O MAGO – ALEPH
1.1 Elementos constitutivos ou relacionados
Sephirah: | Kether no primeiro ciclo | |
Signo do sendeiro: | n/c | |
Elemento zodiacal: | Fogo | |
Trilogia elem. sephirótico: | Fogo do Fogo no primeiro ciclo | |
Planeta do sendeiro: | n/c | |
Inteligência Geomântica: | n/c | |
Velas: | 3 Brancas ou vermelhas. | |
Incenso: | [Cravo, mirra, almíscar, estoraque, âmbar, louro, aloe vera] ou [sândalo, acácia, cipreste, absinto, balsamo e também a pimenta, a cebola, etc.] | |
Letras: | Aleph-Lamed- Peh | |
Gemátria: | 1+30+80 = 111 = 1+1+1 = 3 111 = Nakhiel, inteligência do Sol. | |
Valor numérico: | 1 | |
Armas mágicas: | A Baqueta ou Lâmpada, Pirâmide de fogo (O Turíbulo). | |
Poder mágico ou oculto: | Evocação, Piromancia. | |
Forças em ação: | A força de Kether que manifesta seus fluxos mediante as pulsações de Hochmah pelas vias do elemento Fogo. | |
Sendero: | 11, que une Kether a Hochmah. | |
Texto yetzirático: | O 11º caminho é a Inteligência Cintilante ou do Fogo porque ele é a essência dessa cortina ou véu colocados ante as disposições e ordens das sementes superiores e inferiores, junto a ordem de arranjos ou disposições, e lhe é dada uma dignidade especial de ser capaz de manter-se de pé diante da Face da Causa das Causas. | |
Cor em Atziluth: | Laranja escarlate brilhante | |
Cor em Briah: | Rubro escarlate | |
Cor em Yetzirah: | Escarlate salpicado de dourado | |
Cor em Assiah: | Rubro escarlate salpicado de carmesim e esmeralda |
1.2 Caminho 11º
O Mago = A Coroa da Sabedoria, o Primum Mobile atuando através do Fogo sobre o Zodíaco; o “Yod” do Mundo de Atziluth atuando através do Fogo sobre o “He” do Mundo de Atziluth; Fogo do Fogo atuando através do Fogo sobre a Água do Fogo. Kether o primeiro ponto de partida na Arvore e no zodíaco, o centro produtor de iniciativas, a essência divina manifesta seus fluxos atuando através do Fogo sobre Hochmah o centro produtor de Amor-Sabedoria, o Amor universal, a essência Crística.
O 11º caminho é a Inteligência Cintilante ou do Fogo porque ele é a essência dessa cortina ou véu colocados ante as disposições e ordens das sementes superiores e inferiores, junto a ordem de arranjos ou disposições, e lhe é dada uma dignidade especial de ser capaz de manter-se de pé diante da Face da Causa das Causas.
A Inteligência Cintilante ou do Fogo trata do alto nível de iluminação em relação a “Face da Causa das Causas” que é de onde provém a Criação, está ligado a Hochmah, significa a intuição do desígnio divino. As sementes são os próprios desígnios da divindade e que são compreensíveis, paradoxalmente em razão dos véus que o cobrem eis que permite ao homem capta-los, em parte, naquilo que se percebe através do véu.
O homem se encontra aqui frente a frente com a Causa das Causas e, sem haver possibilidade de expressar-se senão por meio de um comportamento santificado. No encontro entre a Vontade suprema de Kether e o Amor-sabedoria omnisciente de Hochmah termina por permanecer estático, mudo. Neste sendeiro trabalham os Querubins (Hochmah) e os Serafins (Kether) cuja interseção faz com que o ser humano seja admitido nestes trabalhos. Neste sentido poderia se chamar Sabedoria Cintilante ou do Fogo, de modo que a experiência espiritual da Visão de Deus face a face só pode advir pelas vias de Hockmah no sentido ascendente a Kether. Representa a etapa final da união com Deus, pois está escrito:
João 12:45 “E quem me vê a mim vê aquele que me enviou.”
Assim, é preciso ser o Cristo, isto é, encarnar o Cristo para ver o Pai.
A fim de que se possa ver Deus face a face, uma cortina ou uma forma é colocada entre o Todo Poderoso e Hochmah que lhe de a dignidade para encarar ao Pai e, pelo texto, compreende-se que esta cortina é ele, o próprio Hochmah-Cristo bem como o é também a Inteligência Cintilante ou do Fogo.
O elemento Fogo é que une as duas Sephiroth neste caminho. Trata-se de um símbolo ligado ao Espírito, a semente, ao primeiro impulso, de tudo quanto exista, então temos abundância de Fogo (em Kether e na união do caminho) e Água (em Hochmah).
Este caminho no sentido ascendente representa a união final com Deus, no rumo descendente a primeira etapa da descida rumo a matéria.
Este sendeiro e ativado pelos Serafins (Kether) e pelos Querubins (Hochmah) conjuntamente. O sendeiro de ida pela árvore é regido pelo Serafim 1 1->1: VEHUIAH.
Os aspectos entre Netuno e Urano, tais como quadratura, conjunção ou oposição, no mapa natal são indícios de que o indivíduo está trabalhando neste sendeiro.
1.3 Letra-força א
A primeira letra-força é o Aleph força – é uma letra mãe. Representa, hieroglíficamente, o homem como uma unidade coletiva, o princípio e mestre dominador de seus mundos internos e consequentemente da terra, onde é o Rei de seu país, de seu mundo, o reino dos céus que vem a terra, o nosso interior, pois o exterior é o reflexo do interior assim, modificando o interno, o externo se resolve.
Mateus 6:10 “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.”
É o sopro primordial saído de Kether, a Vontade primeira, o Pai, o poder energético, sem o qual nada poderia ser feito, o início de todas as coisas, que agrega em si todas as potencialidades, o desígnio divino que nos ultrapassa, que está além de nos mesmos, ou pelo nosso estado evolutivo não conseguimos conscientemente identificar essa força que acaba por atuar inconscientemente em nós como um instrumento do alto, contudo, ainda não configura nenhuma realização material cuja primeira manifestação dar-se-á em Binah.
O homem, microcosmo enquanto mago é o princípio de todos os mundos, seja o interno ou externo, de cima ou de baixo pois o que se altera neste plano certamente se reflete nos demais, mas quando a Vontade supera os desejos então o sopro primordial dá o sentido de retorno a Unidade.
א Alef, é formado pelas letras Alef (א), Lamed (ל) Phé (ף): אלפ, cuja soma dos valores que o compõe é 1 + 30 + 80, i.e. 111 ou seja três vezes a Unidade.
De outro modo consideremos que o Alef é formado por três partes, duas Yod (י) (em cima a direita e embaixo a esquerda) e um “Vô” (ו) que cruza ao meio. Pois bem, os dois Yod têm o valor de 20, porque cada Yod é 10 e o “Vô” vale 6 e, deste modo temos que a soma de o Alef é 26. Destarte, encontramos uma profunda correspondência com o valor do nome divino mais importante, a saber, o Tetragramma divino: YHVH (הוהי), Yod – He – “Vô” – He, cujo valor numérico de acordo com os valores na tabela é 10+5+6+5 = 26. Então temos que ויי = א = י +י + ו = 10+10+6 = 26.
Assim, concluímos que Aleph possui a qualidade de Unidade (1), também a Unidade expressa três vezes (111) e ainda representa o Sagrado Tetragramma (26).
Aleph expressa hieroglificamente o Homem considerado em si mesmo, mas também como uma unidade coletiva, um emblema de potência e de estabilidade.
1.4 Imagem, figura
O Mago aparece no tarot como um homem expresso pela figura do politiqueiro coberto com um largo chapéu (ou dois olhos – taro egípcio), cuja aba, que lembra o signo do infinito, está dobrada e, oculta a sua cabeça inteira. Está de perfil do lado direito. A serpente em suas fronte (taro egípcio) indica que se trata de um Mestre auto realizado.
Uma das mãos (esquerda) está elevadas para o céu que governa com sua baqueta, e a outra mão (direita) no seu peito ou apontando para o solo e, assim, forma com seu corpo e os seus braços a letra Aleph, a primeira do alfabeto hebreus oriunda dos egípcios. Aponta para a terra e para o céu indicando que é preciso descer (a nona esfera – Yesod – sexo – pedra cúbica – infernos atómicos) para depois subir. A baqueta e o símbolo da coluna espinhal e da Vontade. A posição das duas mãos representa ainda os princípios ativo (para cima) e passivo (para baixo) e as duas colunas que sustentam o templo de Salomão: Jakin e Bohas. Nesta figura reúnem-se o humano, o divino e o diabólico (ou o universo), eis que uma aponta para cima na busca de Deus, a outra para baixo buscando elevar o inferior até si e no meio está o Mago humano.
Tem diante de si os principais símbolos ou instrumentos da ciência que correspondem aos quatro elementos e as quatro letras do nome de Deus: O báculo, a taça, a espada ou punhal e os pentáculos e também os quatro naipes: paus, símbolo do princípio ativo e de Deus; copas, símbolo do princípio passivo – o universo; espadas, símbolo do equilíbrio e da união dos dois primeiros e, (por último) ouros, o fruto da união dos antecessores mas também a semente de um novo ciclo.
Sob a mesa aparece a ave Fênix, que tem a habilidade de ressurgir das próprias cinzas, um símbolo do Espírito Santo e do Sahaja Mahituna bem como do universo que respira e no Pralaya (noite cósmica) se desintegra e então ressurge de si mesmo no Mahavântara (dia cósmico).
Abaixo dos pés do Mago, no plano material, encontramos a pedra cúbica filosofal já trabalhada que indica a realização na nona esfera.
1.5 Elemento, ciclo zodiacal, planeta
Na ordem dos elementos, Aleph corresponde ao Fogo em seu primeiro estágio – Fogo do Fogo em Kether, e também o primeiro dos três indicados no Sepher Yetzirah (Aleph, Men e Shim) como letras mães. Elementos estes dispostos na ordem relativa ao nome de Deus sendo o primeiro o “Yod” (Fogo), o segundo “He” (Água), “Vô” (Ar) e o segundo “He” (Terra).
Na trilogia dos elementos: Kether está relacionado com o signo de Áries.
No ciclo zodiacal יהוה – “Yod-He-Vô-He”, equivale ao signo de Áries, que é o primeiro signo de fogo (Yod) e, também, nº 1 na ordem da manifestação do zodíaco. o Aleph, enquanto elemento Fogo, domina os três signos fogosos a saber: Áries, Leão e sagitário.
Aleph representa o fogo na semente, primeiro estágio do fogo, que está presente em todas as coisas, encontramos este elemento até nas pedras bastando para tanto lasca-las com algum instrumento e daí surge a faísca, trata-se do início de tudo o que venha a ser criado.
No ciclo Sepher Yetzirah corresponde ao elemento Fogo.
Na ordem planetária, Aleph tem relação com a face oculta do Sol, o Sol místico invisível e que na árvore está representado por Kether.
1.6 Descrição Sephirótica:
A Sephirah que a representa é Kether de onde sai o sopro primordial, o desígnio divino promulgado por Aleph. Kether-Aleph representam a Unidade, o princípio dos números, do movimento, da vida, a expressão do princípio ativo de todas as coisas. Refere-se a criação no céu com a correspondente onipotência do verbo aqui, o preceito de Hermes.
À medida que o homem se torna senhor de seus instintos, desejos, paixões, aprimora sua Vontade e, por consequência, torna-se o Senhor das forças da natureza, do Fogo, Água, Ar e Terra, dos quatro elementos simbolizados pelo leão, homem, águia e touro. A magia é, pois, a ciência dos segredos da natureza que nos possibilita ultrapassar a capacidade humana. Os animais representam as nossas paixões, as forças instintivas da natureza que temos que vencer, sermos o herdeiro e espoliador da esfinge. Vencer às forças da natureza equivale a retirar-se da corrente da vida coletiva, deixar de ser escravo das causas segundas
Ao Mago cabe seguir o legado dos quatro segredos da esfinge exposto em sua forma simbólica: querer, saber, ousar e calar que corresponde: uma vontade inquebrantável, uma inteligência esclarecida pelo estudo, uma audácia implacável e uma discrição que nada pode corromper ou embebedar.
A forma é o véu do verbo, é proporcional a ideia. O verbo está acima (“Yod”) e a imaginação (“He”) abaixo. A Vontade emana e o verbo dirige a imaginação. É por esta que se realizam os milagres, que vemos os reflexos do mundo invisível (a clarividência). E “como o que está em cima é como o que está embaixo e vice-versa” (preceito de Hermes), é pela imaginação que a Vontade é exaltada, guiada pela razão ou inteligência (“Vô”), em um círculo vicioso (“He”). A fé é o resultado da fórmula Jehovah יהוה – “Yod-He-Vô-He” que corresponde a um estado “Ser sendo”, a confiança razoável na unidade do verbo (mesmo o interno, a intuição). Assim, o medo atrai os flagelos a coragem retrocede as balas. Jó 3:25 já dizia:
“Porque o que eu temia me veio; e o que receava me aconteceu.”
Fé e crença são duas coisas distintas pois a primeira parte de uma certeza intrínseca, científica ao passo que a segunda é exterior, cega, que se alicerça na superstição, no dogma, na loucura, no disse me disse, na levedura dos saduceus (cuja doutrina está nos limites dos cinco sentidos).
Os anais professam que Paracelso operava no sangue vivo, medicamentando o produto de uma sangria; curava as dores de cabeça à distância, operando em cabelos cortados, atuava pela solidariedade do todo com as partes, fazia o uso da Vontade, da imaginação direcionada pela razão.
Axioma transcendente: “sê nas tuas obras, o que és nos teus pensamentos”.
1.7 Significado no jogo
Como estamos tratando do mundo das emanações, antes da manifestação de Binah, o Mago nos remete a que o indivíduo está movido por um impulso inconsciente, mas como vem da fagulha primeira, sairá de si algo extraordinário, que há de superar o que há de humano.
Tratando-se do primeiro, a posição natural desta carta é no início do jogo, a primeira carta. Quando está fora desta posição anuncia uma energia inesperada que poderá causar mudanças, transtornos, que destrói o que está no ponto em que se encontra para retorna-lo ao estado primordial, impulso ao abandono para proceder a realização de Kether.
Se aparecer na primeira posição (Yod), a Vontade de Kether se realiza. Estando na segunda posição (“He”), a Vontade divina age mediante as circunstâncias. Na terceira (“Vô”), Aleph atuará por intermédio do homem, talvez um herói, alguém que mesmo sendo humano atua mais além. Se aparecer na quarta posição (segundo “He”) então estaremos tratando dos frutos, dos resultados.
Há ainda uma regra em que as lâminas do Taro se completam para formar o número 22 (soma das cartas), assim, a primeira lâmina se completa com a 21º já que 1+21=22. Neste sentido podemos perceber que a primeira lâmina representa o microcosmos ao passo que a última os macrocosmos. De outro lado a lâmina que fica no meio, no caso a 11º se refere ao enlace, aquilo que une as outras duas.
1.8 Palavras chaves:
1.8.1 Manifestação Yod.
Magia, Fé, Vontade, Força de Vontade, Constância, Energia, facilidade na tomada de decisões, impulso inconsciente vindo do Real Ser, energia pura.
1.8.2 Manifestação He.
Criatividade, generosidade, fecundidade, redenção, potencialidades infinitas.
1.8.3 Manifestação Vo.
Dedicação aos ideais, busca de conhecimento.
1.8.4 Manifestação He.
Destreza, disposição, domínio sobre os obstáculos materiais, amigos que ajudam no desenvolvimento de projetos, novas relações.
1.8.5 O lado negativo da força.
Vontade para fins nocivos, indecisão, desânimo, charlatanismo persuasivo, sugestão negativa, ilusionismo, politiqueiro, impostor, mentiroso, explorador de inocentes. Discussões, brigas que podem progredir a violência em razão da força deste arcano. Mau uso do poder, das prerrogativas, curso equivocado na tomada de decisões, incerteza, ações dispersas, falta de unidade, crença no lugar da Fé, amigos ciumentos que obstaculizam.
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A CABALA DE HAKASH BA HAKASH
Filosofia Metafísica Quântica Cabalística – TOMO I
ÀRVORE DA VIDA – OTZ CHIIM
ELEMENTOS, PLANETAS, SIGNO, TARO
Autor: Inácio Vacchiano