domingo, 29 de maio de 2022

A Árvore cabalística

 

A Árvore cabalística


1.1       Esquema da Árvore com os 10 Sephiroth10 Os 10 sefirotes

1.2        As colunas e os coros

O objetivo deste tomo não é especificamente o de tratar da Árvore da Vida e da Árvore do Bem e do Mal, contudo aqui nos deparamos com os efeitos práticos da árvore, sua utilização bastante imediata de modo que convém tratarmos de alguns aspectos.

A Árvore Cabalística compõe-se basicamente de dez esferas comumente chamadas de Sephiroth ou centro de vida, ao passo que desta dezena nove correspondem aos chamados coros angelicós formados por oito Anjos ou Gênios regentes.

1.2.1    As três colunas

Compõem-se ainda de três colunas:

Da direita, conhecida como a da Graça que é regida por Hochmah e representado fisicamente pelo planeta Urano; Hesed-Júpiter e Netzah-Vênus;

Do centro, também chamada de coluna do Equilíbrio –  Tao, coroada por Kether (que não tem correspondente físico por tratar-se de energia abstrata), Tiphereth-Sol e Yesod-Lua e,

Da esquerda, conhecida como coluna do Rigor onde se encontram Binah-Saturno, Geburah-Marte e Hod-Mercúrio.

 

1.2.2    Os 10 Sephiroth ou centros de vida

Cada sephira pode ter seus atributos resumidos conforme segue abaixo:

 

  • Kether: Vontade ou essência divina;
  • Hochmah: Amor-sabedoria, Amor universal, essência crística imanfestada;
  • Binah: Inteligência, sujeição a Lei (cósmica);
  • Hesed: Misericórdia, Poder divino, poder espiritual e realizador;
  • Geburah: Justiça, correção dos erros, retificação;
  • Tiphereth: Consciência, vontade executória a nível prático, harmonia, Cristo manifestado;
  • Netzah: Beleza, amor unitário;
  • Hod: Verdade a nível intelectual;
  • Yesod: Imagem, cristalização;
  • Malkuth: O reino material, mundo do meio.

 

1.2.3    Os nove coros

 

São muitos os modos de organização, de expressão da Árvore. O que nos interessa aqui, para efeito de composição dos pentáculos e utilização destas forças, é a sua organização nos quatro mundos com seus nomes sagrados que coordenam cada um dos arquétipos principais e posteriormente a Árvore dos nove coros que estão elencadas antes da exposição dos mesmos.

O primeiro coro são chamados de Serafins e estão ligados a Kether e aos Gênios elencados de 1 a 8;

O segundo coro são chamados de Querubins e estão ligados a Hochmah e aos Gênios elencados de 9 a 16;

O terceiro coro são chamados de Tronos e estão ligados a Binah e aos Gênios elencados de 17 a 24;

O quarto coro são chamados de Dominações e estão ligados a Hesed e aos Gênios elencados de 25 a 32;

O quinto coro são chamados de Potestades ou Potencias e estão ligados a Geburah e aos Gênios elencados de 33 a 40;

O sexto coro são chamados de Virtudes e estão ligados a Tiphereth e aos Gênios elencados de 41 a 48;

O sétimo coro são chamados de Principados e estão ligados a Netzah e aos Gênios elencados de 49 a 56;

O oitavo coro são chamados de Arcanjos e estão ligados a Hod e aos Gênios elencados de 57 a 64;

O nono coro são chamados de Anjos e estão ligados a Yesod e aos Gênios elencados de 65 a 72;

Cada um dos centros de vida tem uma atribuição, contudo cabe esclarecer que destas séfiras partem outra árvore por onde estas energias se expressam de modo que há uma mescla e concomitantemente uma forma de expressão diferente conforme seja a conjunção de saída.

Citemos o caso de OMAEL uma das nove Dominações que atuam em Hesed-Júpiter, mas que se expressa pelas vias de Netzah-Vênus. Então temos que Tratar das forças de Hesed, que expressam o Poder Divino, centro do qual emana todo o poder e, neste ponto, manifesta seus fluxos mediante as pulsações de Netzah responsável pelo gérmen do pensamento humano, pela vida dos sentidos aportando-lhes riqueza e exuberância. E como estamos tratando dos mundos e da expressão do nome impronunciável, pelos quatro elementos, temos que “Yod” do Mundo de Briah sobre o “Yod” do Mundo de Yetzirah, Fogo da Agua atuando sobre o Fogo do Ar.

 

1.3        Os quatro mundos, elementos, signos.

Os Sephiroth, centros de vida, emanação, etc. estão divididos em quatro mundos:

1 – Atziluth, Mundo das Emanações, Arquétipo, espírito – elemento Fogo. Constituído pelas séfiras Kether, Hochmah e Binah, formam o chamado Triângulo Logóico nominado cabalisticamente como a Casa do Pai”. É a partir deste centro a origem da Vontade – Vontade Primordial, o propósito original de onde ocorrem o ciclo de eventos e como na fase humana atual está pouco evoluída, encontra-se com os canais obstruídos os propósitos atuam a nível de inconsciência.

2 – Briah, Mundo das Criações, Astral, mundo dos desejos – elemento Água. Formado por Hesed, Geburah e Tiphereth, formam o chamado Triângulo Ético nominado cabalisticamente como a Casa do Filho”. Esta região e conhecida como a esfera dos desejos, um termo que causa alguma confusão já que o desejo se refere a um elemento pacífico e o que se pretende aqui é uma mobilização no sentido de realizar a Vontade do Pai que é ativa. A Vontade recebe neste pondo o capital energético dos sentimentos e como estamos tratando do Filho, que na Árvore é um espelhamento do Pai, a passividade pode fazer algum sentido ao vislumbrarmos que compete ao Filho fazer a Vontade do Pai.

3 – Yetzirah, Mundo de Formação, Mental – elemento Ar. Constituído pelas séfiras Netzah, Hod e Yesod, formam o chamado Triângulo Mágico nominado cabalisticamente como a Casa do Espírito Santo”. Considerado em relação a Assiah é intitulado também como Mundo Etérico. Aqui a lógica e a razão são mobilizadas com vistas a promoção da Vontade e recebida pelos sentimentos, refere-se, portanto, da preparação para a conversão material das realidades intentadas pelo Real Ser e somatizadas pelas emoções.

4 – Assiah, Mundo de Ação, Mundo Material– elemento Terra. Formado por Malkuth e no ser humano equivale ao corpo físico. Trata-se da fase de realização dos propósitos iniciais que passaram por todas as etapas: Vontade-Fogo, somatização dos Sentimentos-Água, planejamento pela Inteligência-Ar se cristaliza, torna-se realidade, portanto, tem materialização física em conformidade com as etapas יהוה – “Yod-He-Vô-He”.

Em cada um dos mundos-elementos os Sephiroth se organizam dentro da fórmula citada conforme segue:

Mundo das Emanações (Fogo) temos: Kether (Fogo): Fogo do Fogo; Hochmah (Água): Água do Fogo; Binah (Ar): Ar do Fogo;

Mundo das Criações (Água) temos: Hesed (Fogo): Fogo da Água; Geburah (Água): Água do Água; Tiphereth (Ar): Ar do Água;

Mundo de Formação (Ar) temos: Netzah (Fogo): Fogo do Ar; Hod (Água): Água do Ar; Yesod (Ar): Ar do Ar;

Cabe pontear ainda que do mesmo modo os signos do zodíaco estão relacionados aos quatro elementos a saber:

Fogo: Áries (Fogo do Fogo), Leão (Água do Fogo) e Sagitário (Ar do Fogo) – Que emanam a Vontade, iniciativa, entusiasmo;

Água: Câncer (Fogo da Água), Escorpião (Água do Água) e Peixes (Ar da Água) – De onde fluem os sentimentos, as emoções, instintos, subjetividade;

Ar: Libra (Fogo do Ar), Aquário (Água do Ar) e Gêmeos (Ar do Ar) – Produtores do pensamento, lógica, razão, entendimento;

Terra: Capricórnio (Fogo do Terra), Touro (Água do Terra) e Virgem (Ar da Terra) – Que se traduz em estabilidade, cristalização, responsabilidade, sentido prático.

Cabe observar uma peculiaridade que tange a Hesed e Netzah. Inicialmente temos que ambos é o “Yod” o Fogo de seu mundo como resultado do Mundo imediatamente superior ao seu. Assim, Hesed é o fruto, o segundo “He” da operação realizada no Mundo de Atziluth pelas séfiras Kether, Hochmah e Binah ao passo que Netzah é o fruto, o segundo “He” da operação realizada no Mundo de Briah pelas séfiras Hesed, Geburah e Tiphereth.

Simbolo dos quatro elementos fogo agua terra arO Fogo é simbolizado por um triangulo Vermelho (que lembra a ponta de uma chama), a Água pela meia lua (formação que ocorre nas rochas com a passagem da água), o Ar por um círculo azul (o ar move-se em círculos e nossa atmosfera é azul) e pôr fim a Terra por um quadrado amarelo – representa a estabilidade e o não perecimento do ouro.

Embora, como já afirmamos, não seja este o tema deste Tomo já é possível compreender o esquema da árvore que trata da triplicidade entre os Sephiroth, elementos, signos, etc.

1.4        Árvore com a triplicidade dos signos e elementos13 Triplicidade dos signos

1.5        Árvore com os nomes divinos em Atziluth

1 Nomes divinos de Atziluth

1.6        Árvore com os nomes divinos em Briah

2 Arcanjos de Briah - MENTAL

1.7        Árvore com os nomes divinos em Yetzirah

3 Anjos de Yetzirah - ASTRAL

1.8        Árvore com os nomes divinos em Assiah

 

1.9        Anjos planetários regentes

6 Regentes planetários

 

1.10    Hierarquia angélica – COROS

6 Hierarquia angelica

1.1    As esferas qlifóticas – abismos

As esferas qlifóticas correspondem ao lado negativo da Árvore, quando esta é apresentada invertida e também é chamada como a Árvore de morte em oposição a Árvore da Vida.

A tradição afirma que esta região é habitada por uma classe de seres nominadas como luciféricos, palavra que traduzida quer dizer fazedores de luz e cuja missão refere-se a administrar as energias desperdiçadas, que descem dos planos superiores sem ter cumprido sua missão, a Vontade do Ser Eterno, nosso Real Ser. Como estas energias, de certo modo, perderam sua Luz, cumpre que desçam as regiões mais obscuras onde no breu total a Luz mesmo minguada possa ser vistas, já que quanto maior as trevas mais forte brilha a Luz.

Esotericamente afirma-se que Lúcifer é uma das muitas partes que compõe nossa psique e representa o nosso instinto animal de modo que adquire formas de dragões, cães, cobras, etc. sempre relatados nas mais diversas obras mitológicas.

A tradição afirma ainda que pertenciam a uma classe de anjos que se desconectaram de sua onda de vida e por fim se degradaram. Isto indica que nossa natureza essencial é divina, mas que em algum momento nos desconectamos de nossas partes superiores e nos afundamos em nossos abismos psicológicos, a antítese do que está acima.

Estas entidades trabalham em duas frentes: Inicialmente recolhem as energias não utilizadas e em um segundo ponto tratam das realizações humanas que não respeitaram as leis cósmicas.

O objetivo é não deixar que as energias degradas circulem livremente sob pena de causar o caos, a destruição já que tratam de aspectos negativos, degradados. Seria algo como colocar uma redoma sob uma explosão nuclear a fim de se evitar danos ao ambiente fora dela. Então estas pulsações são enviadas as infra regiões também chamadas de buraco negro, abismo, inferno, esferas qlifóticas de modo que sejam processadas, regeneradas para que posteriormente possamos utiliza-las novamente em nosso trabalho humano, algo semelhante a matéria orgânica que é enterrada e depois de algum tempo é novamente utilizada como adubo, afinal como disse Lavoisier: “Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Deste modo, toda energia desperdiçada de alguma forma há de retornar ao seu proprietário e as variações destas consequências são infinitas, reflexos de nossos pensamentos, sentimento, Vontades (ou desejos), ações.

A questão é que no uso primordial (como vem de cima – por Kether) podemos dar o curso as energias, mas após isto entra em voga a Lei de Ação e Reação e já não temos mais a escolha, eis que a energia entra pelos pés – por Malkuth, no fluxo de retorno. Neste pondo a liberdade inicial se manifesta na obrigação consequente, as circunstâncias inicialmente favoráveis atuam ao revés do parâmetro original.

E como estamos tratando de Arquétipos, também sujeitos a dualidade, já que todo que sai do Absoluto mergulha imediatamente nesta Lei, estes agentes distribuem estas energias em 72 recipientes que formam a personalidade negativa dos 72 Gênios de cima e recebem o mesmo nome destes agentes, contudo atuam com as pulsações degradadas. E como estamos tratando de programas invertidos onde os Gênios de cima depositam Amor, os de baixo o fazem pelo ódio, do perdão vai a intolerância, da sabedoria ao erro, etc.

Cabe ainda salientar que estas degradações não podem fazer morada definitiva em nosso interior já que nossa essência vem de cima, de modo que as moradas inferiores são efêmeras e por isto instáveis de modo que toda a descarga destes fluxos ocorrem de forma abrupta e rápida. De outro lado só podem se manter por mais tempo se existir imperioso desejo nesse sentido o que seria muito perigoso já que a degradação pode instalar-se no próprio veículo de manifestação, o corpo físico, levando-o a destruição progressivamente.

Conforme avancemos em nossos estudos poderemos averiguar que o bem e o mal procede de nós mesmo. Que o mal é produto da ignorância, de nossa incapacidade em interiorizar as energias criadoras e converte-las em atos concretos positivos, conduzir sabiamente a dinâmica de nosso comportamento. Deixar as energias livres sem dar um rumo adequado é adentrar ao caos energético que manifestar-se-á em circunstancias avassaladoras em nossa vida.

A fim de anular os efeitos negativos provocados pelos gênios de baixo consiste que trabalhemos a sua contraparte positiva. A exemplo citemos o Gênio positivo VEHUIAH (1. 1->1) que trata de tudo o que se relacione ao começo do começo, primeiro passo, Vontade de modo que tudo aquilo que contrarie estes pressupostos refere-se ao gênio de baixo, i.e., a cólera, a violência como resultado da inibição desta Vontade.

Um ditado afirma que “Mente parada é oficina do diabo”. Deste modo as energias não direcionadas, na ausência de uma Vontade que as conduzam, rumam ao caos. Por isto a juventude, que encontra se em fase de exteriorização energética (“Vô”), necessita que uma Vontade dirija estas energias, quanto mais não tenha dado rumo a sua existência. Assim, convém que estejam estudando, trabalhando (inclusive trabalhos voluntários), praticando esportes, etc., do contrário as forças de baixo ditarão o rumo as drogas, crimes, etc. Se a sociedade, os programas governamentais não seguirem este caminho então haverão de construir mais presídios, aumentar o efetivo das polícias e forças armadas, construir mais hospitais, veremos mais favelas, fome, doenças, corrupção para “sobre-viver”, a lei do mais forte posta em ação – no modo selvagem, etc.

 

 

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A CABALA DE HAKASH BA HAKASH

Filosofia Metafísica Quântica Cabalística – TOMO III

Schemhammephorasch  שם הםףורש