O PASSADO JÁ SERVIU AO SEU MOMENTO. É PRECISO DEIXAR IR EMBORA, SOLTAR-SE DISSO, DESPRENDER-SE.
O PASSADO JÁ SERVIU AO SEU MOMENTO. É PRECISO DEIXAR IR EMBORA, SOLTAR-SE DISSO, DESPRENDER-SE.
É necessário deixar ir o que prende, o que o assusta, o que entristece, o que angustia e aceitar o que o momento está te trazendo. É preciso deixar ir o que não serve mais.
Tome consciência disso e deixe ir aquela pessoa, aquele conflito, aquela angústia, aquele vício, aquele prazer, aquele conforto, aquela estabilidade, aquela mágoa, aquela certeza, aquele falso você, aquele quem você já foi um dia.
Assim, você vai se descobrindo, criando-se e remoldando a sua verdadeira essência.
Diga a si mesmo que é preciso encerrar um ciclo para estar livre para um outro; que o que passou jamais voltará; que, a cada momento, tudo está mudando e que você não tem o controle. Que certas coisas não cabem mais na vida da pessoa que você é hoje e que é necessário soltar. Essa é a real mudança, de dentro para fora.
Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos que já se acabaram. As coisas passam e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo — nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Pratique o Desapego, de Fernando Pessoa.
- Virgílio Magalde