Ela havia passado por muitos casamentos.
Vivia a estar submissa a maridos.
Submissa... Nunca mais.
Ela vivia sozinha agora.
Ela era auto suficiente
E agora um tanto impaciente.
Dona de si mesma.
Ela havia passado por muitos casamentos.
Vivia a estar submissa a maridos.Submissa... Nunca mais.
Ela vivia sozinha agora.
Ela era auto suficiente
E agora um tanto impaciente.
Dona de si mesma.
Yemoja Asagbá ja era madura.
Mas havia um homem que
Sempre a importunava.
Este homem era Odara, Esú.
Ele a cercou no mercado
Enquanto ela comprava especiarias.
Ele teceu grandes elogios a ela.
Yemoja agradeceu a gentileza
Deu as costas e foi embora.
Ele a abordou no caminho de Ifé
Mas ela o ignorou.
Ele a convidou para os festivais de Eko
Mas ela não lhe deu nem resposta.
Ele a presenteou com um belo tecido
Mas ela de modo educado disse
Que ele desse a quem precisa-se
Pois ela ja tinha tecidos demais.
Ela não estava sendo ingrata
Ela estava evitando intimidade.
Esu tentava agradar Yemoja a todo custo
Mas ela sempre ia embora sem dar
A menor importância a ele.
Ela sabia o que ele queria
Mas ela só poderia dar amizade.
Se amizade não era suficiente
Então ela não daria nada.
Ele apertava os punhos com raiva
Toda vez que ela partia ignorando
Suas investidas.
Ele desejava possuir Yemoja.
Ele ja tinha tido romances com todas
As Iyagbás dotadas de beleza.
Todas menos Yemoja.
Ele se achava o melhor dos homens,
E talvez fosse mesmo.
Ele era belíssimo.
Que negro era aquele?
Tão belo que doía a vista.
Mas ela não estava procurando por
Nenhum tipo de homem,
Por isto nem os galantes lhe
Enchiam os olhos.
Ele a queria somente como troféu
Para poder gritar aos quatro ventos
Que havia namorado todas
Sem exceção de nenhuma.
Ela sabia disso.
E isso a enojava.
Ela não seria "mais uma".
Pela ultima vez ele a seguiu
Quando ela estava caminhando
Na beira de seu rio.
Ela o viu e o comprimentou.
Ela virou as costas e continuo andando.
Ele continuou a seguir Yemoja.
Ela novamente parou e olhou para trás,
Viu que ele ainda estava lá.
Ela perguntou
"Esu o que deseja? "
Ele sorrindo respondeu
"Desejo... Você."
Ela fingiu não ter ouvido aquilo
E continou a andar na margem do rio
Em direção a nascente.
Ele puxou o braço dela
A fazendo virar para ele.
Ela disse em tom sério
"O que pensa que está fazendo?"
Ele sorrindo disse
"Vamos conversar..."
Mas ela bruscamente soltou a mão
Dele de seu braço e gritou
"NÃO! NÃO QUERO NADA CONTIGO! ME DEIXE EM PAZ!"
Ela se virou e apressou o passo
Em sua caminhada.
Ele continou a segui-la.
Em determinado momento ele
Correu até alcançar
A puxou pela cintura
A abraçando por trás...
Mas não teve tempo de dizer nada
Pois ela em um tranco se virou
E o empurrou.
Ele ainda ria, um riso debochado
Mas o riso sumiu de seus labios
Quando eu viu Yemoja levantar
Sua saia e empunhar uma espada
que trazia escondida sob o tecido.
Ela havia levado aquela
Inconveniência de Esu como
Desrespeito, e agora o puniria por isto.
Esu também pegou seu Egó,
Seu bastão mágico para se defender.
Pa!
Ela desferiu o primeiro golpe!
Bateu com a espada em Esu!
Ele se defendeu como pode
Erguendo o Ogó em horizontal.
Mas seus joelhos tremeram ao receber
O baque da forca de braço dela.
Pensou ele "ela é tão forte quanto Ogun..."
Antes que Esu pudesse falar algo
Ela começou a desferir golpes
Em série! Pa! Pa! Pa! Pa!
Em cada golpe de espada que Esu
Defendia ele era obrigado a dar um
Passo para tras
A força dela o empurrava
E ele se sentia desequilibrando mais
A cada pancada.
Ela não parava, girava o corpo
Virando para a direita e batia com a espada,
Girava o punho sobre a cabeça
Baixava o braço com rapidez e batia
Com a espada
E Esu so fazia defender
Pois temia sair da posição de defesa
E ao tentar ataca-la ser atingido
Por um golpe da lâmina dela
Que com certeza o cortaria no meio.
Esú então pôs a cabeça para pensar
E pensou
"O que enfraquece Yemoja?"
Ele se lembrou
"Yemoja tem pavor de sapos"
Mas onde ele arrumaria um sapo?
Ele não tinha tempo pra isso.
Ele se lembrou
"Yemoja odeia pó"
Mas eles estavam na margem de
Um rio, a terra úmida não gerava pó.
Ele então se lembrou
"Yemoja não pode com FOGO!"
Fogo... isso ele podia arranjar de
Modo imediato!
Ela continuava batendo a espada
Ele continuava defendendo.
Então ele abaixou o mais
Rapido que podia
Ele sabia que não daria tempo
De juntar forçar para bater nela
Então apenas tocou seu Ogó
No chão e ordenou e ele
"OGÓ! INÁ!"
O bastão pegou fogo!
Esú encostou a ponta do Ogó
No calcanhar de Yemoja.
Tsssssss
Queimou a perna!
Yemoja quando sentiu arregalou
Os olhos em dor.
Yemoja não pode com fogo!
Ela dando um impulso forte com
Sua perna boa
Se jogou dentro do rio.
Esu ficou na margem.
Do mesmo jeito que
Yemoja não pode com fogo
Esu não pode com água.
Nunca mais Yemoja Asagba
Conseguiu andar direito.
Ela manca da perna queimada.
Porem, feiticeira como era
Fez uma tornozeleira de prata
Que usa sobre a cicatriz
E isto a permite andar sem mancar.
Naquele dia a fama de Yemoja
Ser pacata e frágil foi desmentida.
Yemoja sabe se defender sozinha
E é tão forte quanto qualquer homem.
Se Esu não tivesse usado de seus poderes
Ele jamais a venceria.
Quando Esu passa perto do Rio
Ele ainda vê Yemoja se banhando
Nas águas.
Então ele canta para ela
" Yemonja kó nta r'ódò"
Que significa
Yemoja mergulha rapidamente no rio.
Ela então canta em resposta
"Èsú a inón kò"
Que significa
Esu do Fogo não.
Yemoja Asagba e Esu Odara
Nunca podem ficar juntos
Pois brigam sem parar.
Laroye!
Odoya!
Yemoja e Esu tem várias lendas juntos
Umas de paz, outras de guerra.
Essa história acima é uma dramatização baseada no mito afro "Yemonja kó nta ródò, Èsú a inón kò".
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