sábado, 24 de dezembro de 2022

Por longos anos, o Conde Von Kurl Hansen, "Exu Pinga Fogo", espírito da linha da nossa amada Umbanda, viveu na Inglaterra no século XVI uma vida com imensa crueldade, pondo por fim na vida de muitas pessoas. importa em verificar a veracidade da verdade. "E quem era eu para determinar quem morreria ou viveria. que um dia fui o algoz".

 Por longos anos, o Conde Von Kurl Hansen, "Exu Pinga Fogo", espírito da linha da nossa amada Umbanda, viveu na Inglaterra no século XVI uma vida com imensa crueldade, pondo por fim na vida de muitas pessoas. importa em verificar a veracidade da verdade. "E quem era eu para determinar quem morreria ou viveria. que um dia fui o algoz".

Capitulo 1 - Introdução

Vou deixar sempre no fim de cada capítulo um vocabulário, o significado e palavras usados em termos espirita.

Introdução

Conde de Von Hansen, Von Kurl Hansen, nascido no século XVI, em área rural da antiga Alemanha, vindo para Inglaterra com apenas 3 meses, morando nesta cidade quase toda sua vida. Digo quase porque viajava muito, passava muitos meses fora e morou toda vida na sua residência, no castelo Von Hansen, "O espirito Exu Pinga Fogo".

Um dia

Me veio a mente um homem bem vestido a rigor, de gravata borboleta, bengala, mas não porque tinha deficiência mas por charme. Cabelo escuros como os olhos penetrantes e um lindo e doce sorriso, como se estivesse olhando diretamente para mim. Ele encostado em um parede revestida em mogno, eu podia sentir um ambiente de festa requintada, apesar de não ver os que ali estavam na festa ou ouvir a musica, eu sabia e sentia o ar do ambiente, assim é mediunidade.

Chegava a hora de contar a vida do Exu Pinga Fogo. O Exu que trabalhava comigo desde os meus 30 anos, longos 33 anos eu nunca soube nada dele, agora ele vinha me contar quem tinha sido na sua ultima reencarnação, antes de se voltar para a luz. Trabalhei por anos com ele, mas sua seriedade dentro da nossa amada Umbanda de luz.

As psicografia com ele, era que ele mesmo fosse contando de acordo com sua vontade e cronologia, da qual mais parecia ser a razoável contar, e também dentro do que nos é permitido saber do mundo espiritual e vida de um ser reencarnado ou desencarnado.

( Senhor Von ditava e eu escrevia) Senhor Pinga Fogo

-Eu ainda posso ao fechar os olhos, sentir o cheiro da carne sendo devorada pelo fogo e eu parado ali, hipnotizado pelas chamas avermelhadas e alaranjada de vez ou outra se revezavam. A carne parecia fritura encima de uma chapa, fazia barulho ,mas eu não importava parado ali sem se incomodar com as pessoas que passavam, com os burburinhos atrás de mim. O galão de querosene ainda nas minhas mãos, agora vazio não mais pesava, nem em peso físico e nem na consciência, ele mereceu. Irei as costas, entrei na carruagem e sai dali, me sentia bem, não podia deixar aquele homem viver, e por fim dei um fim a vida dele.

E foi sempre assim, por longos anos minha vida era por fim na vida de alguém, alguns mereciam dentro do meu julgamento humano, sem se importar em averiguar a veracidade da verdade. E quem era eu para determinar quem morreria ou viveria. Mas um dia, depois da minha morte física, graças ao poder de bondade do nosso criador, pude mudar e ver o quanto tinha errado e ajudar os que um dia fui o algoz. No meu caso pude ter a chance de me tornar um guardião no mundo espiritual, junto a ordenança de Xangô, começar a reparar todo o mal que eu havia causado, e ainda nos dias de hoje continuo reparando.

O trabalho é árduo e contínuo, mas é prazeroso. A bondade de nosso pai é grandiosa ele não deixa um filho para trás, mas tudo tem que seguir a linha da verdade e quando desejosos do perdão e seguir na linha da direita com ele, Deus estende sua mão e não larga mais, só se nos quisermos.


Vocabulário

1-Xangô-Xangô é uma entidade (Orixá) bastante cultuada pelas religiões afro-brasileiras, sendo considerado deus da justiça, dos raios, dos trovões e do fogo, além de ser conhecido como protetor dos intelectuais. ... O "Machado de Xangô" ou Oxé, é o símbolo principal de Xangô.

2-Mediunidade-ou canalização, designa a alegada comunicação entre humanos e espíritos; ou a manifestação espiritual via corpo físico que não lhe pertence.

3-Exu de Umbanda, ou Exu de Lei, de acordo com a Umbanda, é um tipo de espírito, que pode estar em diversos níveis de luz, e que auxiliam os trabalhos espirituais, incorporando ou não nos médiuns, enquanto trabalham na lei de Umbanda.

Capítulo 2 - Surpresas

A tarde já dava sinais que chegaria, sol já começava se deitar no horizonte, sua cor era deslumbrante, as nuvens coloria com diversos tons do branco ao vermelho e em alguns pontos enegrecia e outros de um rubro que só aqueles que amavam o céu em todos os aspectos poderia admirar sem criticar.

A carruagem deslizava aos galopes dos dois cavalos que em sincronia harmoniosa seguia para a pequena cidade aos pés da grande montanha. Os cumes se mostravam enegrecidos pela floresta que iria adormecer. Os trotes do cavalo der repente parou, sai do devaneio da paisagem da qual se mostrava como num palco de teatro. Coloquei minha cabeça do lado de fora para perguntar ao cocheiro o do porque havia interrompido nossa viagem, quando me deparei com um grupo de homens a cavalo, todos vestido de preto e mascaras, eu só avistava os olhos, porque na cabeça todos eles usavam um lenço que por debaixo do chapéu também preto. Um deles me interpelou.

-Somos desta redondeza e estamos procurando o dono das nossas terras, pergunto se não os viu. Ele é alto, corpulento e usa óculos, meia idade. Fiz um gesto cm a cabeça negativando que o tinha visto, mas reafirmei.

-Não senhor, não vi, estou vindo do outro lado e indo para a cidade dela mais a frente. Eu fechei a cortina da janela, dando ordem ao cocheiro para prosseguir. Os cavalos começaram os trotes e meu coração tranquilizou, mas podia ouvir trotes de cavalos mais ao fundo, abri a janela que dava para o cocheiro e perguntei:

-Os cavaleiros continuam nos seguindo?

-Sim senhor, estão a alguns metros à nossa direita indo pela floresta, mas os vejo. Pensei o que eles desconfiavam para estar nos seguindo, mas como eles se mantinham a distancia, me acomodei no assinto e dirigi meus pensamentos a noite anterior.

A festa havia sido promissora, vários contatos vindo do exterior nos trariam muito dinheiro, os negócios estavam cada vez mais promissor naquelas bandas.

Von lembrava com detalhes da noite, e uma dama lhe fez encher o coração desejo. "Que mulher meu deus, quase acabou comigo, preciso encontrá-la novamente".

Eu não sabia quase nada dela, apenas que pertencia a uma sociedade secreta, Joana era seu nome, espanhola, aparentava ter uns 25 anos, com uma beleza extraordinária, olhar meticuloso e misterioso. Joana era alegre, mas eu sabia que ela era espiã daquele homem que ela adentrou o salão, então me aproximei com cuidado não obtendo muitas respostas, mas i pouco que fiquei com ela no alpendre da sacada, o calor daquela noite os desejo que sentia por ela, pude ver que ela me usou, mas não importei porque pude desfrutar de um único momento com uma deusa. Logo ela saiu pela porta da frente e não a vi mais.

A noite seguiu, bebidas e gargalhadas entre homens vazios querendo mostrar o qual vago eles eram e cada um usando a mascara da mentira mentiam para si mesmo e para os que alo estavam que eram senhores do bem, mas eu sabia de cada um e o quanto vil era o ser intimo daquele homens vestidos com esmero mas dentro jazia uma alma podre. Bem eu não era diferente fazia o jogo , a dança que ali todos viviam, usando mascara da serventia, da hipocrisia da qual me transvestia para ganhar meus trilhões em cada jogada, e eu era bom no que fazia, alias nunca ninguém em sã consciência imaginaria que eu era o interventor de vidas, todos achavam que eu mantinha um grupo de homens, mas que na verdade era eu apenas eu, que fazia das mortes meu prazer de vida.

Na volta para casa, uma maleta com muito dinheiro jazia ao meu lado, estava orgulhoso dos meus feitos, não acreditava em Deus, não pensava nisso, alias Deus era apenas eu, com minhas sentenças encima daqueles de alguma forma incomodava um ou outro. Ou trotes de cavalos, não só dos meus da carruagem, lembrei do grupo do final da tarde, não senti curiosidade para querer verdeie que eles se quisessem me parasse, mas não o fizeram e eu também não quis dar prazer a quem quer que fosse.

Faltavam alguns quilômetros para a chegada a minhas terras, podia de ver de onde estava o cume da montanha da qual meu castelos ficava atrás, a carruagem para de repente, já ao sair esbraveando quando um dos homens de preto adentrou a carruagem e foi logo sentando.

-Boa senhor Conde de Von Hansen, gostaria de conversar um pouco. Fiquei com o olhar fixado no rosto que lá podia ver no escuro, mas eu podia sentir o calor do ambiente e podia prever que ele estava no meu cangote, mas eu precisava saber que ele sabia e queria, então me esfriei e deixei ele falar.

-Como falei mais cedo, nosso patroa despareceu há dias noites, o ultimo lugar que ele foi visto foi no mesmo bar ,o qual o senhor por coincidência estava.eu vou perguntar de novo, o senhor o viu? Senti que ele sabia de algo, mas para eu descobrir o que ele sabia teria que ser mais esperto.

-Não sei como o senhor...deve achar que eu saberia, nem nome o senhor me deu? Conheço muitas pessoas, mas a descrição que me deste foi fraca, se me dizer mais detalhes quem sabe... Aquele homem a minha frente fungou, demonstrando impaciência e irritação, mas não me alterei

-tudo bem, vamos lá, ele é alto, corpulento, cara de idiota, beberrão fala demais, fica vermelho feito peru depois que bebe, e agora reconhece. Sim, eu sabia quem era, claro que sabia, mas eu não me entregaria, e tive uma ideia.

-Não conheço, e gostaria porque tem tana vontade de encontra-lo, fiquei sabendo que ele não era respeitoso com os seus, fico aqui pensando qual o amor que o trás ate mim? O home levantou as sobrancelhas e deu outra fungada, a irritação desta vez não se mostrou, mas ele soltou o corpo, acertei o ponto? será?

-O senhor está certo, ele realmente era um porco nojento, por isso mesmo queria encontra-lo, mas isso é comigo e ele. Sei que senhor estava no mesmo barmen contaram.

-Frequento muito aquele lugar, mas sinceramente me parece uma figura comum, em meios a tantos com os mesmos vícios.

-Sim, mas não pense que quero lhe causar problemas, se ele morreu, caso alguém o tenha feito quero agradecer pessoalmente, era um ser desprezível, mas como ele não tem família e tem propriedades, logo pensei que nos que moramos por lá podíamos tomar conta, entende não é, não preciso dar detalhes. Eu pensei comigo...se ele soubesse que todo dinheiro e riqueza, além da propriedade eu já havia me apossado, então ele não ficaria com nada, apenas com galinhas e alguns grão. Precisa ter cuidado, para não dar pistas, pois ai seria problema. Sabia o quanto homens daquela época quando tratava de dinheiro era cruel, vil e pernicioso, então falei.

-Se o amigo quiser posso falar com meus amigos, e quem sabe na próxima semana podemos nos encontrar no bar .

-Certo, aceito, enquanto isso vamos tocando as terras, se ele sumiu temo que alguém venha tomar posse.

-Não se preocupe com isso, se o mataram vai demorar ate que tomem a propriedade, crime como esse deve ficar por longo tempo escondido para não levantar suspeita.

-Muito bom, vou indo, gostei do senhor, caso precise de algo, nos procure, fazemos todos os tipos de trabalho se é que em entende. Levantei minha cabeça muito rápido, não estava lidando com uma pessoa qualquer e todo cuidado era pouco em se tratando de criminoso. Ele desceu deu boa noite e eu segui para minha casa. Pensei em Joana, queria pensar em algo da qual me relaxava, mas não consegui, achava que precisa de novos ares, quem sabe uma viagem.

E assim na próxima semana parti para a França, ficaria algum tempo por lá ate que esse moço e seu grupo me esquecesse, dei ordens na minha casa e fui. Passei 3 meses em Paris, e mais dois em Marselle, e voltei.

Estava voltando para casa depois da longa estadia na França , ouvi conversas e minha carruagem parou, cansado da viagem nem lembrava mais daquele homem quando ele entrou na carruagem, em sua mão direita um punhal, mirou na minha barriga e empurrou. Minha vista embaçou e desmaiei...

Capítulo 3 - Vida recuperada

Quando acordei estava em minha cama, barriga enfaixada com um doutor ao meus pés, toalhas de sangue a minha direita, empregados correndo de um lado ao outro, o melhor de tudo eu estava vivo, abri meus olhos mais ainda...

-O senhor foi salvo, graças a Deus ,o doutor falou.

Fiquei no quarto por longos dias, sem poder me levantar, sentia dores terríveis a qual me fazia tomar varias dose de uísque ou conhaque diversas vezes ao dia, e vivi meio que entorpecido.

Depois de 4 meses pude sair pela primeira vez e sentir o ar no meu rosto, sentir o  sol aquecido na minha pele quase transparente... Me sentei no parapeito da cerca da sacada e ali fiquei olhando a imensidão das minhas terras. Quase perdi tudo aquilo e para quem ficaria, pensei no homem que me esfaqueou, e varias perguntas vieram a minha mente. Quem seria ele, teria família? Filhos, nem isso eu tinha, nem parentes vivos, que vida eu levava? Acumulava bens para quê, seria por poder, mostrar aos outros que tinha dinheiro? Se era entediante ficar em casa, sem poder ao menos correr pelas colinas a cavalo como fazia quando jovem e criança, então de que me valia viver ?

Meus dias eram muito iguais, eu estava ficando louco preso dentro dos meus limites domestico e a angustia da solidão, estava me trazendo reflexões que antes eu não parava para pensar. Precisava fazer algo, eu sabia que ainda ficaria ali naquele quarto, no máximo na saleta entre os imensos corredores do andar de cima da minha rica e grande casa, e que da qual eu desfrutava agora do meu aposento.

Pequei minha bengala, aquela minha amiga das noitadas onde eu fazia o que queria, era um senhor do destino dos outros, e apoiei nela e gritei pelo Sr Benjamin que de pronto veio ao meu chamado. Fiquei olhando para ele, era alto ,sua pele brilhava, era um homem preto, quase azul que eu respeitava muito, amigo de longa jornada. Ele nascera perto do mar Báltico, tinha sido escravo daquele povo, e  um dia o comprei de  um mercante que tinha diversos como ele. Junto dele tinha algumas mulheres e crianças, todos com o mesmo tom de azul na pele, para mim já de cara, os endeusava, achava maravilhoso ter eles comigo, comprei todos e partimos em direção a minha casa perto dali. O mercador saiu aos pulos, havia gasto uma fortuna na compra deles, mas para mim eram tesouros.

A família toda eram parentes de Benjamin, eles tinham uma postura de reis e rainha, altivos, sem baixar a cabeça, pareciam muito  comigo, tirando a cor da pele, naquela época os pretos eram vistos como  "diferentes" eram a rale da sociedade. Vivíamos numa época que vidas eram trocadas, negociadas, as mulheres , nos a tínhamos, a que queríamos, tirando algumas que já se impunham e não se deixavam ser usadas de forma nenhuma. Algumas usavam sempre na cinta liga um punhal, era sua defesa, se alguém se atrevesse a mexer com elas.

Depois de um mês, parti para minha residência na Inglaterra, apenas Benjamin me seguiu, a família permaneceu tomando conta das terras. Benjamin nunca me deixou, havia passado 15 anos e não mais voltei a minha residência no mar báltico, região inóspita de arruaceiros, mercadores e assassinos. Divisa com a Rússia , e o mar do norte, eram de ondas gigantescas que arrastam tudo em época de inverno. Os navios circulavam com medo dos piratas e vikings da região. As batalhas no mar eram intensas, e quase nunca me aventurei nas aguas sombrias desse mar. Mas as aguas banhavam as propriedades que ali ficavam nas margens e as minhas não ficavam muito longe da sua margem.

Benjamin ali parado a minha frente , vestia um traje elegante dos quais pareciam com os meus, sempre o vesti com esmero, ele andava ao meu lado onde quer que eu ia. Companheiro e  leal, agradecido pela liberdade da qual eu havia dado a todos da sua família, e do bem querer que eu tinha para com eles, aliais eles eram os únicos na terra que tinha minha bondade, e então pedi:

-Sr Benjamin, está comigo há 15 anos, nunca voltastes ao mar Báltico para rever seus familiares, está na hora de ir, peça para que o Zeck venha para perto de mim, vista -o com apreço, tu bem sabes que preciso de alguém com boa aparência ao meu lado.

-Senhor Von, sei da sua preocupação, mas não quero voltar aquelas bandas, só tenho recordação muito triste. Se puder entender, não quero ir. Von entendia e sabia a sua enorme generosidade para com ele, era grato a um preço muito alto. Muito bem, vou mandar um homem ate lá para termos noticias daquelas terras.

-O senhor é o patrão, confio no senhor. Benjamin calou-se e ficou ali de pé a  minha frente. tinha que fazer algo para dar-lhes segurança se algo me acontecesse.

E mais um mês estava quase que cem por cento curado, pude voltar a minha rotina, mas coloque-o em pratica algo que aprendi depois do acidente, mudei minhas rotas, meus portões de entrada para casa, mudei radicalmente minha maneira rotineira de ser. Se fosse voltar de madrugada pernoitava na cidade em lugares diferente, nunca repetia, e coloquei em prática. meus olhos ficaram mais atentos as pessoas e situações, comecei a fazer exercícios com os olhos fechados ao ar livre para poder sentir pessoas, e objetos que por mim passavam, ativei minha intuição, passando a perceber sorrisos falsos, olhares furtivos, ações que deixavam a desejar, atitudes sorrateiras. Eu observava as pessoas ao meu redor em silêncio e via os seus falsos sorrisos.

Ninguém gosta de ser enganado, mas todo mundo prefere a mentira. Vivemos num mundo de aparências, de uso de mascaras, e para mim, tudo aquilo que passei me despertava para o mundo que vivia, e que persiste ate os dias de hoje na terra.

Capítulo 4 -Inimigo meu

 A caverna escura me deixava desconfortável, mas eu seguia a frente sem ver nada apenas o tato como direção. Meu amigo e fiel empregado de longos anos me dava sinal apenas com um som interno da boca, hum, hum.

Não ouvia nada do exterior da caverna, há varia horas que deixamos a vista da floresta verde que cobria todo o penhasco. A bengala me ajudava ir tateando o chão arenosa, que de vez em quando tocava em algo do qual eu deduzia ser pedras ao lado de onde passávamos.

Meu fiel escudeiro do qual confiava de repente parou, quase topei nele se  não fosse as mãos deles me tocar, dando sinal para que eu parasse. O som de água parecia assustadora, a  umidade começava me tocar a face e com a bengala pude ver que não tinha pedras e percebi que era agua, então recuei. Demos meia volta e voltamos.

-Senhor, temos que voltar daqui não passaremos, teremos que encontrar outra saída, que talvez deixamos passar.

-Está bem, vamos. E assim retornamos, não ouvíamos mais o som da água como se tivéssemos saído do compartimento do qual ela pertencia, mas agora algo nos dava esperança, um pássaro passou por nossa cabeça. Então meu amigo pegou em minha mão e começamos a correr em direção ao caminho que aquele amiguinho nos direcionava e logo pudemos ver uma luz ao longe e corremos mais e conseguimos sair.

Ao sair uma   nova decepção, um enorme barranco precipitava a nossa frente, gostaria de ter as asas do nosso amiguinho  que nos guiara para fora. Sentei e demonstrei tamanha decepção pude deparar por mais um obstáculo nessa jornada terrível. Lembrei que sentia fome, meu estomago doía, nestas condições, com aparentemente tudo adverso,  perdidos prometeu a ele mesmo que iria sobreviver para voltar e tornar-se melhor. Mas os trovoes começam a rebombar no céu. Neste momento me desesperei. Chovia e eu começava a ficar ensopado. Estavam sozinhos, molhados, sem água nem comida. Passaram muitas coisas pela minha cabeça nessa hora. 

Como a mata era muito fechada, ele não conseguia ver mais de alguns metros a sua frente. Tentou olhar abaixo e pode ver que não era tão alto, sentaram dentro da caverna e esperaram a chuva passar. Após algumas horas, que poderia ser por volta das duas horas da tarde, pela posição do sol que logo se abriu, começaram a procurar algo para descer ate o chão saberia que teriam mais uma etapa de dificuldades e logo perceberam uma arvore bem ao lado que poderiam descer, e assim o fizeram. A descida começara e foi devagarinho que desciam por causa da umidade que ainda estava presente por causa da chuva. Os galhos fortes nos dava segurança em continuar.

A chegada ao chão me senti tão vitorioso que me senti forte. Olhei ao redor e apenas arvores tão grandes que me senti pequenino. Meu escudeiro fiel sentou num tronco e respirou fundo e começou a gargalhar e eu me senti contagiado e também comecei a gargalhar, porque realmente foi trágico e engraçado. Logo após esse relaxamento lembramos da fome e ali mesmo um coelho se alimentava, levantei e me armei para pega-lo, agarrei com unhas e dentes, e comemos ali cru, alias devoramos. Fome morta começamos a caminhar entre as arvores lindas e frondosas, nunca havia reparado como a floresta era linda, os raios de sol em meios aos galhos eram filtrados, o que dava uma luminosidade diferente daquela que estamos acostumados ao ar livre. Uma clareira surge ao longe, muitas flores e me encanto.

Deitamos na relva do campo e descansamos, e quando acordamos era noite, e ali mesmo ficamos, apesar do medo por ter algum predador me acalmou e logo adormeci e sonhei.

Meu sonho era confuso, corria de uma lado para o outro em meio a chamas. Pessoas corriam par todo lado. Tentei me localizar, mas não conhecia o lugar e acordei assustado, ainda era noite me levantei e a paisagem que via no céu me fez petrificado, como colado no chão, era  a lua, tão grande e amarelada que me encantou, nem lembrava quando fora a ultima vez que havia olhado para o sol ou lua. Fiquei a pensar sobre como viemos parar nesse lugar que agora tentávamos sair.

Alguns dias atrás  havia recebido um pedido de um amigo que fosse em uma fazenda para ajudar um amigo dele, porque  não poderia ir, deu algumas desculpas e que acabei por aceitar , pois devia favores a ele e sabia que ele estava me cobrando.

Na volta dessa terra percebemos um grupo de homens a cavalo ao longe, mas como estava distante não ligamos, quando distanciamos muito da zona de moradores, esses homens em seus cavalos começaram assustar nosso cavalos que de pronto saiu em disparada, e por fim cairmos ribanceira abaixo, a qual eu e meu amigo caímos num dos penhasco e vimos os pobres animais despencarem abismo abaixo, foi ai que adentramos na caverna numa das entradas, e onde nossa aventura começou.

Fiquei a pensar que tinham pessoas que me queriam morto, lembrei dos homens da punhalada, não sabia não tinha sido visto os rostos deles, então não tinha muito a falar. Havia algo mais grande, não era apenas me matar, por matar, alguém queria mesmo me matar , seria vingança? comecei a puxar em minha gaveta da memoria as pessoas que passaram em minha vida e não via alguém que quisesse isso, ou todos seriam suspeitos.

Quando nos tornamos alvos de alguém, sempre pensamos que temos inimigos e procuramos longe, em algum lugar fora de nossa costumeira vida, quem sabe se aprendêssemos a olhar pra perto acharíamos com mais facilidade, mas é ultimo lugar que procuramos. A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre. Ninguém torna-se inimigo de alguém do dias pra outro, pois as vezes a ter o ódio é planejado em silencio, e quando explode é como ato terrorismo covarde sem chance de defesa.

Precisava ficar atento, e estar naquele lugar me deixava vulnerável, olhava para meu escudeiro ele dormia, parecia um anjo, teria que me preocupar? Estava ficando paranoico? duvidando ate dos amigos?

Conselhos do Senhor Pinga fogo.

Nossos inimigos, da mesma forma que os problemas e as doenças, são gritos de alerta para cuidarmos de algo que não está certo em nossa vida. Quando os ouvimos com atenção, nossos inimigos podem se transformar em maravilhosas alavancas de crescimento. Assim como as doenças e os inimigos, os problemas nos enviam avisos que precisamos aprender a decodificar. 

Se você tem um problema em sua vida, é chegada a hora de fazer uma análise do seu significado para poder superá-lo. E tenha muito claro que, no momento em que supera um problema que o acompanha por algum tempo, uma nova pessoa surge dentro de você.      

Mesmo que tua coragem esteja cochilando, e não consigas avistar a linha de chegada a insegurança brinque de roda a tua volta,  se a tua vida esta pesada na balança dos insensatos, e te sintas indefeso como um pássaro de asas quebradas, saiba que as dores, passarão. Tudo passa. A ilusão fascina, mas desvanece. 

A posse agrada, mas se transfere. O poder apaixona, mas transita de pessoa. O prazer alegra, todavia é efêmero. A glória exalta, mas desaparece. A carência aturde, mas um dia se preenche. O silêncio que vives poderá te entristecer, mas o levará à meditação que felicita.

 A submissão aflige, mas fortalecerá teu caráter. O fracasso espezinha, mas ensinará a conquistar-se. A situação muda como estações. Resista, alguém está sentado na arquibancada do tempo, torcendo por tua felicidade. Não te abatas. Todas as dores terminam. O tempo, chega com o bálsamo e te alivia. 

Resista, até o último instante da madrugada, e confie nesse aliado. Verás que no justo momento, quando pensares que tudo terminou, será chegada a hora do teu ALVORECER!

Capítulo 5 - doce inimigo

Andando pela floresta em direção a uma saída me fazia pensar como descobriria quem havia armado a emboscada para acabar comigo, precisava descobrir antes que acabassem comigo, era eles ou eu.

Meu fiel escudeiro estava muito calado, mais do que o costume, isso me deixava mais desconfiado, mas porquê eu desconfiava dele? Não queria ter desconfiança da pessoa que sempre andou comigo, entraria em paranoia se isso se tornasse real. Precisava arquitetar um plano e tempo é o que mais tinha.

Andamos muito, o sol já pensava em deitar quando ouvimos crianças brincando e corremos para  onde vinha o barulho. Sim era uma casa no meio do nada, corremos em direção a casa de onde saiu uma senhora. As crianças nos seguiram:

-Senhora desculpe incomodar mas como fazemos para chegar ate a estrada? ou pelo menos voltar para cidade? Ela nos olhava como se nada entendesse, ate que um dos garotinhos nos disse:

-Moço ela é surda e muda. Mas espera meu pai chegar que ele leva vocês na carroça, logo ele chega. Agradecemos e sentamos no chão, para aguardar aquele santo homem que nos levaríamos para a cidade. As crianças retornaram a brincadeira e eu em meus pensamentos. Passaram algumas horas, ja era noite quando ouvimos o trotar de cavalos, foi quando avistei dois homens em uma carroça descer, um alto e muito magro, tinha os dentes saltados para fora, com os cabelos bem compridos, o outro bem baixinho, carrancudo e bem antipático já foi logo nos encarando e preguntando que fazíamos ali...O menino que havia falado conosco mais cedo pulou na frente e antecipou nossa explicação, mas fiz questão de explicar melhor.

-Senhor estamos há dias perdidos nesta mata, sofremos um acidente, perdemos nosso carruagem, se o senhor nos ajudar a voltar a cidade, lhe pagarei bem. Percebi os olhares de ganância e aproveitei.

-Sei que moram longe da cidade, mas pagarei bem, se quiser em dinheiro, comida, cobre o preço que quiser. E dê um valor. Eu não deveria ter agido assim, ter falado dando abertura para cobrarem o que queria, o baixinho carrancudo de imediato me fincou uma faca na garganta que por pouco não furou, o menino que a tudo assistia gritou para que o pai me soltasse, mas ele gritou com o menino para calar a boca.

-Senhor não precisa fazer isso, já falei que pagarei bem, é só me soltar e me levar a cidade, que farei o pagamento.

-Está bem, vamos, sobe, apontou para a carroça. O menino nos viu se afastando e percebi apreensão no seu olhar, a mulher surda muda abraçou-o como dando conforto, percebi que estava na mãos de bandidos, por isso moravam tão afastados.

A viagem não seria longa, conhecia o lugar depois de andar uma meia hora, mas o que me preocupava era os homens que dirigia os cavalos, batiam nos pobres animal, e o que fariam comigo depois de pegar o dinheiro, me sentia um imbecil. Meu fiel amigo, de calado ficou mudo homem corajoso que conhecia havia falecido, estava tão calado que comecei a me perguntar porque a covardia do momento. E mais alguns quilômetros adentramos a cidade , pedi que fossemos ao Banco, pois pediria ao meu amigo dono do banco que me arrumasse um dinheiro ate o amanhecer do dia, senão eles me matariam.

-Você não sai daqui, vou falar com meu amigo, ele mora ali do lado do banco, mas de imediato o baixinho gritou que não.

-Não e não, mande seu amigo ai. Olhei para o meu amigo e dei sinal para que fosse.

-Quanto devo pedir ao Sr, Laurence? Olhando para o baixinho.

-Bem hoje vou querer 500,00 dólares.

-Como assim hoje, perguntei

-Porquê? você será minha mina  de ouro a partir de hoje, quero saber onde mora, pois vou ficar com você ate pegar o que quero e quanto quero, nunca mais passaremos fome e necessidades.

-Senhor não precisa fazer isso, lhe darei uma fortuna o que fará do senhor um homem de posses.

-Eu sei o que quero, e vai ser do meu jeito. Onde mora?

-Não tenho residência aqui no país, estou de passagem, estou no hotel Quest.

-Que droga é esta, como mora num hotel? Sendo tão rico?

-Por isso mesmo, por ser rico para mim é não ter residência, viajo muito.

-Está bem pego esse dinheiro hoje, porque não sou burro, sei que banco não trabalha de noite, mas amanha quero essa fortuna ai e ai vou embora pra nunca mais. Está bem, mande seu amigo buscar. E assim ele entrou e saiu com o dinheiro que ele havia exigido. Tive vontade de mata-lo, mas como eu tinha muito dinheiro deixei pra lá.

-Esta noite passaremos anoite na carroça ate amanhecer e você me dar a fortuna, não pense que está livre de mim. Que mal fiz a esse homem ,que maldade gratuita, fiquei a pensar.

E por aí foi, ficamos ate dar hora do banco abrir, e consegui o dinheiro para aquele homem que por pura idiotice abri minha boca dizendo que podia dar a ele tudo que quisesse. No fim ainda falou que eu podia ter morrido nas mãos dele. Aliviado por tudo ter acabado, comprei dois cavalos e fomos para nossa casa, se certificando que ninguém nos seguiu, meu fiel escudeiro? calado.

Os dias passaram e eu ainda com a historia da carruagem que tinha rolado ribanceira abaixo onde minha vida quase foi ao fim martelava na minha cabeça. Resolvi dar uma volta a cavalo pela redondeza da fazenda precisava arquitetar um plano de ação, para me proteger. Pedi que preparassem meu cavalo e assim sai a galopes, não quis que meu escudeiro acompanhasse, alais nem sabia dele, fazia dois dias que não via. Subi ate o topo da montanha e de lá desci do cavalo e fiquei a olhar para baixo, quando vi dois empregados meus conversando um pouco mais adiante de mim, pareciam meu escudeiro e meu chefe dos empregados da casa. Deixei meu cavalo onde havia amarrado e desci um pouco, queria ouvir a conversa deles, todos eram suspeitos.

-Você foi burro?!, qual o seu problema, porque não deu fim nele ali mesmo? dizia o chefe dos funcionários.

-Não fale assim sabe do apreço que tenho por ele, esta me fazendo fazer coisas que não gostaria.

-Ah vai dizer que esta com medo, seja homem.

-Não quero mata-lo, você sabe que devo muito a ele por tudo que me fez, entenda, vou te pagar, é só esperar um pouco.

-Não vou esperar nada, quero a fortuna dele, ele tomou de tantas pessoas agora eu quero um pouco, defendemos ele e agora quero matar ele pegar o que mereço.

-Peça dinheiro para ele, tenho certeza que ele vai dar, não mate ele.

-Não sou eu quem vai matar, será você, não vou sujar minhas mãos nisso. Estava paralisado ouvindo aquilo, o que fiz para aquele homem? nunca o tratei com maldade, o respeitava, e agora ele planejava me matar e meu fiel escudeiro por isso andava tão quieto, estava serio pressionado ,porque seria? Teria que descobrir, ou arrumar um método de acabar com tudo aquilo. Sai pelo outro lado sem levantar suspeita e voltei para dentro da casa antes que voltassem.

Então eles queriam me matar, teria que ser esperto e astuto, eles não me pagariam agora sabia que o perigo estava dentro de minha casa.

VI - vingança

Ao me deitar naquela noite, ainda podia sentir o cheiro do querosene misturado à carne do verme que me queria morto. Minhas roupas que joguei para lavar fedia a fogo e fumaça. Meus sentidos ainda atordoados pelos gritos daquele que me deu emprego, casa e comida, e nunca deixei de pagar pelos serviços prestados a minha casa e a mim, alias muito bem pago.

Quando conheci Zeck, na Sibéria. Ele era um russo muito elegante, cabelos loiros e de olhos negros, as vezes assustador, mas não tinha nada para ser assustador pois era apenas aparências. O homem jovem de nome Zack, trabalhava naquele bar à beira do rio gelado da Sibéria. Lembro-me bem que quando entrei e o sino na porta tocou ele sorriu para mim, como dizendo "Boa noite". entendi o cumprimento e me sentei no balcão do bar, estava tão gelado que precisava de algo para me aquecer, então pedi conhaque e fiquei a ouvir o embalo da música local aos fundos.

Nem lembrava do que fazia naquele lugar tão gelado. O clima siberiano varia dramaticamente. O inverno é longo e dura entre 6 e 7 meses por ano. ... O vilarejo de Oymyakon, em Yakutia, localizado no leste da Sibéria, tem temperatura que chegava a 67,7ºC. Os vidros do bar estavam embaçados, o que eu via era apenas penumbras do lado de fora e luzes como parecidas com lamparinas. Me odiava por estar nesse lugar, mas tinha negócios e eu ia onde eles estavam, não devia reclamar, pois minha fortuna cresceu muito depois desse dia.

Zack era solteiro, os pais haviam morrido ainda muito pequeno e morou até atingir a idade de 18 anos em orfanatos espalhados na região, conhecia muito disso, contava histórias estarrecedoras de como essas crianças viviam e que muitos morreram com o frio. Aliás, pensava em ir conhecer um orfanato, queria ajudar, doando uma parte do dinheiro que receberia no negócio que faria . Quando Zack me contava, uma onda de ódio se apoderava de mim, e um grupo se aproximou do balcão para ouvir. Todos estavam calados, e eu pude ver lágrimas no rosto de alguns deles. Seria por compaixão da História ouvida ou teriam tido a mesma História?

Passava da meia noite quando resolvi ir embora para o hotel que ficava do outro lado da rua, quando avistei um jovem vindo na minha direção. Dei espaço para que ele passasse, já que a calçada que era muito estreita estava dos dois lados cheia de neve, sobrando um pequeno corredor ao meio para que passássemos. Ele começou correr, quando estava perto de mim caiu ao meus pés. Ele havia escorregado na neve que teimava em cair. Eu mais que depressa o segurei pela mão direita para levantá-lo, mas o que ele tinha na mão me assustou ,vi um punhal de cabo vermelho. Fingi não ter visto e o levantei, atrás de mim estava Zack, que não tinha percebido sua chegada.

-Você aqui, já te falei não apareça por aqui, queria assaltar ele? O rapaz que cobria o rosto com um cachecol, mas não podia esconder o punhal que nós dois olhávamos.

-Desculpe Zack, mas tinha que fazer, minha mãe está doente e preciso de dinheiro.

-Você não precisa roubar, era só ir até mim e pedir. Zack tirou do bolso umas notas e o rapaz saiu em disparada pelo beco. De imediato tirei dinheiro da carteira e lhe dei.

- Tome essa minha recompensa por ter salvo minha vida. Zack abriu os olhos, ia recusar mas apenas deu um sorriso e disse:

-Obrigado Senhor...Se apresentaram.

-Meu nome é Conde Von..

-Muito prazer o meu é Zack, só Zack. Depois daquele dia nos tornamos amigos. Aquele Russo conhecia muitas pessoas da cidade, e foi de grande ajuda, o contratei para que fosse meu gerente de "negócios".

Ainda na Sibéria, Zack foi de grande ajuda quando pernoitamos num hotel, o qual era muito insalubre, e mal tinha água, pois com a temperatura muito baixa não tinha água líquida para banho e eu sonhava com uma banheira de água quente, meus ossos doíam.

Era quase o amanhecer quando ouvi toque na porta, saí para atender e era Zack, que dizia para eu que eu arrumasse tudo, pois tinha perigo de deslizamento de geleira onde estávamos, às pressas arrumei tudo e saímos, a partir daquele dia via nele pela segunda vez que ele seria de grande ajuda, eu não estava errado ao propor ser meu gerente. Durante toda a viagem nunca havia percebido qualquer coisa que o desabonasse, para eu sentir que devia desconfiar, só fui descobrir após meu desencarne, que quando ele me salvou do garoto que iria me apunhalar por causa de dinheiro e também do hotel era ele que havia montado o esquema para me roubar. Ele ao longo de todo tempo que trabalhou na minha casa, me roubava peças de pratarias, e vendia. Mas eu não tinha o direito de ter feito o que fiz com ele.

Eu arquitetava, como me vingaria daquele jovem homem que eu confiei, e que agora queria me matar. Precisava ser perfeito, e seria, então arrumei um grande latão desses que na época era feio para colocar óleo nas embarcações, e pedi que trouxesse da cidade, todos ficaram curiosos para que usaria aquilo, mas não precisei dar explicações, afinal eu fazia o que queria.

Nessa noite, pedi que Zack viesse falar comigo no porão de minha residência enorme, ninguém notaria, pois todos já haviam se recolhido, falei sobre a limpeza do lugar, que havia ratos e outros bichos, do qual estava abandonado, para que ele não desconfiasse. Então no descuido bati com um porrete na cabeça dele, e ele caiu ao meus pés. Fiquei ali a olhar aquele que tanto confiei e rápido, o carreguei para o lado de fora, onde o latão estava, o joguei lá dentro. E jogando três galões de querosene dentro atei fogo, ele começou a gritar , tudo ardia quando vi Benjamin se aproximar.

-Senhor precisa de ajuda com alguma coisa?

-Não meu amigo, está tudo resolvido. Benjamim me olhou nos fundos dos olhos, percebi um olhar de agradecimento.

-Senhor vou me recolher, obrigado por tudo que fez e faz por mim.

-Não precisa agradecer nada, tudo que faço é para que tenha boa estadia em minha casa. Mas antes que se vá, amanhã partiremos para a África, tenho que fazer negócios por lá. O navio parte às seis. Iremos com um cargueiro de um conhecido que transporta coisas ilegais.

-Está bem senhor, vou arrumar minhas coisas. E assim ele saiu, havia percebido alguma coisa? Nunca soube.

No outro dia bem cedinho, depois da tal noite que nem dormi, partimos para o continente africano, direto para a África do sul. Ficamos no lugar por seis meses, não sentia mais vontade de voltar. Até que recebi uma proposta:

-Benjamim, decidi ficar por aqui, vou fazer negócios aqui, e não pretendo voltar tão cedo para a Europa. Vou arrumar um lugar para comprar e aquecer nossos corpos , quem sabe para sempre.

-Está bem senhor, respeito e acato sua decisão, sinto felicidade de poder voltar a minha Pátria do coração. Há muito tempo sonhava em vir conhecer, e se me der permissão vou até Moçambique, quero conhecer as terras que nasci.

-Então você é da África, que bom que está feliz, vou com você, preciso ampliar meus negócios nesta terras tão fértil.

-Sim nasci em Moçambique, ,sai muito jovem quando fomos roubando e levados como escravos para Europa. Meu pai era o rei do lugar, eu era um príncipe, tinha irmãs e irmãos mais novos. penso no meu pai e minha mãe que nunca soube o que aconteceu comigo.

-Como foi isso meu amigo?

-Eu estava correndo entre as plantações naquele dia, quando senti que pisei em alguma coisa no chão que afundou, era uma armadilha dessas que faz para animais, fiquei ali por 3 longos dias, achei que logo minha família me acharia, mas o que aconteceu foi bem ruim. Após 3 dias sem água e comida, quase sem forças, dois homens, brancos, me tiraram do buraco, e eu ingênuo os agradeci, mas para minha surpresa, um deles me amarrou e ai percebi que estava nas mãos de escravistas. Mais tarde vi que não era apenas eu, tinha mais.

--Benjamim, tudo passou, tu és um homem livre, pode ir onde quiseres. Se quer ir ver sua família, tem total apoio.

-Muito obrigado senhor, quero sim.

VII - Joana

Depois de cinco anos vivendo na África do sul, resolvi voltar, mas agora era hora de passear e ver gente em festas, onde eram regadas a bebidas caras, roupas caras e mulheres lindas. Durante a viagem de navio, lembrei de Joana, aquela mulher misteriosa que vi em uma das noites. Lembrava dela e podia sentir seu perfume refinado chique, e caro.

Voltava sozinho para a Inglaterra, Benjamin havia resolvido ficar, seu pai andava doente, e não queria se ausentar, temendo a morte do genitor e rei, o que deu apoio. Se o pai morresse ele seria coroado rei, e todos queriam ele no poder, devido aos graves problemas que sua gente vinha passando e com muitos sumindo.

Resolvi que não iria para minha casa, me hospedei em um hotel no centro da cidade de Londres, onde seria mais fácil ter segurança, já que meu escudeiro tinha ficado tão longe. Me informei onde teria um baile e de pronto me preparei para o mesmo. Fui até a loja do meu alfaiate e escolhi alguns cortes, e casacos novos. A festa seria no sábado, então eu teria cinco dias para comprar alguma roupa de emergência para ir. Pedi no balcão do hotel, que fosse indicado algum alfaiate rápido e com presteza e elegância pudesse me vestir, já que o meu demoraria duas semanas para entregar os cortes que havia acabado de escolher. E após uma hora, o alfaiate foi até meu quarto e ali mediu e em dois dois trazia um maravilhoso terno completo e um casaco do qual fiquei maravilhado. Aproveitei e escolhi outros, pois havia gostado do corte do tal alfaiate.

A noite do baile chegou, e eu me dirigi até o local, por volta da meia noite. Quando adentrei o ambiente, pude ver do outro lado do salão aquela mulher que havia me encantado numa noite há vários anos, agora mais magra, parecia meia alongada com seu vestido prata, e como um colar simples no pescoço fino. Me aproximei e pude sentir o aroma sensual do seu perfume, ela conversava com um grande amigo meu.

-Com licença a todos. Boa noite! Olhando para ela.

-Boa noite, seja bem vindo Conde! Nós dois começamos conversar e ela ali me encarando com um leve sorriso de satisfação nos lábios.

-E a senhorita, o que faz? Me atrevi a perguntar.

-Eu, nada, apenas circulo por aí para enfeitar os salões os olhares de vocês homens.

-Gostei de ver, sabe seu valor.

-Sim, sei, muito cedo me ensinaram.

-Se pudesse me contar, fiquei curioso.

- Quem sabe um dia, se tiver oportunidade.

-Claro que terá, se depender de mim a qualquer momento.

-Está bem, vamos ali naquela saleta, para poder conversar com mais tranquilidade. Despedimos do meu amigo e lá fomos nós em busca da História da gentil moça.

-Então, Senhorita Joana, pode contar que estou curioso.

-Está bem, mas vou logo dizendo, que se eu o entediar peça para que eu pare.

-Acredito que vai ser difícil eu ficar entediado com algo que vai me contar.

-O senhor é muito gentil, fazia tempo que não via alguém tão amável.

-Sou gentil com as pessoas que são gentis comigo, ainda não viram nada.

-Vamos começar então. Mas quero contar primeiro que fiquei presa por dois anos, em uma masmorra, da qual era meu quarto, onde muitos homens faziam comigo o que queria, Hoje não mais. Pois quem se atrever eu mato. Olhei para ela e fiquei pasmo, como uma mulher tão fina, podia ter passado por aquilo.

-Sinto muito por ter passado por isso, às vezes me envergonho da raça humana, e esses vermes ainda vivem?

-Som, todos vivem. Tenho vontade de matar um a um, mas não tenho meios financeiros e movimento de estar em lugares diferentes.

-Podemos conversar sobre isso, posso te ajudar nessa empreitada. Mas me conte essa história. Fiquei a pensar quem estava envolvido nessa História sórdida, será que eu teria coragem de queimar cada um deles? Eu já sentia o cheiro da carne.

-Eu sempre fui muito livre desde muito pequena, mas por ter perdido meus pais muito cedo pelas batalhas, tive que aprender a viver sozinha, e muitas vezes passar fome e frio durante os invernos rigorosos da região da montanha. Abandonei o lugar em carroças e acabei por chegar aqui em Londres onde achei que seria melhor, e foi onde mais sofri. Desde que cheguei aqui, fui sempre vista como perigo que a pobreza vista representava. Muitos me enxotaram como um cão velho e sujo. Passei a viver de comida do lixo de restaurante, e que na madrugada jogavam fora, e foi aos 12 anos que um dia eu estava recolhendo comida na porta dos fundo de um restaurante que esse homem bem vestido se aproximou.

-Menina, veja aqui tem comida, coma, não precisa pegar do lixo. Ele era alto e forte, primeiro senti medo, mas a fome que sentia me fez pegar e comer muito rápido nem sentido o sabor da comida que parecia ser fina, pela embalagem que acabava de jogar no lixo. Ele me olhou nos olhos e acariciou meus cabelos, me esquivei e ele segurou minha cabeça com força, e meu rosto se iluminou, na luz da tocha que mal iluminava aquele sombrio lugar. Me senti presa e isso me apavorou , e tentei me soltar, mas suas mãos que eram a dobro da minha segurava com força.

-Menina, quero que venha comigo, posso te dar tudo que quer, vai ter roupas boas, casa e comida.

-Não, não preciso disso, vivo livre e quero continuar assim. Tentei puxar minha mão, e ele puxou com força e me senti desmaiar. Quando acordei, não sabia quanto tempo estava lá, nem como havia chegado, apenas eu via aquele lugar sem janelas, cama de casal de ferro enorme, cabia umas três pessoas. Olhei ao redor , era mobiliado com poucas coisas, apenas aquelas das quais usamos com mais necessidade. Levantei, ainda meio zonza, percebi que havia me dopado com algo na comida que me ofereciam.

-Grande desgraçado, me tire daqui, quer ir embora, tentando abrir a grande porta com ferrolhos enormes e muito fortes. Gritava e ninguém aparecia. Cansada de tentar me deitei, e foi quando ouvi a porta se abrir, era aquele desgraçado da noite. Avancei pra cima dele e ele me esbofeteou.

-Me deixe ir embora por favor. O que quer de mim.

-Esta noite será sua primeira vez , e será minha princesa e de todos.

-Como assim, o que acontecerá. Ele saiu e chamou alguém ao qual dei pouca importância, e entrou uma senhora bem vestida e que olhou para mim com o olhar baixo.

-Obedecer é melhor, faça como eu. Agora vamos tomar banho e pôr uma roupa bonita, que logo mais receberá visitas, agora antes de mais nada, coma isto que trouxe para você, se fortaleça. Meu nome é Belona. Não sou tua inimiga, apenas cumpro ordem senão serei castigada, peço que entenda e não complique está bem?

-Está bem. Comi tudo que ela trouxe, tinha fome atrasada, e eu não sabia quando teria comida novamente.

VIII - Historia sórdida

A explosão de sentimentos que  vinham até mim, eram de indignação, revolta e de justiça, da minha justiça.

Olhava para Joana enquanto ela relatava aquela Historia sórdida e os planos para vingar aquela mulher brotava cada detalhe. Esperei ela contar mais algumas coisas, mas eu queria nomes, endereços. E conversando com ela pusemos o plano em prática.

- Conde, lá tem muitas meninas, e mulheres. As quais são prisioneiras, sendo tratadas como escravas sexuais. Muitas chegam a morte, algumas cometem suicídio, e outras são vendidas. Se eu colaborava e ficava quieta não corria riscos. Mas se gritássemos, ou disséssemos não, maltratassem aqueles homens, éramos espancadas e ficávamos sem comida e sem banho ate que aceitássemos. Foram dias de pânico. A única ajuda que tínhamos era de Belona, ela contava que chegou lá muito jovem, também tinha passado por tudo que estávamos passando, ela nos aconselhávamos ficar quieta pois não tínhamos para onde ir e sair dali seria impossível, pela segurança do lugar.

-E como você conseguiu sair? E  eles nunca acharam você?  Vejo que circula por festas.

-Isso é uma História da qual tive que ser bem esperta, mas vou te contar. Não faz tempo que sai de lá. Em uma noite um grupo de homens entrou em meu quarto, eu fiquei apavorada pois sabia o que iria acontecer, então lembrei do remédio que Belona tinha me dado por conta de uma infecção que tive, tomava para as dores que sentia, ele me deixava muito apagada, peguei o frasco e deixei ao lado da cama. Era bem tarde, quando Belona entrou com as bebidas e algumas drogas que eles usariam e muitas vezes me faziam tomar também. Abri as garrafas com cuidado, e coloquei as drogas dentro delas e fechei da maneira mais perfeita possível. Aquela noite foi minha libertação, como havia muitas pessoas circulando na casa, inclusive mulheres que iam até lá também, não eram apenas homens.

-Joana espere, você está me dizendo que mulheres iam ate esse lugar medonho?

-Sim Conde, algumas ficavam assistindo, acredito que ate poderiam se as esposas dos homens, logo que cheguei naquele lugar, muitos iam me olhar, alguns me tocavam, me lambiam, mas por muito tempo não fizeram sexo comigo, percebia que me endeusavam. ..Até que um dia meu próprio dono veio até mim e fez varias comigo, me deixando toda dolorida e sangrando, achava que ia morrer, mas Belona como sempre me cuidou. Tomei remédios por muito tempo, onde ficava dias dormindo sem acordar, perdi o senso de dias e noites. Eles me davam drogas, eu cuspia para fora, por isso nunca fiquei drogada, apenas algumas vezes era impossível não engolir, pois eles ficavam vendo fazer o efeito, mas eu fazia de tudo, e vomitar depois que eles iam embora, pois me sentia suja, enojada.

-Conde me aguarde, vou buscar uma bebida.

-Deixe que vou pegar uma garrafa, volto logo. Ele saiu e Joana ficou ali sentada naquela poltrona , lembrando cada detalhe daquela noite , quando o conde voltou, e serviu uma dose de conhaque para ela. Os dois sentados confortavelmente, ela continua  a contar... 

-Depois que vi cada um deles caindo por conta do remédio na bebida, me vesti com a roupa de um deles, como pode ver, tenho uma altura  que vestida de terno, cabelo amarrado e com chapéu, passei um pouco de um tempero escuro que tinha em um dos pratos no rosto e nem eu mesma me reconheci no espelho. Me preparei para sair daquele quarto prisão ate o momento, e quando me coloquei a andar no corredor acendi um charuto para melhor disfarce, e não foi difícil sair, e lá fora, fiquei como se estivesse tomando ar, procurei um lugar mais aberto, e quando não avistei ninguém olhando sai pela mata adentro. Corri sem direção, tomando o cuidado para ir em sentido contrario daquelas luzes que ficavam atrás de mim. Depois de correr muito, não olhava mais para trás. Sentei ali mesmo e aguardei o dia amanhecer, havia trazido comigo alguma comida nos bolsos e muito dinheiro, os quais havia pego dos paletós daqueles homens imundos...

-Você foi muito corajosa.

-Quando estamos em situação de perigo, arranjamos força que não sabemos de onde vem, mas elas vem. Quando amanheceu, peguei carona com um dos camponeses que passava, ele estava indo até o vilarejo da cidade, e com ele  segui viagem, sentei na traseira da carroça e fui lembrando meus dias naquele lugar e a vontade de voltar e matar cada um... Alias tinha vontade de por fogo na casa. O Conde arregalou os olhos, ela acabava de sentir o mesmo que ele.

-Joana, você foi forte e corajosa, mas conte e depois.

-Depois meu amigo, quando cheguei na cidade que para mim era um vilarejo muito pequeno, procurei um lugar para descansar e repus minha energia, dormi muito, cortei meus cabelos e os colori de vermelho com um fruto, ganhei peso pois estava muito magra. fiquei três dias nesse lugar, e foi ai que resolvi vir para cá. Já encontrei alguns deles por aqui, mas eles nunca me reconheceram, pois sempre passo essa fruta em meus cabelos. Moro afastada do centro, e sempre cuido para que ninguém me siga, vivo bem, pois o dinheiro que peguei foi uma pequena fortuna. Sempre tive vontade de me vingar, acabar com aquele lugar e as pessoas, mas sozinha ficou impossível, então deixei no passado, fazem 8 anos que tudo isso aconteceu, e desde meus 12 aquela masmorra foi meu lar de horror.

--Joana, o que diria se eu a ajudasse nessa vingança, você sabe onde fica, e como encontraremos cada um deles. Não quero fazer pela metade.

-Jura? seria perfeito, eu sonho com isso todo dia. Sei sim, porque por um tempo segui os que encontravam aqui em Londres.

-Está bem, vamos o seguinte... e assim Joana e eu planejamos o que faríamos, e naquela noite já começava a sentir o cheiro de carne queimanda. Dormi como um anjo. 

Dois dias depois, Joana estava hospedada no mesmo hotel que eu, precisaríamos montar uma farsa, então perante as festas que ferventávamos éramos noivos, e casaríamos assim que a primavera iniciasse. Fomos em varias festas e outra e mais outras onde éramos convidados. E passado um mês mesmo ainda era inverno, começamos por o plano em prática. Aos conhecidos dissemos que iriamos até  o ponto mais distante do mar em Derbyshire, visitar a avó de Joana. Mas na verdade fomos ate Oxford, pois as terras onde ficava o castelo da masmorra ficava nesse lugar. Fomos de carruagem visitar o lugar antes de começar nosso plano, o lugar era lindo, e de longe podíamos avistar o castelo. Olhei para Joana que estava estática olhando para a monumental construção, e pensei " quem passa por aqui não imagina o drama que acontece dentro das paredes de pedras deste maldito lugar".

A noite chegou podíamos ver as  carruagens chegando aos montes, todos iam para o mesmo lugar. Era hora de por o plano em pratica. Então entrei em contato com alguns amigos e foram chegando em pontos marcados os tambores que as embarcações colocavam olio. Todos eles demoram algum tempo para serem completados pois eu havia pedido muitos, seriam postos ao longo de toda a estrada a  dois metros adentro da mata, paguei o devido valor cobrados as pessoas que fariam o serviço e nós aguardávamos, vigiando o lugar.

-Joana como está, vendo nosso plano sendo montado?

-Conde Von, nem sei como descrever esse prazer que sinto, mas  posso dizer que é grande o entusiasmos de completar. gostava de saber que minha parceira era forte e não ficava esmorecida vendo nosso plano, e que alias se entusiasmava com o projeto sendo alinhado de maneira palmejado.

IX -Aliados

O dia chegou, desde cedo Joana estava inquieta, ansiosa e muito quieta.

-Quer desistir de participar? Ela me olhou e senti faíscas sair daquele olhar.

-Não, de maneira nenhuma, vou ate o fim, e quero que anoite chegue logo. A noite demorou mais chegou. Joana preparada a postos, na primeira curva da estrada, se vestia como prostituta, quase nua, apenas de cinta liga+ calcinha+ e soutien. Cabelos soltos vermelhos, a imagem mais linda que podia ver, estava eu tão enfeitiçado por aquela visão, que nem dei conta que a carruagem havia parado e ela adentrado. E alguns metros depois via ela descendo. Veio ate mim e disse.

-Pronto o primeiro se foi, está lá dentro, o cocheiro morto como combinamos, corre lá, antes que passe outra carruagem.Eu corri lá e peguei os dois, tiramos tudo que havia em bolsos e de valor e os jogamos no tambor cheio de querosene., e tampei. Deixaria para mais tarde, quando todos estivessem em silencio em seu melhor sono para queimar carne dos vermes.  E assim naquela primeira noite foram muitos, mas não pegamos todos para não levantar suspeitas.

Os outros dias, fomos diminuindo a quantia, pois queríamos os dono da propriedade e todos aqueles que ali dentro viviam, sem exceção. E durante alguns meses queimamos, dezenas de corpos dentro dos galões, e o cheiro de carne quase que imperceptível eram evaporados ao ar, condensando com a neblina do lugar. Na outra noite era colocado mais querosene e mais corpos. Joana se comprazia, ela ficava cada vez mais volátil para mim. E  mais longas, e as noites se transformavam em prazer e um amor que eu começava a sentir por ela, e ela por mim.

A nossa vingança continuava, e eu me perguntava de onde saia tantos pessoas. E um dia, uma estranha carruagem, antes mesmo de Joana sair da floresta parou alguns metros de onde estávamos escondidos numa barraca, a qual improvisamos para passar a noite, era final de primavera, e as noites já eram bem frias. Eram três mulheres, todas vestidas de capa preta, a elegância como elas andavam,  despertou a minha atenção. Elas estavam caminhando direto para onde estávamos e eu me postei em posição de ataque, Joana ficou atenta ao meu sinal...Uma voz quebrou i silencio:

-Senhor Von Kurl Hansen, não precisa se armar, estamos aqui como amigas, queremos lhe falar. Eu fiquei mais tranquilo, não sabia porque mas a voz me inspirou confiança e disse:

-Peço que faça seu cocheiro entrar na mata para não ser interpelado por alguém, e vocês venham ate aqui, estou desarmado.

-Fique tranquilo, ele esta fazendo o retorno, vai voltar para vilarejo.

-Como está? disse a mulher mais alta. eu com meu lampião direcionei para ela, e pude constatar uma beleza imensurável, ela vestia um longo vestido preto por baixo daquela capa forrada em vermelho. 

-Estamos bem, falei pausadamente.

-Quero apresentarmos. Sou Haras, essa é Sarah e essa é Eleonor. Eu olhava cada uma com meu lampião direcionando nos rostos e vestimenta, queria ver se não estavam armadas, mas o que via me proporcionava uma volúpia de prazer. Eram mulheres muito belas, e todas vestiam capa preta e o vestido longo, com cores  diferentes, Sarah vestia um laranja que nunca tinha visto na minha vida aquela cor, e Eleonor era um vinho, ou roxo, que na noite a deixavam maravilhosas, aquilo eram deusas. E joana de imediato se apresentou. 

-Eu sou Joana, noiva do Conde. Percebi que a mulher de nome Haras sorriu, ela havia percebido o ciúmes de Joana.

-Não vim aqui atrás de homem, vim ajudar vocês na sua empreitada, queremos o mesmo que vocês. Viajamos da Espanha em missão para por fim ao que acontece naquele lugar, recebemos um pedido de ajuda, por parte de uma mãe que perdeu sua filha, e que nos deu informações sobre esse lugar. Antes de vir, fomos atrás de cada um deles, e sabemos que lá dentro é um horror, e que tem todo tipo de desumanidade para com mulheres e ate dom homens, e o pior com crianças. Quando soubemos disso, não pensamos muito e decidimos que acabaríamos com todos.

-Está bem, mas posso garantir que não precisamos de ninguém. Agradeço mas faremos a nosso modo e sozinhos. Ate porque é uma questão pessoal.

-Joana, soubemos o que aconteceu com você mas o que queremos é que essas pessoas que sofrem lá dentro sejam libertadas e que tenham apoio para seguir adiante, vocês tem planos para elas? porque se tiverem vamos embora. eu olhei para Joana, e percebemos que não tínhamos plano para elas, então teríamos que aceitar a ajuda oferecida.

-Senhora, Senhorita? Haras, senhoritas...,vamos aceitar a ajudas, mas como faremos isso?

-Se não quiserem não precisam seguir nosso plano, apenas continuem o que estão fazendo por nós tudo bem, não vamos interferir. Mas quero que saiba, que o fim de tudo está próximo. e assim sentaram dentro da barraca e ali elas falaram do plano de tinham. quando o dia amanhecia, eles resolveram que deveriam se encontrar na cidade, e Haras falou.

-Vamos nos encontrar no hotel onde estou hospedada, fica fora da cidade, e o dono é dos nosso colaboradores, se quiser podem levar a bagagem de vocês que tem lugar para hospedar os dois. Eu de imediato agradeci, e aceitei, já que iriamos trabalhar juntos, era melhor fivar juntos e além do que ter um lugar para circular sem medo que descobrissem era melhor ainda. 

E assim uma hora antes do combinado eu e Joana cegamos ao Hotel que ficava muito afastado n meio da floresta, e o que mais gostei, bem próximo da masmorra. entramos e fomos recebido muito bem, e um mesa posta com fartura de varias comidas nos esperavam, e alias, muitas moças, e todas elas muito bem vestidas, e amáveis. Percebi que Aquela mulher que eu sabia ser chefe delas, sentiu e pode ler meu pensamento.

-Conde von Kurl Hansen, percebo que tens curiosidade(ela falava tão calmamente que me encantou),essas moças, todas elas, tem historias tristes, das mais diversas divergência possíveis. Todas elas fora resgatas  por nós da irmandade, e todas colaboram em ajudar mulheres que sofrem qualquer tipo de dor, física ou emocional. Resgatamos, cuidamos e depois elas nos pagam em cooperação, mas todas com sua própria vontade e o melhor livre arbítrio. Se cada uma sentar aqui e contar para o senhor, a vida delas, antes daqui, vais ver o quanto o ser humano, é cruel e absolto, estagnado no próprio egoísmo. O dinheiro que tudo compra, em uma sociedade mesquinha e egoísta, onde é cada um por si, não muito, pelos seus próprio de sangue. Vivemos em um tempo onde a escuridão da alma, reflete nas ações, no dia  a dia. quem tem mais escraviza o que menos tem, e posso te garantir que não sou contra ter dinheiro, sou contra o homem usar o que tem para dar fim a vida de quem não tem, ou banir qualquer espécie do menos afortunado. sou contra os poderosos que  usam de poder, para tratar os que precisam,mas seriam  de regras que sejam humanas, sem interesse, e posso garantir, que ainda viveremos tempos sombrios na terra. O homem por si próprio é o demônio de si mesmo. Você vai me dizer, que todos precisam serem controlados para que a sociedade siga na paz, e eu te digo, que regras são sim necessárias para que todos tenham paz e possam viver em harmonia para um não ultrapasse o direito do outro, mas o que não aceito é que uma minoria usurpa o direito daqueles que não nasceram em berço de outro, e que precisam de proteção. Os nosso dirigentes, em nome do dinheiro enganam e dá o resto, porque para ele fica o ouro, o miolo. Não acredito que esses homens que adquirem o poder possam fazer algo, e quando me dirijo a eles em busca de ajuda, eles sempre quer algo como barganha, e posso afirmar que vem com artimanhas ligadas sexo,. a promiscuidade humana chega a tal ponto de sentir vergonha de pertencer a essa raça, Huanos que são  tão inteligente , mas que usa para o mal. Por isso, nos da nossa irmandade Dama da Noite, lutamos por dias melhores, se não fazem, nos fazemos.

Percebi que arrumara as parceiras ideias, dali em diante, ajudaríamos toados que precisassem, nem que tivesse que queimar a carne, literalmente.

X - Justiça, na época.

Na época da idade média, tudo era muito obscuro. O Direito romano foi sociológico e econômico, enquanto o Direito  foi autonômico ou demoníaco: o primeiro, consagrando a força e o poder do estado, revelou-se uma instituição eminentemente social onde a consideração dos poderosos senhores do dinheiro. O poder absoluto era alheio a essas pessoas, como também era estranho, a esses vigorosos conquistadores, tudo aquilo que tivesse aparência de uma legalidade monótona e sem espírito. O rei tinha que compartilhar seu poder com a aristocracia feudal, mas todos esperavam, do mesmo modo, que lhe fosse permitido, de vez em quando, uma explosão ocasional de suas paixões em forma de guerra, assassínio, pilhagem ou rapto. É possível que esses monarcas se arrependessem, pois eram sinceramente piedosos e, afinal de contas, o arrependimento era em si mesmo uma forma de paixão. A Igreja, porém, jamais conseguiu produzir neles a tranquila regularidade de uma boa conduta. De que lhes valia conquistar o mundo, se não podiam beber, assassinar e amar como o espírito lhes exigia? E por que deveriam eles, com seus exércitos de altivos, submeter-se às ordens de homens letrados, dedicados ao celibato e destituídos de força armada?

Todavia, apesar de toda força armada restar nas mãos dos reis e guerreiros  bárbaros, a Igreja saiu vitoriosa da disputa pelo poder supremo de legitimação do poder com os reis , porquanto possuía o monopólio do estudo monastérios e da escrita, além do fato de que os reis viviam em constantes guerras entre si. Mas, acima de tudo, porque a Igreja era quem decidia, através da excomunhão, se um chefe, convertido ao catolicismo, iria passar a eternidade no céu ou no inferno, podendo, dessa forma, estimular rebeliões ao absolver os súditos (também cristãos) do dever de fidelidade para com o poder temporal.

 Os criminosos perigosos eram julgados por tribunais autónomos, havendo uma grande variedade destes. De fato, existiam tribunais não só para deliberar sobre os piores delitos como também para apelação de qualquer pessoa, variando contudo as sentenças conforme a região, uma vez que a legislação não se encontrava uniformizada. Os advogados, integrados na classe média, tinham as funções de defesa dos seus clientes e registo de disposições testamentárias...Havendo diversos modelos de leis já nestas centúrias, umas mais completas que outras, cada senhor aplicava nas suas terras aquele que lhe parecesse melhor. Era responsável pela defesa dos princípios regentes do catolicismo da época. Consistia na identificação, julgamento e condenação de indivíduos suspeitos de praticar outras religiões, ou quem ela entendesse como inimigo, acusando-os de hereges. 

Na baixa idade média o poder eclesiástico atingiu o seu apogeu; O cristianismo, na medida em que conseguia consolidar a sua estrutura, foi, gradativamente, elaborando suas próprias regras, que, com o passar do tempo, chegariam constituir um direito particular: o direito canônico. Ora, quem estabelece regras se preocupa por seu cumprimento. Os conflitos internos e externos da comunidade eclesiástica eram arbitrados pelos bispos, com base no procedimento acusatório herdado do direito romano, mas logo ficou aparente que nem sempre havia parte acusadora para colocar um freio aos desvios da fé. Então, as autoridades eclesiásticas começaram a investigar de oficio, inicialmente como procedimento disciplinar restrito ao policiamento do clero. 

Nesse período é que teve inicio a Inquisição, criada para combater toda e qualquer forma de contestação aos dogmas da igreja. A Inquisição exercia também uma severa vigilância sobre o comportamento moral dos fiéis e censurava toda a produção cultural bem como resistia fortemente a todas as inovações científicas. Era composta por tribunais Eclesiásticos e Seculares que julgavam todos aqueles considerados uma ameaça às doutrinas da Igreja. Todos os suspeitos eram perseguidos e julgados, e aqueles que eram condenados, cumpriam as penas que podiam variar desde prisão temporária ou perpétua até a morte na fogueira, onde os condenados eram queimados vivos em plena praça pública.

O Tribunal da Inquisição orientava-se, por um Regimento Interno, onde estavam sistematizados as leis, jurisprudência, ordens e prazos a serem seguidos. Os crimes julgados pelo Tribunal eram de duas naturezas: contra a fé, como judaísmo, protestantismo, luteranismo, deísmo, libertinismo, molinismo, maometismo, blasfêmias, apostasia, desacatos, críticas aos dogmas; e contra a moral e os costumes, como bigamia, sodomia, feitiçaria etc, com toda sua série de modalidades. Podiam acontecer três tipos de processo: por acusação, por denúncia, por inquérito. A investigação do processo resumia-se a perguntar às pessoas informadas ou envolvidas no caso; aceitavam-se denúncias de qualquer categoria de pessoas e mesmo cartas anônimas. 

As pessoas viviam amedrontadas e sabiam que podiam ser denunciadas a qualquer momento sem que houvesse necessariamente razão para isso. Com base em meros boatos, aprisionavam as pessoas, interrogavam-nas, e muitas vezes, torturavam-nas até confessarem. O processo penal acusatório era um sistema de julgamento irracional, a ação penal só poderia ser desencadeada por uma pessoa privada, que seria a parte prejudicada. O juiz era um árbitro imparcial, que orientava o processo, mas nunca julgava o acusado. Em caso de dúvidas, a determinação da culpa ou inocência era feita de modo irracional, era colocado nas mãos de Deus. A forma utilizada era chamada de Ordálio e suas práticas eram diversas. O processo por inquérito substituiu o processo acusatório, alterando o sistema penal, atribuindo racionalidade ao sistema. No processo por inquérito oficializou-se todas as etapas do processo judicial a partir da apresentação da denúncia. 

O juiz já não era mais um árbitro imparcial, ele e os demais oficiais do tribunal assumiam a investigação dos crimes e determinavam e a culpabilidade ou não do réu, tudo registrado por escrito. A tortura era o meio utilizado pelos inquisidores para obterem a confissão ou informação de uma pessoa acusada. Argumentava-se que quando uma pessoa fosse submetida ao sofrimento físico durante o interrogatório, confessaria a verdade. O condenado era obrigado a confessar sua culpa em uma igreja e a pedir perdão na frente de uma multidão, esse evento era denominado autos-de-fé. Em seguida, era conduzido ao cadafalso, em praça pública, onde seria queimado pelo carrasco. Durante a execução a sentença era lida em público para que todos tomassem ciência dos malefícios por eles praticados. Após a morte na fogueira, os bens da pessoa executada eram confiscados a pretexto de prover as custas do processo e os familiares passavam a ser investigados, uma vez que a prática de certos crimes era considerada hereditária.

XI - Adventos

A Inquisição sofreu uma importante reforma no tempo do Marquês de Pombal em 1772, e foi extinta gradualmente ao longo do século XVIII, embora só em 1821 se dê a extinção formal em Portugal numa sessão das Cortes Gerais. 

A Inquisição é inconcebível para a atual mentalidade, mas a sua correta apreciação deve ter em conta os tempos em que vigorou, em que a heresia era sentida como perigo grave para a unidade da Igreja e do estado, e que as penas aplicadas eram comuns no direito corrente dos povos, e que, portanto não pode ser equiparada à Igreja como um todo. Justiça na Idade Média A ideia de justiça é certamente o ponto de partida não apenas para a História do Direito, como também para o despertar da reflexão ética, nos primeiros tempos da vida histórica. Desde as sociedades mais primitivas, sempre houve a preocupação de instaurar normas e fixar princípios que asseguram não apenas a ordem, como também a sobrevivência dos grupos humanos. 

Com o advento da Idade Média ou Idade das Trevas, quando o último imperador romano do Ocidente foi destituído pelos povos germânicos, no ano de 476, inicia-se um período histórico conhecido pelo feudalismo. Nesse período, surge o Código do imperador Justiniano, conhecido como Código de Justiniano que obtém êxito também no estabelecimento de leis sólidas e de administração eficaz, mais centralizada, rigorosamente vigiada pelos setores burocráticos do palácio. O imperador persegue os roubos e os abusos. Lança-se principalmente sobre os grandes proprietários de terras que haviam pilhado ou açambarcar os antigos bens do Estado e reinam sobre imensos domínios, numerosas aldeias, comandando verdadeiros exércitos de camponeses conduzidos por corpos de escribas e de intendentes. Mas a repressão, os confiscos sob os pretextos mais diversos, que visam também atingir as igrejas e mosteiros, se chocam frequentemente com bastantes obstáculos ...O grande êxito do reinado foi a reorganização total da legislação, graças à classificação e à edição das leis romanas. Empreendimento sob o controle direto do imperador ou de seus familiares, essa obra colossal  fez-se necessário estudar mais de 2.000 obras dos antigos juristas! Foi concluída satisfatoriamente em alguns anos. E apresenta assim aos magistrados todas as Constituições imperiais editadas desde Adriano ... Essas edições das leis antigas, em latim ... Demonstram a ligação de Constantinopla às tradições romanas e a vontade de Justiniano em restabelecer a universalidade do Império. 

Neste período, a concepção de justiça é influenciada pela Igreja, fazendo os filósofos da época crerem que a lei dos homens devia obedecer à lei de Deus (Lei Natural), materializada na Bíblia, pelos Dez Mandamentos, por ser a mais sublime representação da justiça. A Lei positiva feita pelo homem, de modo a possibilitar a vida em sociedade, está subordinada à Lei Natural, como se fosse uma hierarquia, não podendo contrariá-la, sob pena de se tornar uma lei injusta e, consequentemente, para os povos subordinados a ela não havia obrigação de se submeter à lei injusta. E finaliza conceituando justiça como sendo uma disposição constante da vontade em dar a cada um o que é seu, classificando-a em Comutativa, Distributiva e Legal, conforme se faça entre iguais, do soberano para os súbditos e destes para com aquele, respectivamente. Portanto, neste período, a ideia do justo e do injusto estava condicionada a crença da Igreja, pelo forte poder que esta exercia na época. Assim, se a Lei dos homens era incompatível com a lei divina, esta prevalecia, como se seguisse, hodiernamente, uma hierarquia entre a Constituição Federal e as demais leis.

 O Direito na Idade Média foi concebido como função da Justiça. A Justiça é o fundamento da vida social: convivência organizada, manutenção da comunidade política, povo enquanto grupo humano, união. A ordem social é o reflexo da condição dos seus membros: homens justos, sociedade justa. A perfeição identifica-se com a Justiça. A Justiça tem como elemento a habitualidade: o homem deve ser sempre justo; quem só esporadicamente tivesse vontade de a respeitar, não seria justo. JUSTIÇA: virtude, hábito bom orientado para a ação. A Justiça é a virtude de atribuir a cada um o que merece. O vício é a antítese da virtude. Assim, tal como o hábito de praticar atos maus comanda o homem, constituindo vícios que acabam por anular a vontade, a prática de atos virtuosos, dá-lhe a possibilidade de caminhar virtuosamente, o Homem que pratica atos virtuosos caminha para a perfeição. A ideia do Homem justo como Homem perfeito conduziu a concepção de Justiça enquanto virtude universal ou síntese de todas as virtudes – ninguém é perfeito e é alheio a todas a qualquer virtude. A Justiça é a rainha de todas as virtudes.

 JUSTIÇA UNIVERSAL  considera apenas o mundo intersubjetivo, 

JUSTIÇA PARTICULAR – considera as relações intersubjetivas (as relações entre pessoas) Aristóteles concebeu a Justiça como a atribuição do seu a cada qual Santo Agostinho: A Justiça é a virtude de dar a cada um o que é seu. 

Ulpiano: A justiça é a constante e perpétua vontade de dar a cada um o seu direito. 

PRUDÊNCIA: Virtude susceptível de permitir a distinção entre o Bem e o Mal, o devido e o indevido. A Jurisprudência é a prudência específica da ação jurídica. 

JUSTIÇA ESPIRITUAL – Atribuição a Deus do que lhe é devido pelo homem prende-se com a salvação da alma. 

JUSTIÇA POLÍTICA – atribuição pela comunidade a os respectivos membros de quanto lhes cabe e por estes àquela; o trabalho efetuado em prol da comunidade.

Durante a Idade Média, especialmente sob a forte influência do pensamento judaico-cristão, já que o Império Romano adotara o cristianismo desde meados do século III, as ideias sobre o surgimento das coisas ficou restrito àquilo que havia sido descrito nos livros bíblicos. Pensamentos destoantes disso chegaram a ser severamente punidos pela Santa Inquisição, movimento religioso que buscava extirpar quaisquer heresias contrárias ao ensinamento das escrituras.

Ocorreu uma grande migração de pessoas das cidades para as zonas rurais em decorrência da fome, epidemias e violência que marcaram a decadência do Império Romano. Esse processo foi acelerado pela , que vinham do Norte da Europa em buscas de novas terras para estabelecer-se. A chegada dos povos germânicos trouxe violência porque, após invadirem o interior do Império, eles atacavam os centros de produção e saqueavam as cidades que conquistavam. Ao atacar os centros de produção, os germânicos afetaram diretamente o abastecimento das cidades, pois muitas fazendas foram destruídas e outras foram abandonadas pelos camponeses, que temiam por suas vidas.

A interrupção da produção afetou as rotas comerciais e logo as cidades ficaram sem abastecimento de alimentos. Assim, houve fome e o desenvolvimento de epidemias, o que causou grande mortalidade. Além disso, a violência dos ataques germânicos trouxe pânico às pessoas, que fugiam para proteger-se. A cidade medieval surgiu a partir do esvaziamento das antigas cidades romanas. O mundo medieval foi, portanto, um mundo ruralizado em que a maioria da população morava nas zonas rurais.

A cidade medieval passou por inúmeras mudanças desde o seu surgimento com o fim do Império Romano do Ocidente e o processo de recuo populacional e ruralizarão da Europa até o seu crescimento após o século XI, quando houve o desenvolvimento de novos ofícios artesanais e do comércio. O Império Romano possuía um desenvolvimento urbano elevado com as rotas comerciais, que supriam as necessidades da população urbana, e a grande população que habitava as cidades. A cidade na Europa Ocidental sofreu grandes alterações com o fim do Império Romano do Ocidente e início da Idade Média.

Nos séculos seguintes (século IX e X), os saques realizados por outros povos, como os normandos e os húngaros, fizeram com que muitas cidades buscassem a proteção por meio da construção de muralhas. Isso deu à cidade uma maior segurança, mas também trouxe problemas relacionados com a higiene.

À medida que a produção de alimentos aumentou e o abastecimento das cidades melhorou, a população urbana foi crescendo. O aumento na produção ocorreu por causa do desenvolvimento da charrua (ferramenta que permitia um melhor arado), da técnica de rotação, que possibilitava maior rendimento do solo, e de uma melhora no clima europeu com o aumento da temperatura.

Com alimentos sobrando, surgiram próximo das cidades feiras em que as pessoas compravam inúmeras mercadorias de comerciantes. Essas feiras aos poucos foram incorporando-se e fixando-se permanentemente nas cidades. Além disso, o crescimento das cidades gerou a necessidade de novos ofícios artesanais, que foram ocupados por pessoas que não queriam mais sobreviver como camponeses. Assim, pessoas faziam fortunas à medida que a cidade crescia e passaram a exercer poder sobre a cidade. Com isso, houve grande crescimento urbano, como é o caso de Paris, que possuía por volta de 200 mil habitantes no século XIII.

A nova cidade medieval, desenvolvida e mais habitada, sofreu forte impacto com a , quando uma epidemia de peste bubônica, a , agiu de forma fulminante sobre as cidades, que possuíam ainda poucas práticas para manter a higiene. Cerca de um terço da população europeia morreu em decorrência da doença. A peste negra era contraída pelo contato com as pulgas presentes nos ratos e chegou à Europa por meio de navios que vieram da Ásia.

XII - Peste bubônica ou exterminação

A peste bubônica, também chamada de peste negra, é uma doença bacteriana rara, mas extremamente severa. É uma doença ocorrida no pulmão, infectocontagiosa, e transmitida pela bactéria Yersinia Pestis. Esta, por sua vez, é transmitida para o homem por meio das pulgas que vivem nos pelos do rato-preto. Seu contágio se dá por meio de contato direto ou através das pulgas que se hospedam entre os animais. Se nos ratos ela é fatal, nos humanos ela é como uma zoonose (doença transmitida de animais para humanos). Os parasitas retiram a bactéria do animal hospedeiro por meio do sangue, e quando há a morte do roedor, novos hospedeiros são procurados. 

Há, no entanto, a multiplicação das bactérias enquanto presente no intestino das pulgas. A bactéria infecta o ser humano por meio de feridas ou pequenas abrasões na pele – como é o caso da picada do próprio parasita. Além da transmissão pela pulga, a peste pode ser contraída através do contato direto com outro enfermo. Uma infecção nas glândulas linfáticas. Estas – popularmente chamadas de bubões –, por sua vez, acabam inchadas e pungentes. Após a mordida da pulga e consequente transmissão da bactéria Y. pestis, esta se instala em um linfonodo desprotegido. Ali, dá-se início à colonização, reprodução e multiplicação da bactéria. 

Com uma pandemia que devastou 1/3 da população europeia durante a Idade Média, a doença se tornou popular. Diferentemente da época em que a Idade das Trevas vigorava, a identificação da enfermidade é prática, assim como seu tratamento. A Peste Bubônica, por muito tempo, foi considerada pelos fanáticos religiosos como um castigo divino à sociedade.

À época da idade média, as cidades aglomeravam número expressivo de pessoas. Assim, lixo era um acúmulo constante, e esgoto tratado era algo apenas para um futuro distante. Com os encanamentos a céu aberto, a atração de insetos e roedores era uma constante. Hábitos de higiene eram inexistentes entre os populares, o que potencializava as chances de contração da doença. Assim, pela característica infectocontagiosa, bastava que um cidadão a contraísse para que toda uma população fosse ameaçada de dizimação.

Na linha do tempo da história mundial, muitas foram as epidemias causadoras de milhares de desencarnes. A Malária somava três milhões de desencarnados por ano, desde 1980; a Gripe Espanhola: 20 milhões de desencarnes; a Peste Negra, com o total de 50 milhões, entre outras.

Diante de situações como essa, você deve se perguntar: onde está Deus nestas horas? Será um castigo da divindade superior. Deus é um pai misericordioso, não pune, não castiga, não julga e não condena. Somos altamente responsáveis pelos nossos atos e ações. Lembrando sempre da lei: a semeadura é livre, mas a coleia é obrigatória. Portanto, não há punição da divindade.

Atualmente, o Planeta Terra está em processo de transição, isto é, passará a ser um Planeta de Regeneração, migrando da fase de Provas e Expiações. Este processo será efetuado paulatinamente.

A Doutrina Espírita nos esclarece que tudo o que acontece tem uma razão de ser. Hora por consequência do livre arbítrio, mas sempre propondo a evolução moral dos indivíduos. Todos os acontecimentos e fatos permitem o crescimento: basta o discernimento para avaliar.

A saúde é o resultado do equilíbrio das forças naturais; se uma doença epidêmica devasta qualquer lugar, ela não pode ser senão a consequência de uma ruptura desse equilíbrio; daí o estado particular da atmosfera e os fenômenos singulares que aí podem ser observados.

Nada é por acaso, porém não é por isso que o indivíduo deve agonizar ou se entregar as doenças. Existe o instinto de conservação, e este deve ser levado em conta. Portanto, contamos muito com o avanço da ciência e da medicina, que vêm auxiliar neste processo.

Cada dia mais entramos no período transitório que deve trazer a transformação orgânica da Terra e a regeneração de seus habitantes. Os flagelos são instrumentos de que se serve o grande cirurgião do Universo para extirpar do mundo, destinado a marchar para a frente, os elementos gangrenados que nele provocam desordens incompatíveis com o seu novo estado. Entender que não nascemos para sofrer, mas sim para sermos felizes. Poder olhar ao seu redor e ver as maravilhas de Deus. 

Independentemente da religião ou da crença, é preciso ter fé, estar encorajado à saúde. Mas, sobretudo, manter em seu coração um clima de humildade e confiança na Divina Providência",  "O cultivo da espiritualidade, seja dentro de uma religião formal ou fora dela, traz muito conforto ao paciente que passa por um tratamento doloroso. Todas as pesquisas científicas demonstraram isso". E finaliza deixando claro que a espiritualidade deve ser cultivada. "Ela nada mais é que o relacionamento de amor entre a criatura e o seu Criador, por isso não depende de uma religião. Entendemos espiritualidade como o lado mais elevado do ser, razão pela qual é tão importante estar em contato com ele durante uma doença.

Joana havia melhorado com os conselhos de Haras a Dama da Noite que com suas palavras encontrava ninho no coração da mulher atormentada pelo tempo sombrio que passou sendo sugada pelos desejos insanos de homens desprezíveis. O plano arquitetado, não podia dar errada em nenhum aspecto, era revisto  parque não podia ter falha, a qualquer movimento falso tudo cairia aos nosso pés perdendo a oportunidade de por fim aos sofrimentos de homens, mulheres e crianças atormentada.

À noite chegou de mansinho no vale com imensas plantações de cevada, estávamos a postos, as carruagens começavam a chegar e eu ali, sentado num dos latões, tentava me acalmar, o sangue fervia, mas tentava equilibrar minha respiração para não por tudo a perder. Queria acabar logo com tudo aquilo, por mim eu faria ali mesmo conforme eles iam chegando, como eu e Joana fazíamos. Mas tinha que seguir o plano. como uma orquestra que cada um tem o momento certo de toar seu instrumento, esperei...O relógio de bolso marcava 24:00 horas, as carruagens agora eram mais raras, de vez enquanto passava uma, era hora. Assim como Haras programou, o momento era esse. Joana estava ao meu lado, agora mais centrada, pegamos nossa carruagem e seguimos, agiríamos dentro da residência da festa.

Quando entramos, eu e Joana, mal pude acreditar na cena que avistei ...um grupo de homens sodomizava uma jovem, devia ter uns 12 anos, sua parte intima nem pelos pubianos tinham, seus seios nem tinham se formado. Ela chorava, e os homens ali se prazeiravam com aquilo, gargalhando como seres bestiais diante de uma presa. Tive vontade de ali mesmo acabar com eles, tive um ímpeto de ir para cima deles com meu punhal, quando uma mão segurou meu braço.

- Clama, se você fizer isso agora corremos o perigo de por tudo a perder, e eles te matam aqui e agora. Era a Dama da Noite, haras, que em sua máscara que cobria o rosto, pude reconhecer sua voz.

- Não aguento ver isso, tenho vontade de mata-los, essa criança não vaia aguentar isso.

-Eu entendo, mas aqui vai ter vitimas, infelizmente como teve todos esses anos, mas temos que nos manter calmos, para salvar outros, vamos...Assim entrei para os quartos, onde a aberrações aconteciam..

XIII - O ato

Cada quarto, cada cena, uma mais aterrorizante que outra. Eu em meus 35 anos na terra não tinha visto em nenhum prostíbulo que tinha frequentado em meus tempos de jovem entusiasmado com mulheres mundanas que serviam a diversos homens. O que mais me machucava era o fato que todos os que eram "usados", eram vitimas sem escolha. O que mais me deixava amargurado era ver crianças sendo vitimas no ato sexual, estas chegando a morte abrupta e instantaneamente.

Os homens daquele lugar, junto de mulheres que faziam as vendas para sexo, eram pessoas das quais eram vistas e conceituadas na sociedade europeia como idôneas e nunca que alguém desconfiaria de onde tinham suas miseráveis fortunas. O lugar era um ambiente luxuoso, bebidas caras, de alto padrão.

E assim começamos nossa missão. As meninas da sociedade secreta, entrava e colocava nas bebidas  sonífero pegando à todos desprevenidos nos quartos, porquê seria mais difícil de notarem que alguma coisa acontecia, deixaríamos para depois os lugares mais amplos e os abertos, como o salão principal e salas... E foi quarto por quarto sendo desmantelados por nossa equipe. os adormecidos sendo amarrados. E as vítimas sendo retiradas sem levantar suspeitas pelos fundos, onde o segurança fora morto por nós. Nessa situação a ética fica fora, principalmente a cristandade que haja dentro de cada um, a vontade de fazer o que tem que ser feito, para que outros não venha ase as novas vitimas era necessário. quando terminamos de retirar as vitimas, retiramos cada vilão amarrado, esses seriam levados a floresta onde mais tarde eu faria meu trabalho.

A parte dos salões foram as mais difíceis, tivemos que nos juntar e dopar com bebidas um por um, para não levantar suspeitas, deixar eles como estivessem drogados, e assim foi ate que não tivesse mais nenhum, e o trabalho terminado e todos exterminados na face da terra.

O dono do lugar, junto de sua bela esposa deixamos para ultimo, eles que queria deixar assistir ao show dos queimados com querosene. E assim o fiz, queimei todos um a um, e por ultimo peguei o senhor mais rico da redondeza e amarrado junto dele sua esposa. 

A cena era aterrorizante para quem não estava como eu exterminar pessoas medonhas da face da terra. Amarrei os dois sem drogar, e os coliquei com ajuda de Joana, no tambor, que já estava quase cheio do líquido inflamável, eles começaram a reclamar em forma de grunhidos a queima da pela pois o querosene começa queimar antes do fogo, por isso o uso. Dei-lhe um tapa para que calassem e atei fogo, e fiquei vendo eles sumirem se misturando ao líquido em forma de gordura.

Joana estava sentada num barranco com seus olhos vidrados no nada, o dia começava clarear, mas nossas mentes obscureciam com as mortes que nós éramos dado por créditos. Ela não dizia nada, tentei tocar no ombro dela para que fossemos embora, mas ela estava reação, então a peguei no colo e a levei ate nossa carruagem, a cobri e ela adormeceu ali sentada na carruagem...

O crepúsculo no horizonte impõe a beleza do brilho das estrelas, o som das mares anunciam o chegar da lua, a beleza das serias está mais radiante do que os outros dias, o céu esta lindo sem nenhuma nuvem, extremamente perfeito, a noite é doce e reconfortante, o cheiro da neblina que começa pairar sobre tudo, me conforta. Calorosamente entra por minhas narinas, posso sentir a presença.

Sai do quarto  e me dirigi ao salão onde conversaríamos sobre a noite anterior e como cada um se saiu. O jantar na mesa enorme, todas sentadas, caladas. Na frente de cada uma um prato cheio de alimentos, e o silencio reinava. Haras quebrou o silencio...

-Minhas queridas e queridos amigos. Hoje  completamos mais uma missão em favor daqueles que sofriam escravizados, que submetidos a vontade um grupo eram tidos como seres desprezíveis de amor, de atenção e cuidado. entendo o silencio de cada um, por ter feito o mal para libertar outros, mas quero que vocês vejam isso não só nesta noite de libertação, mas como centenas delas que já aconteceu em centenas de dias, mas que iriam matar outras no futuro. Nossa missão não acabou, pois já temos os lugares que temos que desbancar e libertar todos que ainda estão na mesma situação, então quero perguntar: Vocês vão ficar tristes pela morte daquele s que faziam mal e que pensavam que podiam fazer ou vão olhar para os que foram libertados do sofrimento. todos nós responderemos um dia a Deus por isso, tenho foi nisso, mas mesmo assim eu fico feliz de saber que tiramos das mãos dos algozes criaturas que no tinham quem salvassem eles, a dor que carregavam com brutalidade está acima de qualquer culpa. Peço que se recolham depois desse jantar, e rezem pedindo perdão a Deus, mas posso garantir que continuarei lutando por aqueles que cuja vida foi roubada.

haras estava serena e eu também estava, pensava que as vezes temos que sacrificar uns para salvar outros, sempre pensava assim. Pode ser uma justiça torta, pode ser, mas não tinha como ser diferente, se deixássemos eles vivos, jamais parariam.

O drama que se seguia, era por demais tristes, então nessa mesma noite seguimos ao final dela para minha casa, onde outro drama enfrentaríamos, as vítimas...

Logo que aportamos na porta da frente de minha casa, já se ouvia os choros, crianças que foram mutiladas, machucadas na lama e na mente, ferimentos na carne e no coração. meninas magras, onde os ossos se viam aparentemente uma desnutrição. Picadas de agulhas a olho nu. Fiquei ali parado como se anestesiado pelo drama, mas o pior viria.

-Senhor temos alguns mortos, não aguentaram os ferimentos internos. Temos crianças dilaceradas por dentro, seus anus rasgados, e gemem de dor. Temos duas que se suicidaram e dois jovens homens que  querem r embora.

-Está bem, vamos ver cada caso... me chame o doutro Manfredi, ele já está a par de tudo. Vamos precisar  de toda ajuda possível.

-Haras, antes de continuarmos com nossa missão, precisamos restabelecer a saúde dos que resgatamos, eu não tenho coragem de ir onde as criancinhas estão, se eu for lá, vou querer matar mais umas vezes aqueles seres ordinários.

-Deixa com as mulheres, elas com seus instintos maternais curarem quem precisa. Realmente ver crianças nesse estado me faz sentir ódio também, mas temos que ser fortões por eles. Uma das empregadas chegam...

-Senhora, mais uma criança se foi, estou rezando por elas, mas algumas não vão suportar, os ferimentos são grave demais para uma criança, que foi violentada por um adulto, tem as que estão com hemorragias que não param. Dei um soco na mesa, tamanha a revolta que ia dentro de mim.

- Conde, vamos de acordo no que dá, tentamos, mas tem coisas que não está em nossas mãos, vamos que tentar superar tudo isso.

-Sei disso, mas mesmo sabendo não aceito tal coisa. E passaram a visitar cada um, e a dor de cada ser, tanto física como emocional era tão grande que eu tinha vontade de me machucar para me por no lugar de cada um ali.

-Posso te garantir uma coisa, a morte para essas pessoas que fazem isso é pouco, eles tinha que passar pelo mesmo.

-Meu amigo Conde, a vida tem me dado prova que se não existisse Deus, eu pensaria assim também mas veja, tenho fé que de alguma forma eles pagam perante deus.

-Não sei, por isso que quando mato pessoas desse tipo entrego ao inferno, que ele faça bom proveito. apenas o inferno é digno de tal ato.

XIV - Ressentir-se

Existem coisas e situações em nossas vidas que são inevitáveis e que desencadeiam emoções que também são inevitáveis ao ser humano no seu atual estágio evolutivo.


Quem pode dizer que não guarda ou que nunca guardou ressentimento ou mágoa de alguém? Isso porque nós ainda não conseguimos deixar de nos magoar, de sentir, de sofrer quando algo, que não gostamos ou aceitamos, nos é feito ou para alguém. Mesmo sabendo que não vale a pena nutrirmos esses sentimentos, nós ainda os temos.


As religiões pregam perdoar sempre, oferecer a outra face, muito lindo, mas ainda não era assim que eu me sentia, a nossa realidade, não somos santos. Estamos falando de nós, simples espíritos encarnados ainda à caminho da evolução, e mesmo para quem está desencarnado é difícil...


O ressentimento é um estado de descontentamento com alguma coisa que aconteceu e que nos sensibilizou negativamente. O problema surge, quando no outro dia, recordamos todo o ocorrido e aquela sensação ruim volta ao nosso peito. Revivemos o episódio na nossa mente e, consequentemente, voltamos a sentir a mesma dor. Se não buscarmos uma solução adequada através do diálogo e da compreensão do fato e até do perdão, uma energia muito negativa ficará represada dentro de nós e causará muitos estragos na nossa parte física, mental e espiritual. A própria palavra ressentimento já diz tudo, voltar ao mesmo sentimento, voltar a sentir. Ficar remoendo. Ressentimento é uma âncora que nos impede de ir a outros mares, contemplar a beleza de novas paisagens, de ser livre pois o ressentido é um preso que não vive mais as alegrias do presente nem as expectativas venturosas do futuro.


Realmente é um sentimento que nos machuca e nos prende como uma âncora. Tanto faz que o problema seja de ordem social, amorosa, profissional, todos acabam tendo sobre nós o mesmo efeito. Shakespeare dizia que o ressentimento é como se você bebesse um veneno para que o outro morresse. É você que está sendo envenenado com essa emoção tão negativa.


E nós perguntamos: Como sair dessa cilada? Se você ainda não consegue perdoar, dê ao outro o direito de ser como é: desonesto, idiota, sem caráter, infiel, mentiroso, tudo aquilo que você achar que ele é, mas não se contamine. Se você não consegue quebrar o vínculo pela emoção, quebre pela razão. Quantas vezes já brigamos, na nossa mente, com essas pessoas. O nosso desejo é até de agredi-las fisicamente, dar uma surra mesmo. O que acontece quando você se entrega a esses sentimentos? Você vai buscar lá nos subterrâneos da sua alma toda a energia negativa da sua imperfeição e a traz para fora, até a superfície da sua alma. Ela vai ficar ao seu redor, como um escudo, afastando qualquer energia positiva, até que ela seja reciclada. E como é reciclada? Quando a quebramos na sua fonte e a substituímos por energias positivas. Substituindo esse padrão de pensamento de raiva e revolta por outros de compreensão e entendimento.


As pessoas que estão morrendo ficam muito presas e angustiadas aos seus ressentimentos e culpas, não conseguem se libertar das pessoas que lhes fizeram mal e daquelas a quem tivessem feito mal... Ponha para fora toda a raiva e toda mágoa, admita que sente isso e depois trabalhe a forma de se livrar dessa emoção. Quanto tempo perdemos ligados às pessoas que nos fizeram algum mal. Perdemos o sono, sentimos angústia, ansiosos, raiva, enfim, não conseguimos relaxar. Acabamos perdendo o controle com pessoas e coisas que nada tem a ver com o nosso ressentimento, a nossa mágoa.


O se libertar exige um exercício contínuo. Um bom exercício é preparar uma lista das pessoas que nos trazem algum tipo de aversão, antipatia ou medo, e tentar identificar a causa desses sentimentos. Pela nossa saúde devemos aprender a lidar com esse sentimento pois dependendo da frequência dessa emoção, muita energia negativa ficará encarcerada no nosso organismo, causando a diminuição da nossa imunidade e causando-nos muitas doenças.

XV - Belona

- Muito estranho, tantas moças bonitas andando assim sem destino com esse ai...Haras de imediato respondeu:

-Nos não estávamos andando sem destino, o conde nos levávamos, para as terras deles que fica há duas daqui, e somos cristãos, fazíamos a caridade para esta jovem. O senhor é contra fazer caridade senhor...

-Meu nome é  Visconde Ferdinando, sou dono destas terras, eu alugava para um homem rico, mas hoje vim fazer minha visita de rotina por mês e não encontrei ninguém.

-Entendo, quem sabe se deslocaram para outro lugar?

-Está tudo bem, estava pago isso é que importa, e essa moça, você falou que ela está ferida, vamos entrar e fazer curativos nela.

-Antes que entramos devo me apresentar, Sou o conde Von... e esta é Haras, e Joana, e assim foi apresentado cada uma, não quero que pense que vamos fazer alguma coisa contra o senhor. Enquanto andavam ele ia se desculpando e ao entrar ele teve um suto com o quadro que via a sua afrente, vasilhames de bebidas jogadas no chão roupas intimas espalhadas para todo lado assim como roupas masculinas.

-O que é tudo isso, parece que teve um bacanal este lugar. todos abaixaram a cabeça e fingiram que não sabiam de nada, e foram socorrer Belona que ainda estava desacordada.

Senhor se me der licença vou procurar panos e ataduras para ela, apontando para a mulher que estava li feito um pano branco. Ele deu consentimento e saíram em busca de panos e agua para limpara o ferimento .

-Como ela se feriu?

-Ainda não sabemos, quando a encontramos ela estava ferida.

-Acho melhor vocês tirarem ela logo daqui, não quero confusão. Olhei com surpresa, e vi que ele estava de olho nas moças que nos acompanhava, e por um minuto desconfiei da santidade daquele homem, seria ele algum que escapou da noite anterior.

-O senhor falou que conhecia essa mulher, como ? Se ela era apenas um serviçal e o senhor alugava uma casa, que nem aqui vinha como rotina...me explica. O homem me olhou nos olhos e pude ver medo, de imediato  Haras que estava atrás dele o segurou.

-Então fez de que não sabia o que tinha acontecido aqui, com esse lixo que está no chão, é um deles, ou melhor se escondeu ontem? O homem do nada emudecera, e eu perdia minha paciência...Belona nesse momento abri os olhos e diz:

-Foi ele quem me apunhalou pelas costas, ele me viu saindo e quis me matar. Naquela sala tem um cômodo escondido, ele deve ter ficado escondido ontem durante o que aconteceu.

-Me diz Visconde Ferdinando, então o senhor é o chefe da coisa toda, é isso mesmo. O homem estava calado, ele parecia sentir minha fúria. Se não falar vai morrer do mesmo jeito, mas dessa vez vou fazer diferente de tudo que já fiz. Enquanto haras ,Joana e as meninas cuidavam de Belona, eu saí em procura dos artefatos usados nas crianças. Ele sentiria um pouco do que as crianças sentiram, claro que não seria igual, ele era adulto, mas eu sentiria prazer em dar a ele um pouco do seu remédio. Andei nos quartos que Belona me indicou, os quais eram destinados as crianças, e recolhi tudo que aqueles homens doentes usavam para sodomizar, causar prazer com dor em crianças que não tinham idade para ter ato sexual.  Levei ele para um dos quartos e junto de varias moças, iniciamos a nossa ação sexual, tudo que usaram nos usamos, fizemos com ele, e quando não tinha mais nada, como ato final, empalei ele do anus ate a boca com um pedaço de pau, sem dó, nem piedade...

A relação de hierarquia dos títulos da nobreza é muito diversa em diferentes culturas medievais. Na maioria das monarquias ocidentais (praticamente toda a Europa), segue-se esta relação de hierarquia: Imperador, Rei, Regente, Príncipe imperial, Príncipe real, Grão-príncipe, Príncipe, Infante, Arquiduque, Grão-duque, Duque, Conde-duque, Marquês, Conde, Conde-barão, Visconde, Barão, Baronete, Cavaleiro e Escudeiro. 

DUQUE – Depois da família real, é o mais elevado título de nobreza nas principais monarquias ocidentais. Tem origem no Império Romano, cujos comandantes militares recebiam o nome de dux, palavra latina que significa "aquele que conduz, o que vai à frente, o pastor". O primeiro duque de que se tem notícia foi o de Castellanos, no século 12. Na Idade Média, o duque era merecedor de honrarias como se fosse parente do rei. Na Rússia havia o título de grão-duque, entre o duque e o czar, e na Áustria a mesma distinção foi instituída com o título de arquiduque. Em 28 de junho 1914, o assassinato de um deles, Francisco Ferdinando, fez eclodir a Primeira Guerra Mundial.

MARQUÊS – Na hierarquia da nobreza, é inferior somente ao duque. Seu nome vem do provençal, dialeto medieval falado no sul da França. Ali se chamava originalmente de marquês o intendente de fronteira – também chamado de "governador de marca". Marcas eram distritos localizados em zonas de proteção nas regiões fronteiriças ou não pacificadas. Nessas áreas, o marquês tinha amplos poderes e respondia pela administração civil e defesa militar. Ou seja, era o senhor de terras fronteiriças.

CONDE – Na Roma Antiga, aquele que acompanha – que deu origem à palavra "comitiva" – se referia à aqueles que viviam na órbita direta do imperador, seus assessores e oficiais palacianos. Compunham o conselho particular do monarca e o acompanhavam em viagens e negócios, quando exerciam função adjunta e poderes delegados pelo soberano. O valete, conhecido personagem das cartas do baralho, é o mesmo que conde. Visconde era o mesmo que vice-conde,  o substituto do conde, designado para desempenhar suas funções quando ele estivesse impedido ou ausente – na realidade, o funcionário que substituía o conde na administração do condado. A partir do século 10, o título passou a ser outorgado também aos filhos dos condes.

BARÃO – Título imediatamente inferior ao de visconde, o berço dessa palavra se encontra no germânico baro, que, originalmente significava "homem livre", embora os oficiais assim chamados fossem dependentes diretos do rei. O título era concedido a pessoas de destaque na comunidade pelo seu bem-sucedido desempenho profissional. No Império Romano, era um cargo administrativo cujo ocupante se incumbia da fiscalização dos prefeitos que atuavam nas redondezas da capital romana. O título foi criado pelo imperador Adriano para premiar soldados e administradores que se destacavam em suas atribuições, mas que não tinham direito a assento na alta nobreza de Roma. No Brasil, ficaram famosos os barões do café, elite rural que comandou a vida do país por décadas. O barão era popularmente conhecido no Brasil por identificar a cédula de mil cruzeiros, que exibia a efígie do barão do Rio Branco, patrono da diplomacia nacional.

XVI - Onde está Joana e e Belona?

Completava seis meses, após aquela noite que resgatamos Belona, eu agora estava na Espanha depois de desbancarmos mais dois cativeiros. Haras havia voltado para sua sociedade e eu iria conhecer o trabalho que essas mulheres desenvolviam. Queria poder me engajar em coisas mais sublimes e de maior nível. Estava pensando em deixar minha fortuna para a sociedade, pois eu sabia que podia morrer a qualquer momento, vivia de fora perigosa, uma hora ou outra podia ser vitima de alguma vingança. então procurei um tabelião na cidade e listei meus bens e doei em vida a maioria ficando apenas com o dinheiro e com o que me rendia renda de imediato... Seguiria a divisa de Portugal com a Espanha, local onde a sociedade mantinha a matriz do lar de Haras. Mas antes eu pretendia visitar Joana, ele e Belona viviam em terras distantes na Espanha, ela tinha sido convidada a viver com as damas da noite, mas ela não quis, sua mente ainda estava perturbada com tudo que viveu...Então eu viajava a quatro dias na estrada que me levaria ate as terras e que as duas haviam se alojado após aqueles dias. 


 Joana havia mudado, não sorria mais, vivia muito quieta em seus próprios medos e angustias. Quando resolveu se enclausurar naquela terra, deixaria para trás a s noites, festas. Para ela a paz era sua maior vontade. Enquanto a carruagem corria ao galope dos cavalos minha mente vagava nas nossas conquistas, e muitas delas me traziam o desconforto pelas vidas que eu tirava, mas em minha mente registrava que era necessário, para livrar centenas de pessoas que viviam com crueldade ela tinham que ser ceifadas da face da terra, para que outros pudessem viver. 


Desde que o mundo é a casa dos humanos, eles tem vivido da forma que acha que tem que ser, muitos levam a vida de maneira branda, e indo conforme a vida leva, outros levando muitos ao desespero do medo . Enquanto que outros as vítimas se deixam muitas vezes na inercia do revoltar-se, preferindo ser comandados na ignorância que ninguém pode ser dono do outro, nascemos livres e temos que ser livres, por escolha e pela vontade divina. Todos somos criados simples e ignorantes a se instruírem nas lutas e tribulações da vida corporal... 


Na nossa origem , o  homem só tem  instintos  quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. 


O progresso evolutivo se dá por etapas, com a aquisição de novos recursos intelectuais e morais, correção de erros anteriores, somando conquistas. Somos herdeiros de nós mesmos.


Conforme o estágio de nosso entendimento, formamos nossas verdades, nossas convicções, nossos hábitos, nossos condicionamentos. Essas convicções são responsáveis pela maneira como está organizado o nosso comportamento pessoal.


Naturalmente são relativas essas verdades, pois são mutáveis conforme novas experiências, novos conhecimentos adquiridos. Uma vez se dando modificação numa dessas convicções profundas, ocorre profunda reorganização interna, com mudanças comportamentais decorrentes.


Figuradamente, é como um demorado despertar de um sono profundo em que vamos nos familiarizando vagarosamente com o nosso entorno. À medida com que nos familiarizamos, agimos com mais segurança.


É o despertar do Espírito. O despertar da consciência que, ato contínuo, faz desabrochar os códigos divinos que jazem em germe em todos nós, facultando-nos mais amplo livre-arbítrio e, por conseguinte, maior responsabilidade correspondente aos atos. Criado simples e ignorante, o espírito tem como fatalidade a perfeição que lhe está destinada. Alcançá-la com rapidez ou demorar-se por consegui-la, depende da sua vontade, do seu livre-arbítrio.  Serás o que pensa e planeja, pois que da tua mente e do sentimento procedem os valores que são cultivados.

XVII - Destino ?

Um ano havia se passado, Não tinha noticias de Belona e Joana, então resolvi voltar para a África, pois queria saber do meu então ex funcionário e amigo combatente. Quando aportei na África de imediato meu amigo do porto me deu noticias, que ele Benjamim tinha sido coroado como rei após o falecimento do seu pai, então de imediato já coloquei minha propriedade a venda, iria suprimir meu patrimônio. Não via  a hora de sair deste território. Então demorou muito para que isso acontecesse, e parti sem me despedir do meu fiel escudeiro. sabia que jamais iria vê-lo novamente, agradeci em pensamento pela oportunidade de ter tido ele como meu companheiro e em alto mar milhares de pensamento vinham em minha mente, e foi dai que surgiu a ideia de ir embora de vez do meu país, queria sair da Inglaterra, e assim o fiz.

Estava no porto da França, iria visitar uns amigos quando me deparei com duas mulheres familiar. Claro que ver ela, principalmente ela e levou a sentir saudades dos meus tempos de rapaz jovem, quando a vi nem acreditei que ela estava ali na minha frente. Ela não me viu, conversava com a companheira que a acompanhava . Rodeei o canteiro de obras de uma construção e me aproximei, e pude constatar que realmente era ela, agora estava mais madura, mas continuava a mulher que antigamente conheci. Ela era casada com um amigo meu que havia estudado na alta monarquia da Espanha.Me aproximei muito divagar, e me desculpei:

-Me desculpe, mas a senhora é Matilde, irmã do Sir de Aragon.

- Sim Matilde sou, nos conhecemos?

-Sou Von  Kurl Hansen, lembra de mim, desculpe a confusão, mas você me pareceu conhecida.

-Sim,  não saia de minha casa, quando meus pais passavam férias na Inglaterra, lembro de você sim, o que faz aqui na França? Ela era alegre e vivaz.

-Sim, sim, vamos ate aquela cafeteria, para conversarmos um pouco.

-Vamos sim, eu e minha prima estávamos mesmo querendo ir...e assim, a conversa segue para o passado e uma amizade.

-Matilde, senhora ...

-O nome dela é  Ester.

-E seu irmão e a esposa?

-Meu irmão morreu há algum tempo, eu me afastei da Espanha por longos anos, quando voltei não achei nem ele e nem minha cunhada.

-Que pena, ele foi um grande guerreiro. E você, o que faz em Paris?

-Eu moro aqui, fazem 20 anos. E você continua na Inglaterra?

- Estou em transito, vendi todas minhas terras, mudei meus planos e agora estou indo para Andaluzia, pretendo me fixar lá. Tenho amigos lá e missões que estão em andamento. 

-Não voltarei mais para Andaluzia, Aqui agora é minha vida, Tenho um grupo bem grande, o qual nos dedicamos a causa de ajudar pessoas que estão em perigo. Não sei se sabe mas tudo e todos acabam vindo para cá. Descobrimos que o trafico. Desculpe esse assunto pode ser pesado para o senhor.

-Não Matilde, me preocupo também com esses assunto, continue a dizer o que ia falar. Se eu puder ajudar, farei gosto nisso.

-Então como disse, todos e tudo acabam aqui em Paris, aprece que aqui é um enorme porto e temos vistos coisas que tem nos tirado o sono. Você já ouviu falar de grupos de pessoas que que encarceram gente de todas a idades para fins sexuais, perversões?

-Minha querida amiga, já vi tantas coisas nestas terras, alias não só aqui na França ,mas na Europa toda que me faz estremecer.

-Conde, nos criamos um grupo de mulheres, e temos apoio de alguns homens também que nos financiam para poder ajudar essas pessoas, mas temos tido embaraços por parte de grupos contrários. No momento precisamos de lugar para deixar essas pessoas, elas precisam de tempo para se recuperar, e não temos tido verba para tanto.

-Entendo, vamos fazer o seguinte, Posso ajudar e muito, mas primeiro vou falar com uma pessoas e daqui a três dias podemos nos encontrar novamente? Eu estou na estalagem perto do Rio Sena, no sul, vou te dar meu endereço correto, mas prefiro me encontrar com vocês em outro lugar, tens um endereço que possa me dar para marcarmos?

-Claro que sim. Então ela pediu ao jovem garçom um lápis e papel e anotou um endereço e me deu. Mas pediu que não desse isso para ninguém.

-Fique tranquila , ninguém saberá disso, e escondeu num bolso por dentro do casaco. Conversaram mais um tempo e se despediram com  a promessa dele as procurar. O conde andava rápido pelas ruas de paris, ate chegar a uma carruagem que o esperava em uma das ruelas afastadas do centro, ele entrou e a jovem senhora que estava lá dentro o esperava.

-Como vai Sarah, Tengia haras, senhoras, tudo bem com vocês?

-Estamos bem, como combinamos viemos ontem, recebeu nosso bilhete mas demorou demais para responder, achei que tinha voltado para a Inglaterra.

-Não haras, falei que vou para Andaluzia, e vou, quero apoia-las de perto. Vendo tudo que tinha de  terras, tenho um bom capital, tenho uma novidade para vocês.

-Encontrei uma amiga antiga, ainda da época de quando era crianças, ela também é da Espanha, mas mora aqui por 20 anos, tem um grupo de ajuda pessoas , e pelo que falou, parece que elas sabem do que sabemos...

-Você tem certeza?

-elas estão precisando de investimentos para ter um lugar para deixar as pessoas que as procuram, fiquei de encontra-las daqui três dias, neste endereço, tirou do bolso o endereço dando para Haras. 

-Certo, vamos fazer o seguinte, antes de fazermos o que iriarmos fazer, vamos conversar com elas, e ver exatamente o trabalho delas, e depois colocaremos o nosso em pratica. Outra coisa, Soubemos que tem um grupo forte em Córdoba , queremos desbancar aquilo,  queria que fosse logo após esta daqui, pois l para nós é muito de Andaluzia, e como vamos retornar para casa, faríamos isso e depois iriamos todos para casa, o que acha?

- Sim pode ser. Haras, queria perguntar se tens noticias de Joana e Belona. Recebestes algum mensageiro...

-Não, por quê ?

antes de vir aqui, passei por lá, e estava tudo abandonado, sem vestígios que ela tivessem ido até lá, temo ter acontecido alguma coisa com elas.

-Olha, avisamos a elas o quanto era perigoso elas ficarem sozinhas nestas paragens, os homens que veem mulheres sozinhas as tornam alvos. Talvez elas tenham ido para outro lugar e não quiseram nos conta, Joana estava muito estranha nos últimos dias. Conversou com o cocheiro que as levaram?

-Não, nem pensei nisso. Fui direto para lá.

-Então, infelizmente estamos longe, e não temos como descobrir no momento, se quiser posso colocar meu amigo de lá da Inglaterra, para ver isso, ele vai partir amanhã para lá. Você lembra dele, ficamos em sua casa perto do castelo. Ele é bem centrado nas investigações, lembra do trabalho que fez, encontrando cada um para nós, a equipe dele e muito boa.

-Tudo bem, pode pedir. E peça que se acharem elas que nos avise de imediato, mandando um comunicação. E assim ficou combinado, encontraríamos Matilde e Ester  três dias. Me despedi e voltei aa minha estalagem, essa noite tive pesadelos com Joana, eu via ela acorrentada, e Belona morta, isso me atormentou por dois dias, ate o a hora de encontrar com Matilde em sua casa.

A visão que existe um destino sobre nossas cabeças e que ele comanda tudo o que acontece conosco, todos os dias de nossas vidas?

XVIII - Destino e livre arbítrio

Muitas culturas, correntes filosóficas e religiões creem que existe uma ordem universal, cósmica ou até mesmo divina, que rege nossas vidas e ações para um momento inevitável, ao qual estamos destinados. Segundo essa visão estamos fadados a cumprir o nosso destino.

Destino e  livre arbítrio sempre coexistem nas atividades humanas. O Infalível estabelece a Vida Universal. O homem falível traça os roteiros da vida que lhe é própria. Nada acontece sem a permissão de Deus, pois foi Ele quem estabeleceu todas as leis que regem o universo. Perguntai, então, por que fez tal lei, e não outra! Dando ao Espírito a liberdade de escolher,

Deus lhe deixa toda a responsabilidade de seus atos e de suas consequências. Nada entrava o seu futuro; o caminho do bem, como o do mal, lhe estão abertos. Se vier a sucumbir, resta-lhe o consolo de que nem tudo se acabou para ele e que Deus, em sua bondade, deixa-o livre para recomeçar o que foi malfeito.

Além disso, é preciso distinguir o que é obra da vontade de Deus do que é obra da vontade do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus; tivestes, porém, o desejo de vos expordes a ele, porque nele vistes um meio de progredirdes, e Deus o permitiu.  Isoladamente, cada um tem no planeta o mapa das suas lutas e dos seus serviços. O berço de todo homem é o princípio de um labirinto de tentações e de dores, inerentes à própria vida na Esfera terrestre, labirinto por ele mesmo traçado e que necessita palmilhar com intrepidez moral.

Portanto, qualquer alma tem o seu destino traçado sob o ponto de vista do trabalho e do sofrimento, e, sem paradoxos, tem de combater com o seu próprio destino, porque o homem não nasceu para ser vencido; todo labora para dominar a matéria e triunfar dos seus impulsos inferiores. Os acontecimentos da vida são a consequência da escolha e estão em relação com a posição social da existência. Se o Espírito deve renascer em condição servil, o meio no qual se achar criará os acontecimentos muito diversos dos que se lhe apresentariam se tivesse de ser rico e poderoso.

Mas, seja qual for essa condição, conserva ele o livre-arbítrio em todos os atos de sua vontade, e não será fatalmente arrastado a fazer isto ou aquilo, nem a sofrer este ou aquele acidente. Pelo gênero de luta escolhido, tem ele possibilidade de ser levado a certos atos ou encontrar certos obstáculos, mas não está dito que isto devesse acontecer infalivelmente, ou que não o possa evitar por sua prudência e por sua vontade. É para isso que Deus lhe dá a capacidade de raciocínio.

Dá-se o mesmo que se fosse um homem que, para chegar a um objetivo, tivesse três caminhos à escolha: pela montanha, pela planície ou pelo mar. No primeiro, a possibilidade de encontrar pedras e precipícios; na segunda pântanos; na terceira, tempestades.

Mas não está dito que será esmagado por uma pedra, que se atolará no brejo ou que naufragará aqui e não ali. A própria escolha do caminho não é fatal, no sentido absoluto do vocábulo: por instinto o homem tomará aquele no qual deverá encontrar a prova escolhida. Se tiver que lutar contra as ondas, seu instinto não o levará a tomar o caminho das montanhas.

Conforme o gênero de provas escolhido pelo Espírito, acha-se o homem exposto a certas vicissitudes. Em consequência dessas mesmas vicissitudes, é ele submetido a arrastamentos aos quais deve subtrair-se. Aquele que comete um crime não é fatalmente levado a cometê-lo: escolheu um caminho de luta que a isso pode excitá-lo; se ceder à tentação, é pela fraqueza de sua vontade. Assim, o livre-arbítrio existe para o Espírito no estado errante, na escolha que faz das provas a que deve submeter-se, e existe na condição de encarnado nos atos da vida corpórea. Só o instante da morte é fatal: porque o gênero de morte é ainda uma consequência da natureza das provas escolhidas.

Destino equivale a um potencia superior que parece regular de modo fatal os acontecimentos da vida humana. Fatal nos lembra fatalidade – inevitável Para a Doutrina Espírita não há destino, não há predestinação, não há sorte ou azar. O futuro é construído todos os dias. Já aprendemos que o universo é regido por leis. Leis perfeitas e justas. E todas as vezes que confrontamos essas leis, sofremos inevitáveis consequências. Assim a nossa principal meta é aprender essas leis e fazer com que as mesmas operem a nosso favor. Aprender e praticar. Não existe portanto uma força superior regulando os acontecimentos da vida humana. Estamos acostumados a burocracia onde pedidos são deferidos ou indeferidos.

A tendência do ser humano é transferir responsabilidades, escudar-se no destino. Eu nasci sem sorte... Deus quer assim... Quando entenderemos que reencarnar é ter a oportunidade p/ crescer ? E Que os fatos que nos acontecem são o reflexo daquilo que escolhemos. A evolução é o fundamento da vida e ocorre pela aquisição de conhecimentos em sentido amplo: técnico, afetivo, emocional, moral, filosófico, científico, religioso. O espírito adquire conhecimentos novos através das experiências, vivências e convivências acumuladas ao longo de sucessivas situações pelas quais passa.

 Livre-arbítrio é a ação do espírito no limite de seu conhecimento, e responsável na medida de seu entendimento. As influências sobre o livre-arbítrio são em primeiro lugar relativas ao conhecimento alcançado. Quanto maior o domínio sobre um segmento de conhecimento, tanto maior será o entendimento e a responsabilidade sobre as decisões. As decisões tomadas por uma pessoa, no exercício de seu livre-arbítrio, podem alterar, potencializar ou limitar o exercício do livre-arbítrio de outras pessoas.

Por vezes, sentimo-nos infelizes porque imaginamos ser os nossos os maiores problemas do mundo. Enfatizamos sobremaneira tudo o que acontece de difícil na vida, enxergando os problemas como males insuperáveis, em vez de visualizá-los como desafios a serem superados.
Deus, que é Pai de Amor e Bondade, nunca se esquece de nenhum de seus filhos. Se tivermos um pouco mais de fé, confiando na assistência providencial de amigos espirituais e daqueles que, do nosso lado, na condição de familiares, parentes e colegas, nos acompanham na trajetória evolutiva, a caminhada será menos árdua.
Mas, é indispensável reconhecer que cada um deve fazer a sua parte. Cabe ao homem agir conscientemente, procurando pautar as suas atitudes nas lições evangélicas que estimulam a prática do bem, com a constante presença da oração e da vigilância, para que não se deixe arrastar pelas tendências negativas e inferiores.

A felicidade ou infelicidade depende das escolhas que fazemos na vida. Em decorrência do uso do livre-arbítrio, podemos acertar fazendo as melhores escolhas, ou errar, optando pelos caminhos tortuosos que acarretarão sofrimento.
Quando nos reconhecemos responsáveis pelo nosso próprio destino, assumimos uma postura de maturidade que facilita a caminhada, livre de amarras absolutamente dispensáveis. A liberdade de escolha é a grande dádiva que o Criador nos ofertou. Ao mesmo tempo, é também o fator complicador quando nos decidimos pelas opções equivocadas, e mais complicado ainda, quando insistimos no erro, que apenas gera insatisfação e sofrimento.
Entretanto, seja pelo amor ou pela dor, seguiremos com mais ou menos rapidez em direção ao futuro de paz íntima e integração com o Criador, destino do qual nenhum de nós pode fugir.

A vida nos incita a que no lugar de nos revoltarmos, de fugirmos, devemos buscar a sensatez, a prudência, o amadurecimento. Fazer a pergunta fundamental: qual a lição? Se não aprendermos a lição provavelmente teremos que repetir a experiência. Se as ocorrências que classificamos como ruins continuam acontecendo nas nossas vidas isso significa que não aprendemos a lição. A s aflições da vida na Terra são remédios para a alma. Assim podemos concluir: a sua vida também está nas suas mãos. Faça o melhor que puder por ela.

XXIV - Escolhas

Quando chegamos na casa de Matilde, tanto eu como Haras,  estávamos apreensivos com o que encontraríamos de história que ela nos contaria, mais acostumados a ver crueldade das mais extraordinárias, era mais uma que entraria para nossos livros de memórias estúpidas humanas. A carruagem seguia para o endereço dado a mim, e todos nós íamos em silêncio. em cada coração o gosto amargo do fel de situações tão trágicas que encontrávamos e que fazíamos apenas era dar liberdade, e curar feridas externas, mas as internas muitos não curavam, e ficaram cravadas na alma daqueles que por aquela atrocidades passavam.

O trauma de estupro significa as alterações desenvolvidas pelas vitimas dessa agressão, que são submetidas sem consentimento e contra a sua vontade a penetração sexual, forçada, violência, contra sua vontade e consentimento... A violência sexual é qualquer ato ou jogo sexual, relação heterossexual ou homossexual cujo agressor está em estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a criança ou o adolescente. Sua intenção é estimulá-la sexualmente ou utilizá-la para obter satisfação sexual. Apresenta-se sob a forma de práticas eróticas e sexuais impostas à criança ou ao adolescente pela violência física, ameaças ou indução de sua vontade. Esse episódio violento pode variar desde atos que não se produzem o contato sexual , até diferentes ações que incluem contato sexual com ou sem penetração, o fato é que muitas não conseguem seguir a vida de forma normal nunca mais.

O que Matilde nos contava não nos deixávamos perplexos ,pois já conhecíamos tudo aquilo, mas o que nós ficamos espantados é que cresciam cada vez mais esses acometimentos contra seres que para nós eram indefesos, diante de uma sociedade que não sabem o que está diante de todos. Ainda nos dias de hoje isso é tão comum, que muitos desconhecem os perigos que os rodeiam.

Ela então nos convida para irmos conhecer o local onde essas criaturas estão, e nós de imediato aceitamos, então as carruagens seguem para fora de Paris, Matilde vai à frente com sua prima Ester e nós atrás, cada um em seu silêncio. Depois de uma hora, chegamos a um celeiro no meio do campo com árvores circulando o local, aliás uma floresta densa, aprecia ter construído de propósito naquele lugar. o lugar era rústico e várias pessoas sentadas do lado de fora tomavam sol sentados em cadeiras, outros em troncos cortados de árvores...Crianças apáticas, sem cor, e jovens tristes, mal nos olhavam, pareciam sentir medo, vergonha...

Descemos da carruagem e entramos, seguindo as duas mulheres que conhecia todos ali. O lugar tinha camas em todo o espaço, e uma cozinha improvisada, que cozinhava, alguma coisa num enorme caldeirão ao centro do fogo. Pensei como seria no invernos naquele lugar, e parecendo ouvir meus pensamento foi Ester quem falou:

-Aqui nos invernos, acendemos uma fogueira no centro e todos dormem ao redor, não temos dinheiro para alugar que tenha aquecimento, por isso ainda aqui é mais viável, eles precisam se sentir protegidos, e viver na cidade, os tornam vulneráveis.

- Matilde, quero que me conte como eles chegam até vocês? Tanto Ester como Matilde, ficaram apreensivas em responder, uma olhou para a outra, e Matilde falou:

-Temos um grupo, que as resgatam, mas é difícil fazer isso, pois só o fazemos quando o cativeiro fica vulnerável, mas nunca destruído, então é como tirar uma e entram mais duas, nunca tem fim.

-Vocês conhecem onde fica, e quem são os que fazem?

-Sim, temos nomes, e posso garantir que são pessoas com poder na cidade, profissionais "honestos", que ninguém imagina que são capazes de tal ato.

-Vamos sair daqui, dar uma volta, queremos conversar com as duas. E assim eles contam como agiam, e como acabavam com o lugar, elas absorviam cada palavra, e quiseram fazer o mesmo, e então Haras fala:

-Nós temos aqui em Paris a sociedade das damas da noite, se quiserem participar dela, serão bem vindos, e todos que aqui então serão transportados para lá imediatamente. Mas tem que prometer nunca revelar nada.

-Nunca, vivemos assim há muitos anos.

- Matilde, quero lhe perguntar uma coisa... você conhece Joana e Belona? haras olhou para mim com surpresa.

-Não entendo o que isso pode ser, aqui em Paris? Disse Haras

-Por quê não?

-Não sei, porque aqui não nos preocupamos com nomes, curamos alma, só depois quando querem nos dizem os nomes, mas temos outra casa, em paris, se quiser olhar, lá elas ficam de passagem, como se fosse uma estalagem, pois tem as que não querem ficar, e deixamos elas livres. Dormem, comem e saem, vão embora quando quiser.

-Está certo, na volta iremos até lá tenho uma intuição me dizendo que Joana e Belona podem estar por aqui.

-Pode ser sim, Joana pode ter vindo para cá, ao invés de ter ido para minhas terras, tinha dinheiro para isso. E assim arrumaram todos, e começaram os transportes das pessoas, eu e Matilde seguimos para a casa de passagem em Paris. Ao chegar lá, muitos estavam sentados na varanda, e tinham aquelas que não saiam do quarto, e o conde começou a visitar cada um... E foi quando avistei Belona deitada em um dos quartos, e ao seu lado Joana, estava muito magra e as feições aparecendo os ossos.

-Joana... Belona. As duas olharam e não se mexeram. Sou eu... Joana levantou os olhos e lágrimas correram na sua face.

-Conde, abraçando -o.

- Porque vocês vieram para cá, o que aconteceu? Depois de chorar muito, e eu não ver reação nenhuma em Belona, ela falou:

-Ela apanhou muito, está em coma. Eu vivia por Deus, eu e Belona, decidimos que não íamos para suas terras, pensamos em ir para Espanha, queríamos ver outras terras, desculpe por ter seguido o plano. Hoje sei que deveria ter ido, mas fizemos nossa escolha. Alguns quilômetros depois da saída nossa da cidade sentido para a Espanha , dois homens nos pegaram e colocaram nos em uma carruagem e nos trouxeram para cá, foram dias de viagens, das quais nos batiam para que ficássemos quietas, nos usaram como quiseram, quando chegamos aqui, fomos jogadas em uma casa, e nos fizeram de escravas por 10 dias, até o dia que um dia, eles se descuidou eu o matei, e Belona e eu fugimos, mas nos encontraram e nos prenderam de novo. Belona quis me proteger e apanhou muito chegando desmaiar e bateu com a cabeça num móvel, e ficou assim desse jeito, até o dia que os donos daqui nos tiraram de lá numa noite. Eu estou com meu útero perfurado, meu anus eles rasgaram enfiando objetos, por pura maldade. Belona não vai durar muito, pois está com infecção generalizada, e eu só deus sabe se conseguirei sobreviver disso que estou passando.

-Meu Deus Joana. Todo esse tempo achei que estivessem protegidas. Vamos nos preparar, vou levar vocês para sociedade. E assim as levei para o lar das damas da noite.

Ao chegar na sociedade, tanto Haras como Sarah choravam em ver Joana naquele estado, Tengia cuidava dela como filha, Belona não durou muito e partiu, deixando Joana em estado catatônico, parou de falar, e não queria comer, sua alma sofria. Todos oravam por ela, mas ela não queria viver, tinha perdido a vontade pela vida, a infecção avançada minava sua pouca saúde e não demorou muito para que nos deixassem. Todos ficaram tristes e eu mais uma vez me vingaria daqueles que faziam o mal, desbancaria o cartel de homens que usavam seres indefesos. Em mãos, planos montados, tudo ajeitado, queimei mais alguns seres desprezíveis da face da terra.

XXV - O mal se torna um bem pela lei de causa e efeito

O tempo  para mim não curava as feridas do coração, sentia que as cicatrizes ficavam mais evidentes. 

"Deus sabe tirar do mal o bem", o que é conforme a lei de causa e efeito. Ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo (São Mateus 5: 26).  

E conforme a evolução dos espíritos imortais que somos e que, às vezes, habitamos corpos físicos carnais, as nossas verdades adquiridas estão sempre sendo aperfeiçoadas, mesmo as reveladas na Bíblia, as quais não são completas, imutáveis e definidas para todas as eternidades. "Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas vós, agora, não as podeis suportar" (João 16: 22).  Isso quer dizer que somente quando as pessoas estiverem mais evoluídas, em outras reencarnações, poderão entendê-las.

E dentro do cristianismo,  que percebemos que chegou essa época que nos dá condições de podermos entender o que falou o maior dos mestres. De fato, com a evolução da ciência, e o espiritismo é ciência, ela nos permite o entendimento de certas coisas que, na época de Jesus, as pessoas não entendiam, por exemplo, a reencarnação que, na Bíblia, é a ressurreição. Sim, pois, a ressurreição é do espírito e não do corpo. "Temos dois corpos, um espiritual e outro material, e ressuscita o corpo espiritual" (1 Coríntios 15:44). 

E, então, expressemo-la assim: Em vez de dizermos creio na ressurreição "da" carne, digamos creio na ressurreição na carne. Isso significa que um corpo novo surge da terra, a fim de que o espírito ressuscite ou reencarne nele. Também, a ressurreição só pode ser de fato do espírito porque ele é imortal e existe para sempre, desde que ele foi criado por Deus e suscitou ou encarnou-se, pela primeira vez, na carne ou corpo que foi criado para ele, como são criados novos corpos para ele, toda vez que ele ressuscita ou reencarna. E observemos que se ele se encarnou pela primeira vez num corpo, é normal que ele se encarne novamente em novos corpos, como disse o grande poeta e filósofo francês Voltaire.

O corpo vem do pó e volta para o pó, definitivamente. "Se ocultas o teu rosto, eles se perturbam; se lhes corta a respiração, morrem e voltam ao seu pó." "Envias o teu hálito (o espírito que reencarna), eles são criados e renovas a face da terra" (Salmo 104: 29 e 30). "... o que desce à sepultura, jamais tornará a subir" (Jó 7: 9). "Tu és pó e ao pó retornarás" (Gêneses 3: 19). E o que desce à sepultura, voltando ao seu pó, é o corpo, jamais o espírito.

O homem, em sua essência, é espírito encarnado. E o espírito encarnado ou desencarnado, se for atrasado, ele atrai espíritos de sua sintonia ou vibração, ou seja, espíritos também atrasados, que lhe fazem mal e o influem para o mal, podendo o obsidiar e até mesmo possuí-lo (possessão). E como mostra um espírito, na questão 459 de "O Livro dos Espíritos", de Kardec, os espíritos não somente influem em nossa vida, mas dominam a nossa vida.

Mas se há os espíritos atrasados ou maus, que nos prejudicam, há também os bons que nos fazem bem. Também, de acordo com a lei de causa e efeito, o mal que um espírito ou nós fazemos a alguém pode ser um bem, pois podemos estar dando ao ofendido por nós a oportunidade de ele estar pagando o pecado ou mal que ele fez ao seu semelhante ou a si mesmo!  
E conforme essa lei de causa e efeito, Jesus até disse (Mateus 18: 7) que o pecado ou o mal é necessário neste mundo, mas ai de quem ele vem! 

Pois é...eu em minha vida, vivia para fazer o mal, mesmo que eles merecessem eu não devia fazer o que fiz, mas já estava feito, e eu tive que expurgar de mim durante muito tempo em espirito. Mas enquanto eu estava na terra, tinha minha missão expurgar seres que faziam lá aos outros, eu não poda viver com aqueles sofrimentos de pessoas que não faziam al aos outros, e as crianças? quem as defenderiam naquela época que pessoas eram objetos. Não que hoje na terra tenha mudado o fato que sexo rege as cabeças de muitas gente. O sexo é um atributo dado por Deus, então, logo entendemos que algo sublime. quando é levado ao desequilíbrio da pessoas ou de outrem esta caminhando para o erro.


E assim depois de acabar com diversos cativeiro em paris, partimos para Andaluzia, As damas da noite para a matriz da sociedade e eu para minha nova residência. Comprei uma casa, simples ,mas com conforto que necessitava, e me instalei há alguns quilômetros da sociedade. Passaram vários meses, que nos estávamos nos afazeres pessoais, com a chegada do inverno, as saídas com nevascas nos limitam a circular nas estradas que amontavam neve em todo canto. Enquanto isso me pus a meditar sobre minha vida, de tudo que tinha feito, nunca tinha casado, não deixaria herdeiros se morresse durante o inverno, isso me abateu uma solidão, quando ouvi toques na porta da frente. eu não tinha funcionários, apenas uma senhora vinha de vez em quando dar um limpeza geral, preferia eu mesmo cozinhar meu próprio alimento. Abri a porta e dei de cara com o inspetor policial.

- Senhor estamos fazendo busca na região, pois esta solto um bando estupradores na região, se vir, alguém pode nos  avisar.

-Senhor não tenho empregados, só eu vivo aqui, então receio que se eu mesmo não for, não terão noticias.

-Entendo, então será que posso deixar um dos meus homens aqui, não precisa ser dentro de casa, pode ser lá fora.

-Sim pode. mas diga para ele que pode entrar, servirei um prato de sopa, sem problema, e anoite pode se encolher aqui dentro, com essa neve, ele vai congelar lá fora.

-Obrigado, só tenho que agradecer, por colaborar conosco.

-Não tem porque agradecer, sou um cidadão. O que esse grupo fez pode me falar?

-Não devia mas vou, eles entraram num propriedade aqui perto e acabaram com as mulheres da terras, depois de estuprarem mataram todas, era a mãe e três moças.

-A violência tem sido demasiada nesse âmbito de sexo não é mesmo?

-Sim tem crescido muito, temos muitos presos com esse crime, por matavam todos. Mas sou da justiça, então tenho que prende-los e alimenta-los, desperdício de tempo e dinheiro. Eu me sentia em casa,  pensava como ele, e a vida aproximava de mim pessoas como aqueles vermes, mesmo estando preso em minha casa. pensava que se eles cruzassem minha casa, não iam sobreviver. E assim os dias passavam e nada de novidade, ate que o policial foi embora e eu segui minha vida. Parecia que a vida me colocava em prova, então depois de algum tempo, ouvi passo do lado de fora, era de madrugada, ainda lia antes de dormir, quando ouvi assobios...Tentaram atranca da porta em vão, a casa era toda de pedra.

O dia amanheceu e eu de dentro pude ver movimentos no fundo do terreno onde eu tinha um galpão onde guardava as ferramentas do lugar. Pude ver dois deles, que se esgueiravam pela parede, e vi quando entraram. De posse de minha arma, fiquei onde estava com tudo trancado, sem dar sinal de vida, me agasalhei pois não poderia por fogo na lareira e assim eu fiquei. Mais anoite vi mais dois chegando, com o quadro perfeito coloquei meu plano em ação. Sai pela janela do outro lado da casa, e entrei na floresta, tinha guardado tambores de querosene, para  uma eventual necessidade do futuro e agora era o futuro no presente...Arrumei tudo, e fiquei a espreita, quando primeiro saiu eu o peguei comum golpe na cabeça , e o arrastei ate onde o galão pronto estava esperando para ser queimado, mas eu não poderia por fogo, pois eles veriam, então o tampei com todo a força afogando o individuo no querosene. e assim fui fazendo ate que o ultimo fosse colocado, então assim pude por fogo, que queimou a noite inteira. Retirando do convívio humano mais cinco assassinos. A noite de descanso foi promissora. Eu fazia o que eu com meu livre arbítrio queria fazer, um dia teria o acerto de contas da minha semeadura.

XXVI - Desequilibrou-me

O tempo passou desde que eu havia me tornado um justiceiro, eu me sentia velho e cansado, matar me desgastava e além de que: eu sabia, minha consciência acusava que por mais que todos que eu matei, tinham feito coisas ruins, eu não tinha o direito de tirar vidas!


Tens um lugar no mundo e esse lugar é teu e só teu, não é de mais ninguém. Assumir, levantar a cabeça e sentar-se num lugar que te está reservado. Não se esconder entre os outros, não se envergonhar de quem és. Não se sentir inferior ou superior, sentir-se único. Temos o nosso lugar . Todos, somos especiais. Andava muito introspectivo, voltava para dentro e o que via em mim me deixava angustiado, mas como parar diante de ver criaturas sendo massacradas por desejos de pessoas cruéis, mentecaptas?


Pela angústia o ser humano toma consciência, ao mesmo tempo, do nada de onde ele veio e do porvir no qual se engaja. A angústia não é lamentável nem condenável, porém simbólica, bastando-se por vezes a si mesma. O homem comum descreve a angústia como uma tragédia, uma coisa dentro de si, algo que aperta a sua garganta, mas não sabe o que é. O nada é um sentimento sem objeto. Como não há nada a combater, a angústia aparece. O angustiado tem medo do nada, contrariamente ao ansioso, que tem medo de tudo. Daí, a sensação de vazio ou de vagueza, que pode chegar ao sufocamento. O angustiado tem falta de ser, como se tem falta de ar. O nada lhe dá medo, e isso é a própria angústia: sentimento apavorado do nada de seu objeto.


E assim eu vivia, sentia que precisava de novos ares, senão eu sucumbiria, então arrumei minhas coisas e segui viagem sem rumo certo, iria para algum lugar para espairecer, queria ver gente , que não estivessem mortas, assassinadas por mim.


Comecei uma jornada indo primeiro ao sul da França, onde encontrei diversos amigos, frequentei algumas festas, mas me senti vazio, precisando me isolar em meu quarto de hotel. Depois segui para o norte da Inglaterra passando por diversos vilarejos na costa norte, onde eu contemplava o a fúria do mar do norte, pois iniciava o inverno e com ele os ventos ensurdecedores. Percebi que quanto mais me isolava, mas eu gostava, então aluguei uma cabana afastada do vilarejo mais próximo, onde uma vez por semana vinha um senhor me trazer as necessidades alimentares ara que eu não morresse de inanição. Fiquei por ali por três meses e então entreguei a casa e segui para o Nepal, queria por minha cabeça em ordem, e lá, ouvia dizer que os monges tibetanos faria me encontrar na minha essência, não que eu acreditei nas palavras de quem falava, mas eu precisava crer em algo mais substancial, que me fizesse sentir prazer pela vida. Eu ainda não sabia que sentira vida, não é estar rodeada de pessoas, mas sim estar bem comigo mesmo. Enquanto eu seguia viagem encontrei alguns conhecidos em hotéis dos quais eu me hospedei, e foi num desses que encontrei aquela mulher linda e agradável da qual me apaixonei imediatamente. Percebi que eu estava frágil, me apaixonar naquele momento não seria bom...E não foi. Dorothea, era firme em suas ideias, e quando falava dava a quem ouvia a certeza, que ela acreditava em tudo que dizia, e eu com meu coração fragilizado cai feito um pato na bandeja.


Resolvi ficar ali na cidade de Duisburgo, portuária, é uma cidade alemã na parte ocidental da região do Ruhr na Renânia do Norte. Por ser cidade portuária é um navio que chega e outro que sai, pessoas desconhecidas a todo momento circulando nas ruas, nos bares e hotéis. Eu não me sentia incomodado com isso, mas até então não entendia o perigo disso.


Encontrava sempre com Dorothéa, parecia que combinávamos onde encontrava com ela, mas não era combinado, e eu apaixonado pro aquela mulher não percebia o que viria acontecer. e assim eu fui ficando por ali,  completava os seis meses que nos encontrávamos, ela cada vez mais próxima e eu me deixando me levar ate que, quando percebi estávamos morando juntos, eu estava feliz e ela parecia feliz. Um dia ela me convidou para ir visitar seus familiares nos arredores da cidade, e eu feliz como estrava não coloquei objeção e fomos.

XXVII - auto compaixão ou auto piedade

-Não está, devido ao agravamento de infecções usadas por essas pessoas ela desencarnou após muito sofrimento. ela foi muito bem cuidada, pelas damas da noite, mas não resistiu aos maus tratos.

-Ela ela uma pessoa querida por todos, sinto muito. Peço que volte comigo, não fique exposto a esse grupo, são em  quantidade gigantesca de membros, e eles podem te matar. Mas se quiser ficar, tenho lhe ajudar a por fim neles.

-Agora sim fala minha língua, jamais fugiria, eles vão pagar de uma vez por todos todo mal que causaram aos outros e a mim.

-Conde, a vingança não é boa, mude a forma como quer fazer, ai sim te ajudo, pois a vingança faz nos agirmos de forma não racional. 

-Eu sei, mas no momento é o que vem amente, quero acabar com todos.

-Precisamos de estratégias, e planos.

-Isso não é difícil, você fica em descobrir como estão, onde vivem, onde frequentam vou montar o plano de ação final.

-Precisamos de mais pessoas, as damas poderiam ser uteis neste caso especifico.

-Vamos chamá-las, enquanto isso vamos investigar todos. E assim foi feito, cada um com papel distribuído, começariam se aproximando de cada um,  eles não matariam de imediato, mas sim colocariam um por um num calabouço ate por o plano final em ação.

Dorothea, a imagem dela me atormentava, era minha mente contra meu coração, eu ainda amava aquela mulher que um dia me traiu. Meu coração não entendia o que ela tinha me feito, então eu desejava aquela boca que um dia eu beijei, aquele corpo que um dia um desejei e amei. Bebia muito para esquecer, mas quando acordava no outro dia, o sentimento vinha com tudo.  Haras que sempre foi uma amiga fiel, me procurou:

-Conde, se continuar dessa forma seremos alvo fácil deles, peço que se afaste deste caso. Sei como isso funciona, e não será de vitória para nós.

-Quem diria que tudo mudaria e você que me disse que eu esqueceria, está difícil minha amiga, mas lembranças dela, ainda dói em mim.

- A reconquista de um amor perdido, traído, machucado é uma das tarefas mais complexas e sofisticadas do espírito humano. Mas também esse resgate pode ser extraordinário, a reconciliação, o reencontro, é um instante de maturidade, de amadurecimento, e vai fertilizar a pessoa pro convívio humano. Você pensa em reconquistá-la?

-Ando em conflito.

-Normal quem ama demais entrar em colapso ante uma traição... um amor traído mata o coração e fere a alma. O tempo,  cuida da cicatriz, mas a dor...jamais será esquecida. Sei bem como isso é, já passei por isso. Ser traído , a única vítima nessa situação é a pessoa que trai, pois quem trai um amor, trai a si mesmo.

-Pois é Haras, então sabe como é...Traído, humilhado, abandonado, cuspido, sozinho, cansado, com medo, esnobado. Sem força, sem ódio, sem glória, sem honra. Espancado, abatido, surrado, esquecido, calado, com dores, com fé, suando, sangrando, chorando...

-Não faça drama, derrube isso da sua mente, seja racional, lembre de tudo de ruim que al fez, logo vai odiá-la.

-Me achava tão esperto, atento...Quem é mais esperto? O trouxa com cara de esperto, ou o Esperto com cara de trouxa?

-Algumas coisas você nunca entenderá o porquê, então menos auto piedade e mais resiliência! O choramingá-la prolonga-a. A auto piedade é um dos mais infelizes e desgastantes defeitos que conhecemos. É um entrave a todo progresso espiritual e pode interromper toda comunicação eficiente com nossos semelhantes por causa de sua excessiva exigência de atenção e simpatia. É uma forma piegas de martírio no qual nós nos damos ao luxo. E é tão fácil imaginar que tudo é duro demais, e que as coisas são injustas, e que você é subestimado, e que se apenas alguém tivesse lhe dado uma chance, que se apenas tivesse tido uma chance, as coisas teriam sido melhores, você seria mais feliz se só isso acontecesse, mas você é um azarado. Todas essas coisas. E alguns delas podem muito bem até ser verdade. Mas a auto piedade como resultado delas é fazer a si mesmo um enorme desserviço.


-Todos me dizem ... "Pare de sentir pena de si mesmo - e você será feliz." "Oh, mas isso é tão simples "... Porque não é simples parar de sentir pena de si mesmo, é muito duro. Porque nós sentimos pena de nós mesmos. O verdadeiro desafio é estar imerso em um grande problema, conseguir olhar para si sem auto piedade, enxergar quem está abaixo e agradecer por onde se está.

-Percebi que algo em mim havia mudado ao notar que conviver com lamentos, lamúrias, auto piedade, negativismo, desamor, grosseria, egocentrismo...me deixava sem energias e me causava um cansaço extremo a alma. Meu amigo, essa conversa é muito promissora...

-Influenciada pela melindre, a auto piedade não permite outra coisa se não inflacionar dores. O melindroso irá reverter sempre à razão de tua dor... inexistência de um colo qualquer. preciso olhar para mim nesse momento.

-" Auto piedade " Respeito por você é o mínimo, é o momento que necessita. Como os outros vão ter respeito por você? Se você mesmo sente pena? O domínio do pieguismo, A auto piedade é causa de quase todos os males. É ilusão  que somos inferiores. Piedade, pena e amor não coabitam na mesma alma. Todos temos poder. Todos somos inteligentes. Todos somos únicos, e Deus não dotou mais uns e outros não. Recuse-se ser coitado e recuse ver os outros como coitados. Não caiam no joguinho de manipulação dos outros. Se puder, ame; se não puder... Você sim é a pessoa mais importante de sua vida. Nossa auto piedade não pode se tornar um vicio autodestrutivo, quando usamos esse mecanismo de defesa destruímos qualquer chance de suportar quem verdadeiramente somos e nossos problemas diários. Nossa fraqueza está em nossa mente e não em nossa dor. Não se abandone e fiquem bem.

XXVIII- Traição e Vingança

Depois da conversa com Haras, me senti melhor, minha cabeça estava mais firme, mas meu coração amava aquela que não merceia meu amor. Os dias passava, semanas e meses, o plano parecia perigoso, teríamos que contratar pessoas perigosas para ajudar no plano, pois a rede é imensa, e percebíamos quanto mais cavávamos mais sujeiras apareciam diante dos nossos olhos. Era degastador.

-Como não conseguiríamos pegar todos, mudamos nosso plano para pegar o que dessem. E assim partimos para uma cidade mais distante do centro onde eles viviam, queríamos fazer de uma maneira que não levantasse suspeita sobre nós. então pegamos uma fazendo afastada, e pedimos que uns homens cassem um enorme buraco de 5 m por 10 metros, essa vala seria a ultima morada de homens cruéis. Enquanto isso muitos deles já estavam sendo prisioneiros no calabouço dessa casa afastada de tudo. Cada dia chegava mais um e aos montes, em celas separadas, um entregava o outro. Quando o irmão de minha amada chegou, meu querido cunhado que eu acreditava ser ele o mandante de tudo, pois eu no primeiro momento de o conheci o detestei, agora podia ter certeza que sim, ele era o chefão da coisa toda, pelo menos na Itália. Queria me vingar. O ato de vingar-se do mal que me fizeram, me transformava em igual ou pior que os malfeitores. A lei do retorno é implacável, mas eu queria me vingar dele, mas tive que me afastar, pois Haras se entrepôs e não queria que eu me manchasse por vingança...

-Vingança não ! É diferente de fazer justiça, você tem seus métodos de punir ele, não sou eu quem vai te limitar, mesmo não concordando, mas você responde pelos seus atos diante da divindade. O que fazemos não é se vingar, é dar liberdade para que sofre com as correntes do desalento ao próximo. Acorde!  A vingança é um sentimento que muitas vezes é movido pelo ódio, que se manifesta no íntimo da pessoa com fortes emoções, por conta, por exemplo, de uma ofensa. Além de ser uma das maneiras de revide, em discussões aceleradas, grosserias, violência. A vingança só desaparecerá da Terra, quando o homem, usando recursos do Evangelho e da prece se esforçar para perdoar. Já que geralmente, o chamador "vingador" carrega dores, das quais só consegue se libertar quando começa a perdoar.

O perdão liberta o agressor e restaura a alegria de viver, e a vingança nada mais é do que o atraso moral o espírito, já que é a manifestação de um coração rancoroso. Tudo começa dentro de nós menos, por isso, as nossas conquistas vão aumentando mesmo que lentamente, a nossa capacidade de perdoar.

Com isso, é importante fazer uma avaliação a diz respeito as nossas condições, por exemplo, diante de uma situação (mesmo aquela atinja fisicamente) analise os sentimentos que estão na alma e ainda, até que ponto eles dominam e até onde é possível esquecer o ocorrido. Caso guardemos por muito tempo esses sentimentos desagradáveis, é preciso pensar positivo, além de redobrar os esforços no perdão. É preciso orar para aqueles que querem o nosso mal, além de sermos sábios e inteligentes. Não vale a pena guardar mágoa ou rancor, ore também pelos seus desafetos. 

O vingador, além de aumentar os débitos com a justiça divina, deixa escapar a oportunidade de se regenerar por meio do perdão ao agressor, pessoa está que terá que se reconciliar um dia.

Aquele que traiu jamais terá a noção exata do buraco gigante que cavou no peito do outro.

Ser traído é ter a confiança roubada pelas costas. É ter a inteligência subestimada e a autoestima picada em minúsculos pedacinhos.

A dor da traição é extremamente complexa, porque quebra os alicerces sobre os quais foi construída a relação. O interior daquele que foi traído jamais voltará a ser igual.

Ser enganado altera a capacidade de interpretar os sentimentos. Ficamos frágeis, confusos, temos dificuldades em discernir o que é real, do que é ilusão destruída.

E dói. Dói por inúmeras razões. Dói porque é desnecessário, dói porque diminui a importância da história partilhada, dói porque não há nada que justifique a quebra de confiança.

A traição é a mais covarde das escolhas. É a opção pelo caminho mais fácil. É arrastar para dentro de um buraco o que deveria ser honrado e ter valor.

No fim das contas o melhor que se pode fazer é deixar que a ferida cicatrize em paz. Seguir em frente e deixar que o outro descubra por si mesmo que havia outra escolha, ele só não foi capaz de fazê-la. E depois disso, depois de ter sido capaz de desenhar um definitivo ponto final nessa história, é necessário projetar para si mesmo um modelo mais saudável de relação, no qual o compromisso seja partilhado, assumido e respeitado por todos os envolvidos.

Porque errar na escolha do parceiro uma vez é humano, persistir na escolha errada é falta de amor próprio. No casamento as pessoas não mudam, elas apenas se revelam! E por isso é tão importante conhecer a pessoa com quem você se casa.

Com tudo que ela me ensinava, eu levava um soco, esse solavanco me tirava do ilusão que eu havia criado para me sentir bem. Um dia recebi  a noticia que Dorothéa estava na cidade, um dos informante me deu a precisão do lugar.  Então nos reunimos, pois não queria que minha vingança se aflorasse , e me deformasse diante dela.  Um grupo se formou e cuidaria dela longe de mim, tudo foi feito e ela feito prisioneira. Achei que seria mais difícil, mas não sei, sentia que ela felicitou a prisão...E  pedi que me deixassem ver ela, e de pronto recebi um não. com a seguinte explicação:

-Não , você pode por tudo a perder, ela não deve sabe saber quem está por trás disso tudo, se ela por ventura escapar pode por todos em perigo. E o senhor será o ultimo que vai confrontar ou fazer algo para ela.

-Mas se ela vai morrer, não tem como nos colocar em perigo. Quero saber o porque , se ela me amou em algum momento.

-Conde, conde... se ela fez o que fez, não importa mais o motivo, continuou com aqueles homens fazendo mau para outras pessoas, crianças, pelo amor a Deus, esquece essa mulher. Baixei minha cabeça e compreendia... que eu devia deixar pra lá, meu coração pedia que eu a salvasse, seria perigoso.

-Haras, vou embora, vou deixar tudo isso com vocês, não sou  bom para terminar isso.

-Está bem, segue viagem com algumas moças que voltarão para Andaluzia, por alguns dias nos encontraremos. Vai meu amigo, em paz.

Sai daquela casa,  varias carruagens, eu ia sozinho com minha cabeça fervendo de memorias do passado, já havia se passado 6 anos e eu ainda mantinha aquele amor fervendo dentro de mim. Resolvi encostar minha cabeça na  carruagem e adormeci.

Quando acordei, não reconhecia o lugar, tudo estava muito escuro, sentia minha cabeça latejar, passei a mão e senti algo úmido, deduzi ser sangue por causa da dor. Não sabia quanto tempo estava naquele lugar, e nem onde era, fiquei lá, e ninguém aparecia. Meu estomago recamava  com fome, e de repente uma portinhola se abre e um prato de sopa de aveia é passado por ela com uma caneca com agua e se fecha novamente. Puxei o prato e comi, sem se importar se estava bom ou não, bebi toda agua e me aconcheguei nas palhas para cavalo que se amontavam no canto e adormeci. Acordei sendo chutado por alguém, um homem muito alto e forte.

-Levante, vamos seu mole, levante. Senti uma leve tontura e meus olhos com o clarão que havia lá fora, se ressentia. Vi uma carroça e ele me fez entrar e se enrolar numa espécie de pano duro que ali estava. Ele então começa a correr com carroça em meio aos pedregulhos que estão soltos na estrada de chão batido.  Não demorou muito ate que a  carroça tombou , levando aquele homem a bater a cabeça e desmaiar. Vi naquele momento a oportunidade de sair dali, mesmo não sabendo onde estava, desatrelei os cavalos, pus um a correr e outro subi encima e comecei minha cavalgada, para bem longe daquele lugar.

XXIX - Vida em perigo

Eu estava congelando, meus pés não respondiam mais aos movimentos que eu tentava a todo custo impor ao meu cérebro. Os comandos estavam comprometidos, a dor que sentia com o congelar, me deixava paralisado, sem poder pensar em outra coisa que não fosse a agonia do não sentir meus pés, precisava bloquear isso, para poder sobreviver, tudo era muito úmido, a noite era tenebrosa, nada se movia apenas meu pensamento que circulava na mesma sintonia da dor. Parei, e sentei-me num grande tronco, eu deduzia ser um carvalho caído. Passei a mão por debaixo dele e pude sentir folhas, estavam moles, e percebi que estavam úmidas, não tinha certeza, pois minhas mãos geladas, já não tinha tanto tato.

Tirei minhas botas, meias, e fui colocando debaixo dos pés, e em seguida coloquei as meias e depois calcei as botas. Parecia que começava uma proteção nos pés, então deitei, no lugar de onde tinha retirado as folhas, e fiquei ali. Não me dei conta do tempo que fiquei ali, pois meu relógio não estava em meu bolso, claro que o homem tinha retirado, justamente para que eu não tivesse ,e que perdesse a noção do tempo. O sol entrava pela fresta das árvores, procurei um canto e me encolhi, colocando meus pés na maior parte dessa festa. Meu estômago me lembrava que eu estava com fome, revistei as folhas, e ali encontrei minhocas, e larvas no tronco morto. Comi com nojo, mas como, precisava ficar forte. Quando senti que meus pés estavam normais na temperatura, comecei a caminhar, não sai da floresta, mas tentei ficar na beira, pois se eu ouvisse os trotes de cavalo poderia sair e pedir ajuda, teria que ter cuidado para não dar de cara com meu raptor.

Estava quase desistindo quando vi uma carruagem dourada vindo em direção ao local em que eu estava, poderia pedir ajuda. Sai do mato e fiz sinal, a carruagem parou.

-Senhor pode me dar uma carona, meu cavalo me derrubou...A janela abre e uma voz diz:

-Traga ela, deixá-la entrar. Não podia acreditar, aquela voz, eu conhecia aquela voz... Senti as mãos do cocheiro me segurando, tentei soltar, mas ele dava o dobro do meu tamanho, me rendi.

-Como vai meu amor! Olhei para ela, estava mais linda que nunca ou era o perigo que lhe deixava bela? Mas percebi que diante daquilo, não senti amor, mas sim uma incontrolável vontade de voar em cima dela, e esquecendo que era uma mulher. Era uma mulher, mas como tantos homens inescrupulosos me faziam esquecer por alguns segundos a vontade que sentia de degola-la.

-Como vai Dorothea?

-Posso ver que conseguiu fugir...tens 7 vidas...mas dessa você não escapará. Pude sentir que ela se comprazia com meu medo, ela parecia um animal selvagem que sentia seu medo.

-Por quê, quer o meu fim? ela me olhou nos fundos dos meus olhos e sorriu.

-Ainda não sabes? Preciso mesmo lhe dizer? Me senti um imbecil diante dela, mas o que fiquei aliviado foi ver que o amor que sentia por ela foi feitiço, e que havia acabado, logo, eu podia acabar com ela, era isso que estava me dando força. Abri a pequena janela, respirei fundo, minha mente queria arquitetar algo, com raciocínio lógico, sentei-me ao seu lado, ela de imediato recuou para o canto.

-Calma meu amor, não tenha medo, sou teu refém esqueceu? Ela me prendeu ao seu olhar.

-Não dê uma de idiota, posso te matar aqui nesse momento. Eu sorri entre lábios.

-Eu sei disso, fique tranquila, prometo ficar aqui quieto. Mas minha mente voava, estava parado mas já sabia o que faria, percebi uma curva à frente, avistava pela pequena janela da carruagem que o cocheiro chicoteava os cavalos, a mando da patroa, tinha pressa. E quando ela fez a curva eu sai de dentro caindo na beira da estrada e entrando o mais rápido na floresta, ali estava eu novamente para mais uma noite congelante. Entrei e me escondi, de fora ela falava...

-Senhor Conde Von, podes fugir, mas chegará a hora em que nos encontraremos. Eu vi quando seguiram viagem, então fiquei ali na beira novamente, tentaria novamente. mas não foi uma carruagem que passou, era uma carroça carregada de bodes e cabras, pedia carona, e me deitei num canto onde tinha os alimentos para eles. O senhor me disse:

-Estou indo para o mercado, pretendo chegar cedo, pois ainda preciso arrumar a exposição das vendas. Posso levá-lo, mas tome cuidado porque aqui tem muito assalto. Perdi minha esposa um dia, há muito tempo atrás, íamos para cidade quando alguns homens nos pegaram, ela reagiu e eles a mataram, eu consegui fugir depois disso. Agora eu ando armado, mas a floresta ainda é o caminho mais seguro para se salvar.

-O senhor falou que isso sempre aconteceu, que faz muito tempo, seria possível que fosse um grupo que faz isso, por todos esses anos?

-Os meus vizinhos falam que são sim um grupo, e que até sabe onde vivem, lá do outro lado desta montanha ali, apontando para que estava bem à frente do lado direito da estrada. Me passou algo bem rápido na cabeça. Nesse momento passava do lado contrário outra carroça que parou para conversar com meu condutor.

-Boa tarde senhor Arthur, como vai? Está indo para a cidade?

-Sim estou, como está a estrada mais a frente?

-Encontrei apenas uma carruagem que vinha no mesmo sentido que o senhor, e aí atrás como está o movimento?

-Não encontrei nada, pode ir em paz. Nesse momento pensei rápido e disse:

-Desculpe-me ,mas o senhor pode me dar uma carona, para o vilarejo, conhece alguma pousada? O homem me olhou de cima para baixo e falou:

- Posso sim, no vilarejo tem uma pousada da minha família, pode ficar lá.

-Então obrigado senhor pelo trajeto que fizemos juntos, mas preciso voltar...

-Boa sorte para vocês, fiquem atentos...

-E o senhor também, segue na paz. E assim as carroças em sentido contrário seguem aos seus destinos.

-Meu nome é Conde Von. Agradeço desde já pela carona.

-Faço com prazer, por aqui temos que ser solidários, nestas bandas anda muito perigo rondando.

-Me fale mais sobre esses perigos.

-Então, tem por volta de uns oito anos que começou, já mataram muitas pessoas boas da região, eles querem tudo que for de valor, mas como muitos reagem acabam matando.

-Os senhores sabem que são, onde vivem?

-Sim, sabemos, mas não nos atrevemos a fazer justiça, temos nossa família.

-Entendo. Vou ficar alguns dias. Preciso arejar minha cabeça, sofri uma perda e agora quero me encontrar novamente.

-Sei como é, por aqui vai encontrar essa paz que procura. Na verdade, não queria paz, queria é encontrar quem tirava a paz das pessoas e quem sabe descobrir quem me sequestrou e se Dorothea veio dali, quem sabe não fazia parte junto com ela? E talvez, com um golpe de sorte, matar dois coelhos com uma cajadada só...quem sabe...

XXX - Justiça

A palavra justiça tem origem no vocábulo latino iustitia, formado a partir do substantivo neutro ius, que primitivamente significava fórmula religiosa com força de lei; depois, evoluiu para direito, justiça e, por extensão, tribunal, magistrado. O substantivo ius está também na origem de iurare, isto é, pronunciar uma fórmula sagrada, de jurar, e na origem de iustus, a, um, que significa conforme ao direito, justo e também justiça. A palavra ius está ainda relacionada com os seus compostos, por exemplo, iniuria.


A palavra justiça atinge hoje uma amplitude semântica que não tinha nos seus primórdios. A justiça está diretamente relacionada com o direito, mas é distinta dele: a justiça é primitivamente uma divindade, depois adquire um valor moral e filosófico; o direito é sempre um conjunto de normas a aplicar. Como divindade, foi representada de diferentes formas.


As representações da Justiça que hoje vemos têm origem nas anteriores, mas podem apresentar variantes, que acompanham a evolução do Direito ao longo do tempo. Ao estudarmos as lições do Evangelho na interpretação dos benfeitores espirituais, compreendemos que a vingança é sinal característico de inferioridade moral e barbárie. Ela é própria de quem não ama a si mesmo, nem a seu próximo e, muito menos a Deus. É um ato selvagem, extremamente agressivo, que exalta o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a culpa e a hipocrisia. A vingança nada traz de bom, avilta o caráter de quem a comete e gera muita infelicidade, tanto individual quanto coletiva.


Apesar de tudo isso, tem muitas pessoas que defendem a vingança como um ato de justiça face ao mal que outra pessoa lhe tenha causado. Mas isso não é verdade. A justiça não pode ser feita pelas próprias mãos em derramamento de sangue, ou por outros meios, como a fofoca bem urdida, a mentira proposital que alfineta ou a calúnia que provoca aflições. Essas ações ferem frontalmente a lei divina e nos colocam no mesmo nível de embrutecimento, ou até pior, daquele que nos tenha ofendido ou causado algum mal.


Argumentam os partidários da vingança que a lei divina ou é muito morosa, ou é falha, o que não corresponde à verdade, pois Deus nunca deixa impune aquele que transgrida a lei, mas sempre deixa a porta aberta do arrependimento e da reparação. Deus é farto de misericórdia, pois Ele é o próprio amor universal, e o amor nos ensina a perdoar as ofensas, a dar uma segunda chance, até porque todos queremos ter sempre uma nova oportunidade, e os direitos são iguais para todos os homens. A vingança tem ainda outra consequência muito ruim: aquele que a sofre poderá, após a desencarnação, tornar-se obsessor daquele que foi seu algoz na vida terrena, ou seja, os papéis podem se inverter. Então, por tudo isso, substitua esse sentimento negativo pelo perdão das ofensas, pelo amor ao próximo, inclusive ao inimigo, deixando que Deus cuide de seus filhos com verdadeira justiça. Sua vida ficará mais leve, sua consciência trabalhará em paz, e o futuro lhe reservará os bons frutos da semeadura do bem e do amor. Pense nisso, e viva melhor.


O ódio é dessas forças terríveis que vão maculando a criatura, que vão destruindo o indivíduo e certamente infelicitando a criatura.


O ódio tem mil efeitos, cada um deles pior que o outro.


Quando pensamos nos efeitos do vago-simpático que o ódio provoca, a acidez, a diarreia, o desânimo; quando imaginamos a hipertensão, quando pensamos na depressão, na inapetência, todos esses elementos são provocados pelo ódio.


É uma força destrutiva por excelência, e quando começa, como um caudal, ela não se detém. Essa força não pára se o detentor do ódio, aquele que está alimentando o ódio, não cair numa realidade expressivamente positiva de que essa força ou essa energia negativa que ele impulsiona, que ele conduz, não tiver termo. É preciso então que pensemos que o ódio, antes de destruir a qualquer pessoa, de ser dirigido a qualquer coisa, ele primeiramente tenta e consegue desarticular o seu portador. Portar o ódio é como carregar lixo na alma. Por isso, vale a pena pensar que essa força descontrolada, descompensada, essa força desnorteada em que o ódio se traduz, serve apenas para nos fazer morrer sempre um pouco mais. Vale a pena pensar no que é que faz com que esse ódio apareça na nossa vida.

XXXI - Plano final

Na taverna da cidade, encontrei diversas  pessoas que queriam o mesmo que eu, mas sentia que eu precisava ir devagar e ver os perigos que a nível de grande números de pessoas traria para todos os envolvidos, temia por traição, aqueles que queriam justiça por cada um que foi perdido pelas mãos daqueles homens que roubavam e matavam. Desta vez, não queria fazer da minha forma, mas faria de outra forma, arrumaria tudo para que aquele povo ficasse livre. Então antes de agir pedi que fôssemos de maneira bem cuidadosa, sem sermos negligentes. Os ânimos dos homens e de algumas mulheres que tinham perdido seus maridos eram altíssimas. Tudo foi planejado, e executaríamos a meia noite.

Adentramos a floresta, todos armados da maneira que mais convinha, de acordo com o manejo de cada um. Preferi  executar parte de reconhecer cada um, queria ver quem eram, para ter certeza que eles faziam parte daquele grupo que tentávamos derrubar. Plano executado,  partimos para a casa que eles moravam, e para nossa surpresa não encontramos ninguém do grupo. Então começamos as buscas em todos os cômodos, porões e sótão, e o que encontramos nos colocou diante daquilo que mais temíamos. Ali era sim lugar de prostituição, esconderijo e de muita maldade. Encontramos algumas jovens, alias bem meninas ainda, que moravam na região,  conhecidas, em estado lastimável, e claro o que não poderia faltar, crianças de varias idades.

Então diante de tanta crueldade, sentei-me e contei sobre os antros que há anos eu e algumas pessoas  lutavam, junto de entidades de variados países para desbancar esses grupos. Colocamos guardas do próprio povo do vilarejo no local e que quem quer que fosse do grupo ou que em menor menção fosse suspeito seriam presos, e depois tomariam as medidas que a população local destinaria a eles, e mais alguns dias, conforme iam chegando ,um a um, foram sendo presos nos calabouços que eles mesmos improvisaram para outras pessoas, agora eram usados pelos próprios mandantes. Todos julgados pelos moradores, e sendo condenados a morte. Depois que vi tudo organizado, me despedi e parti, queria ir para minha casa, fui escoltado ate a cidade mais próxima, onde contratei alguns homens e segui para Andaluzia, minha ultima morada. 

Precisava procurar meus amigos de luta, queria contar sobre Dorothea e o que tinha acontecido desde meu ultimo dia juntos, dos meus companheiros de luta. Pedi que todos fossem avisados da minha chegada e que precisava encontra-los, mandei um emissário com o aviso. E no dia combinado estava eu a espera de todos, em uma taberna de um grande amigo desde minha infância. As horas passavam e nada de ninguém chegar, estranhava a demora, e alguma coisa me acendeu a antena da desconfiança, tinha sido descoberto?  De novo uma armadilha? E não demorou muito para que a taberna fosse cercada, meu amigo de infância escondido dentro do forno tremia feito vara verde, ele nunca foi muito corajoso. Então restava apenas eu, já que a taverna estava vazia por causa do adiantamento da hora. Corri pelas escadas e subi no telhado que dava para um morro alto nos fundos e por ali escapei. De onde eu me escondi, podia ver pessoas circulando de um lado ao outro, fiquei aliviado de ver que não encontraram meu amigo e logo deixaram o local em duas carruagens.

Depois de um tempo, me certificando que não voltariam, entrei para dar apoio ao meu amigo covarde, o qual dormia feito um anjo. Tomei uma caneca de conhaque e sai pelos fundos, peguei meu cavalo, e fui esgueirando as construções dos fundos ate pegar a trilha pela floresta  a qual me levaria ate minha moradia. O que teria acontecido com meu mensageiro? Para descobrir, segui ate onde as damas da noite se escondiam na floresta, e fui recepcionado por uma senhora bem idosa, que  pediu que eu esperasse do lado de fora da porta, na cobertura, pois a chuva havia começado. Passado alguns minutos, veio em minha direção três mulheres, as quais eu já conhecia.

-Boa noite Conde, o que o traz ate nossa casa esta hora?

-Então não receberam minha carta ontem? Meu emissário não chegou ate aqui?

-Não recebi nada, inclusive quero muito falar com o senhor, descobrimos coisas novas, que o deixará bem.

-Ontem mandei um emissário ate aqui, queria encontrar com todos na taverna, as senhoras não foram e acabou por ser uma cilada, eles estão a nossa frente. E contou sobre tudo que lhe aconteceu desde o dia que ele foi embora da ultima missão. Haras olhava e ouvia com atenção.

-Conde, pelo que estou a notar em tudo que lhe aconteceu, eles querem vingança, o jogo virou, todos nós corremos riscos de circular por ai, precisamos dar um tempo, sumir  sem deixar vestígios. Não vou por ninguém em perigo neste momento. Vamos nos retirar de qualquer missão. Quanto a Dorothéa, descobrimos onde mora, mas o momento requer retirada.

-Me conte, quero fazê-la pagar por tudo.

-Jamais lhe contarei, entre, ficará conosco, ate  percebemos que tudo acalmou, aqui ninguém virá nos procurar estamos seguros. Contrariado entrei, queria falar algo, mas ela me deixou e seguiu escada acima. Os dias corriam tranquilos, passei a assistir palestras dadas por elas para as damas... Aprendi de onde vinha tanta calma naquelas mulheres sofridas, e como elas se mantinham com amor, diante de tanta dor que passavam. Todo dia era enviado alguém disfarçado para circular na cidade, os vilarejos,  para ver se tinha ou não movimentos suspeitos na região, e como tudo estava bem, fui libertado para poder seguir minha vida na minha casa, não que a estadia tinha sido horrível, mas lá eu era o único homem e não me sentia a vontade diante de tantas mulheres poderosas. Elas eram gentis, e graciosas, pareciam irmãs umas das outras.

Minha vida voltava ao normal, tentava a todo custo não ir ate a cidade, ou andar vagando sem objetivo, pois todos sabiam que o grupo queria a nós. Programamos que nos reuniríamos para irmos atrás deles novamente, tudo foi planejado durante minha estadia na sociedade, começaríamos com Dorothéa. Haras descobriu que a família de Dorothea era muito rica, fortuna esta, construída encima de prostituição, pedofilia. Os irmãos  eram os gestores da fortuna, e os que mantinham as casas de prostíbulos, fazia a parte de aliciar meninas e mulheres com a promessa de vida melhor, ou dar dinheiro para família, enquanto trabalhavam se prostituindo. As pessoas que por ali passavam tinham a perversão que quisesse, desde meninas virgem ate crianças.

A fachada da vergonha, era escondida atrás de  minas de carvão que lavava o dinheiro sujo das regiões da Europa. Eles comandavam com alguns cafetões, que faziam das jovens rebeldes um inferno e que algumas chegavam a pagar com a morte, por não querer atender aos caprichos medonhos dos homens pervertidos que usufruíam desses lugares, regados a sexo, bebidas... Com todo o conhecimento, e a paciência bem extrapolada dentro de mim,  sentia a vontade de por fogo em todos eles, com mais pressa que exigia a situação. E mesmo contra a gosto de Haras, a Dama da Noite, armei meu esquema de galões e galões de querosene,  foram sendo espalhados pela floresta e lugares mais escondidos, e fomos em busca de todos. Queria cada um para mim, e ela Dorothea, seria a mais importante. Me preparei, revi os planos, e nosso grupo se pôs a esperar o momento exato para exterminar os mandões de toda maldade humana. O que eu não colocava no plano, era que algo podia dar errado...

XXXII - Meu anjo

Se arrepender, mudar de atitude, atitude contrária, ou oposta àquela tomada anteriormente.
Se ninguém se importasse com o que aconteceu com as pessoas, se todos achassem estarem certos de seus caminhos, então porque deveria me arrepender de algo que fiz para o bem de uma minoria, sim .
O que seria voltar atrás? Um simples retrocesso?  "retroceder jamais"?
Será que eu continuaria  mesmo tendo a compressão que estava errado em matar. 
Será que todos ficariam parados apenas pra não errar?
O que eu faço agora?
Que seja o que Deus quiser...Mas algo me dizia, que eu precisava me arrepender, entende?
Conserte hoje tudo que não vai poder conter no futuro, mesmo que com meu erro salvei e tirei pessoas do sofrimento, mas são todos na terra, filhos do mesmo pai, são irmãos...

Se arrependa agora, porque arrependimento não mata.  Arrepender-se é um ato de coragem.
Um ato de humanismo, de amor, de carinho.
Arrepender-se é um ato sublime, que poucos se dão ao luxo de senti-lo!
Arrependa-se sempre...
Nunca só acerte, errar faz parte em qualquer parte,  não precisa ser inteligente para ter coração, alma, caráter, personalidade.
Seja qual for o seu erro, não tenha medo, pra quem sabe, olha pra trás, nenhuma rua é sem saída arrependa-se, hoje é o seu dia!

Divagava em minha dor, hoje sei que era meus dias finais, e a mão divina agia em mim.

Lilith em suas conversas comigo me tirava do meu devaneio, me sentia leve com suas palavras...Lilith era a mulher que um da se tornaria minha médium para que eu pudesse nesta vida dela, pagar um pouco de minha divida com meu divino. A médium que escreveria minha história, da minha ultima reencarnação na terra. Eu sempre a acompanhei durante todas suas encarnações enquanto eu em  espírito. Durante muito tempos reencarnações dela, eu a protegia, dava intuições nas escolhas que faziam, claro dentro do eu podia, me tornei seu guardião em espirito. Foi por causa de sua dedicação comigo, que o plano maior me deixou ser seu guia espiritual, sendo um exu batizado, trabalhar na linha dos pretos velhos, Xangô e me apresentar na linha dos Exu Pinga fogo. Exu de Umbanda deriva do orixá de mesmo nome, no Candomblé, que era considerado o mensageiro dos demais orixás. ... A partir daí surgiu-se a nomenclatura "exu batizado", para se referir aos exus-de-lei, e "exu pagão", para se referir, na verdade, a quiumbas.  Exu Pinga Fogo - serventia direta de Yorimá.

As mudanças na dinâmica das culturas podem acontecer através de processos internos e externos; no caso do que se convencionou chamar de 'sincretismo', representa um processo externo caracterizado pelo choque e/ou contato entre duas ou mais culturas . A umbanda, como exemplo, resulta do contato entre as tradições do candomblé, somada a algumas tradições indígenas, além de ter nascido, oficialmente, dentro de um centro espírita. O processo de 'sincretismo', em seu sentido amplo, no Brasil é mais evidente nas religiões afro-brasileiras, onde pode ser estudado com mais facilidade, as próprias religiões e tradições afro-brasileiras é que se fizeram 'sincréticas'  no mesmo sentido amplo, estabelecendo as primeiras identificações e correlações com o sistema dominante, no caso a igreja católica aponta dois sentidos para se abordar o sincretismo: o primeiro se refere a um significado objetivo .

Termo consagrado e usado comumente em seu sentido mais amplo de simples correspondência entre divindades de diferentes panteões, mas que vem sofrendo profundas mudanças conceituais e propostas de modificação do sentido na qual é comumente usado. A umbanda, seu surgimento e suas características. Caracterizado pela simples descrição neutra dos elementos sincretizados; o segundo, subjetivo, refere-se às formas de interpretação ou a busca pelas causas do sincretismo. Se deparou com um problema de método, no qual concluiu que o ponto de vista subjetivo era extremamente impreciso, pois o dito "problema" do sincretismo não era visto assim pelos negros que o praticavam, nem sequer pensavam sobre isso, e quando perguntados, davam somente respostas de momento, sem deixar que tal assunto fizesse parte de suas elucubrações religiosas.

Para cada sincretismo apresentado, não é uma fusão entre as divindades através das suas características e semelhanças, mas sim um processo de cisão em que na verdade não há sincretismo, pois uma divindade não se torna outra ou duas não se tornam uma (identificando-as e misturando-as). Elas são apenas sobrepostas através de um sistema de equivalência e não de substituição, portanto ao realizar o culto a uma divindade africana utilizando um nome de santo católico, por exemplo, era esta e não acatólica que estava sendo verdadeiramente cultuada. A expressão sincretismo, então, não podia ser considerada como explicativa de todos os fenômenos de analogia encontrados, muito menos no caso do sincretismo diabo-exu.

Por este motivo, o presente trabalho não fará uso do termo sincretismo, nem mesmo em seu sentido mais amplo, para se referir ao processo de representação estabelecido entre as divindades católicas e africanas. Praticamente impossível determinar o momento inicial da identificação entre os santos católicos e os orixás africanos. Mesmo entre Exu e o diabo dos cristãos, todas as evidências apontam para uma origem localizada na África  sobre esta representação. Foi através deste sistema de analogias que a umbanda foi e é constituída deum simbolismo único e é através do símbolo que o homem diferencia o sagrado e o profano, o material do imaterial. 

Quando o seguidor da umbanda atribui significado a uma imagem ou objeto, no caso das imagens dos exus encontrados ,nos meios umbandistas espalhadas por todo o Brasil, ele a está representando como um símbolo, e o faz segundo a visão de mundo característicos que no Brasil, durante séculos, derivou do catolicismo romano. Toda esta atribuição de significado obedece a um caráter mítico presente e revivido periodicamente através dos ritos. O rito pode ser uma prática individual ou coletiva e geralmente remete a um mito para justificá-lo.  O rito carrega em si significado (aspectos valorativos) que transcende os significados inerentes ao mundo cotidiano, é também o significado que o diferenciado simples 'ato de fazer', pois o fazer cotidiano (costume) também possui função e  sentido específicos, por exemplo, o ato de vestir determinada roupa não é um ritual se atende somente à necessidade de se vestir  Uma cerimônia religiosa é um conjunto de ritos que relembram um episódio mitológico(rito comemorativo), e nela contém toda a gama de rituais elementares (ritos de controle a saber: louvações, tabus, purificações, sacrifícios, entre outros) que o compõe).

XXXIII- A UMBANDA

A Umbanda é uma das principais religiões atuantes no Brasil. Nas regiões Norte e Nordeste, os afrodescendentes a consagraram como um ritual da mesma maneira como na época do "Descobrimento do Brasil". Ela é uma religião influenciada pelo catolicismo, pelo espiritismo, pela cultura indígena e africana. É considerada também como uma religião afro brasileira e uma religião genuinamente brasileira. Teria nascido como dissidência do espiritismo que rejeitava a presença de "guias" negros e caboclos, considerados por "alguns espíritas" como "espíritos inferiores". Este evento representa, hoje, para o movimento umbandista o marco fundador da religião, um divisor de águas entre a macumba – que era compreendida na época como "baixo espiritismo" cuja prática nem sempre estava direcionada para fins elevados – e a umbanda, voltada para a prática do amor ao próximo. 

Na umbanda é uma religião oral que se formou empiricamente e é aprendida com a experiência. Nela não tem matanças nem comidas e seus rituais evitam e dispensam sacrifício de sangue. Admite-se a oferta de raízes, folhas, flores e frutos. Os seguidores podem expressar sua fé através de danças, cânticos, visitas às cachoeiras, grutas, cemitérios, rios, beira-mar. Os orixás são seres mais próximos a Deus, pertencem ao escalão do alto comando espiritual do planeta. Os pretos velhos, caboclos e crianças são espíritos ainda sujeitos a depuração através Os orixás são os santos do candomblé, grandes representantes das forças da natureza. Têm ligação direta com os elementos água, fogo, terra e ar. E tudo o que está contido neles, são da encarnação. do seu total conhecimento. Expressão Onde surgiu a expressão. O que é? Médium Espiritismo, Umbanda e Candomblé é Ser encarnado (homem ou mulher) que serve de intermediário entre o mundo físico e espiritual. Usa a faculdade mediúnica para estreitar relações com o mundo extra corpóreo. 

Mesa Branca e Centro de mesa Umbanda Expressão usada para designar Centros de Umbanda com influências espíritas. Muitos Centros de Umbanda são regidos pelo estudo da obra de Allan Kardec, contudo sem desmerecer as tradições da religião umbandista. Orixá Umbanda e Candomblé Orixá é uma entidade que está acima dos homens. Não reencarna como os demais espíritos. O que existe de comum nas religiões mediúnicas  é que elas são as manifestações dos espíritos dos "mortos" (desencarnados), embora cada uma se comporte particularmente diferente quanto a esse aspecto. Elas acreditam na reencarnação, mas isso não é o bastante para que possamos dizer que elas sejam iguais.

Na umbanda que se consolidará a partir de então, a presença da entidade no transe ritual volta-se mais para a cura, limpeza, aconselhamento dos fiéis e clientes, afastando-se de outro ideal kardecista: o de comunicação com os mortos com o fim de estender ao mundo dos espíritos atrasados e sofre dores a doutrinação evangélica caridosa; e receber dos espíritos de luz orientação para o desenvolvimento de virtudes na terra, curas do corpo e da alma, evolução espiritual dos vivos e dos mortos. A umbanda é a religião dos caboclos, boiadeiros, pretos velhos, ciganas, exus, pomba giras, marinheiros, crianças. Perdidos e abandonados na vida, marginais no além, mas todos eles com uma mesma tarefa religiosa e mágica que lhes foi dada pela religião de uma sociedade fundada na máxima heterogeneidade social: trabalhar pela felicidade do homem sofredor. Os terreiros de umbanda atendem gratuitamente a toda as pessoas e não exigem assiduidade. Também não há seleção dos visitantes, independentemente da classe econômica ou religião a qual pertença. 

Os umbandistas acreditam em um Deus único, chamado Olorum ou Zambi; para eles, devemos ter obediência a valores humanos como fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Cultuam os orixás, manifestações divinas que se confundem com um  elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana. Para eles, cada pessoa está ligada a um orixá. A ligação entre os vivos (encarnados) e "mortos"(desencarnados), se faz por meio dos médiuns. Os médiuns "emprestam" seus corpos para os guias ("cavalos") e para os orixás. Os umbandistas fazem seus cultos no templo, terreiro ou centro. 

É lá que eles sem encontram para realizar culto aos orixás e aos guias ("giras"). Na umbanda há pelo menos três graus de hierarquia, o líder do terreiro é o pai ou mãe-de-santo. No segundo grau está o pai-pequeno ou mãe-pequena, que é ajudante da liderança e assume as funções dela na sua ausência. Depois vem o corpo dos médiuns, isto é, as pessoas que incorporam durante o culto. No último grau estão os ajudantes. Estes são especializados em diversos serviços, como ajudar os médiuns durante as consultas, escrever e interpretar as receitas ou responsabilizar-se pela apresentação do espaço do culto ou pela música.

Brasil – Niterói/RJ, através do médium Zelio Fernandino de Moraes. Há sincretismo com os santos católicos, onde os mesmos são priorizados com suas orações. Exemplo: Ogum é a falange de São Jorge. Brasil. De origem africana, trazida pela influência dos escravos. Firmou-se em estados do nordeste, principalmente na Bahia, espalhando para o resto do Brasil. Comunicação com Espíritos Dá-se através da mediunidade que é a faculdade que proporciona o contato com os desencarnados. Todo Centro Espírita há cursos de formação de médiuns. A variedade de faculdades mediúnicas varia bastante, desde a superficial intuição até os fenômenos de efeitos físicos, e, em casos mais raros, visão e audição perfeita dos espíritos. A comunicação mediúnica na Umbanda é diferente do Espiritismo. 

Apesar do espírita estudar mais, o umbandista pratica mais e sem o medo e a negação muito comum entre os espíritas. As consultas com o mundo espiritual são sempre feitas através de médiuns incorporados, semi incorporados e, também, pela intuição que é repassada pelos guias. Como muita gente imagina, no Candomblé não existe incorporações de espíritos, pois são os orixás que se apresentam. Segundo o Candomblé, o orixá não passa pela vida corpórea como nós. Isto é, os orixás não são entidades como as conhecidas pelo Espiritismo e a Umbanda. O contato com o mundo espiritual é feito através do jogo de búzios. Rituais e Oferendas Não existem rituais e oferendas na Doutrina Espírita. Há rituais e oferendas aos orixás e aos guias. As oferendas são feitas em nome dos orixás. Espíritos, Deuses e Orixás Só há um único Deus. 

Algumas federações de umbanda foram criadas na época da ditadura do Estado Novo, para enfrentar a discriminação, perseguições e repressão policial, e legalizar os templos, fornecer alvarás de funcionamento e demais documentos. Para se livrar de seus opositores, alguns umbandistas passaram a adotar a expressão "espiritismo de umbanda". Buscou a legitimação dos terreiros de umbanda mediante registro na polícia e criou a Federação Espírita Cearense de Umbanda em 1953. Seu objetivo foi garantir a afirmação da religião de modo a ocupar um espaço público em Fortaleza e em outros municípios do Ceará, atingindo maior grau organizativo. Sendo o conhecimento algo prioritário em uma sociedade que se diz moderna – especificamente no Brasil republicano, urbanizado, e cuja economia girava então em torno da industrialização, era requerido esse saber legitimado, em detrimento da tradição oral. 

A umbanda absorveu do espiritismo  kardecista, as virtudes da caridade e humildade, assim fazendo-se mais ocidental que as demais religiões afro brasileiras, mas nunca completou este processo de ocidentalização, ficando a meio caminho entre ser uma religião volta da para a orientação e o esclarecimento e religião mágica. 

É kardecista esta herança da prática da caridade, que no kardecismo sequer separa o mundo dos vivos do mundo dos mortos, pois estes também precisam de ajuda na sua saga em direção à luz, o desenvolvimento espiritual.

Conheça melhor as diferenças entre Espiritismo, Umbanda e Candomblé.

 Quadro de religiões Espiritismo/ Umbanda /Candomblé Em que se baseia? 

Continuidade da vida após a morte e a comunicação com os espíritos. 

O Espiritismo é considerado, por muitos, como a religião do futuro por ser a religião que dá esperança para a pessoa continuar a viver enfrentando problemas ao saber que a vida continua e que tudo aqui é um grande aprendizado. Onde surgiu? Surgiu na França, codificada pelo estudioso Allan Kardec, a partir da publicação de "O Livro dos Espíritos", em Paris, no ano de1857. Espíritos são criados seres simples e ignorantes que através da experiência da Reencarnação adquirem evolução.

XXXIV - O dom da vida

Duas semanas e  4 dias, após o incidente que me queimou 80% por cento, de todas minhas carnes, com dores extremas, que depurou minha alma, aos cuidados das benfeitoras Damas da Noite, deixei a terra. Meu estado espiritual estava mais ciente da lei divina, pois durante todo o tempo em que fiquei aprisionado na cama, pude encontrar essa lei, entendi, que não é do homem o dom da vida, mas sim de preservá-la.

Ele disse: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá" (João 11.25). Essa esperança não apenas vai tocar a eternidade, mas você já pode desfrutar o melhor dela hoje e agora.

Deus nos criou para o louvor da glória Dele, para termos intimidade com Ele, mas essa comunhão foi quebrada e destruída quando o homem pecou. O pecado é fruto do homem, e o que Jesus veio fazer na Terra não foi exatamente arrancar esse fruto, mas mudar a sua natureza. É como um limoeiro: não adianta arrancar os frutos, porque a árvore continuará produzindo limões, mas, se você cortar a raiz dela e enxertar um ramo de laranja serra d'água, passará a produzir laranjas bem docinhas. Jesus veio para trazer mudança.

 A fé cristã não é a mudança de uma placa religiosa, pois não é a religião que liga o homem a Deus, e, sim, a obra de Jesus na cruz. Quando contemplamos essa verdade, a mudança certa chega na vida de cada um. A morte de Jesus na cruz foi exatamente para pagar toda a dívida da humanidade. Não tínhamos nenhuma condição de pagar, mas Jesus assumiu o castigo que era destinado a nós. Por isso, o homem pode ser perdoado, pode ser salvo e reconciliado com Deus. Quando uma pessoa aceita essa verdade, entende que Jesus é quem salvou a humanidade. Ela passa a desfrutar a paz em seus dias na terra e adquire uma certeza chamada "vida eterna". Então, creia: o salário do pecado é a morte, mas Jesus assumiu em nosso lugar para que pudéssemos ter vida, perdão e escrever o nosso nome no livro da eternidade. Que você possa vivenciar essa promessa! 

O dom da vida, o qual é pouco reconhecido. Por quê você acha que não pediu para nascer? Quantas famílias têm filhos planejados e, de repente, nasce mais um filho. E como você ainda diz que não queria nascer? Seu pai estava fazendo um planejamento familiar. Sejam bem vindos, minha filha e meu filho, este mundo é de vocês!

Quando seus pais tiveram relação sexual, entre milhares e milhares de espermatozoides, um apenas se encontrou com um óvulo, e esse único espermatozoide, que é você, conseguiu penetrar nele e você foi concebido; milhões ficaram para trás, só um entrou. Então nós pedimos para nascer sim! Nascer ou não nascer é problema de Deus, por isso temos que bendizer aos pais que temos; mesmo que não sejam biológicos. E as pessoas que foram criadas pelos pais adotivos têm que louvar dobrado, pois têm pais em dobro.

Você escolhe o tipo de vida que você quer ter. Feliz o homem que me ouve e que vela todos os dias à minha porta e guarda os umbrais de minha casa! (Provérbios 8, 34). 

Só nos tornaremos sábios se escutarmos as disciplinas de Deus. Ouvi minha instrução para serdes sábios, não a rejeiteis (Provérbios 8, 33).

Hoje a decadência é cruel, quantos daqueles que não encontraram Jesus hoje têm uma vida decadente. 

Pois quem me acha encontra a vida e alcança o favor do Senhor. Mas quem me ofende, prejudica-se a si mesmo; quem me odeia, ama a morte (Provérbios 8, 35- 36).

Há muitas pessoas que são tementes a Deus e são felizes, porque conhecem ao Senhor. Quem vive a disciplina vai ser respeitado eternamente, pois é um homem que segue as Escrituras; um homem temente a Deus, íntegro. Feliz de você, minha amiga e meu amigo, que respeita a disciplina de Deus, a qual, muitas vezes, até é muito dura, mas é a nossa salvação, é tudo de que precisamos.

Mesmo que passemos a vida toda numa cama, ela continua sendo muito boa, cheia de sonhos e realizações. Quantas pessoas eu conheci que ficavam deitadas o tempo todo, mas eram muito felizes. A vida vale a pena, porque ela nos foi dada por Deus. Essas pessoas lutam com muita alegria.

Todos nós somos feitos de carne e nossa única fortaleza é temer a Deus, fugindo das ocasiões que nos façam cair no pecado. Tudo o que fazemos tem um resultado; não é fazer por fazer. Se ninguém descobrir o que estamos fazendo, Deus sabe, pois Ele sabe de todas as coisas. Todos nós temos a obrigação de ser de Deus, para não ir a caminho da morte. Temos que pensar seriamente nisso, e se estamos fazendo algo de errado, devemos prestar atenção, pois um dia vai ser descoberto. Nada deste mundo não é revelado. Mesmo quem vive de máscaras. O dom da vida é o melhor dom que Deus nos deu! Não seja um covarde em sua vida! Seja um vencedor em Jesus Cristo! Seja uma pessoa digna de sua própria vida. Você não nasceu porque quis, mas foi um presente de Deus.

Minha morte da carne, meu corpo foi cremado, e mais uma vez sofri, senti a dor da carne sendo queimada, e o cheiro que exalava, eu lembrava minhas vítimas sim ,Deus agia em minha vida espiritual agora depois de ter agido na minha física, pois vivi minha morte na íntegra..  Eu tinha que aprender, que não podemos fazer justiça em nome da justiça, porque Deus é quem age na justiça que nos não vemos justiça. Não crer que Deus protege a todos, e que cada um tem o que está designado para que o espírito aprenda. Deus tem tudo sob seu comando, não precisamos matar para obter justiça. Então eu ainda não estava preparado para ir para o tão sonhado céu, teria que expurgar as ultimas gotas de fazer justiça. Assim, fiquei por muitos tempo nas regiões mais tenebrosas de minha mente, criava para mim o pior dos infernos, onde eu queimava minhas ultimas ideias erradas da vida. Ouvi choro, lamentos, uivos e gritos que não me deixavam descansar, sussurros pedindo ajuda, praguejados contra Deus, contra o pai, mãe e todos os nomes que se possa existir na terra.

XXXV - As dores do umbral mental

Os termos umbral, purgatório, inferno são expressões que dizem respeito a zonas de retenção espiritual e de sofrimento após o desencarne. Essas zonas têm como objetivo, despertar a alma, recondicionando para a reencarnação ou para a ascensão a outras esferas.


Intensidade regulada entre o limiar de percepção e o limiar de dor: o limite de intensidade máxima será representado, regulada entre o limite de percepção e o limite do doador o limite máximo de intensidade será representado no momento, nas terminações nervosas, o efeito anti-inflamatório e o relaxamento que permite elevar o limiar da dor.  


Tanto o umbral como o purgatório dizem respeito ao nosso Estado de Espírito, ou seja, nosso consciente e inconsciente. As ideias de umbral e purgatório são semelhantes. Já que nos dois casos são temporais. Os sofrimentos, por qual, passa o espírito é temporal, isso quer dizer que há um limite, não é para sempre. O purgatório da Igreja Católica é um momento, um período de sofrimento do espírita. O que corresponde ao umbral do espiritismo, que é uma dimensão, um situação de sofrimento. Já que, o espírita vai se libertar daquilo e vai passar para uma dimensão de não sofrimento, ou então, terá diminuídoHaverá no Universo lugares circunscritos para as penas e gozo dos Espíritos, segundo seus merecimentosAs penas e os gozos são inerentes de perfeição dos Espíritos. Cada um tira de si mesmo o princípio de sua felicidade ou de sua desgraça. O inferno e o paraíso não existem, tais como o homem imagina. São simples alegorias: por toda parte há Espíritos ditosos e inditosos. Entretanto, conforme também já dissemos, os Espíritos de uma mesma ordem se reúnem por simpatia; mas podem reunir-se onde queiram, quando são perfeitos. Portanto, sendo negada a existência de céu e inferno. O purgatório, segundo o espiritismo diz respeito, às dores físicas e morais: o tempo de expiação. Por purgatório, Dores físicas e morais: o tempo da expiação. Quase sempre, na Terra é que fazeis o vosso purgatório e que Deus vos obriga a expiar as vossas faltas.


Com isso, por conta de seu estágio de provas e expiações, o planeta Terra é o purgatório, onde expiamos as nossas faltas. E essas alegorias, que foram citadas acima, são voltadas para as pessoas compreenderem de acordo com o seu adiantamento. Conforme seu progresso moral e intelectual, as civilizações e as culturas passam pelo processo de racionalização das ideias.


Em minhas ultimas horas ainda em vida mínima, Haras sentou-se ao meu lado, e para mim contou como cheguei ali, eu não lembrava de nada, apenas o dia que eu estava tocaiado esperando os miseráveis estupradores chegarem ao local que estávamos esperando.


-Conde, conde meu amigo, lutador, fazedor de justiça, não o julgo, só Deus o poderá. mas sei que não lembra daquela noite em que tivemos  a noite mais triste, que desencadeou os dias de hoje. Não quero iludi-lo, sabes bem que seus dias está findando, não conseguimos te salvar, seu corpo esta desistindo e espero que  seu espirito esteja lúcido, para que  sabia, pegamos Dorothea e todos de seu grupo, mas eles não estão mortos, foram presos e condenados as masmorras e em um prazo bem curto queimarão no fogo do inferno, pois serão enforcados em praça pública. O trágico acidente que aconteceu com você, foi armado por eles, que já confessaram, especialmente por aquela que você amou. Ela nos contou como fez, um dos seus homens a seus comando, deixou um buraco no galão, que escorria querosene, vazava por uma trilha, e não foi difícil por fogo que chegou ate você muito rápido, não dando tempo de sair de perto,  assim que vou você se aproximar, fazendo com que o galão explodisse, saiba que sua morte foi vingada com justiça. Os juízes da região, alguns entre eles foram cassados, inclusive a igreja está fazendo a busca por causa de vidas de inocentes, de familiares de alguns de homens poderosos estavam entre os grupos de pessoas desaparecidas, fazendo com que centenas de pessoas se mobilizassem querendo justiça. Seu acidente foi visto por centenas de pessoas, e ate os dias de hoje é falado, como ato heroico. todos sabem o quanto lutou para libertar mulheres, e crianças. Todos rezam por você, para que seja recuperado, fazem procissão ate a igreja central da cidade, acendem velas por você.

XXXVI -Saindo umbral

Para contar em tempo da terra, não saberia dizer dizer exatamente quanto tempo fiquei ali no umbral de minha consciência individual, mas foi o bastante para eu entender que Deus está acima de tudo e de todos, me arrependia, deveria ter deixado a justiça terrena fazer justiça, entrega-los a justiça, mesmo que essa não fizesse da forma que eu queria, era acreditar em Deus que  ajustiça viria de uma forma ou de outra.

Precisava me perdoar para obter perdão. Não podia simplesmente sacudir sentimentos de culpa. Muitos se voltam a Deus a fim de sentir que seus pecados foram perdoados.

Muitas vezes as pessoas não se arrependem completamente dos seus erros. Eles apenas querem acalmar suas consciências. Mas as vezes também existem pessoas que tem grande desejo para receber perdão, e que se arrependem sinceramente das coisas ruins que fizeram. Eles realmente querem descobrir de que maneira podem receber o perdão. E querem ter a certeza no coração que as coisas foram realmente perdoadas, e que entre eles e Deus está tudo em ordem, bem como com as pessoas á sua volta.

Isaías 1, 18 mostra claramente a postura de Deus em relação ao perdão: „ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã." Que proposta incrível – Deus quer te perdoar! Deus precisa saber que estamos dispostos a perdoar aqueles que nos fizeram mal. Sem essa postura Deus não pode nos tirar do apuro. Nós temos que confessar o nome dos pecados diante de Deus, para que seja claro do que queremos receber perdão. Deus sabe de tudo, por isso esse reconhecimento é mais para nós mesmos, mas ele quer saber se vemos isso da mesma maneira que ele vê. Confessar os seus pecados, também significa pedir perdão para outras pessoas se isso for necessário.

Se queremos receber o perdão de Deus, precisamos ter o desejo de nunca mais pecar. Nós temos que lamentar e estar tristes sobre o que fizemos contra a vontade de Deus. Então Deus sabe que não queremos apenas acalmar a nossa consciência, por estar nos sentindo culpados. Se pedimos por perdão a Deus de uma maneira superficial, não somos levados a sério e certamente não recebemos o perdão. Mas se Deus vê que queremos nos afastar de todo o coração do pecado, então ele vai nos perdoar os mais terríveis pecados com todo gosto. Se nos arrependemos em verdade dos nossos pecados, então isso vai nos impulsionar na direção contrária, para longe da nossa culpa e pecado, e de encontro para uma vida em liberdade e paz.

Eu me arrependo do que tenho feito, e pedi a Deus para que me perdoasse, contudo não sentia e não sabia se ele me perdoou verdadeiramente. Para isso podem haver algumas razões, temos que guardar o nosso coração de todos os pensamentos que querem roubar a nossa fé,   Deus, sobre o perdão. O mal ou satanás como muito dá nome, está por trás desses ataques. Seu único alvo é roubar, matar e destruir – isso nós sabemos.  Ele é mestre em semear dúvida.   por isso nunca podemos acreditar nas suas palavras, que nos é insuflada na mente. Por outro lado sabemos que Deus permanece fiel para com suas promessas e mandamentos e que não pode mentir. Isso significa: Se cumprimos com as condições e pedimos a ele com sinceridade – então Deus nos ouviu e perdoou. Talvez nem sempre podemos sentir que recebemos o perdão. Mas também não é a intenção de Deus que vivamos segundo nossos sentimentos. Não, nós temos que confiar em Deus. Nós temos que crer, independente do que sentimos, que nossos pecados foram perdoados e lançados nas profundezas do oceano. Isso significa que temos que crer, independente do que sentimos, que nossos pecados foram perdoados e lançados nas profundezas do oceano.

Nós podemos receber o perdão, porque Jesus morreu por nós. Se cumprimos com as condições, não precisamos morrer como temos merecido. Mas isso é apenas o começo. Deus não quer apenas nos perdoar, mas ele também tem um plano, nos assegurar que o pecado, que nos trouxe tanta angústia, nunca mais receba poder sobre nós. Para que isso aconteça, temos que fazer de tudo que é possível a fim de nos aproximar de Jesus. Jesus não morreu apenas para que tenhamos o perdão dos pecados, mas ele viveu uma vida em vitória sobre o pecado, e isso torna possível para nós de fazer o mesmo. Por isso é necessário deixar tudo que quer nos induzir ao erro, do qual recebemos o perdão. Nosso maior desejo deveria ser de ouvir a voz de Jesus no nosso coração – ela quer nos levar para uma vida completamente nova e cheia de conteúdo e paz.

Não deixe que o mal te deixe deprimido com sentimentos de culpa. Comece hoje ainda, peça perdão a Deus e comece uma vida completamente nova: uma vida de completa vitória sobre o pecado. E contudo que pensava, diante dos samaritanos pedi perdão, e eles vendo minha sincera alma me recolheu...

Após ter disso recolhido uma nova jornada iniciei, deslumbrado com o que descobria, fui me aperfeiçoando na pátria espiritual, descendo em campos sombrios, ajudando onde eu pudesse, e um dai fui convidado para fazer parte de um grupo de espíritos, para ajudar na umbanda em espirito, a missão de orientação na terra para os encanados como Exu Pinga fogo. E quem tem olhos espirituais pode me ver, e atestar minhas queimaduras, desde o meu rosto, meus braços  e o que está escondido em meu corpo, Faço questão de  mostrar as marcas da minha provocada morta, mas então onde eu mais evolui. 

Larouê todos Exus e Pombas giras.

"Exu é a figura mais controvertida dos cultos afro-brasileiros e também a mais conhecida. Há, antes de mais nada, a discussão se Exu é um Orixá ou apenas uma Entidade diferente, que ficaria entre a classificação de Orixá e Ser Humano. Sem dúvida, ele trafega tanto pelo mundo material (ayé), onde habitam os seres humanos e todas as figuras vivas que conhecemos, como pela região do sobrenatural (orum), onde trafegam Orixás, Entidades afins e as Almas dos mortos (eguns).Ressaltar é que o estágio evolutivo não impede Exu de trabalhar conjunta e harmoniosamente com entidades mais evoluídas, até porque além de trabalharem sob as suas ordens, ou seja, sob as ordens de enviados de Orixá, a questão "hierarquia" é muito bem resolvida no Astral Superior. Lá não existem "disputas" pelo "poder" ou se questiona quem "manda". Todos estão conscientes de seus papéis e do trabalho que precisa ser realizado, além de trabalharem com um mesmo objetivo, a Caridade!

A palavra de ordem de Exu é "compromisso"! 

Por tudo isso ele não é e nem nunca foi traidor ou do "mal, nem satanás e nem diabão, o qualquer outro nome pejorativo.

"Seu Pinga Fogo passou na encruzilhada
Ali encontrou Pomba Gira
Aproveitou encomendou-lhe um trabalho
Despachou-lhe a demanda
Ficou segurando a gira".


 "Pinga Fogo lá na encruza Pinga Fogo lá na encruza Abre a porta gente Pinga Fogo tá em terra".


Segura a banda Exu Pinga fogo!

XXXVII - Lições do Senhor Exu Pinga fogo - 1

Vida e Sexo.


"...entendendo­-se que todos os compromissos na vida sexual estão igualmente subordinados à Lei de Causa e Efeito; e, segundo esse exato princípio, de tudo o que dermos a outrem, no mundo afetivo, outrem também nos dará." Emannuel, do livro Vida e Sexo.


Por que a busca do prazer sexual é condenada por muitas religiões? Se buscarmos o prazer sexual, estaremos procedendo de maneira pecaminosa? A prática sexual deve objetivar apenas a reprodução? Será que a atual liberdade sexual tem proporcionado a satisfação que o ser humano tanto deseja? Como os postulados espíritas entendem tão controversa questão?


Falar sobre sexo ainda é se aventurar tanto para o moralismo repressor como para a liberalidade irresponsável. A mais antiga função da sexualidade humana é a reprodução e, a mais moderna, o prazer. Entretanto, relacionado a esse assunto, ainda existe um sistema de preconceitos, tabus, mitos e culpabilidade, decorrente de ideologias religiosas e culturais, segundo o qual somente no casamento o sexo é parcialmente liberado.


As religiões, que no passado se faziam responsáveis pela orientação filosófica e comportamental dos indivíduos, em razão da austeridade de seus conceitos e crenças, controlaram a expressão sexual através de proibições e punições, e, ao condenarem a busca de satisfação física e emocional, permitiram apenas que ela fosse considerada em seu aspecto reprodutivo. Apesar de muitas dessas normas estarem bastante modificadas, ainda existem religiões que, ao encararem com excessivas restrições o prazer, impedem, por exemplo, o uso de anticoncepcional ou de preservativos, mesmo nas relações conjugais.


No entanto, na prática, a atividade sexual tem dois aspectos distintos: o reprodutivo e a busca de satisfação física. Segundo pesquisas, atualmente, 99% das relações que um casal tem durante sua vida em comum visam ao prazer.


O bem-estar é um desejo natural. Deus não proíbe senão o abuso. Ele não incrimina a procura do bem-estar, se esse bem-estar não é adquirido às custas de ninguém, e se não deve enfraquecer, nem vossas forças morais, nem vossas forças físicas.


O prazer, em si mesmo, não é condenável, visto que o ser humano sempre se encontra empenhado na obtenção de alguma forma de bem-estar, seja na realização de uma atividade, na aquisição de novos conhecimentos, ao sentir-se com boa saúde, durante a alimentação, em seu repouso. Com isso, podemos deduzir que a inconveniência na busca do prazer sexual não diz respeito a algo inerente ao sexo propriamente dito, mas a quem o pratica, quando essa criatura é movida por vulgares sentimentos e desequilibradas motivações.


Examinando a sociedade como vítima da castração religiosa ancestral, decorrente das inibições, frustrações e perturbações de seus líderes, que através de mecanismos proibitivos para o intercâmbio sexual, condenavam-no como instrumento de sordidez, abominação e pecado, teve a coragem intelectual e científica de levantar a bandeira da libertação, demonstrando que o gravame se encontra mais na mente do indivíduo do que no ato propriamente dito.


 A contribuição de Freud para a libertação da criatura humana, arrancando-a da hipocrisia vitoriana e clerical anteriores, dando-lhe dignidade, é de valor inestimável. O que tem faltado é conveniente orientação educacional para a vida sexual, assim como equilíbrio por parte de religiosos e educadores, líderes de massas e agentes multiplicadores sociais, que sempre refletem as próprias dificuldades de relacionamento e vivência sexual. [2]


Sexo tem um sentido de troca positiva de sensações e vibrações carnais e fluídicas. Não se retira do ato sexual, com isso, o seu característico de prazer. É prazer e continuará sendo no mundo material. Deve ser, inclusive, para justificar e incentivar a sua prática. Não é fonte exclusiva para a procriação, mas, sobretudo, para troca de energias e sentimentos entre os seres que se unem para um consórcio de vida, permutando experiências e desenvolvendo projetos. O instinto sexual não é apenas o agente de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhe são necessários ao progresso.

XXXVIII - Lições do Senhor Exu Pinga fogo - 2

 evita os vícios e os abusos de qualquer natureza;

· protege-se da negatividade, sempre encarando positivamente as pessoas e as situações;

· sublima seus princípios, valores e crenças.

Porém, muita gente, a pretexto de uma falsa humildade, mutila-se e renega-se e vai querer tentar amar o próximo. A pessoa não se aceita, acha-se repleta de defeitos, não tem cuidado com o seu corpo físico, mas está loucamente tentando amar alguém, porém odiando a si própria. Contudo, com tal sentimento, não vai conseguir amar sequer um mosquito.

Se nem os seus defeitos a pessoa consegue aguentar, que dirá das imperfeições dos outros.

Você já se conhece... Sabe quem você é? Sem o autodescobrimento, é impossível se amar, porque ninguém ama quem não conhece, nem se o desconhecido for você mesmo. Descubra-se, não seja um desconhecido para você mesmo.

Faça uma meditação diária, reservando-se, ao menos, cinco minutos do seu dia para essa grande viagem interior. Quantas vezes nos iludimos por acreditar que nossas questões mais difíceis são aquelas que se relacionam com os outros! Entretanto, complexo mesmo, para muitos de nós, é lidar com nosso próprio mundo íntimo. Desperdiçamos muito tempo e energia no processo de negar tudo aquilo que não aprovamos em nós, como se ignorar a existência de nossas dificuldades fosse a solução para elas. O autoconhecimento consiste, justamente, nesse olhar interior que nos permite descobrir quem realmente somos, o que queremos e quais as razões e as motivações que impelem nosso comportamento perante a vida e as pessoas. Porém, se por um lado, o autodescobrimento nos possibilita desvendar nosso lado negativo, por outro, ele incentiva a buscar meios para a sua superação, porque, em nós, encontram-se tanto a causa como a solução de nossos embaraços. 

Aceite-se como é sem culpa. Não vá se ferir. Nessa descoberta, você encontrará alguém que talvez não conhecia, talvez com defeitos que você mesmo não admita e nem suporte. Mas não importa. Aceite-se. Você é um espírito em evolução. Você ainda não é perfeito e está muito longe da perfeição relativa a que todos estamos fadados (somente Deus possui a perfeição absoluta). Se você já fosse perfeito, não teria reencarnado no planeta Terra e estaria vivendo em mundos mais felizes. Admita seus erros e suas limitações, e assim estará habilitado a compreender os erros dos outros.

Muitos indivíduos se desvalorizam em razão do alto nível de exigências que impõem a si mesmos. Por isso, não conseguem perceber que ter bons pensamentos a seu respeito pode lhes saciar a sede de amor e de consideração que todo ser humano possui.

Assim, torna-se imprescindível atentarmos para as críticas destrutivas que fazemos a nós mesmos, porque dificilmente tais acusações conseguem melhorar nossa condição íntima. Pelo contrário, em razão das culpas que geram, não nos estimulam a uma conscientização equilibrada e nem à adoção de mudanças positivas tanto dentro como fora de nós.

Portanto, a auto aceitação consiste nesse acatamento de nossas reais possibilidades, o que, por sua vez, nos afasta da neurose das comparações, porque muitas das exigências que imputamos a nós mesmos têm a ver com as irreais expectativas que os outros alimentam em relação à nossa pessoa.

Até que consigamos conquistar a devida firmeza nas intenções e nas atitudes, é o auto perdão que exerce um papel fundamental na amenização de nossos remorsos e culpas. E auto perdoar-se não significa, pura e simplesmente, justificar-se pelos erros cometidos. Antes de tudo, trata-se daquela chance a mais que proporcionamos a nós mesmos com o intuito de, agora, acertar, aprender e, com isso, trabalhar a própria melhoria interior. Daí a importância de valorizarmos nossos mais simples avanços e conquistas, para que a superação de nossos equívocos ocorra não em clima de culpa, mas pelo sincero desejo de progredir, de adquirir uma condição íntima mais satisfatória. 

Então, sem medo e sem preconceito, aceite-se. Mas não se acomode com aquilo que você é. Melhore-se a cada dia. Seja a cada novo dia melhor do que você foi no dia anterior. Aliás, você está aqui exatamente para crescer, para evoluir. Estudar, trabalhar, casar, ter filhos, divertir-se são apenas situações estimuladoras do seu crescimento. Quem fica parado é poste, diz a sabedoria popular. Quando o indivíduo deixa de se trabalhar interiormente, de crescer como espírito, o sofrimento logo aparece. É curioso ver como o sofrimento impulsiona o nosso progresso espiritual, não é mesmo? Então, caro amigo, não espere por ele, trabalhe interiormente e melhore um pouco a cada dia. Quanto mais crescer por esforço próprio, menos precisará da companhia do sofrimento. Que maravilha, não é? Aposto que muitos milagres acontecerão em sua vida, porque nada resiste à energia do amor. Aliás, a melhor definição que deram de Deus é a de que Deus é amor. Ora, quanto mais eu manifestar o amor em mim, mais Deus estará em mim. Não tem outro caminho.

Agora, finalmente, meu amigo, você está habilitado a amar os outros, nossos irmãos. Isso é inevitável, porque o amor verdadeiro em nós é tão bom que não conseguiríamos que ele ficasse retido em nosso ser. O amor é a expansão dos nossos mais sublimes sentimentos. Jesus é a maior prova disso. por meio do auto amor que criamos uma autoimagem positiva e que construímos uma autoestima resistente. Quando emocionalmente atendemos às nossas próprias necessidades, mais nos sobra para socorrer as necessidades alheias e aceitar as outras pessoas pelo que elas conseguem ser. De fato, quem se ama não se machuca, não fere o outro e nem depende de ninguém para lhe dizer se merece ou não aquilo que existe de melhor, porque é o respeito e o amor que alimentamos por nós mesmos que fazem com que as coisas boas simplesmente aconteçam em nossa vida, em virtude do ambiente favorável que criamos ao redor de nós mesmos.


AUTOCONSIDERAÇÃO


 Indivíduos que não se valorizam criam em seu campo magnético – aura humana – energias negativas e são mantidas por pensamentos habituais de autodesvalorização. A partir daí, materializam acontecimentos inconvenientes e atraem indivíduos semelhantes (encarnados ou desencarnados) à sua maneira inadequada de se comportar diante das pessoas e dos acontecimentos.

Por exemplo, se repetirmos constantemente para nós mesmos que somos indignos, tolos e desprezíveis, atraímos ondas mentais similares a esses autoconceitos, porque chamaremos para nós sentimentos semelhantes de outras criaturas. Pudera, nós vibramos contra nós mesmos!...Ao pensarmos, nossa casa mental irradia vibrações ou ondas que se propagam no universo energético circundante com que ela sintoniza. A energia que dissipamos é que a atrai a consideração, ou não, dos outros. Quanto mais nos rejeitamos, maior é a rejeição das pessoas para conosco. A atitude de nos subestimar ou menosprezar cria em nossa intimidade uma estrutura psicológica comparável a um "mata-borrão" ou a um "exaustor energético", que suga tudo o que existe de negativo no ambiente em que nos encontramos. Podemos nos comparar a verdadeiros "imãs", que vão atraindo a "limalha de ferro".

Não importa se trazemos de nossa atual ou das passadas existências um sistema de crenças derrotistas ... O que hoje realmente importa é a conscientização de que se nossos olhos estão envolvidos com nosso próprio malquerer, imediatamente sintonizaremos com o mal alheio. A mente é, ao mesmo tempo, uma fonte receptora e uma força propulsora, que capta e irradia qualquer onda mental. A autoconsideração, isto é, o amor a nós mesmos, é o melhor antídoto contra as energias deletérias. Esse auto comportamento afetuoso melhorará a qualidade de nosso relacionamento com nós próprios e com os semelhantes.

No entanto, a autoconsideração não pode ser comparada ao narcisismo ou ao egoísmo, mas, sim, ao fato de que somos tão dignos de amor quanto o nosso próximo, ou seja, devemos desejar e buscar mutuamente o amor incondicional.

"Amar a Deus sobre todas as coisas" é o primeiro e o maior de todos os mandamentos, "amar ao próximo como a nós mesmos" é considerado o segundo e semelhante ao primeiro; tanto que Jesus Cristo afirmou perante os judeus da época que "toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos". A autoconsideração faz nosso "universo íntimo" girar em torno do amor e, em virtude disso, atrair criaturas e energias amorosas em nosso derredor.

XXXIV - Lições do Senhor Exu Pinga fogo - 3

Lares


Crises nos lares? Por que tanto desamor?

O homem está doente e, como efeito, neste período de transição, ele exterioriza os estados de desequilíbrio. A ciência e a tecnologia, que tanto contribuíram para o progresso intelectual e para as conquistas pessoais do homem e da sociedade, não equacionaram o problema da consciência, o problema do ser. Depois de mais de seis mil anos de pesquisas na área da ciência logramos atingir o ápice. Mas ainda não tivemos a coragem de atingir o Eu, de criar uma transformação real, profunda. 

A Doutrina Espírita faz uma proposta: você é um ser imortal, despido da transitoriedade carnal. Considere a vida física, a existência corporal uma experiência breve como um bloco de neve que a luz do dia vai derreter. Observe que a sua vida não encontra causalidade real no berço, nem terminará na injunção cadavérica. É nesse contexto que você está, no meio de duas experiências: a do passado e a do presente, vivendo hoje o que fez de si ontem, trabalhe agora porque você pretende ser alguém. Atenda esse real interesse pela transformação legítima de seus objetivos, pensando diariamente em si, amando-se. Porque se criou um conceito falso de amar ao próximo esquecido de como a si próprio se deve amar, de perdoar aos outros como a si próprio se deve perdoar. 

O indivíduo castrado por religiões do passado, bate à porta da Doutrina Espírita, com inúmeros conflitos de comportamento e de consciência, ele não se perdoa ser gente, ser humano, falhar. Ele não se perdoa porque se equivocou ou bloqueia a consciência para não pensar nisso e aliena-se ou faz uma consciência de culpa, marchando para os estados paroxísticos da depressão ou da exaltação, tombando em estados ainda alienantes. Ou então ele adquire uma posição de cinismo, até o momento em que a consciência rompe as barreiras do bloqueio e ele se descobre frustrado, marchando para o suicídio indireto, quando não diretamente. O Espiritismo, atualizando o pensamento de Jesus, diz que temos o direito de errar. O erro é uma experiência que não deu certo e nos ensina que não devemos mais tentar aquela experiência daquela forma. Afirmava Confúcio: 'Com os bons aprendemos virtudes, com os maus aprendemos a não fazer as atitudes negativas que eles mantêm'. Logo, nós temos o dever de nos amarmos, porque, quando apenas amamos aos outros, projetamos a sombra, a imagem. Estamos fugindo de nós e não estamos a amar, mas sim, transferindo biótipos, modelos, e exigindo que os outros sejam aquilo que nós somos. 

Então o Espiritismo diz: ame-se a si mesmo, dê-se oportunidade de ser feliz. Torne-se feliz, viva hoje, aqui e agora. Aproveite cada instante de sua vida, lembrando-se que o ponteiro do relógio volta ao primeiro lugar nunca mais na mesma circunstância. Cada momento tem a sua significação.  Deveremos amar. E se alguém disser que é necessário desprezar o corpo, desprezar a vida, não se vestir, não se calçar, não tomar banho, isso é estado paranoico. Temos que viver consoante os modismos, usar o que a sociedade coloca em nossas mãos para formar o progresso, mas considerar que nós usamos, mas não somos isso.  Portanto, nós não somos isso, estamos trabalhando para ser a realidade do Espírito que navega em águas de possibilidades para o futuro. 

Família sempre uma questão que envolvem muitas singularidades. Para uns a família é berço de alegrias incontáveis e de porto seguro ante as tormentas da vida, para outros é prova infindável de angústias e privações. Mas afinal, espiritualmente, como é visto esse tipo de diferenciação entre famílias? porque numas aparenta perfeita harmonia e noutras o caos na terra ?

Bem para explicarmos essas diferenças precisamos primeiro analisar o homem social. 

"Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação." 

Portanto é uma lei natural de Deus o convívio em sociedade para que busquemos em conjunto de nossas aptidões e virtudes o progresso moral e intelectual. Com isso o homem se organiza em núcleos familiares onde espíritos simpáticos se reúnem a fim de auxiliar-se mutuamente na evolução durante a vida corpórea. Porém, em casos de familiares ou famílias desregradas ou desequilibradas poder-se-á notar-se uma união expiatória, onde dois espíritos com divergências se unem pelo laço do sangue a fim de dar cabo às diferenças inferiores de sentimentos menos elevados. Por intermédio da justiça divina o inimigo de outrora pode ser seu irmão na vida atual. Estes casos normalmente se devem a situações que se repetem em muitas encarnações obrigando que uma maior proximidade entre os espíritos seja estabelecida a fim de se depurem os laços entre os espíritos.

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências.

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

Compreende-se portanto que a família espiritual seria a família cujos espíritos simpáticos se encontram – em vida ou na erraticidade – pois que os laços que os unem são os laços d'alma. Já a família carnal seriam os espíritos que pro necessidade temos os laços do corpo a fim de repararmos erros pretéritos.

Nos dois casos a questão familiar porém se mantem a mesma. A de total fraternidade. É no seio familiar que devemos buscar o primeiro movimento rumo a reforma íntima, buscando compreender uns aos outros e quem sabe após as devidas correções entre essas almas não aconteça um novo laço, desta vez de amor e de fraternidade ?

Os problemas familiares são em geral muito importantes na nossa evolução. É no núcleo familiar que encontramos pela convenção das tradições o esforço maior em nos entendermos melhor. Temos a necessidade íntima geralmente de se ter um bom convívio familiar e buscamos isso diariamente. Por isso, Deus outorga certas famílias o recebimento de um espirito revoltado ou menos evoluído, para que no seio equilibrado e de amor de uma família possa esse ser ter contato com o amor e os bons fluídos de fraternidade.

Por isso meus amigos a família para o espiritismo é o berço da civilização, onde os espíritos se unem sempre com um único fim que em todos os tipos de família é denominador comum : a Evolução moral.

XL - Lições do Senhor Exu Pinga fogo - 4

A família como base do se humano na reencarnação

A tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo.
Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita
o desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana.3
Santo Agostinho, O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9

A importância da família para o desenvolvimento da sociedade humana é pauta constante no campo de estudo dos homens, assim como sua importância para o processo evolutivo do Espírito tem sido constantemente abordado no intercâmbio com o plano espiritual. A família representa o primeiro grupo histórico e a primeira forma de interação humana aos quais os indivíduos se ajustam. A sua importância como embrião que se forma a partir de um pequeno núcleo de pessoas, e se desenvolve tomando a grandiosa dimensão da organização de toda uma sociedade.

De todas as associações existentes na Terra – excetuando naturalmente a Humanidade – nenhuma talvez mais importante em sua função educadora e regenerativa: a constituição da família, afirma o Espírito Emmanuel.

Ante tais colocações, que ressaltam a grandiosidade da formação familiar para o desenvolvimento da sociedade humana, assim como para a educação do Espírito imortal, convém refletir sobre os princípios que regem a vida, de onde parte o ser, da simplicidade e da ignorância, para a sublimidade da angelitude, utilizando-se das diversas oportunidades reencarnatórias para tal conquista.

Baseados no entendimento do amor como sendo Lei Maior, emanada do Criador, que rege todo o Universo, faz-se mister observar com muita atenção que é o próprio amor o ingrediente fundamental que deve nortear toda a ação dentro do núcleo familiar, assim como o seu desenvolvimento em plenitude é o produto final que se almeja alcançar.

Recordando o convite do Mestre Nazareno, que ecoa em nossos ouvidos, através dos séculos, para que amemos ao nosso próximo como a nós mesmos, reconhece-se a família como a associação terrena que foi concedida por Deus como oportunidade desse aprendizado em ambiente seguro e protegido.

Ambiente propício para exercitarmos, ainda de forma incipiente, a prática do respeito, do perdão, da compreensão, do carinho e da compaixão, como forma de amar verdadeiramente.

A família, na qual dois seres se conjugam, atendendo aos vínculos do afeto, possibilita, por intermédio da paternidade e da maternidade, o despertamento das centelhas do amor do Pai Maior, latentes em cada criatura. Amor até então ignorado pelo homem, que percebe, a partir do exercício desses papéis, sentimentos antes não conhecidos, que o leva a abrir mão de si mesmo em nome de seus rebentos, a encontrar forças para lutar ante as adversidades, as quais não acreditava possuir. São as sementes do verdadeiro amor desabrochando no ser humano, que passa a enxergar o próximo antes de enxergar a si mesmo. É a verdadeira caridade que se manifesta no homem, convidando-o a rasgar a cortina do eu para ver o próximo mais próximo se apresentando, inicialmente, no papel de filhos, solicitando todo o cuidado que lhes possa ser dispensado.

Sem fórmulas preconcebidas para dar certo, a relação familiar deve contar com o componente essencial do amor. Amor puro que vai construir a relação do casal, que servirá de exemplo fundamental aos filhos, que ecoará no respeito entre irmãos, na construção de relações saudáveis entre os demais familiares, entre amigos e, por fim, em toda a sociedade.

Dessa maneira, o lar se constituirá no porto seguro, onde todos estarão sempre ansiosos para chegar. O local de aconchego e confiança, onde se diluirão mágoas, se confiarão segredos, se revelarão sentimentos, na certeza do respeito à individualidade de cada um e do amor que será o conforto às almas doridas que buscam redenção no plano terreno.

Viver harmoniosamente em família não exigirá de ninguém elevados requisitos de conhecimento, pois, consoante a afirmativa de Santo Agostinho a tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio.

Não exige de nós senão a busca sincera da simplicidade e da humildade, reconhecendo-nos como seres imperfeitos, colocados lado a lado, no ambiente doméstico, para o crescimento conjunto.

A família é o convite do Criador ao exercício do amor. O amor maternal, paternal, filial que, em breve, se tornará o tão almejado amor universal.

Frei Danilo

Muita luz  !

FIM