ELUCIDAÇÕES SOBRE A PRECE
(Extraído do livro Elucidações do Além pelo Espírito Ramatís psicografado pelo médium Hercilio Maes)
ELUCIDAÇÕES SOBRE A PRECE
(Extraído do livro Elucidações do Além pelo Espírito Ramatís psicografado pelo médium Hercilio Maes)
PERGUNTA: – De um modo geral, como considerais a prece?
RAMATÍS: – A prece dinamiza os anseios sublimes que, em estado latente, já existem na intimidade do espírito imortal. O homem, na verdade, como futuro anjo, quando se devota à oração, exercita-se num treino devocional que o põe em contato com os espíritos de hierarquia angélica. Toda prece fervorosa e pura recebe do Alto a resposta benfeitora, a sugestão mais certa e, também, as energias psíquicas que sustentam o próprio corpo carnal.(1)
É um dos recursos eficientes que eleva e reorganiza a harmonia “cosmopsíquica” do homem, pois abranda as manifestações animais instintivas, afasta os pensamentos opressivos, dissipa a melancolia, suaviza a angústia e alivia o sofrimento da alma. Embora o homem nem sempre se aperceba dos efeitos positivos e benfeitores que recebe por intermédio da oração, ele retempera suas forças espirituais e se encoraja para enfrentar com mais otimismo as vicissitudes e os sofrimentos próprios da existência terrena, pois mobiliza esse potencial criador da Vida, que aproxima o homem do ideal da Angelitude.
(1) Nota do Revisor: “Cada prece, tanto quanto cada emissão de força, se caracteriza por determinado potencial de frequência e todos estamos cercados por Inteligências capazes de sintonizarem com o nosso apelo, à maneira de estações receptoras”. Trecho extraído do capítulo “Em Torno da Prece”, da obra Entre a Terra e o Céu, de André Luiz a Chico Xavier
PERGUNTA: – Como poderíamos entender o processo que movimenta e dinamiza as energias íntimas do Espírito no ato da prece?
RAMATÍS: – Figurai a prece como um detonador psíquico que movimenta as energias excelsas adormecidas na essência da alma humana, assim como a chave do comutador dá passagem, altera ou modifica as correntes das vossas instalações elétricas.
Sem dúvida, a capacidade de aproveitamento do homem durante o despertamento dessas forças sublimes pelo impulso catalisador da oração depende tanto do seu grau espiritual como de suas intenções. Aliás, o espírito, ao liberar suas energias no ato da prece, ele melhora a sua frequência vibratória espiritual, higieniza a mente expurgando os maus pensamentos e libera maior cota de luz interior.
Daí o motivo por que alguns santos purificaram-se exclusivamente pelo exercício da prece, enquanto outros só puderam fazer pelo treino do sofrimento. Em ambos os casos, a purificação é fruto da dinamização das forças espirituais na intimidade do ser, embora varie quanto ao seu processo.
No primeiro, é um procedimento espontâneo catalisado pela prece; no segundo, em decorrência do exercício da dor. Por conseguinte, o homem também se purifica pelo hábito constante dos bons pensamentos, pois estes mantêm no campo vibratório de sua mente um estado espiritual tão benéfico como o que se produz nos momentos sedativos da oração.
No entanto, se a criatura se descura da prece, ou seja, deixa de “orar e vigiar”, eis que, então, a dor se encarrega de ativar as reações morais necessárias para, mais tarde, libertarem-na compulsoriamente do guante do mundo animal. Nenhum auxílio é tão salutar e eficiente para manter o equilíbrio moral do Espírito, como o hábito da oração, pois a criatura confiante, sincera e amorosa, religa-se a Deus.
PERGUNTA: – A oração também pode ser mobilizada como um recurso positivo de segurança e defesa do corpo físico?
RAMATÍS: – A oração, embora constitua uma atitude de sublimação espiritual, não pode livrar o homem das agressões e hostilidades dos malfeitores do vosso mundo. Inúmeras criaturas de vida santificada foram trucidadas no momento que proferiam a mais fervorosa prece.
Paulo foi decapitado quando orava; os mártires do Cristianismo sofreram o massacre mortal das feras dos romanos, enquanto interligavam-se pela força emotiva da prece e dos cânticos excelsos de renúncia à vida humana. Jesus, o Divino Amigo, enquanto os algozes lhe perfuravam as carnes com os espinhos e os cravos do martírio, comungava na mais elevada prece de amor ao Pai; Giordano Bruno, João Huss, Joana D'Arc e outros, apesar de suas rogativas fervorosas a Deus, não puderam livrar-se das chamas que lhes torravam as carnes no suplício das fogueiras.
Embora a prece seja um admirável processo de dinamização das forças angélicas do espírito imortal, não pode imunizar o homem contra os efeitos ofensivos e destrutivos das leis que estejam vigorando no mundo material.
Nem mesmo Jesus violentou tal princípio, pois deixou esclarecido que ele não viera ao mundo material perturbar suas leis comuns. Aliás, se isso fosse possível, então o ser humano só se devotaria à prece pelo interesse de proteger o seu corpo físico. No entanto, desde o berço, ele cuida de proteger-se contra as intempéries e demais hostilidades do meio onde renasce por determinação cármica.
Cumpre-lhe sobreviver na carne a maior cota de tempo possível, a fim de melhor purificar a sua consciência espiritual, devendo, portanto, zelar pela saúde do seu corpo.
A oração catalisa as reservas espirituais do homem, assim como o imuniza contra a interferência dos “maus” espíritos e dos pensamentos daninhos. Em consequência, a harmonia espiritual que é ensejada pela prece também proporciona ao corpo carnal melhores condições de equilíbrio nervoso e harmonia fisiológica.