domingo, 15 de maio de 2022

O céu azul de um dia ensolarado Pouco a pouco vai sendo tomado De nuvens escuras cor de chumbo, O dia escurece e quase vira noite.

 O céu azul de um dia ensolarado
Pouco a pouco vai sendo tomado
De nuvens escuras cor de chumbo,
O dia escurece e quase vira noite.


Pode ser uma imagem de 1 pessoaO céu azul de um dia ensolarado
Pouco a pouco vai sendo tomado
De nuvens escuras cor de chumbo,
O dia escurece e quase vira noite.
O vento frio arrasta o que vê pela frente
E as pessoas da feira pública
Desmontam as barracas com pressa
Já prevendo o que vai acontecer.
O povo da aldeia se reune na rua
Para ver o que está acontecendo
E ao longe vêem a enorme nuvem negra
Girando e lançando raios,
É um estardalhaço bem em cima
Da grande floresta intocada.
Eles sabe quem é a responsável
Pelo vendaval e pela tempestade anunciada,
É ela, Oyá Igbalé que mora na floresta,
Ela é uma bruxa, uma feiticeira
Que vive sozinha lá dentro,
Ela é aquela uma
Que está sempre de Branco
Pois o Branco na africa antiga
É a cor do luto.
As pessoas realmente acham
Que ela é solitária,
Mas não é, tem muitos
Dentro da floresta com ela
Porem ninguém os pode ver
Pois estes muitos citados
São todos mortos.
O estrondo do trovão ecoa
E o clarão do relâmpago deixa
Por um segundo tudo esbranquiçado,
Oyá Igbalé está lá dentro da floresta
Sentada no meio do bambuzal,
Ao seu lado um enorme balaio de palha
Cheio de tecidos, linhas e aviamentos,
As mãos trabalhando rapidamente,
Ela costura, amarra, corta,
Costura, amarra, corta,
Costura, amarra, corta,
E e quando acaba se põe em pé
E lança a roupa que acabou de fazer
No chão bem diante de si.
Não demora muito o pano se infla,
É preenchido com algo sobrenatural,
A roupa se ergue no ar
Como se estivesse sendo vestida por alguém,
E o terror maior disto
É que ela está.
É um morto que esta usando
Aquelas vestes,
E este é um segredo
Que Oyá Igbalé criou.
O morto se chama Ajimudá,
É o Egun que serve a ela diretamente.
Ele saúda Oyá dizendo palavras
Mas estas palavras não seis quais são
Pois o morto fala com a voz rouca,
Ininteligível para ouvidos humanos,
Mas Oyá Igbalé entende.
Mais um relâmpago clareia tudo
E por um milésimo de segundo é
Possível ver as centenas de mortos
Que se escondem atrás
Dos troncos das árvores
Seus cochichos roucos
Formam um som horrível de se ouvir,
Eles estão ali pois ela é a Rainha,
Oyá Igbalé impera sobre os mortos.
Ela ergue a mão com a espada
E convoca seus nove filhos mortos
E ali estão ele em volta dela
Ja sabendo o que vai acontecer.
Oyá é rainha dos mortos sim
Mas existem espíritos rebeldes,
Malignidades que desafiam a sua soberania,
Ela não admite desobediência,
E então convoca todos aqueles espiritos
Para irem com ela
Para irem para a guerra.
Com um brado forte ela os comanda
E eles respondem com gritos roucos
Como em um coral assombrado.
De espada na mão ela corre pela floresta
E é seguida pelas centenas de mortos
Que vão agitando seus panos com o vento.
A fúria de Oyá Igbalé é tamanha
Que o vendaval agita as copas das árvores
E os raios caem por todo lado,
A tempestade é real.
Ela encontra seus inimigo
E ali na mata é feita uma batalha feroz,
Ela bate, amarra e domina
Toda a força que ousava se opor.
Após a batalha se senta novamente
No meio bambuzal
E ali fica pois aquele é seu trono,
Os mortos dançam para ela
Em tenra reverência.
Ela se mantém séria,
Ela sabe do fardo que é
Estar onde está,
Mas ela continua lá
Por milênios.

E o tempo passa
E o tempo voa,
E ela escuta um chamado
Que vem de muito longe,
São vozes de pessoas,
Descendentes de seus descendentes,
E o chamado que fazem
É através de um canto,
Um canto para ela.
Oyá Igbalé fica em pé
E com muita atenção capta
O som trazido pelo vento,
"Oyá Oyá, Oyá mo didé, Oyá motun balé, Oyá Oyá...."
São muitas vozes que cantam
E Oyá Igbalé fica muito intrigada,
Então em um rodopio ela desaparece da floresta
E aparece no local onde é invocada.
No terreiro um monte de gente Canta
Ao som dos atabaques,
Eles querem ver Oyá, mas Oyá já está lá,
So que os humanos não podem ver.
Então Oyá passa por cada um,
Ela olha o rosto de cada pessoa
Mas um rosto a detém,
O rosto de uma mulher.
Ela reconhece, ela se vê naquela face
Ela se vê naquele corpo,
É sua filha, é sim.
Oyá a abraça e fica com ela,
E mais do que isso
Oyá adentra ela
E se tornar ela.
O corpo da mulher sacoleja freneticamente
E então de sua boca sai o brado
"HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY!"
E Oyá Igbalé está ali
Através de sua filha
Ela se faz presente.

Eepa Heiy!

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Obrigado