Maria Teresa nasceu em uma
Família muito feliz,
Eram muito pobres mas felizes.
A mãe lavadeira, o pai operário.
Maria Teresa tinha um irmão caçula,
Um pobrezinho que havia nascido
Ruim da cabeça, era deficiente.
Quando ela tinha quinze anos
O pai e a mãe foram a cidade
Recife, Pernambuco.
A história:
Maria Teresa nasceu em uma
Família muito feliz,
Eram muito pobres mas felizes.
A mãe lavadeira, o pai operário.
Maria Teresa tinha um irmão caçula,
Um pobrezinho que havia nascido
Ruim da cabeça, era deficiente.
Quando ela tinha quinze anos
O pai e a mãe foram a cidade
Recife, Pernambuco.
A saida fora para
Comprar guloseimas para
Comemorar o aniversário dela.
O bonde que pegaram se acidentou
Bateu com força em uma carruagem
Bem próximo ao centro.
O bonde lotado, metade dos
Passageiros morreram.
O pai foi morto na hora,
A mãe agonizou por meses no
Hospital até morrer.
Maria Teresa ficou órfã.
Os parentes que tinham diziam
A ela que eles a receberiam
Mas que o "mongolóide" não.
Todos os parentes diziam que
Devia jogar o irmão no hospício público
E esquecer que ele existia,
Afinal ela era jovem e muito bonita,
Seria um enorme desperdício
Ela se dedicar a cuidar do menino.
Mas Teresa disse não,
Ela não aceitou abandonar o irmão.
Os parentes então desprezaram os dois.
Teresa morava de aluguel
Mas sem os pais para pagar
Ela foi despejada.
Caiu na rua, ela e o irmazinho
Ambos dormindo sob o sereno.
Muitos homens mexiam com ela
E algumas vezes ela quase foi violentada.
Para isso achou uma solução,
Abandonou os vestidos e os babados,
Arrumou um par de calças
E pôs faixas apertadas nos seios,
Escondeu os cabelos sob um chapéu
E fingiu ser homem.
Para sobreviver ela teve que roubar.
Para ela era melhor roubar
Do que ser prostituta.
Roubava a torto e a direita,
Passava a mão nas carteiras dos
Desavisados.
Certa vez era de noite e ela
Se abrigava com o irmaozinho
Dentro de uma casa abandonada
Quando um homem ruim entrou.
Um homem muito malvado.
Ele puxou briga com ela
Mas quando percebeu que ela era mulher
Ele tentou estuprar.
Em cima dela o homem nojento
Rasgava-lhe as roupas e lambia as bochechas da moça.
Parecía que não havia o que fazer,
Mas os olhos de Tereza correram
Atrás de um brilho
Um brilho de metal que ela viu reluzir.
O homem malvado trazia no bolso
Do paletó uma Navalha de barbeiro.
Ela sem pestanejar pegou a Navalha
Rasgou o pescoço do moço.
O chão virou uma poça vermelha.
Teresa semi nua, toda rasgada
O irmãozinho abaixado no canto
De uma parede chorando
E o corpo do homem ali ainda
Com as mãos tremendo.
Momentos depois dentro da casa
Entrou uma figura muito diferente,
Um homem negro alto
Extremamente belo que usava
Paletó branco a chapéu Panamá.
Ele viu a cena,
A cena horrorosa.
Teresa com medo rápidamente se levantou
E apontou a Navalha para ele
Mas ele não estava ali para fazer mal.
Ele falou para ela que ao ver
Aquele homem entrar na casa
Veio atrás para tirar satisfação
Pois eram desafetos antigos.
O homem do terno branco se
Apresentou como José,
Mas deu o apelido "Zé Pelintra".
Ele tirou o próprio paletó
E deu para Teresa vestir
Para se cobrir.
Disse a ela para rápidamente fugir
Dali pois o homem que ela matou
Tinha muitos comparsas piores que ele
E eles iriam buscar vingança.
Zé deu um bolo de notas para ela
E disse "foge logo, pega um navio e zarpa daqui"
Ela agradeceu e se foi.
Junto com o irmão ela pegou um navio
E desceu o país desembarcando
Dias depois no
Rio de Janeiro.
Que lugar podre era o Rio de Janeiro...
Era muito diferente de Pernambuco.
Assim que ela chegou
Comprou um barraco de tábuas
Em um morro do subúrbio
Com dinheiro que sobrou.
No rio de Janeiro ela se misturou
Com a bandidagem.
Aprendeu a capoeira com os negros
E se viciou no carteado.
Toda noite ia para os aquedutos,
Os arcos da Lapa na época que
A lagoa ainda existia.
Os bohemios e Malandros se encontravam lá.
Os anos se passaram
Teresa se tornou muito habilidosa
Com a Navalha, ninguém que
A peitava sobrevivia.
Ela já não precisava se vestir de homem
Mas havia perdido o costume
De usar saias e espartilhos,
Nao escondía os cabelos
Mas também não dispensava o chapéu.
Ela era linda, muito feminina
Mesmo enfiada em um par de calças.
Certa noite os bohemios comentaram
De um homem muito fugaz
Que havia vindo de Alagoas.
Teresa se interessou e foi ver
Quem era esse homem.
Em uma roda de samba ela o encontrou,
Ou melhor, reencontrou.
Era Zé Pelintra.
Nao deu outra
Foi romance, amor.
Mas Teresa tinha horror por
Vida de mulher casada.
Mulher casada na época era o
Mesmo que escrava
Só servía para trabalhar
Cuidando do lar.
Teresa não queria isso.
O amor dela com Zé era livre
Ele tinha outras mulheres
E ela tinha outros homens
E tudo seguia bem.
Mas uma outra noite
Ela foi parar no xilindró
Foi pega fazendo jogo de azar
Na porta de um puteiro.
Cadeia nela!
Mas o delegado sendo um bom
Ganancioso
Prendia Teresa quase todo mês
Já que sabia que ela tinha os
Bolsos cheios de ouro
E pagava pra queixa ser retirada
E o boletím sumir dos arquivos.
Mas naquele noite havia um novo
Polícial na delegacia
Que ágil com Teresa da forma
Pior que se pode.
Não, ele não foi truculento nem agressivo,
Pelo contrário
Ele a encheu de galanteios.
Ela sabia o que significava,
O desgraçado havia se apaixonado.
Maldito
Passou a cercar ela todos os dias
Mandava flores
Queria levar ela ao teatro
Mas ela dizia não.
Ele ficou mais abusado
E tentou agarrar ela a força.
Coitado, no dia seguinte estava
Hospitalizado
Devido a surra que ela lhe deu.
Teresa não precisava de macho
Nenhum pra defender ela,
Sozinha ela sempre dava um jeito.
Mais de dez anos ela ficou no Rio
Mas seu irmão estava muito doente,
Problemas graves.
Ela tentou todos os médicos
Mas na época muito pouco se sabía
Sobre doenças mentais e psicológicas.
A única recomendação que
Os médicos davam era que
O rapaz não podia ser exposto
A situações onde os nervos fossem abalados.
Teresa levou ele para casa
E tentou de tudo para ele melhorar
Ela o amava demais
Para ela o sentimento que tinha
Sobre o menino não de era irmão
Era de filho.
Mas o policíal não deu sossego
Foi até a porta da casa de Teresa
E fez uma bagunça
Berrando que a amava
Fazendo barulho e batucada.
Normalmente Teresa iria dar
Nele uma boa pisa
Mas naquela noite ela sabia
Nao podia fazer escândalo
Não podia perturbar o irmão.
O menino na cama estava ardendo
Em febre e gemia ao ouvir o
Barulho que o policial fazia.
Teresa foi lá fora e pediu, implorou
Que o policial fosse embora
Mas ele so fez aumentar a algazarra.
Teresa estava tentando ao máximo
Ser calma
Mas quando passou da meia noite
E o barulho não cessou
Ela perdeu as estribeiras,
Puxou Navalha e foi para fora
Deu um corte no policial
E sangrou todos os homens
Que o acompanhavam,
Os espancou e os pôs para correr.
Quando ela entrou em casa
O irmão estava gelado na cama
Os labios roxos.
Ela gritou por ajuda
E os vizinhos vieram,
Em favela todo mundo entende a dor do outro.
Chamaram correndo Zé Pelintra
Que estava ali Perto.
Zé nunca correu tanto na vida,
Nem da polícia ele corria tanto
Como correu com o menino no colo.
Ele e Teresa correram morro abaixo
Já que os carros de aluguel
Não subiam até lá.
Quando chegaram na base do morro
Eles tomaram um carro de aluguel
E foram para o hospital.
A madrugada toda Tereza
Ficou em pé naquele corredor gelado
Esperando noticias,
E as notícias vieram logo ao amanhecer.
O menino estava morto.
Devido a situação de sua saude
O coração era grande demais
E não resistiu.
Teresa o enterrou no morro,
La no alto.
O mundo não conhece dor
Como Teresa conheceu aquele dia
Ao enterrar o irmão.
Ele era sua única familia.
Ela dava banho
Ela dava comida
Ela vestia nele as roupas
Cortava o cabelo
Mesmo ele sendo um rapaz
Para ela ele era um bebê.
Após o enterro ela pegou todas as
Armas que tinha
Reuniu seu bando
E marchou para a delegacia.
Foi um intenso tiroteio
Era muita ousadia meia dúzia
De malandros contra a policia do Rio de Janeiro.
Mas ela foi até o fim,
Atirou ate ficar sem balas,
Atirou até na delegacia só sobrar um.
O maldito.
Ela entrou e lá ela passou a Navalha
Nele tantas vezes que ele
Ficou desfigurado.
Mas antes de ele morrer
O desgraçado conseguiu alcançar
Uma pistola e dar um tiro
Certeiro no peito dela.
Ela morreu
Ele também.
Zé Pelintra a enterrou do lado
Da cova do irmão.
Zé Pelintra a amou mais que qualquer outra.
Teresa hoje é Maria Navalha.
Zé e ela estão mortos
Mas agora são mais fortes.
Maria Navalha é dura, firme
Mas tem um enorme coração.
Salve Malandra Maria Navalha!
Espero que tenham gostado
A próxima da série é Malandra Maria do Cais.
Quem quiser encomendar desenhos pode me chamar pelo whatsapp 11944833724
Obrigado!
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