terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Parábolas de Umbanda

 Parábolas de Umbanda


Dia de finados

MENSAGEM DE EXÚ CAVEIRA SOBRE DIA DE FINADOS (IDA AO CEMITÉRIO)
dia dos Finados... e novamente os cemitérios estarão cheios de pessoas visitando os seus entes queridos que já partiram desse mundo. Mas a grande maioria das famílias já esqueceram de seus antepassados e já não encontram motivos para se deslocarem até a calunga pequena, afinal ELES não estão lá! não é mesmo?... apenas seus restos mortais ficaram... Um pensamento meu de amor, vale muito mais que ir ao cemitério!... e por aí vai... desculpas e mais desculpas para justificar a falta da dor, que agora é suportável...
Mas a coisa não é tão simples como imaginamos......

Outubro de 2009, mais precisamente na última gira do mês, tivemos a visita do Sr. Exu Caveira que nos disse:
- Quantos de vocês irão visitar a calunga na próxima semana? (apenas duas pessoas sinalizaram com a mão)
- Todos vocês deverão ir.... porque EU assim determino!.... e levarão sete rosas vermelhas cada um, e irão depositar nas sete mais pobres das lápides que encontrarem.
E seguindo as ordens do Mestre da Calunga, no dia de Finados fomos ao cemitério e depositamos as rosas em túmulos que aparentavam estar abandonados.
Quando estávamos voltando para casa minha esposa comentou que sentia uma alegria inexplicável. Na mesma semana, tivemos a gira de direita, e um irmão espiritual anônimo falou:

- Vim aqui apenas para agradecer! Todos os anos no dia de Finados, é permitido que Eu entre outros, visitem nossa última morada na esperança de rever aqueles que nos foram caros. Muitos de nós são agraciados com esse momento de saudade e alegria, mas a grande maioria não consegue rever aqueles que amaram. Porque nesse dia? perguntarão vocês!.... não sei explicar o motivo, só sei que nesse dia lá na calunga, Deus permite que nossos olhos possam ver além do que podem ver. Todos os anos eu vou a esse encontro, confesso que não tive a felicidade de rever minha família, mas não fico triste, pois com certeza superaram a minha falta e estão bem. Como disse, hoje vim apenas agradecer, porque dessa vez fui às lágrimas quando vi que em meio ao mato que encobre minha lápide, havia uma rosa vermelha. Seu brilho podia ser notado a distância e o perfume que dela exalava contagiava a todos que se aproximavam. Muitos como eu, nesse dia não puderam rever seus pares, mas fomos abençoados pela magia daquela rosa enviada por Oxalá.

Saravá meus Irmãos!
Laroyê Sr. Exu Caveira  

Navalha e Anália

Era um vez

Duas mulheres

Que viveram em épocas diferentes

Mas tem mesma história e

O mesmo nome.

Era uma vez duas mulheres

Que eram a frente de seu tempo

E pagaram um alto preço por isso.

Malandra Maria Tereza

É Maria Navalha.

Pombagira Maria Analha

É Maria Navalha.

Analha era vaidosa, rica.

Teresa era simples, pobre.

Mas uma coisa tinham em comum,

Elas eram guerreiras.

Elas nunca se dobraram aos homens.

Era um vez a história de

Duas mulheres que lutavam

Por seus desejos.

Era uma vez um mar de lagrimas

Onde as duas tiveram de atravesar

A nado.

E elas venceram.

As a que preço?

Teresa perdeu a vida por

Causa de sua beleza.

No início do século passado

Ela se vestia com as roupas masculinas

Para poder andar na noite

Se ser molestada.

Era da trupe de Zé Pelintra,

Ela nunca foi prostituta

Mas sempre esteve

A margem da lei.

Teresa era uma malandra do cais,

Mas mesmo com paletó

Ela ostentava um rosto lindo

Que chamava a atenção de qualquer

Homem ou mulher.

Era viciada em carteado.

Sabia lutar como os negros,

Sabia a capoeira

E lutar capoeira era crime.

Um vez foi presa quando

Uma batida da policía

Flagrou uma roda de jinga.

Um policial se apaixonou por ela,

Um homem truculeto, malogro.

Ele a pediu em casamento,

Mas ela não era do tipo de mulher

Que sonhava em ser esposa.

Ela o recusou mais de cem vezes

E ele perdido em odio pela rejeição

Encheu a cara de cachaça

E na última vez que o recusou

Ele lhe deu um tiro a queima roupa.

Dizendo que se ela não fosse dele

Não seria de mais ninguém.

Ela morreu.

Já Analha perdeu a vida por

Causa de sua personalidade.

Era prostituta sim, cafetina riquíssima.

Era dona de um cabaré

E gostava de viver na noite.

Porém um homem se apaixonou

Por ela, a beleza dela

Era sem igual.

Ele pediu que deixasse

A vida fácil para se casar com ele.

Ela jamais quis ser esposa

Jamais quis se casar e por isto

Mais de cem vezes ela disse não.

Ele fez de tudo para tentar

Convencer ela de que seria

Melhor se ele deixasse

A promiscuidade de lado

E se tornasse uma mãe de família.

Ela achava essa idéia absurda

E sempre dizia "não".

Ele então afogou as magoas

Na cachaça e foi atrás dela

Trançando as pernas

E com uma arma na mão.

Ele lhe deu um tiro a queima roupa.

Dizendo que se ela não fosse dele

Não seria de mais ninguém.

Ela morreu.

Analha e Teresa tinham o mesmo

Apelido, Maria Navalha.

Há quem diga que elas são

A mesma mulher

O mesmo espírito que viveu

Duas vidas e por isso tem

Duas faces para mostrar.

Há quem diga muita coisa

Mas elas mesmas não afirmam nada.

O passado ficou para trás.

São tão diferentes

Mas tão iguais...

Saravá as Navalhas!

As Lágrimas de um Preto Velho

Foi uma noite estranha aquela. Estranhas vibrações penetravam meu ser e me faziam ansiar por algo que pouco a pouco se definia.
Era um quê desconhecido, mas sentia-o como se estivesse em comunhão com minha alma e externava a sensação de um silencioso pranto. Quem do mundo do astral emocionava assim meu pobre eu?


Não soube até adormecer e sonhar. Vi meu "duplo" transportar-se, atraído por cânticos que falavam de aruanda, estrela-guia e Zâmbi.


Eram as vozes da Umbanda, dessa Umbanda de todos nós, que chamava seus filhos de fé. E fui visitando cabanas e tendas onde multidões desfilavam, e mais surpreso ficava com aquela visão que em cada um eu "via".


Em um canto, um triste Pai preto chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam e não sei por que as contei. Eram sete. Na incontida vontade de saber, aproximei-me e interroguei-o: - Fala, meu Preto-Velho, diz ao teu filho por que externas assim uma tão visível dor? E ele, suavemente respondeu: - Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma delas.


- A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vêm em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...


- A segunda a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.


- A terceira distribuí aos maus, aqueles que somente procuram a UMBANDA, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar a um seu semelhante. Pensam que nós, os Guias, somos os veículos de suas mazelas e paixões e que temos a obrigação de fazer o que pedem. Pobres almas que da bruma não saíram ainda...


- A quarta, aos frios e calculistas que sabem que existe uma, força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.


- A quinta, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio na UMBANDA, nos teus pretos-velhos, nos caboclos e no teu Zâmbi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.


- A sexta, eu dei aos fúteis que vão de Centro em Centro, não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente; sei bem o que eles querem.


- A sétima, filho, notas como foi grande e como deslizou pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos "Olhos" de todos os Orixás. Fiz doação dessas aos Médiuns vaidosos(as), cheios de impáfia, para que lavem suas máscaras e todos possam vê-los como realmente são.


Assim, filho meu, foi para esses todos, que vistes cair, uma a uma, as sete lágrimas de Pai Preto. Então, com minha alma em pranto, tornei a perguntar:
- Não tens mais nada que dizer, Pai Preto? E daquela forma velha vi um véu caindo e um clarão intenso que ofuscava, ouvindo mais uma vez:


''Mando a luz da minha transfiguração para aqueles que esquecidos pensam que estão. Eles formam a maior parte dessas multidões. São os humildes os simples e estão na Umbanda pela Umbanda, na confiança pela razão. São os seus filhos de fé. São também os "aparelhos" trabalhadores silenciosos, cujas ferramentas chamam-se Dom e fé e cujo salário de cada noite é pago quase sempre com uma só moeda que traduz o seu valor em uma só palavra: Gratidão.''

Desabafo de Tranca Ruas

Não, eu não sou um Demônio!

Estou longe de ser, sou eu quem te protege, sou eu quem te livra da maldade alheia!

Sou eu quem cuida de você e dos seus!

Sou eu quem abre os seus caminhos e caminha junto a você, pois se você evolui eu também evoluo!

Sou eu aquela voz que te avisa quando algo não vai bem, por mais que você diga que é "Intuição".... Na verdade sou eu!

Sou eu quem derrubou as máscaras da falsidade daqueles que te abraçam desejando ver o seu tombo!

Você nunca esteve sozinho, eu sempre estive aqui

Dos tombos que você já levou nessa vida, foi eu que deixei, pois com eles você está se tornando uma pessoa melhor!

Filho meu pode até cair, mas eu estendo a minha capa e te levanto novamente, pois essa é a minha missão, te ensinar a caminhar e se tornar alguém melhor!

Não pense que vou te poupar de uns belos puxões de orelha, pois não vou!

E se preciso para te fazer ouvir um belo sermão!

Não faça com os outros aquilo que você não deseja pra você!

Procure observar mais e falar menos, palavras complicadas ao vento trazem desordem aos mesmos, aprenda a ficar quieto e observar, eu estarei do seu lado tirando a venda dos seus olhos e lhe mostrando a verdade, por mais que ela possa lhe ferir!

Pois eu prefiro te ver ferido com a verdade do que dilacerado com a mentira!

Se hoje eu sou rude com você e te faço aprender do modo mais doloroso é porque sei que lá na frente quando você para uma pessoa mais forte irá me agradecer!

Antes que se esqueça, estarei do seu lado, nos piores e melhores momentos, pois eu sou o seu guardião, aquele que foi predestinado a te acompanhar!

Texto- Adrielly Macena

Palavras de Maria Mulambo

Olá! Boa Madrugada, Sou Maria Mulambo

Salve a minha Banda 

Gostaria de falar com você, você mesmo que por um minuto parou o que estava fazendo para dar atenção as minhas palavras.. Andei observando seu comportamento e suas atitudes por algumas luas e resolvi lhe dar alguns conselhos, leve para sua vida toda!

Sei que algumas situações vem chateando seu coração, mas pense bem, os resultados dessas situações ocorrem por consequência de suas próprias atitudes. Olhe, as pessoas só fazem com você, aquilo que você permite! Então, acho que vós tem permitido demais..

Nós, não fomos feitos para agradar ninguém. Ouça bem, NINGUÉM. Vocês neste plano, se preocupam muito em agradar o outro, em passar uma imagem "moralmente" bela, serem "bonzinhos", evitam conflitos e acabam passando coisas que não são, ou até mesmo negando suas próprias vontades em busca de parecer perfeito aos olhos do outro. E isso não é nada positivo, acaba trazendo suas maiores frustrações e tristezas..

Você nasceu livre, e menino, essa vida passa tão rápido que pode se arrepender por ter passado por cima dos seus próprios desejos para agradar pessoas que, muitas vezes, não fariam o mesmo.

Não estou dizendo para fazer besteira por aí.. Estou lhe dizendo que sua felicidade só depende de você mesmo. Então valorize seus desejos, vontades, planos, isso ninguém tira de você! Aprenda a dizer NÃO, quando não se sentir a vontade em fazer algo, olhe seu bem estar, seu interior e seu coração.. Esses nunca falham! E aprenda, alguns conflitos não podem ser evitados, pois fazem parte de sua evolução pessoal e espiritual, somente passando por eles você conseguirá a mudança tão almejada..

Moça, seu tapete de rosas está pronto, pode caminhar.."

Exu e Pomba gira Kainana

POMBAGIRA MARIA KAINANA

Sim vocês não leram errado, é uma Pombagira indígena.
A Umbanda é uma religião que nunca restringiu os espíritos indígenas de se manifestarem, e se você acha que espírito indígena é so caboclo você se enganou. Em todas as linhas de Umbanda os indígenas estão presentes, eles são os donos desta terra e a Umbanda nunca lhes negou o merecido espaço.

A história da Pombagira e do Exu Kainana não foi extamente criada na Umbanda, na verdade essas duas divindades existem na cultura popular amazônica, no culto de mestres de Jurema e até mesmo no folclore, a Umbanda também os absorveu dando a eles um lugar na linha de esquerda, mas se deve lembrar que mesmo nós os chamando de Exu e Pombagira eles na verdade são mais que isso.

O Exu Kainana na verdade se chamava Norato, e Pombagira Kainana se chamava Maria.

Maria,  serpente malvada.

A história:

Muito tempo atrás
Quando os deuses indígenas ainda
Reinavam nesta terra
O maior entre eles criou
Três espiritos que tinham
A forma de serpentes.
Esse deus se chamava Yamandú
E era ele quem governava
Sobre todas as divindades.
As três serpentes sagradas eram
Boiçú a cobra grande
Boiúna a cobra negra e
Boitatá a cobra de fogo.
As três eram muito temidas pelos
índios pois eram terríveis.
Certo dia a serpente Boiçú estava
Nadando nas águas de um rio quando
Viu próximo a margem uma belíssima
Índia que se banhava.
Boiçú tinha o hábito de engolir
Todos os homens que encontrava
Mas a Índia era tão bela que ele
Se apaixonou.
Boiçú usou seus poderes para se
Transformar em um homem e
A beleza de sua forma humana era
Tão diferenciada que a índia
Quando o viu também se apaixonou.
Ela tentou falar com o homem mas
Ele não falava nada,
Apenas a olhava com uma expressão
De desejo no olhar.
Boiçú e ela se amaram ali mesmo
Nas águas do rio.
Após terem se envolvido sexualmente
O feitiço se desfez e o homem
Voltou a sua forma de serpente.
A india quando percebeu que
Estava abraçada a uma serpente
Ficou assustada e desnorteada
desesperada correu para longe.
Dias depois ela descobriu
Que estava grávida.
Como a ela era jovem
Não teve coragem de contar
Para os seus familiares sobre
O que havia ocorrido.
Com o passar dos meses
A barriga cresceu e a
A aldeia inteira quis saber
Quem era o pai da criança
Mas ela se negava a falar.
Foi então que chamaram
O Pajé para falar com ela.
Como ele era um homem versado
Em magia antiga
E nos segredos da natureza
Usou de meios para fazer
Ela dizer a verdade.
O Pajé ficou muito preocupado
Quando soube que ela
Estava grávida da serpente Boiçú.
Ele acompanhou toda a gestação
usando de sua pajelança para
Apaziguar os espíritos
Que estavam crescendo dentro
Do útero da jovem.
No dia do parto houve uma surpresa,
Não haviam crianças,
O que saiu de dentro dela
Foram duas cobras
Uma branca macho
E uma preta fêmea.
O Pajé quando viu a Índia na esteira
E as cobras ali no chão diante
Das pernas abertas da mãe
Viu que elas rastejavam sem
Enconstar com as cabeças no solo,
E por isso as chamou de
"Boi-Caninana"
Que significa
"serpente que tem a cabeça erguida"
A india então as batizou de Caninana.
Ela manifestou o desejo de ficar
Com as duas Caninanas
Mas o Pajé a alertou que
Elas teriam o caráter de Boiçú
Seriam traiçoeiras
E que era muito perigoso ficar
Com elas na aldeia.
A india muito triste
Foi até um rio e deixou as duas
Na margem.
O Pajé fez feitiços para fazer
As serpentes se afastarem
E elas foram embora.
O tempo passou e elas cresceram,
Ficaram gigantescas do tamanho
Do pai Boiçú
E assim como ele
As duas cobras tinham o poder
De se transformar em gente.
Eles então se transformavam
E iam para as festas nas aldeias
E também nos povoados dos
Homens brancos.
Por viverem muito
Entre esses homens brancos
A cobra macho recebeu deles
Um nome português, Norato
E a fêmea também, Maria.
Maria Caninana e Norato Caninana.
Eles dois eram como
Unha e carne, viviam juntos
Norato era um galante
Ele amava se transformar em gente
Para seduzir as moças.
Já Maria era perversa
Ela quando em forma de cobra
Ou em forma de gente só fazia
Maldades.
Quando ela estava em forma de cobra
Matava os bichos da floresta
E os peixes do rio,
Virava as embarcações
E engolia os pescadores.
Quando estava em forma de mulher
Ela seduzia os homens e
Então os levava para o matagal
Onde os matava a sangue frio
Ou  os levava para o rio
Onde os afogava.
Norato amava Maria
Mas ele mesmo tinha medo dela.
Ela fazia coisas monstruosas,
Maldades inimagináveis
Com todas as criaturas que
Cruzavam seu caminho.
Um dia Norato tomou coragem
E quando Maria Caninana estava
Dormindo em forma de cobra
Ele a matou.
Foi o único jeito que ele achou
Para parar os massacres.
Maria Caninana deixou sua
Forma física e se transformou
Em um espírito encantado.
Norato seguiu sozinho
Com uma meta na cabeça,
Ele queria deixar de ser cobra
E virar homem para sempre.
Toda vez que ele se transformava
Em homem ele deixava o seu
Corpo de serpente dormindo na
Margem do rio e seguia em forma
Humana para os festejos,
Porém ele só podia ser homem
Durante a noite.
Norato tomou coragem e voltou
A aldeia de sua mãe
Durante uma madrugada
Ele procurou o Pajé
E perguntou a ele como fazer
Para abandonar a sua forma
De Cobra Caninana.
O Pajé consultou os espíritos
E revelou que havia um rito
Bem simples,
Norato devia pedir para alguém
Ir até seu corpo de serpente e
Colocar leite dentro da boca,
Depois cortar a pele da cobra
O suficiente para faze-la sangrar.
Norato foi até sua mãe
E implorou a ela para ir
No Rio fazer o rito,
Ela aceitou ajudar e foi
Mas quando viu a cobra gigantesca
Não teve coragem de se aproximar
E desistiu.
Norato passou então a ir
Todas as noites nas aldeias
E nos vilarejos para pedir ajuda
Para suas muitas namoradas
Mas nenhuma delas teve coragem.
Foi então que ele conheceu um
Homem muito valente.
Norato era tão belo que até
Os homens o olhavam de um modo
Diferente.
Esse homem disse a ele que
Teria sim coragem para fazer
O rito, e ele fez!
Ele jogou leite na boca da cobra
E a cortou com um facão.
O corpo da cobra pegou fogo
E desapareceu,
Norato se tornou humano.
Ele viveu a sua vida cheia
De amores e de festas
Até que morreu de velho.
Quando morreu se tornou
Um espírito encantado e
Voltou para junto de Maria.
São uma dupla encantada
Maria Caninana e Norato Caninana.
Dentro da Jurema e da Umbanda
Eles se tornaram também entidades.
Aqui no sudeste o nome Caninana
Virou "Kainana"
Maria a Pombagira Kainana
E Norato o Exú Kainana.
Saravá!

Salve eles que são meio gente meio serpente!

Exu Lúcifer

MEU NOME É LÚCIFER, MUITO PRAZER.
Ok Vamos lá. Por que LÚCIFER virou o demônio? Porque ele era o PORTADOR DA LUZ- qual luz? A luz do CONHECIMENTO. Aquele que se você tivesse durante a idade média te fazia ir pra fogueira, por questionar alguma arbitrariedade do clero ou por simplesmente ferver umas ervas e curar a gripe com chazinho....Sim, Lúcifer foi pai de todas as bruxas que passaram arnica no ralado do joelho....Agora me diz, sobre a Luz do Conhecimento que Lucifer portava (Lembre que ele foi a serpente que levou ao homem o CONHECIMENTO do bem e do mal) - a igreja católica queria que alguém estudasse, obtivesse conhecimento? Não. Se o quisesse não teria queimado livros e celebrado missas em Latim. Gente com conhecimento não compra pedacinho no céu, sabe que seus "pecados" não são perdoados dando dinheiro na caixinha do padre e rezando 10 ave-marias, também gente com LUZ e CONHECIMENTO não paga até boleto pro pastor comprar Audi, não joga relógio. Gente com conhecimento TEM FÉ SIM, mas não é FÉ CEGA. Percebemos então porque a igreja precisou CRIAR um demônio na Bíblia? Lembram na época da ditadura militar , porque a Filosofia foi eliminada da grade escolar??? Meus irmãos, os demônios estão todos dentro de nós, eles são a cobiça, a ganância, a gula a luxúria, a inveja, sãos os aspectos sombrios que nos impedem de manifestarmos nossa real essência divina e que precisamos conhecer a fundo pra poder dominar e evoluir. Esse divino sim que somos nós também. Em plena dualidade bem e mal estão dentro de cada um de nós. Então pára de bater na mulher e dizer que foi o diabo, porque não foi, foi a sua cachaça ou seu ego diminuído precisando pisar em alguém pra se sentir grande. Em todas as eras o conhecimento, a luz tentou se resguardar seja por ordens, escolas iniciáticas e sempre tudo foi demonizado, vide Baphomet. Na minha visão, é isso...E não me perguntem mais sobre os aspectos mitológicos luciferianos. Já a versão sobre grande executor do karma, bem aí é assunto para outra hora. A propósito, tire o fator "inimigo" de qualquer religião e veja o que sobra....Religião é pra RELIGAR. Axé. Namastê. Amém. Shalom. Saravá. E vá cuidar dos seus demônios que dos meus, cuido eu. Eu ouvi um LAROYÊ, terreiro????Eu ouví váaarios. Mas pra nem não lembra, ninguém anda só....ninguém anda só.... #batuquemos