A Morte = A Severidade da Verdade Material pelas vias sentimentais. A execução do julgamento pela afeição. Marte agindo através Água sobre Mercúrio.
1.1 Elementos constitutivos ou relacionados
Sephirah: | Hesed no segundo ciclo | |
Signo do sendeiro: | n/c | |
Elemento zodiacal: | Água | |
Trilogia elem. sephirótico: | Fogo da Água no segundo ciclo | |
Planeta do sendeiro: | n/c | |
Inteligência Geomântica: | n/c | |
Velas: | 3 Brancas | |
Incenso: | [cânfora, murta, louro, arruda, eucalipto, hortelã, alecrim, patchouli, citronela, absinto] ou [canela, sementes de louro, jasmim, benjoim, casca de limão, maçã] | |
Letras: | Men-Nun | |
Gemátria: | 40+50 = 90 = 9+0 = 9 | |
Valor numérico: | 40 | |
Armas mágicas: | A taça e a cruz do sofrimento, o vinho (Água da ilustração). | |
Poder mágico ou oculto: | A Grande Obra, Talismãs, Bola-de-cristal, etc. | |
Forças em ação: | A força de Geburah que manifesta seus fluxos mediante as pulsações de Hod pelas vias do elemento Água. | |
Sendero: | 23, que une Geburah a Hod. | |
Texto yetzirático: | O 23º caminho é a Inteligência Estável e é assim denominado porque é a causa da consistência de todas as Sephiroth. | |
Cor em Atziluth: | Azul profundo | |
Cor em Briah: | Verde mar | |
Cor em Yetzirah: | Verde profundo azulado | |
Cor em Assiah: | Branco salpicado de púrpura como madrepérola |
1.2 Caminho 23º
A Morte = A Severidade da Verdade Material pelas vias sentimentais. A execução do julgamento pela afeição. Marte agindo através Água sobre Mercúrio. Geburah, a Sephirah emocional que trata dos reajustes, da atuação dinâmica da Justiça na correção dos erros agindo através Água sobre Hod cujo trabalho está relacionado a elaboração de nosso intelecto, por onde transitam os pensamentos, as ideias; “He” do Mundo de Briah agindo através Água sobre o “He” do Mundo de Yetzirah, Água da agindo através Água sobre a Água do Ar.
O 23º caminho é a Inteligência Estável e é assim denominado porque é a causa da consistência de todas as Sephiroth.
A coluna da esquerda é a que permite as construções estáveis por estar fincada na Lei e, assim, possibilita a existência da vida material. Hod se encontra na base desta coluna, sendo, portanto, seu firmamento racional e Geburah no meio equilibrando pela correção. E como estamos tratando da Inteligência Estável ambos os Sephiroth trabalham, cada um em seu atributo, para dar um sentido a tudo o que emana dos demais, Marte fazendo o trabalho braçal e Mercúrio o intelectual dispondo tudo harmoniosamente em seu lugar eis que se a inteligência atuasse sozinha sem o esforço material nada teria consistência de modo que o trabalho aqui consiste em unificar a ação da inteligência com o esforço físico.
Temos aqui o pensamento concreto (capaz de criar) de Hod (Água do Ar e representante do elemento Água) unido pela Água – a Senhora da adequação às Formas e que possui a capacidade de reflexão como um espelho que reflete os mundos superiores -, ao rigor de Geburah, esta Sephirah que constitui a Água da Água. Portanto trata-se de uma alquimia rigorosa e bastante aquosa com o pensamento, o que vem a justificar a “consistência de todas as Sefirots.”
Assim, observamos que o princípio intelectual se une a um julgamento rigoroso, as abstrações, imagens lógicas, símbolos de Hod às persistências próprios de Geburah, esta esfera que destrói e reconstrói.
Em Hod nos deparamos com o cabedal das formas, imagens que neste caminho são energizadas por Geburah (Água da Água) que é o segundo de seu Mundo e, assim possui fortes ligações com Hochmah que é Água e o principal cabedal cósmico de energia. Isto concede ao Mago que pelas vias da mente mais as energias de Geburah possa modificar o conteúdo de sua psique ou mesmo as condições de seu destino e da humanidade. Todo processo passa pelo misterioso nome de Deus יהוה – “Yod-He-Vô-He”, Vontade (“Yod”), sentimento (“He”), pensamento (“Vô”) e ação (segundo “He”).
Devemos lembrar que Geburah está ligado a correção dos erros, aos reajustes, pela persistência e não importando o tempo que leve (daí o termo Inteligência Estável que produz coerência com as Águas de Geburah, de Hod e com o próprio elemento Água que sempre busca o equilíbrio (seu nível) e que garante que sempre haverá uma consequência energética positiva ou negativa ao se utilizar das energias. Cabe aqui lembrar do preceito: “a liberdade de uma pessoa termina onde a do outro começa.”
A esfera mental coletiva está constantemente sendo alimentada por todos, mesmo aqueles que acreditam não fazer mal algum, pois podem haver muitos animais ferozes no interior do indivíduo mas que não se manifestam, mesmo aqueles ditos bons, através de processos mentais mais os sentimentos, o indivíduo acaba por criar formas nos mundos internos e, com o tempo, esta mescla de pensamentos e sentimentos da humanidade vai formando uma nuvem densa de energia até que sejam lançados seus raios sobre a terra e ocorrem acontecimentos vis, como um massacre ou alguém que dispara uma arma contra várias pessoas inocentes e ninguém entende o porquê daquilo, então vemos muitas Águas (muitos sentimentos…), muitos egos não trabalhados.
Quando se trate de uma mente treinada estas formas e sentimentos, pensamentos aquosos, tendem a construir uma estrutura poderosa quanto mais se estiverem carregados de emoções negativas como a raiva e o ódio, mas também podem ser carregados com coisas boas dependendo do indivíduo e atrair a felicidade, a cura, etc. Estas forças alteram o corpo energético de quem as estimulam como a cor da aura, mas também induz o comportamento no ambiente, o inconsciente coletivo por exemplo.
Temos ainda por aqui o primeiro contato com Geburah, o corretor dos erros, de modo que o indivíduo possa compreender o processo kármico (Geburah) pelas vias da mente (Hod) e dos sentimentos (Água).
A nível humano a dinâmica deste sendeiro nos induz a compreender nossos impulsos, nossas ações que devem ser sempre razoáveis, plausíveis. Não agir assim nos conduz ao fracasso, ou seja, nosso edifício humano deixará de ter consistência e tudo se desmoronara ao nosso redor numa relação de ação e consequência. A estabilidade, coesão e consistência do edifício depende do cumprimento desta regra. Também é recomendado que os trabalhos intelectuais sejam equilibrados com atividades físicas; Paracelso já recomendava isto.
Este sendeiro e ativado pelas Potestades (Geburah) e pelos Arcanjos (Hod) conjuntamente. O caminho de ida pela árvore é regido pela Potestade o 39 5->8: REHAEL e o caminho de volta pelo Arcanjo 60 8->5: MITZRAEL.
Os aspectos entre Marte e Mercúrio, tais como quadratura, conjunção ou oposição, no mapa natal são indícios de que o indivíduo está trabalhando neste sendeiro.
1.1 Letra-força מ
Men é a decima terceira letra força – é uma das três letras mãe. Na tabela das letras hebraicas o Men (40) se situa a esquerda do Daleth (4) que representa a interiorização e transformação do resultado de um ciclo Tetragramaton יהוה – “Yod-He-Vô-He”, ou seja, o processamento interno do fruto-semente, da relação humana homem, mulher, falo, útero.
A letra força Men expressa hieroglificamente uma mulher como a companheira do homem e sua qualidade mediadora na mudança do plano de vida, o signo maternal feminino, portanto, uma imagem passiva que denota fecundidade e a capacidade de criar. O processo da vida uterina do filho onde ao ocorrer a morte para esta vida o feto nasce para uma vida em nosso meio, portanto o portal em que se realiza a passagem do seu fruto da vida intrauterina para a vida no plano terrestre.
Percebemos ainda que a ideia de criação implica também a de destruição bem como a regeneração nascida de uma construção anterior, assim a morte em um plano resulta no nascimento em outro mundo, a passagem de um mundo para outro o que nos deixa a ideia de imortalidade da essência que acaba por viajar entre os mundos em múltiplas transformações e renovações.
Esta letra quando empregada no final das palavras denota a ideia de coletivo, de frutificação em um espaço indefinido.
1.2 Imagem, figura
A imagem de um esqueleto ceifando as cabeças em um campo no qual vão surgindo outras cabeças, pés, mãos à medida que o operário prossegue seu mister.
Este arcano denota a ideia de destruição que preceda a regeneração, trata do momento intermediário entre os dois, a morte do ego que dá vez a um novo ser que nasce. Localiza-se entre o mundo invisível e o visível sendo, portanto, o elo entre dois planos, o meio em que um plano age sobre o outro, aliás, elemento Água – que corresponde este arcano – é bastante utilizado em práticas de clarividência (espelhamento dos céus) como conta os anais que divulgaram as Centúrias de Nostradamus. De outra sorte temos as Águas da luz astral que são o translúcido da alma e transmitem as impressões ao sistema nervoso permitindo ver o invisível àqueles que evoluíram para tanto.
Observemos que este arcano está entre a Destruição (16) e a Fortuna (10) referendando a ideia de morte e nascimento eis que o processo evolutivo se dá dos arcanos finais (Tau) para os iniciais (Aleph-Kether).
No taro egípcio vemos um hierarca da Lei com uma foice a ceifar os ramos de trigo. Os molhos de trigo bem como as flores representam o renascimento o trigo ceifado o fim. A gadanha é o símbolo do anjo da morte que nesta hora corta o fio da existência, o fio de prata (Antakarana) no último suspiro. Afirma-se que os moribundos conseguem ver a figura esquelética do anjo da morte quando faz seu trabalho – de acordo com as Leis cósmicas – e, executam seu trabalho no momento preciso a cada indivíduo.
Após a morte, três formas humanas vão para o sepulcro:
- O Corpo Físico que se desintegra na tumba;
- O Corpo Vital, fantasma fosforescente que se alimenta do físico e que as vezes é visualizado por pessoas mais psíquicas e
- A personalidade, criada nos primeiros sete anos de vida e que concorre às visitas ao morto no cemitério para depois voltar ao túmulo.
O ego (o retrato de Dorian Gray), normalmente, submergem-se dentro do reino mineral nos mundos infernos, ou retornam de modo imediato a um novo organismo repetindo as mesmas tragédias. É o que permanece e acompanha o morto em suas existências se robustecendo ou sendo eliminado conforme o comportamento do indivíduo.
Sobra ainda a Alma a Essência, a Psique, o Budhata que continua sua viagem.
1.3 Elemento, ciclo zodiacal, planeta
Na ordem dos elementos, Men (13 = 1+3 = 4) corresponde ao elemento Água, é o segundo dos três indicados no Sepher Yetzirah (Aleph, Men e Shim) como letras mães. Elementos estes dispostos na ordem relativa ao nome de Deus sendo o primeiro o “Yod” (Fogo), o segundo “He” (Água), “Vô” (Ar) e o segundo “He” (Terra). Men corresponde ainda Fogo da Água no segundo ciclo da quarta Sephirah e também Hesed interiorizado já que Men é o Daleth na fase “He” do nome יהוה – “Yod-He-Vô-He”.
Na trilogia dos elementos: Hesed está relacionado com o signo de Cancer.
No ciclo zodiacal יהוה – “Yod-He-Vô-He”, corresponde ao signo de Capricórnio, primeiro signo cardinal de Terra e regido por Binah-Saturno e, assim, recolhe os materiais físicos que permitem a construção do universo material. Nesta relação יהוה – “Yod-He-Vô-He” ocupa a mesma posição que o Aleph (1), o He (5), o Teth (9) ou seja, a de semente (Yod) material para a edificação das obras físicas e sociais. Observemos que o Men (13) ocupa a posição de segundo “He”, de cristalização, quando equiparado as letras forças citadas em seu conjunto (1=”Yod”; 5=”He”; 9=”Vô” e 13=”He”).
No ciclo Sepher Yetzirah corresponde ao elemento Água.
Na ordem planetário não há correspondência específica, mas pode-se considerar a Lua em razão de sua influência nas mares e em oposição a Aleph que corresponde ao Sol espiritual (Fogo). Contudo quando se trata das influencias do Anjo da Morte são os raios de Saturno que prevalecem.
1.4 Descrição Sephirótica:
Men (13 = 1+3 = 4) relaciona-se com a Sephirah Hesed em seu segundo ciclo, assim, podemos constatar também uma presença de Hesed em Men por ser a quarta letra do segundo ciclo que vai de 10 a 18. No primeiro ciclo nos deparamos com Daleth(4) que é o segundo “He” primordial e o “Yod” de um novo ciclo, assim, como explicado e considerando todo o mundo sephirótico Men será o quarto “He” (da série Aleph (1)=”Yod”, o “He” (5)=”He”, o Teth (9)=”Vô”) além de ser, como já foi dito, o primeiro do segundo ciclo e o quarto da série exposta o que representa um novo Yod (no qual se converteu o segundo “He”).
Deste modo o poder, a misericórdia, a bondade se interiorizarão para fins de transformação, amadurecimento do segundo ciclo para posteriormente proceder a frutificação das coisas. Men constitui-se ainda na décima terceira letra e representa o estado das energias cósmicas em que os elementos materiais são oferecidos ao indivíduo para que estruture com eles a sua obra e dê os seus frutos eis que reserva em si o Yod de Hesed o que lhe proporciona a faculdade de criar uma nova realidade, um novo paraíso construído a partir do que se gerou da estrutura anterior. Isto nos lembra o esqueleto, símbolo do arcano, que pretende formar um novo mundo utilizando-se daquilo que colheu com sua gadanha. Deste modo o segundo “He” se converte em “Yod” e consequentemente adere o poder criador de Kether, iniciador de um ciclo somado a capacidade fecundadora de Hesed.
Também tem relação com gênio da Schemhamphoras de número 40 5->9 Ieiazel, ou seja, = 40 dias de diluvio que significou a morte de tudo o que era e consequentemente nos dispõe dos meios necessários para realizar uma obra.
Axioma transcendente: “a noite passou e chegou o novo dia; reveste-te, pois, com as armas da luz”.
Horário: “4ª hora de Apolónio – o neófito vagará de noite entre os sepulcros, experimentará o horror das visões, entregar-se-á à magia, a necromancia e à goécia, o uso da magia para o domínio dos seres inferiores (elementares, restos cadavéricos), isto significa que o discípulo ver-se-á atacado pelos magos negros no plano astral; esses magos tenebrosos tentarão afasta-lo da senda luminosa”.
Significa ainda que o neófito deve morrer para a vida ordinária a fim de renascer para a vida espiritual eis que se acha nos limites da natureza sublunar que envolve o planeta e neste momento deve, então, abandonar a terra com vistas ao mundo espiritual.
1.5 Significado no jogo
Vimos que no Taro o arcano 13 leva o nome de Morte, deste modo, com tudo que temos observado trata-se se uma passagem para outra, de uma existência a outra por vezes aproveitando-se de algo que ficou no velho mundo. Vimos também que a passagem destas energias transcorre em direção ao segundo “He”, portanto há aí uma carga material, de modo que se não houver a morte psicológica ocorrerá um afundamento na matéria. Basta ver que o esqueleto armado de uma foice, sai da terra com cabeças, braços, pernas, ou seja, representa os elementos essenciais e básicos para a construção do homem (sem agregados psíquicos, inumanos). Percebemos que o esqueleto é o primeiro que se forma e o último que desaparece, uma alusão a nossa alma que antecede a matéria e que continua depois que esta desaparece, portanto esta é que deve ser trabalhada, afinal a vida é uma sucessão de existências, de vida e de morte, de um plano a outro, dessarte, a Morte representa em última análise a um novo nascimento, novo recomeço, uma nova realidade que está começando e chamando a construção de uma nova morada, um corpo físico, uma casa, uma vida organizada.
De outro modo a presença maciça de Hesed em um segundo ciclo mais materializado indica um período de realizações materiais com a posse dos meios necessários para sua execução de modo que o indivíduo venha a ser o programador e executor de suas próprias atividades humanas, embora há de trabalhar com pouca Luz já que estará atuando no perecível em desconecção com a espiritualidade o que resultará na pouca fé, no ateísmo, na negação do divino, na busca das verdades funcionais que objetivam as vitórias em objetivos corpóreos.
Por fim cabe esclarecer que as transformações se referem principalmente a nível psicológico de modo que esta carta simboliza ainda a morte do ego, dos agregados psíquicos, dos defeitos internos que carregamos em nosso interior e que alteram o curso de nossa jornada.
1.6 Palavras chaves:
1.6.1 Manifestação Yod.
Renovação de condições, renascimento, passagem de um ponto a outro, destruição-regeneração, morte e nascimento.
1.6.2 Manifestação He.
Abandono de velhos hábitos, afastamento, dispersão, destruição de um sentimento ou esperança.
1.6.3 Manifestação Vo.
Renovação de ideias.
1.6.4 Manifestação He.
Morte, grandes transmutações e novos espaços de realização, criação, transformação em negócios ou atividades, mudanças, nova realidade material, mulher companheira do homem e signo maternal, portal entre dois mundos, passagem, realizações materiais.
1.6.5 O lado negativo da força.
Destruição, fim necessário, fatalidade, perda, morte ou má notícia, fracasso, ruina, desconecção espiritual, ateísmo, verdade funcional.
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A CABALA DE HAKASH BA HAKASH
Filosofia Metafísica Quântica Cabalística – TOMO I
ÀRVORE DA VIDA – OTZ CHIIM
ELEMENTOS, PLANETAS, SIGNO, TARO
Autor: Inácio Vacchiano