A Robotização dos médiuns de Umbanda
É natural chegar em um terreiro e durante uma gira, ver os médiuns incorporando e um grupo destes, quase que fazerem movimentos iguais e porque isto acontece ?
A Robotização dos médiuns de Umbanda
É natural chegar em um terreiro e durante uma gira, ver os médiuns incorporando e um grupo destes, quase que fazerem movimentos iguais e porque isto acontece ?
Normalmente isto ocorre, devido à falta de orientação, de uma boa conversa, de uma roda de estudos, tudo isto regido por um Dirigente, que gosta de disseminar aquilo que aprendeu, sempre de forma gratuita, afinal estamos falando de Umbanda
Os Guias Espirituais, que atuam nos terreiros, trabalham em organizações, agrupamentos e cada qual possui as suas particularidades, mesmo um Guia com o mesmo nome, dentro de uma mesma casa, chega em terra de forma ímpar, vamos usar o exemplo de um Caboclo
Vc verá caboclos chegando em terra, ajoelhando, bradando, fazendo um gestual de um modelo de arco e flecha, outros batendo no peito etc, mas tbem verá Caboclos que chegarão calmos, serenos e o máximo que farão, será saldar o Congá, qual destes Caboclos é o mais forte ? Todos !!!! A força espiritual de um Guia não está apenas na sua forma de apresentação, mas sim em toda a sua bagagem encarnatória evolutiva, trazendo assim, toda a sua sabedoria para cumprir com a missão que lhe confiada, através daquele médium, que é o aparelho de comunicação entre este plano e o espiritual
Vejo como um erro, os dirigentes não alertarem seus filhos sobre estes conflitos internos, que por muitas vezes, um médium novo, acaba por imitar o Guia do irmão, só pq ele saltou, bradou e fez o gestual da flecha mais bonito
O médium tem que entender, que primeiro, ele tem que ser ele mesmo e à partir deste princípio, se permitir e deixar fluir este momento tão sublime, que é o ato da incorporação, sem susgestionar, sem imitar, sem querer por ele, caracterizar o Guia que lhe acompanha, não force uma situação, permita que seu Guia se apresente como ele deve se apresentar, só assim, ele realmente poderá desempenhar de fato o melhor do seu trabalho
Por isso a Umbanda é munida de desenvolvimento mediúnico, pois ao meu ver, isto é imprescindível, para que o médium, aos poucos, sem forçar, vá conhecendo e sabendo diferenciar, a vibração de um Guia, a forma que ele se apresenta, como ele trabalha, seus gostos, seus gestuais, seus apetrechos magisticos e por fim, no tempo certo, ter a certeza para diferenciar um Guia Espiritual de uma armadilha promovida pelo ego e a vaidade e ao invés de atrair para seu campo áurico um Guia de luz, possa incorporar um espírito embusteiro
Logicamente que cada casa trata destes casos à sua maneira, algumas desenvolvem seus médiuns na própria gira aberta ao público, outras, preferem ter um dia específico para este tipo de trabalho e isto pouco importa, desde que haja orientação e não criem médiuns robotizados, que ao invés de possuírem sua própria essência, se utilizam da essência dos demais, imitando ao invés de permitir que o Guia demonstre a sua própria identidade dentro do seu arquétipo,
Saravá
Texto: Binho Pucinelli