quarta-feira, 27 de abril de 2022

Já ouviu falar em Zé Pelintra? Não precisa mudar de postagem. Não estamos falando de macumba. Você não vai encontrar um trabalho feito com galinhas pretas e velas no próximo parágrafo. Fique tranquilo. Respire. Vamos prosseguir juntos.

 Já ouviu falar em Zé Pelintra? Não precisa mudar de postagem. Não estamos falando de macumba. Você não vai encontrar um trabalho feito com galinhas pretas e velas no próximo parágrafo. Fique tranquilo. Respire. Vamos prosseguir juntos.


Nenhuma descrição de foto disponível.Já ouviu falar em Zé Pelintra? Não precisa mudar de postagem. Não estamos falando de macumba. Você não vai encontrar um trabalho feito com galinhas pretas e velas no próximo parágrafo. Fique tranquilo. Respire. Vamos prosseguir juntos.

Eu também não entendo muito dessas coisas. Mas o Zé Pelintra é uma figura que me chama a atenção pela postura. Pela classe e elegância. Curioso, fui saber mais. Afinal o que era aquela criatura?

O Zé é o rei da malandragem. Então é mau? Delinquente, pervertido e safado? Não. O Zé está muito mais para safo do que safado. O Zé é antes de mais nada um símbolo. O símbolo da malandragem.

Malandragem é o que? Malandragem não é passar a perna nos outros. Nem o famoso jeitinho brasileiro de sempre se dar bem em tudo. Não é essa a mensagem do Zé. Nada disso.

A mensagem é que é preciso ser malandro nas artes da vida. Porque a vida é mestra em capoeira. Dá cada rasteira que só quem já caiu é que sabe. E quem nunca?

Desemprego, amores que se vão, traições, fim do que não era para acabar nunca? Rasteiras da vida. A mestra em capoeira. Nós derrubados o que fazemos? Atordoados, caídos de bunda no chão, choramos nossas dores. E morremos de pena de nós mesmos.

A super lição do Zé é que é preciso aprender a ser bom capoeira também. A vida gosta de quem sabe jogar com ela. Os bons capoeiras são os seus preferidos. É preciso tentar não cair. Mas se cair, cair rápido. Levantar e seguir. Aproveitar a queda para no impulso dela já se levantar. E, de quebra, ainda aprender com o golpe que ela deu. Porque a vida continua.

Vamos cair. Sim, sempre e muito. A proposta não é a perfeição. A proposta é ter fé. Ter amor no que se faz. Seguir no possível. Acreditando que sempre pode dar certo. Como vocês podem ver, entre o pensamento do Zé e do nosso papa Francisco nem tem tanta diferença. Podiam sentar e tomar chimarrão juntos. Não sei se o Zé gostaria do chimarrão. Mas adoraria o papa.

A grande lição é que é preciso saber dar rasteira no que dá rasteira na gente. Aprender com a vida como se faz. Ao invés de ser sempre pego desprevenido. Sem perceber onde é que errou. Vida é assim mesmo: ensaio e erro. Não é para ser fácil. Também não é impossível. Vida é teste. Exige dedicação, treino, confiança.

Malandragem é aprender a não se expor quando não for necessário. Saber Calar é pura malandragem. Uma excelente opção em muitos momentos. Aprender a se preservar. Ao invés de repetir do mesmo jeito sem pensar, rever o que não deu certo. Isso é a boa malandragem.

Malandragem é ter a criatividade de não bater de frente. Desviar, se proteger. Não chorar como um triste bebezão achando que nada pode fazer. Saber ser elástico, plástico, se moldar e remoldar. Quando nada se pode fazer, ainda assim é preciso que se faça.

A vida está sempre espiando, esperando uma reação sua. Quando você aposta nela, ela dobra a aposta em você. E malandro, você não tem ideia do que é a vida apostando em você.

Salve Zé Pelintra. Salve toda a boa malandragem...

Estudos De Umbanda Ofc

Texto retirado do Jornal Extra 2013