Falangeiros de Pai Xangô
Relembrando, os Falangeiros são as Entidades que vem logo após o Orixá dominante, eles comandam as legiões de Entidades e Espíritos que se afinizam na vibração do Orixá que os governa. Em algumas casas podem também ser chamados de "qualidade do Orixá".
Falangeiros de Pai Xangô
Relembrando, os Falangeiros são as Entidades que vem logo após o Orixá dominante, eles comandam as legiões de Entidades e Espíritos que se afinizam na vibração do Orixá que os governa. Em algumas casas podem também ser chamados de "qualidade do Orixá".
No caso de Xangô é dito que seus Falangeiros fazem parte de sua família, ou seja, como diz a lenda os aparentados de Xangô, como irmãos, primos, etc. São as qualidades desse Orixá, se tornando a sua Falange dentro da Umbanda.
Os Falangeiros de Pai Xangô são divididos da seguinte maneira:
1. Dadá, 2. Afonjá, 3. Lubé, 4. Agodô/Agogo, 5. Koso, 6. Jakuta, 7. Aganjú, 8. Baru, 9. Oloroke, 10. Airá Intile, 11. Airá Igbonam, 12. Airá Mofe, 13. Alafim.
Abaixo descreveremos qual o Orixá que vibra com cada um desses Falangeiros
:
1. Dadá: Vem em vibração com Nanã Buruquê, Iemanjá e Oxum.
2. Afonjá: Vem em vibração com Iansã, Oxalá e Ogum (mesmo existindo demanda entre Xangô e Ogum)
3. Lubé: Vem em vibração com Obá, Oxum e Iansã.
4. Agodô/Agogo: Vem em vibração com Iansã, Oxum e Iemanjá.
5. Koso: Vem em vibração com Obá e Iansã.
6. Jakuta: Vem em vibração com Olorum e Iansã.
7. Aganjú: Vem em vibração com Ogum, Obaluaiê/Omulú e Oxum.
8. Baru: Vem em vibração com Iansã, Oxalufã (Oxalá na forma idosa) e Omulú.
9. Oloroke: Vem em vibração com Ewa, Nanã Buruquê, Omulú e Obaluaiê.
10. Airá Intile: Vem em vibração com Oxalá, Iemanjá e Oxum.
11. Airá Igbonam: Vem em vibração com Iansã e Exú.
12. Airá Mofe: Vem em vibração com Oxum.
13. Alafim: Vem em vibração com Oxalá, Ogum e Oxossi.
Abaixo vamos falar um pouco de cada um desses Falangeiros.
Dadá:
Xangô Dadá, conhecido também como Dadá Ajaká ou Bayanin, é um Falangeiro de forma madura, que se demonstra bem ativo e concentrado a tudo e a todos. Normalmente aprecia as cores das vestes em azul e roxo, e usa uma coroa de búzios chamada de "Adê Bayani".
Dadá Ajaká é visto como protetor e cuidador das crianças, tem gestos calmos e pacíficos, não demonstra força física, mas tem grande poder em demonstrar a inteligência.
AFONJÁ:
Xangô Afonjá, também conhecido como Obá Afonjá, é um falangeiro jovem, porém maduro. Sábio, feiticeiro, de espírito libertino, galante, obstinado. Muito orgulhoso, jamais perdoa um inimigo, dizem que as vezes pode ser até um pouco violento. Adora uma peleja.
Aprecia as cores marrom e vermelho em suas roupagens, traz nas mãos um talismã como proteção, dizem que esse talismã foi lhe dado por Iansã, mandado pelo próprio Obatalá.
Esse falangeiro tem como característica a grande peleja com Ogum e seus falangeiros. Ele é senhor dos raios, e com eles que ele liberta seus filhos das mazelas.
Se acredita que Xangô Afonjá tenha sido o primeiro Orixá a ser cultuado no Brasil.
Lubé:
Xangô Lubé, também conhecido como Obá Lubé, é um falangeiro de forma jovem, batalhador, guerreiro e dominador. É dito que foi nessa forma que ele destronou do reino de Oyó seu irmão Dadá Ajaká.
Os trabalhos de Xangô Lubé tem fundamentos com as Orixás Oxum, Iansã e Obá, fazendo assim a forma triangular tendo Lubé ao centro para firmamentos.
Portanto ao chegar ao terreiro, ele vai em busca dessas falangeiras das Orixás, caso houver algum médium com essa irradiação, após a incorporação, eles dançam juntos.
Aprecia as cores vermelho e branco para sua roupagem, e determina que deverá ter algum tom de amarelo e azul.
Agodô/Agogo:
Xangô Agodô, também conhecido como Agogo ou Ogodo, é um falangeiro de forma idosa, visto como radical e bruto. Nessa forma ele tem a tradição de dar ordens e detesta ser desobedecido.
Agodô é o que determina a hora dos raios e trovões. E ele que rege os tremores de terra e o fogo. Dizem que foi ele que destruiu o próprio reino jogando raios e fogo sobre suas terras.
Aprecia as cores marrom e branco em suas roupagens, mas tem mais apreço apenas em roupas brancas. Ele também tem apreço pelos dois Oxês (machados de corte), que tem dois gumes, e sempre os carrega mostrando a todos no momento de sua dança de chegada.
Koso:
Xangô Koso, também conhecido como Obakossô, é um falangeiro na forma jovem, determinado, guerreiro, que busca vencer todos os obstáculos e fazer de tudo para chegar a seu objetivo.
Koso em suas vindas aos terreiros, temos que observar muito bem o momento de sua chegada, pois ele e intempestivo, podendo estar em diferentes estágios, ou seja, um falangeiro de Xangô na forma de Koso podem ser serenos, tiranos, cruéis, agressivos, severos, amorosos ou moralistas. Portanto não se deve levar falsos problemas a esse falangeiro.
Aprecia as cores vermelho e branco em suas roupagens.
Jakuta:
Xangô Jakuta, também conhecido como Jakutá, é um falangeiro na forma idosa, é aquele que atira as pedras, é a encarnação dos raios e trovões. É a própria ira de Olorun, o Deus criador. É o senhor do "edun ará", a pedra de raio.
Jakuta tem espírito de um velho pensador, justiceiro, incansável, brutal, colérico, impiedoso, preocupado com a causa dos outros. Está sempre tentando buscar todo tipo de ajuda a quem realmente necessita.
Aprecia as cores branca, marrom e amarela em sua roupagem, e tem nas mãos um Oxê (machado de corte) que ergue como se estivesse obtendo forças do céu.
Aganjú:
Xangô Aganjú, é um poderoso falangeiro que é o senhor dos vulcões, das montanhas e da terra. Ele é visto como o falangeiro que estava presente na criação da terra.
Ele é conhecido também como falangeiro das terras incultas, senhor das cavernas.
Aganjú é um doador de força e da saúde. É o transportador da carga (os ombros e as costas pertencem a ele), é o defensor dos menos favorecidos, oprimidos e escravizados.
Aganjú fornece acesso ao desconhecido, as profundezas no qual o mundo foi e é criado. Ele é o governante que propicia acesso a todas as áreas inexploradas, inacessíveis. Ele, propicia, também, acesso a climas hostis e potencialmente hostis à existência humana, como o deserto, floresta, Ártico, Antártico, a altura das montanhas, grutas, cavernas, abismos, minas e etc.
Aganjú se encontra nas profundezas da terra, dos oceanos, nas profundezas do espaço, na energia que ainda não foi explorada, na compreensão da mente e da emoção. Aganjú é o guardião, o canal através do qual, profundidades inexplicáveis das emoções, humanas, são vividas e expressadas. Medos paralisantes são do âmbito de Aganjú, é através dele que aprendemos a suprir nossos medos. Quentes emoções, perigosas, mortal, incontroláveis é Aganjú.
Aganjú tem uma estreita ligação com Oxum. Eles estão ligados de diversos modos: pela emoção, Aganjú é a emoção em sua forma bruta, a profundidade da emoção. Encarnação grosseira, rude. Em quanto Oxum, é a profundidade da emoção e sua forma suave, em sua forma comovente, doce. Amargo e doce.
Aganjú explora, supera e vence o rio à cima. Em quanto Oxum, promove o comercio e as relações, pelos mesmos meios. Aganjú supera os obstáculos para ver o que está do outro lado. Oxum, planta a cultura e traz a luz da civilização. Aganjú é o proprietário do rio e o deu para Oxum. Aganjú é a abertura de novas possibilidades, o inesperado. É, também, todas as riquezas do mundo. Aganjú é o desafio, a luta do impedir, do desejo que leva a superá-los. Aganjú é primordial. O homem do fogo de todos os tipos, o sol e outras estrelas e cometas.
Aprecia as cores azul e vermelho em suas roupagens, e sempre carrega em uma mão um Oxé e na outra uma espada.
Baru:
Xangô Baru, também conhecido como Obá Irú, é um falangeiro de forma jovem, muito astuto e humilde. Ele também e muito desconfiado e extremamente elegante e hospitaleiro. Deixando seus filhos sempre a vontade em falar sobre qualquer assunto, desde que não tenha nenhuma ligação com a morte.
Ele tem como finalidade buscar Omulú e seus falangeiros para assim poder ficar em terra, pois Baru tem aversão a morte, e sempre entrega o ambiente de trabalho antecipadamente a Omulú para que os Eguns sejam levados para longe dele.
Baru é o senhor absoluto dos raios, trovões e do fogo, em todas as suas formas.
Aprecia as cores branco, ou vermelho raiado de branco em suas roupagens. Normalmente carrega uma coroa com pontas em formato de fogo sobre sua cabeça, demonstrando assim ser o grande senhor do fogo.
Quando chega em terra muitos acham que pode ser um falangeiro de Ogum, pois ele chega parecendo estar sobre um cavalo, mas ele se apresenta dessa forma para demonstrar o grande orgulho que tem por ter sido presenteado por Oxalá com um cavalo branco, quando ele foi a uma visita ao reino de Xangô na cidade de Baru.
Oloroke:
Xangô Oloroke, também conhecido como Olorokê, é um falangeiro da forma idosa. Ele é o dono das montanhas, tem o poder sobre as pedras.
Oloroke tem a mesmas tradições de trabalho e modo de agir como o falangeiro Xangô Agodô, e assim pode ser muitas vezes confundido com ele dentro dos terreiros, porém são falangeiros distintos.
Aprecia a cor branca com detalhes marrom em sua roupagem, e sempre demonstra sua força segurando um Oxé em uma das mãos, o erguendo como estivesse em guerra contra o mal, soltando um grito forte como trovão. Sendo esse Oxé na cor prateada.
Airá Intile:
Xangô Airá Intile, também conhecido como Intilé, é um falangeiro de forma jovem para madura. Ele demonstra sua força nos trovões longos, e tem uma personalidade difícil, sendo até rebelde.
Por essa rebeldia, Airá Intile está sempre sendo conduzido por Obatalá, sendo assim todos os filhos trabalhadores em prol da caridade que carregam esse falangeiro na coroa, devem ter por obrigação uma guia de contas leitosas, sendo essas contas divididas entre uma conta vermelha e uma conta branca alternadamente.
Aprecia a cor branca em suas vestes, e em algumas ocasiões pode estar com um oxé na mão e em outras ocasiões uma espada.
Ele é também relacionado com os raios, mas também tem uma grande ligação com os vendavais, furacões e redemoinhos.
Em muitas casas Airá Intile não é visto como um falangeiro de Xangô, pois os mesmos tem uma grande quizila, mas não devemos julgar quem o vê como um falangeiro, temos que respeitar todas as opiniões.
Airá Igbonam:
Xangô Airá Igbonam, também conhecido como Airá Igbonã, Agoynham ou Ibonã, é um falangeiro muito jovem, brincalhão bastante intolerante e aprecia muito dançar. Ao chegar ao terreiro se demonstra receptivo, sorri largamente, chamando atenção de todos.
Ele é conhecido como o Pai celeste do fogo, senhor das fogueiras e dono das brasas. Em algumas casas ele faz questão de caminhar sobre essas brasas para demonstrar que o médium está realmente incorporado com ele.Também como Airá Intile, ele pode não ser reconhecido como um falangeiro de Xangô em algumas casas.
Ele aprecia e faz questão de cor branca em suas roupagens, para que assim mostre a todos que foi ele que auxiliou a Obatalá quando esse necessitou de ajuda.
Airá Mofe:
Xangô Airá Mofe, também conhecido como Mòfé, Modé, Alamodé,, Osi ou Adjaos, assim como Airá Intile e Airá Igbonam em muitas casas não é visto como um falangeiro de Xangô. Mas aqui vamos falar dele conforme os preceitos de falangeiros irradiados pelo nosso Orixá da justiça.
Airá Mofe é um falangeiro na forma idosa, tem como modo de apresentação um jeito muito mais delicado e ardiloso. Em rituais na Umbanda a sua chegada por muitas vezes se confunde com a chegada de Oxum, pois ele chega por muitas vezes chorando, demonstrando emoção ao máximo.
Ele é visto como o Pai das águas quentes, está sempre em trabalho com Oxum, e quando em incorporação em um médium, logo que chega na roça vai em busca de um médium com um falangeiro da Orixá da cachoeira. Ele não é muito difundido nos terreiros, talvez pelo jeito emotivo ao extremo.
Aprecia extremamente as cores brancas e azuis em suas roupagens, podendo ter em alguns casos os tons de amarelo ou dourado. Normalmente sempre pedem uma guia de contas leitosas na cor azul, e sem ela não vem ao terreiro.
Alafim:
Xangô Alafim, é o falangeiro mais conhecido entre todos os outros. Ele é um falangeiro na forma bem jovem, um grande guerreiro, dedicado a vencer todas as mazelas e pelejas que por ventura passem pelo seu caminho. Não teme nada nem a ninguém.
É dito que Xangô Alafim foi o primeiro falangeiro de Xangô a vir a terra, ele e considerado o grande pai, o poderoso, o Xangô Branco, talvez por sua adoração nessa cor, sendo ela a cor de todas as suas roupagens. Também é chamado assim pela sua grande ligação com Oxalá.
Em alguns casos Xangô Alafim pode vir de vestes brancas e detalhes em vermelho, isso quando vibra com Ogum, e em outros casos de branco com detalhes em verde, isso com a vibração vinda com Oxossi, mas a normalidade mesmo e ele se apresentar todo de branco.
Independente da roupagem, Alafim sempre traz nas mãos um Oxé e uma espada, fazendo sua dança como se cortasse o ar com suas ferramentas.
Xangô Alafim tem como personalidade uma demonstração de força extrema, quando em consulta com quem a ele busca ajuda, ele olha penetrante dentro dos olhos do consulente, buscando o sofrimento da alma de cada um, para que assim veja com clareza se esse consulente está realmente com um problema que afete sua caminhada rumo a evolução, ou se é um problema criado na mente da pessoa. Se ele entender que a justiça deve ser feita nessa busca de ajuda, pode ter certeza que ela vem. Mas caso perceba que o consulente busca algo que não é exclusivamente algo em prol da caridade de um semelhante, ou algo que fará esse consulente se desviar do caminho a evolução, como fazer mal a um irmão, desejar algo de terceiros, entre outras vontades supérfluas, ele mostrará que a justiça divina é feita para todos, tanto para quem pede o mal, quanto para quem deseja o bem.
Todos esses falangeiros tem uma coisa em comum, a liderança e a justiça. Independente da irradiação que ele venha eles tem como regra a força da pedreira, tendo seus elementos sendo o ar e a terra, o dia da semana para todos é na quarta feira. onde tem a vibração maior. Eles vibram na linha da justiça e do conhecimento (estudo de maneira geral), equilíbrio das forças de um modo geral, ligadas a questões de Justiça.
Em relação com o sincretismo, não seguem a mesma linha, conforme descrevemos abaixo:
1. Dadá: Sem sincretismo.
2. Afonjá: São Pedro - 29 de junho.
3. Lubé: Sem sincretismo.
4. Agodô/Agogo: São João Batista - 24 de junho.
5. Koso: Sem sincretismo.
6. Jakuta: Sem sincretismo.
7. Aganjú: São José - 19 de março.
8. Baru: Sem sincretismo.
9. Oloroke: Sem sincretismo.
10. Airá Intile: Sem sincretismo.
11. Airá Igbonam: Santo Antônio - 13 de junho.
12. Airá Mofe: Sem sincretismo.
13. Alafim: São Gerônimo - 30 de setembro.
Xangô e seus falangeiros são nossos protetores. Devemos confiar na justiça por eles determinada, confiança nessa falange de trabalhadores incansáveis, que estão sempre buscando formas de acalentar nossa caminhada rumo a evolução espiritual.
Salve Xangô!
Salve os Falangeiros de Xangô!
Caô Cabecile Axé!