"Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!" - Jesus Cristo, Sermão da Montanha.
"Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!" - Jesus Cristo, Sermão da Montanha.
O estado de sofrimento, embora doloroso, desperta no indivíduo a mais alta qualidade que um ser humano precisa ter no seu processo de iluminação: a humildade. Daí Jesus ter chamado a atenção para a simbologia do choro. Pois o choro expressa o estado de rendição ao divino. É quando o Eu Inferior, que se expressa pela vaidade, através do destacamento, da respeitabilidade, da individualidade, da superioridade, fica de lado e a pessoa se coloca numa condição de pequenez, de total vulnerabilidade, abrindo as portas para uma percepção de totalidade da vida, ou seja, abrindo as portas para que o Eu Superior se apresente.
Basta observar que o Ego não gosta de mostrar limitações, seja ela qual for. Na busca incessante por respeitabilidade, procura de todas as maneiras esconder as fraquezas e mostrar qualidades. Quer sempre mostrar auto-suficiência, evitando ao máximo pedir ajuda, pois isso significa demonstração de fraqueza.
O estado de sofrimento sem sombra de dúvida é o remédio mais amargo, porém o mais eficiente para dissolver a vaidade do ser humano. A pessoa deixa de estar preocupada com as aparências, com o supérfluo, e acaba assumindo uma postura mais empática, solidária, fraterna, e é dentro desse sentido que o choro se apresenta no sermão da montanha.
Daí a razão desta outra passagem de Jesus:
"Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas".
Na criança há o predomínio da inocência, da amizade desinteressada, ou seja, onde as qualidades do Eu Superior se sobrepõem às limitações do Eu Inferior. Na criança não predomina a vaidade, elas são espontâneas, inocentes. Contudo, quando crescem, o que acontece? Vão desenvolvendo a personalidade e se fechando, sendo envenenadas pela vaidade e tornando-se pessoas interessadas, dentro de um jogo de disputas (comparações, competições, etc.).
Portanto, assim como saímos de uma mesma Fonte Divina, nos tornamos individualidades, e estamos fazendo o movimento de retorno a essa Fonte Divina, ao encontro do EU SOU, para nos tornarmos Cristos, assim também é na vida humana, nascemos inocentes, divinos, vamos tornando personalidades individualistas, e temos de retornar à condição de inocência de uma criança, com simplicidade, com humilde, para alcançarmos a nossa identidade superior de Cristo.
Por fim, vejamos essas duas passagens:
1 Coríntios 3:16
Não sabeis que sois santuário de Deus e que o seu Espírito habita em vós?
1 Coríntios 6:19
Ou ainda não entendeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não pertenceis a vós mesmos?