa associação é complementada por um estilo.
cultura afro-brasileira
notoriedade no início do século XX e se tornou a mais popular nos dias atuais. Instrumentos usados por afro-brasileiros Afoxé Agogô Alfaia Atabaque Berimbau Tambor.
África Brasil
(Zumbi) (secção História)
Capítulo 2: quantos? E quais são os Atabaques?
Tipos de atabaque
São três os atabaques em um terreiro, Rum, Rumpi e Lê, sendo o Rum o atabaque maior com som mais grave, é o atabaque responsável em puxar o toque do ponto que está sendo cantado, no Rum ficaria os Alabê, Ogãn, ou Ogãn de Sala, como é conhecido por todos, seria o Ogãn responsável pelos toques.
O Rumpi seria o segundo atabaque maior, tendo como importância responder ao atabaque Rum, e o Le seria o terceiro atabaque onde fica o Ogãn que está iniciando ou aprendiz que acompanha o Rumpi.
O Rum também é responsável por dobrar ou repicar o toque para que não fique um toque repetitivo.
Cada atabaque tem suas obrigações a serem feitas, pois o atabaque praticamente representa um orixá.
Existe também o Abatá, que seria um tambor, com os dois lados com couro, que se usa muito no Rio Grande do Sul, e na nação Tambor de Mina. Na Angola existem vários tipos de toques, onde cada toque é destinado a um Orixá, por exemplo, Congo de Ouro, Angola que seria significado para Oxossi, Ygexá que seria significado para Oxum, etc. varinha de goiabeira ou bambu, chamadas aaguidavi. O couro também merece cuidados, se passa dendê e deixa no sol para que ele, o couro, fique mais esticado, e possa produzir um som melhor no atabaque.
A percussão dos tambores ou atabaques que varia de acordo com a nação do candomblé. Essa percussão pode ser feita com as mãos ou com aguidavis, ou por vezes com uma mão e um aquidavi, dependendo do ritmo (toque) e do atabaque que está sendo tocado.
Capítulo 3: Toques E Marcações
TOQUE MARCAÇÃO: Consiste em um toque com 8 (oito) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TA TUM TUM TA TUM TUM TUM TUM.Imaginemos que você esteja tentando tocar este toque e você termina o primeiro ciclo TA TUM TUM TA TUM TUM TUM TUM neste caso ele vai começar novamente na mesma posição que antes ou seja no primeiro TA ... assim sucessivamente até terminar o ponto, falo isso porque alguns toques começam de outra forma.Com esse toque é possível tocar qualquer ponto dentro do Ritual de Umbanda, claro que é preciso tomar cuidado com o tempo de cada ponto para isso ser possível.
TOQUE NAGÔ: Consiste em um toque com 8 (oito) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica :TUMMM TA TA TUM TA TA TUM TUMMM. Veja que esse toque é um pouco diferente do anterior e como comentado acima, ele finaliza exatamente como começa, isso mesmo o toque na verdade se torna o , durante o ciclo é como se o toque não existisse, talvez seja complicado em um primeiro momento mas com o tempo você irá se acostumar.
TOQUE IJEXÁ: Consiste em um toque com 4 (quatro) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TA TA TUMMM TA.O ciclo começa da mesma forma como no início, ou seja, no TA. Neste toque temos uma redução na quantidade de toques, e de certa forma é até mais fácil de se aprender mas temos que tomar muito cuidado com seu tempo, pois é ele que da o swing para o toque.
TOQUE BARRA-VENTO: Consiste em um toque com 4 (quatro) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TA TA TUM TUM.O ciclo começa da mesma forma como no início, ou seja, no TA. Esse toque na minha opnião é um dos mais difíceis de se aprender pois ele tem uma forma de se tocar totalmente especial diferente dos demais, são os detalhes deste toque que o fazem especial apesar da simplicidade inicial pois são apenas 4 posições mas ele tem algo a mais (desculpem me empolguei hehe é que realmente acho ele muito especial).
TOQUE ANGOLA: Consiste em um toque com 12 (doze) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TUMMM TA TUM TA TUM TUM TA TA TUM TA TUM TUMMM.Neste caso o ciclo começa da mesma forma como no início, ou seja, o toque que seria o 12(décimo segundo) se torna o. Apesar do tamanho impressionar este toque requer um pouco de atenção devido ao seu tempo, mas com a prática fica fácil.
TOQUE CONGO de OURO: Consiste em um toque com 12 (doze) posições, e se fossemos falar do verbo falar mesmo, fica : TUMMM TA TA TA TUM TUM TA TA TA TA TUM TUMMM.Neste caso o ciclo começa da mesma forma como no início, ou seja, o toque que seria o 12(décimo segundo) se torna o. Toque muito bonito, causa uma bela impressão quando bem executado.
Capitulo 4: O Atabaque Na Cultura Brasileira
Esse instrumento de percurssão é indispensável nos rituais de Candomblé de Caboclos, onde o elemento ameríndio de forma sincretizada é bem conhecido.
Baseado no glossário luso-asiático de Delgado, a palavra atabaque originou-se das variantes populares, decorrentes de tambque , atabque e atabaque.
O formato de um atabaque é feito de um cone bem comprido em relação ao diâmetro, com cerca de vinte à vinte e cinco centímetros na parte superior e de dez a quinze centímetros na extremidade oposta e apoiada no chão. Inicialmente usavam-se quatro atabaques, assim chamados RUN, CONTRA RUN, RUMPI e LÉ, segundo a uma ordem descrescente de seu tamanho. Atualmente , com as inovações realizadas utiliza-se três atabaques, tendo sido suprimido o atabaque contra-run.
O couro para percussão era preparado com a pele dos animais sacrificados nas oferendas aos Orixás. O RUN é o maior dos atabaques, chegando , às vezes ao comprimento de 2 metros, medindo o LÉ, o menor , 30 à 40 cm.
Os atabaques no candomblé são objetos sagrados e renovam anualmente esse Axé. São usados unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos blocos de afoxés, estes são preparados exclusivamente para esse fim.
Os atabaques são encourados com os couros dos animais que são oferecidos aos Orixás, independente da cerimônia que é feita para consagração dos mesmos quando são comprados, o couro que veio da loja geralmente é descartado, o cilindro de madeira só depois de passar pelos rituais é que poderá ser usado no terreiro.
O som é o condutor do Axé do Orixá, é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os Orixás, são sinfonias africanas sem partitura.
Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo RUM (o atabaque maior), e pelos ogans nos atabaques menores sob o seu comando, é o Alagbê que começa o toque e é através do seu desempenho no RUM que o Orixá vai executar sua coreografia, de caça, de guerra, sempre acompanhando o floreio do Rum. O Rum é que comanda o RUMPI e o LE.
Os atabaques são chamados de Ilubatá ou Ilú na nação Ketu, e Ngoma na nação Angola, mas todas as nações adotaram esses nomes Rum, Rumpi e Le para os atabaques, apesar de ser denominação Jeje.
Essa é a diferença entre o atabaque do candomblé e do atabaque instrumento musical comprado nas lojas com a finalidade de apresentações artísticas, que normalmente são industrializados para essa finalidade.
Segundo Edison Carneiro, o som do atabaque é o mesmo tam-tam de todos os povos primitivos do mundo. Consiste numa pele seca de animal esticada sobre a extremidade de um cilindro oco.
No tempo de Manuel Querino haviam várias espécies de tabaques como eram chamados na época: pequenos Batá, grandes Ilú e os atabaques de guerra, bàtá koto, que desempenharam grande papél nos levantes de escravos, na Bahia no começo do século XIX, o que determinou a proibição expressa de sua importação desde 1835