quarta-feira, 27 de abril de 2022

Falangeiros ou Qualidades de Omolú/Obaluaiê Dentro da Umbanda ouvimos falar muito do Orixá Obaluaiê, que se desdobra como Omulú, é dito que Obaluaiê é a forma jovem do Orixá, e Omulú é a forma idosa do mesmo Orixá.

 Falangeiros ou Qualidades de Omolú/Obaluaiê
Dentro da Umbanda ouvimos falar muito do Orixá Obaluaiê, que se desdobra como Omulú, é dito que Obaluaiê é a forma jovem do Orixá, e Omulú é a forma idosa do mesmo Orixá.


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Dentro da Umbanda ouvimos falar muito do Orixá Obaluaiê, que se desdobra como Omulú, é dito que Obaluaiê é a forma jovem do Orixá, e Omulú é a forma idosa do mesmo Orixá.

Obaluaiê/Omulú também pode ser conhecido pelo nome de Xapanã. Porém Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não devendo ser mencionado pois pode atrair a doença inesperadamente.

Mas hoje não vamos entrar nesse mérito, pois esse texto é para falarmos dos Falangeiros ou Qualidade desse tão adorável e temido Orixá.

Mas como já dissemos, agora vamos falar dos Falangeiros, lembrando que Falangeiro de um Orixá é aquela Entidade que está somente abaixo do Orixá, ele comanda as legiões de Entidades e Espíritos que se afinizam na vibração do Orixá que os governa.

Os Falangeiros de Obaluaiê/Omulú vem divididos na seguinte forma: Afoman/Akavan, Agbagba Jagun, Agóró, Ajoji/Ajagun, Ajoji Segí, Arawe/Arapaná, Arinwarun/wariwaru, Avimaje/Ajiuziun, Azoani, Azonsu/Ajansu/Ajunsu, Ipópó, Itetú Jagun, Itubé Jagun, Jeholu, Sapatá, Tetu/Etetu Jagun, e Xapanã.

Esses Falangeiros vêm em irradiação com Obaluaiê/Omulú e vibração ou fundamento com os seguintes Orixás:

Afoman/Akavan:
Vem em vibração ou fundamento com Exú, Ogum, Oxumaré e com Oiá (Iansã).

Agbagba Jagun:
Vem em vibração ou fundamento com Oiá (Iansã).

Agóró:
Vem em vibração ou fundamento com Oxalá e Iemanjá.

Ajoji/Ajagun:
Vem em vibração ou fundamento com Ogum e Oxaguiã (Oxalá Jovem).

Ajoji Segí:
Vem em vibração ou fundamento com Iemanjá, Oxumaré e Nanã Buruquê.

Arawe/Arapaná:
Vem em vibração ou fundamento com Oiá (Iansã) e Oxalá.

Arinwarun/wariwaru:
Vem em vibração ou fundamento com Oxum, Oxalá e Oxumaré.

Também vem em fundamento com ele próprio sendo esse nome um título de Xapanã.

Avimaje/Ajiuziun:
Vem em vibração ou fundamento com Nanã Buruquê, Ossãe e Odé (Oxossi).

Azoani:
Vem em vibração ou fundamento com Iroko, Oxumaré, Iemanjá e Oiá (Iansã)

Azonsu/Ajansu/Ajunsu:
Vem em vibração ou fundamento com Oiá (Iansã) , Oxumaré, Oxalá, Oxum e Ogum.

Ipópó: Vem em vibração ou fundamento com Nanã Buruquê.

Itetú Jagun:
Vem em vibração ou fundamento com Iemanjá e Oxalá.

Itubé Jagun:
Vem em vibração ou fundamento com Ogum, Xangô, Exú, Oxaguiã (Oxalá na forma jovem) e Oxalufã (Oxalá na forma idosa).

Jeholu:
Vem em vibração ou fundamento com Iemanjá. Sapatá: Vem em vibração ou fundamento com Oxalufã (Oxalá na forma idosa).

Tetu/Etetu Jagun:
Vem em vibração ou fundamento com Ogum e Oiá (Iansã).

Xapanã:
Vem em vibração ou fundamento com Exú.

Agora vamos falar resumidamente um pouco de cada desses Falangeiros de Obaluaiê/Omulú.

Frisando em alguns deles a roupagem, artefatos e utensílios usados, personalidade, entre outras coisas.

Afoman:

Também conhecido nas roças e terreiros como Akavan.

Ele tem como característica a forma jovem de ser. É um lutador, guerreiro e destemido. Ao chegar no terreiro, vem de forma rápida como o vento, forte como um raio, além de manter uma dança erguendo as mãos como em luta intensa. Tem sua roupagem as cores estampadas., podendo ser a maior intensidade as cores amarelo e preto. Carrega sempre com ele duas bolsas onde carrega as doenças. De olhar penetrante, esse Falangeiro demonstra muita força em tudo e a todos. Sendo ele o senhor das plantas trepadeiras, se denomina o dono delas, assim como dono das doenças que sobem pelo corpo, vindo dos pés para a cabeça de alguém.

Em sua chegada aos terreiros, sua dança ele movimenta os braços como se estivesse cavando a terra, dizem que seria a cova que ele cava para depositar os corpos desencarnados, que possivelmente lhe pertenceria.

Agbagba Jagun:

Falangeiro forte e perspicaz. Porte de guerreiro, tem como característica a forma jovial, porém madura. Em sua roupagem tem as cores branco e amarelo. Em alguns casos pode trazer na mão uma espada que tem na empunhadura uma cruz.

Agóró:

Esse Falangeiro tem como característica a forma idosa. Nos terreiros e roças chega de forma lenta, de passos pesados e de fronte posicionado para terra. Sua roupagem é da cor branca, e usa biokô com franjas de palha, demonstrando sempre a ligação entre o nome Obaluaiê e Omulú.

Ajoji:

Esse Falangeiro também é conhecido como Ajagun nos terreiros e roças. Pode ter duas características, uma sendo jovial de modo guerreiro e perspicaz, ou pode ser um jovial de uma forma mais branda que tem a palavra como símbolo de levar a paz e a calmaria.

Na primeira característica tem roupagem na cor branco com detalhes em vermelho, traz na mão uma espada ou um escudo.

Na segunda tem roupagem toda na cor branco, trazendo na mão uma cruz em madeira.

Ajoji Segí:

Falangeiro de forma e característica madura, não demonstrando a jovialidade, mas também não chega a ser idoso completo.

Tem sua roupagem nas cores em tons de azul, verde e roxo.

Todas com detalhamento na cor branco.

Sempre chega em calmaria nos terreiros, e tem como uma característica fundamental, ouvir, refletir sobre tudo que um consulente esteja falando.

Arawe:

Falangeiro muito respeitado nas roças e terreiros, que também pode ser conhecido como Arapaná. Vem de duas formas, a forma guerreira, porém refletiva sobre fatos que envolvem os trabalhos, e a forma discursiva, levando a calmaria a seus consulentes.

Em ambas as formas traz nas mãos, de um lado uma espada em aço, de outro uma cruz em madeira.

Sua roupagem em branco tem detalhes em amarelo. Para que assim demonstre a benevolência de seu mestre Oxalá e a força de luta de sua deusa Oiá (Iansã).

Arinwarun:

Também conhecido como wariwaru nas roças e terreiros. Esse Falangeiro tem uma característica na forma idosa do Orixá.

Sua personalidade e bem fechada, de poucos gestos amigáveis, poucas palavras. Tem gestos lentos, até um pouco sombrio.

Raramente vem em terreiros para trabalhos. Dizem que traz as doenças e pragas, e distribui para aqueles que faltam com respeito a seu nome.

Sua roupagem tem muitos mistérios, ele por vezes pode estar de branco com detalhes azul anil, em outras vezes branco com detalhes em verde e amarelo, e em outras vezes branco com detalhes em roxo. Mas na sua forma mais fechada, onde se tem uma ligação maior com Xapanã, pode vir nas cores preto e vermelho, com pequenos detalhes de branco.

Em todas as formas traz sempre nas mãos uma cruz de madeira, essa cruz teria sido envolvida com palhas da costa em forma de trançamento.

Avimaje:

Com uma característica jovial, esse Falangeiro vem de uma forma bem rápida e está sempre atento a tudo. Como um felino em uma mata, está buscando sons diferentes e imagens que lhe chamam atenção. Ao mesmo tempo que age dessa forma, tem a serenidade e a maturidade de um ancião.

Tem muita ligação com ervas, flores, frutos, e tudo ligado a floresta. Podendo ele curar as doenças e pestes através dos ensinamentos e entendimentos sobre a flora.

Sua roupagem é nas cores branco, verde, amarelo e roxo. Podendo em alguns casos ele decidir e desejar uma lança, feita em madeira e trançada com palha da costa.

Azoani:

Esse Falangeiro tem como finalidade a forma jovem. Está sempre atento a tudo e a todos.

Tem na roupagem as cores preto e branco, em outros casos a roupagem é em vermelho, tendo as palhas da mesma cor. Traz na mão uma espada em forma de raio, que usa para espantar obsessores e doenças.

Azonsu:

Também conhecido nas roças e terreiros como Ajansu ou Ajunsu.

Ele é muito extrovertido e perspicaz. Tem ligação extrema com o tempo, as estações do ano e ao culto da terra.

Ele é o verdadeiro dono do cuscuzeiro, mas normalmente só carregava o apetrecho sem a massa.

Sua roupagem vem nas cores vermelho, branco e preto, e sempre leva na perna esquerda uma pulseira de aço.

Também traz em uma das mãos uma lança de madeira, enfeitada com palha.

Ipópó:

Falangeiro de característica e forma idosa, sendo extremamente sério nas palavras e nos gestos. Tem uma grande colocação no pensar de seus filhos. Gosta de tudo dentro das normas, e detesta quando um filho quebra uma regra. Se agrada bastante ao saber que um filho segue da melhor forma suas colocações, principalmente no modo de agir.

Sua roupagem é dividida nas cores branco e roxo, usa biokô, e em alguns casos traz nas mãos um pedaço pequeno de madeira circulado por palhas da costa.

Sua dança é lenta, porém nessa dança se caso necessário for preciso retirar um obsessor no ambiente que se encontra, a dança se torna rápida de forma circulares, podendo ser feito dessa forma até toda a limpeza do ambiente seja feito. Nesses casos de tempos em tempos no período da dança, esse falangeiro bate no chão com seu pequeno pedaço de madeira que traz nas mãos.

Itetú Jagun:

Nessa forma de Falangeiro, o nome Omulú rege mais do que o nome Obaluaiê, portanto a característica é uma forma idosa, porém vibrando e tendo fundamento com Oxalá e Iemanjá, o Falangeiro Itetú Jagun vem a trabalho com um ar sereno, calmo, amável, demonstrando atenção e carinho a todos os seus consulentes.

Sua roupagem pode ser toda em cor branco, ou toda em azul claro com detalhes em branco.

Itubé Jagun:

Falangeiro muito forte, sagaz, de extrema visão para combate de obsessores. Tem Características e forma muito jovem, batalhador e guerreiro. Do tipo que nunca foge a uma quizila, esse Falangeiro deve ser respeitado ao extremo, nunca devendo ser consultados com intenções escusas, desejos de mal aos semelhantes, amarrações, pois, como são temas que não constam nas permissões espirituais, ele pode se ofender e levar a quizila para o lado do consulente que fora pedir essas coisas errôneas.

Sua roupagem varia em demasia, pode usar cores fortes como o preto e vermelho, até cores neutras como o branco com detalhes de diversas cores, vindo do verde até o marrom, dependendo de sua irradiação do momento.

Ele leva em uma das mãos uma lança chamada de Ocó, e dessa lança além de proteger os filhos de obsessores, ele também caça com ela o Igbin (uma espécie de caracol), que somente ele come, trocando essa iguaria pelo conhecido feijão preto e o cuscuz, que normalmente é a comida dos outros Falangeiros de Obaluaiê/Omulú.

Jeholu:

Falangeiro de nome sagrado, de forma e característica madura, não chegando a se demonstrar idoso, mas também não tão jovial. É considerado o senhor das pérolas, e de todos encantos que essa joia proporciona.

Tem como fundamento demonstrar segurança a seus filhos, e interceder sempre ao Orixá pela proteção de quem busca ajuda a esse Falangeiro.

Sua roupagem vem na cor bege, normalmente sem detalhes de outras cores. Traz nas mãos um pano azulado, que dizem que seria com ele que cura as doenças que teimam em permanecer em nosso corpo. E com esse próprio pano é que ele faz sua dança, como fosse um pequeno manto sagrado, assim como sagrado seria o Falangeiro Jeholu.

Sapatá:

De forma e característica idosa, esse Falangeiro vem totalmente na linha branca. Raramente se manifesta em trabalhos ou Giras, mas mesmo assim sua vibração é muito importante para esses encontros, pois ele vibra em todos os Orixás que usam a cor branco ou mesmo tenham detalhes nessa cor nas roupagens.

Ele carrega na mão uma cruz em madeira clara, e sua roupagem é literalmente toda na cor branco, determinando assim sua ligação grandiosa com seu mestre Oxalufã.

Etetu Jagun:

Também conhecido como Tetu nas roças e terreiros. Sua característica e forma é bem jovem, e sem dúvida é o mais guerreiro entre todos os Falangeiros de Obaluaiê/Omulú.

Ao chegar em um terreiro, faz menções de luta entre ataque e defesa nas colocações de sua dança.

Tem nas mãos uma espada e um escudo, nos pulsos braceletes em aço, como os medievais. Sua luta constante contra obsessores e doenças, faz desse Falangeiro um grande protetor de todos. Ele nunca desiste de uma guerra para trazer de volta a paz e a saúde.

Sua roupagem em tempo de calmaria e toda na cor branco, mas em tempos de luta os detalhes dessa roupagem se dividem nas cores vermelha e amarela. Ele também usa biokô.

Xapanã:

Falangeiro de forma e característica jovem. Um lutador contra tudo. Traz no semblante um sorriso de seriedade a ironia. Muito ligado a Exú, se deve prestar bem atenção ao se pedir algo a esse Falangeiro, para que não seja algo de ruim a um semelhante, para não sair da consulta carregando uma mazela ou um mal físico.

Dizem que Xapanã, assim como todo seu reino, é o que traz as doenças e as distribui as pessoas, ou seja, pelo mau ato da pessoa, ou seja por um destino, sendo assim ele segue ordens do reino das evoluções humanas.

Sua roupagem é nas cores preto e vermelho, nunca usa branco ou roupas claras. Traz na mão esquerda uma cruz cunhada em madeira e detalhes em aço, amarrada e trançada com palhas nas cores preta e vermelha, essa cruz tem um diferencial de outras que alguns falangeiros de Obaluaiê/Omulú usam, ela tem entre duas a duas e meia vezes o tamanho das outras, podendo assim ser usada como um cajado.

Para finalizar, resumidamente descreveremos um pouco do próprio Orixá na forma de sua roupagem e características, assim como foi feito com seus Falangeiros.

O Orixá Obaluaiê/Omulú é rei da terra, sendo essa sua fonte de força e energia.

Sua roupagem é feita de ikô, um tipo de fibra extraída do igí ogoró, a palha da costa, que é um elemento de grande significado ritualístico, em especial em ritos ligados a morte. e as coisas sobrenaturais, demonstrando que sua presença algo deve permanecer oculto.

A roupagem de Obaluaiê/Omulú é composta em duas partes que são conhecidas como "Filá" e o "Azé".

A primeira parte, que se compõe na parte de cima e que cobre a cabeça é um tipo de capuz, que é trançado de palha da costa acrescido de palha por toda sua volta indo da parte de cima até a cintura. Já o Azé, seu asó ikô (roupa de palha), é uma saia feita em palha da costa, que vai da cintura até os pés.

Também em alguns casos, pode ficar essas palhas acima dos joelhos, e por baixo desse saiote vai um "Xocotô" ou um "Biokô", que são uma espécie de calça, também conhecido como "calçulú", que seria usado para ocultar o mistério da morte e do renascimento.

Nessa vestimenta descrita acima, temos como acompanhamento algumas cabaças que vem penduradas, onde supostamente se carrega remédios para todos os males. Ao vestir-se com ikô e cauris, obaluaiê/Omulú revela sua importância e grandiosa ligação com a morte.

Obaluaiê/Omulú é um dos mais temidos e respeitados Orixás, talvez por essa ligação que tenha com a vida e a morte, mas muitos filhos de Umbanda tem um certo receio de falar, admirar e entender os ritos desse poderoso Orixá e seus Falangeiros.

Mas como outros Orixás, Obaluaiê/Omulú e todos seus Falangeiros, só trabalham para nosso bem, nossa saúde, nossa evolução. Eu, particularmente, tenho uma grande devoção e admiração por esse Orixá, e posso dizer por experiência própria que Obaluaiê/Omulú e todos seus Falangeiros, nos atende nas horas de grande aflição diante de um mal na saúde física. Basta termos fé, e a resposta sempre vem.

Atotô meu Pai Obaluaiê/Omulú!
Atotô Babá!
Saravá todos os Falangeiros desse grande Orixá.